quarta-feira, 10 de julho de 2013

Mundial Sub-20 - Turquia 2013 - Grupo F


Grupo F

Uruguai
Croácia
Uzbequistão
Nova Zelândia

Juan Vernezi montou um time interessante, com alguns jogadores que apesar de muito jovens já estão espalhados pela Europa. Seu titular no gol é Guillermo de Amores, que desbancou Jonathan Cubero, com quem sempre trava uma boa disputa. Pela direita Guillermo Varela tem demonstrado que o Manchester United não errou ao contratá-lo, ele que foi formado no Peñarol. José Giménez, foi revelado pelo Danubio, teve uma passagem pelo Atlético de Madrid, mas já retornou ao Uruguai. Ele forma a dupla de zaga com Gastón Silva, lateral-esquerdo de origem, ele tem jogado na quarta zaga, o fato de ser canhoto e conhecer a posição facilita para fazer as coberturas quando Gianni Rodríguez se manda para o ataque. O ofensivo lateral-esquerdo está no Benfica. 

Sebastián Cristoforo e Federico Acevedo são imprescindíveis na contenção, dando liberdade para Giorgian de Arrascaeta, jogador muito bom nas jogadas de bola parada e com um bom chute de longe, até por essas características veste a 10. Bem aberto pela esquerda joga Diego Laxalt, que além de ter um cabelo estiloso possui grande facilidade no drible e tem velocidade, qualidades que chamaram atenção da Internazionale, que o contratou junto ao Defensor Sporting. Pela direita na linha de três do 4-2-3-1 de Vernezi quem joga é Diego Rolán, que apesar de vestir a nove não é um matador nato, se destaca mais pelas jogadas em velocidade. 

Até por isso joga no Bordeaux, também foi formado na base do Defensor Sporting. Clube que revela muitos bons jogadores, mas que infelizmente não consegue mantê-los, perdendo-os cedo para o futebol europeu. Arrascaeta, por exemplo, também é formado lá, não deve ficar no Uruguai por muito tempo, trata-se de um jogador interessante. Não deve ser caro, mas os dirigentes brasileiros são muito fracos para enxergá-lo. No comando do ataque quem joga é Nicolás López, craque do time que pertencia a Roma mas recentemente acertou sua ida para a Udinese, que faz bom trabalho com jovens. Na estreia o titular no comando do ataque foi Felipe Avenatti, grandalhão canhoto de 1,94 revelado pelo River Plate uruguaio, depois de uma curta passagem pelo homônimo argentino, acertou com o Cagliari para a próxima temporada. 

No meio-campo ainda existem duas opções interessantes, uma delas é o camisa cinco Jim Varela, que também já está no Benfica. As Águias estão investindo muito em sul-americanos, mas ainda precisam aprender melhor com o Futebol Clube do Porto. Quando precisa melhorar o toque de bola no meio, Vernezi coloca Leonardo Pais no lugar de Cristoforo ou Acevedo. E para o ataque outras duas opções: Ruben Bentancourt e Gonzalo Bueno. Ruben saiu do Danubio muito cedo, dos 16 para os 17 anos, vai para sua segunda temporada no time principal do PSV, da Holanda.  Gonzalo vem jogando bem pelo Nacional, mostrando muita personalidade para encarar os truculentos zagueiros uruguaios. Ao que tudo indica, muitos desses jogadores podem ajudar Oscar Tabárez na difícil missão de renovar a seleção principal da Celeste.

A Croácia surpreendeu ao conseguir se classificar para esse Mundial Sub-20, não tem um time tão qualificado tecnicamente. Os amantes de futebol sempre olham com atenção para o Leste Europeu, pois sabem que de lá surgiram jogadores muito técnicos, como Davor Suker, Zvonimir Boban, Dragan Stojkovic, Dejan Savicevic, entre muitos outros.  Os principais talentos desse time são os atacantes Marko Livaja e Ante Rebic. Marko saiu cedo da Croácia e foi jogar na Suíça, de lá partiu para o Cesena, passou pela Inter e agora está na Atalanta. Ante joga no Radnički Nogometni Klub, primo pobre de Split. Curiosamente Dinamo Zagreb e Hajduk Split não estão revelando tantos talentos assim, os dois juntos tiveram apenas três jogadores convocados. O que cá entre nós, muito pouco para os dois maiores clubes do país. 

Dinko Jelicic muda muito o time, porém, a equipe não sente tanto. Mostrou ter dúvidas no gol, revezou Oliver Zelenika e Simon Sluga, o segundo joga no Hellas Verona, que acaba de retornar a primeira divisão na Itália.  Na defesa Toni Gorupec, Niko Datkovic, Jozo Simunic e Ivan Aleksic (que também joga como volante) foram os mais utilizados. Dino Peric também teve suas chances, não pode reclamar. No meio Filip Mrzljlak, Hrvoje Milicevic (que nasceu e joga na Bósnia), Dario Canadjia e Marko Pjaca foram os titulares. Com Rebic e Livaja no comando ofensivo, tendo como reservas Kruno Ivancic e Stjpe Perica. Com a classificação bem encaminhada, Jelicic escalou os reservas contra a Nova Zelândia. Sendo assim, deu rodagem para Petar Brlek, Danijel Miskic, Marko Pajak e Miro Kovacic. Bom time, mas sem ninguém que encha os olhos, diferente de um passado recente. 

O Uzbequistão tem feito um trabalho bem interessante na base, o que tem se refletido na evolução do futebol local. A seleção principal esteve perto das duas últimas Copas do Mundo e por pouco não se classificou direto para a próxima. Porém, ainda tem uma remota chance de estar no Brasil, é favorito contra a Jordânia na repescagem asiática, caso passe, deve pegar Uruguai, Venezuela ou Peru. Contra o primeiro dificilmente conseguiria a vaga, mas contra os outros dois dá jogo. A base da seleção Sub-20 vem do Pakhtakor, maior time do país. O Bunyodkor, que hoje é o mais rico, cedeu três jogadores. O Lokomotiv Tashkent tem crescido no cenário do futebol uzbeque e também cedeu três jogadores. Os dois principais times do país estão investindo mais na base do que gastando os tubos em jogadores estrangeiros, o Bunyodkor até tem bufunfa para tal, mas a principal preocupação deles é desenvolver o futebol no país. 

Na Liga dos Campeões da Ásia, a garotada do Pakhtakor não conseguiu fazer frente a Lekkwiya (clube mais rico do Catar, que pertence aos mesmos investidores que compraram o PSG), Al Shabab (dos Emirados Árabes Unidos) e Ettifaq FC, da Arábia Saudita. Os dois primeiros são muito ricos e com capacidade de investimento bem maior. Mas o clube uzbeque dificultou em todos os jogos, o que é um bom alento. Como não poderia ser diferente, o Pakhtakor tem um destaque em cada posição desse time Sub-20. Asilbek Amanov no gol, Maksimilian Fomin na defesa, Vladimir Kazak, Jaloliddin Masharipov, Djamshid Iskandarov e Muhsinjon Ubaydullaev no meio e Igor Sergeev, Abdul Aziz Yuupov e Jasurbek Khakimov no ataque. Akhmadjan Musaev montou um time interessante para os padrões do futebol do Uzbequistão, a evolução é nítida, mas a goleada por 4 a 0 sofrida contra o Uruguai mostrou que a diferença é grande quando enfrentam países mais desenvolvidos nesse esporte. Ainda assim, conseguiram uma festejada vaga para as oitavas de final, como um dos melhores terceiros colocados. 

Depois que a Austrália migrou para a federação asiática a Nova Zelândia passou a ter cadeira cativa nas competições pelo mundo. Isso só não acontece quando os All Whites dão de ombros para o continental da Oceania. Foi por isso que fomos obrigados a ver o Taiti fazer a alegria dos atacantes reservas de Uruguai, Espanha e Nigéria. Os neozelandeses jogaram de salto alto contra a Nova Caledônia, por isso perderam de 2 a 0 na semifinal. Na final, a zebra foi ainda maior, uma vez que os neocaledônios são melhores que os esforçados jogadores da Polinésia Francesa. Com certeza os conterrâneos de Chritian Karembeu fariam menos feio que o taitianos. O mesmo vale para a Nova Zelândia, que na Copa de 2010 foi eliminada sem perder nenhum jogo, apesar do futebol lá ser semi-profissional, já jogam de igual para igual com países mais profissionais, digamos assim. 

Dos 21 convocados por Chris Milicich, cinco jogam na Inglaterra e nove jogam em times da capital do país,Wellington. Três deles jogam no Phoenix, que disputa a liga australiana. Os outros são do Team Wellington e do Olympic. O maior destaque desse time é disparado Cameron Howieson, com apenas 18 anos, faz parte da seleção principal, disputou o Mundial Sub-17 em 2011 quando tinha acabado de completar 16 anos, disputou os Jogos Olímpicos de Londres em 2012. É esperança de um futuro melhor para o país no futebol. Ao lado de Jake Gleeson, Winston Reid, Marco Rojas, Kosta Barbarouses e Chris Wood ele tem tudo para elevar a Nova Zelândia a outros patamares. Mas no time Sub-20 poucos mostraram algum talento com a bola. 

O time levou de 3 a 0 do Uzbequistão logo de cara, depois tomou de 2 a 0 do Uruguai, não ofereceu o mínimo de resistência a esses dois adversários. Contra o time reserva da Croácia, conseguiu um gol com Louis Fenton, mas ainda assim perdeu por 2 a 1.  Tim Payne, atacante do Blackburn, mostrou alguma qualidade, no mais, resta esperar que surpreendam. Pois não são raros os casos de jogadores fodões na base que no profissional nem chegaram perto do que prometiam. E de jogadores de pouco sucesso na base que se tornaram importantes no futebol profissional. É esperar para ver!



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