terça-feira, 9 de julho de 2013

Mundial Sub-20 - Turquia 2013 - Grupo E


Grupo E 

Inglaterra
Chile
Egito 
Iraque

A Inglaterra tem o campeonato nacional mais forte do futebol mundial, isso ninguém discute. Porém, o excesso de estrangeiros acaba prejudicando muito o desenvolvimento de talentos para a seleção. Mas eles parecem dar de ombro para isso e ainda se julgam maiores que outras seleções muito mais vitoriosas. Chega a ser cômico, para quem não é inglês, o fato deles se acharem tanto mesmo sem conquistar nada relevante.
Essa seleção, que fez uma campanha pífia, conseguiu ficar em último num grupo com Chile, Egito e Iraque. Dos convocados por Peter Taylor, dois jogadores são notáveis talentos revelados por Manchester United e Tottenham Hotspur, Larnell Cole e Harry Kane. 

O baixinho que tem nome de um ídolo recente dos Diabos Vermelhos teve algumas chances no time principal com Alex Ferguson, que hoje não é mais o manager do United. Kane, apesar de ter apenas 19 anos já foi emprestado inúmeras vezes pelos Spurs. Já defendeu Leyton Orient, Millwall, Norwich City e Leicester City, este último chegou a disputar os playoffs da segunda divisão, esteve perto de subir, acabou eliminado pelo Watford, num jogo para cardíaco. O goleirão Sam Johnstone, que é do United, foi bem, não por acaso está em um dos melhores times de seu país. 

Na defesa Jon Flanagan já faz parte do time profissional do Liverpool, onde com certeza tem aprendido muito com bons zagueiros como Daniel Agger e Martin Skrtel. Eric Dier joga no Sporting Clube de Portugal desde os sete anos de idade, ainda no futsal. Passou duas temporadas na base do Everton, mas retornou e vai para sua segunda temporada no time profissional do clube que mais revela talentos no futebol português. Ambidestro, com 1,92 e versatilidade para jogar em várias posições, espera-se que se transforme num grande zagueiro, posição que joga com mais frequência. A dificuldade de achar algum talento é tão grande que os ingleses têm apelado para naturalizações. 

O caso emblemático desse time é Gaël Bigirimana, que nasceu no Burundi, mas optou por defender a Inglaterra, onde viveu maior parte de sua vida. Caso ele mude de ideia no futuro e resolva jogar pela seleção do Burundi, ele pode, uma vez que a Fifa permite que jogadores que tenham defendido uma seleção de base defendam outro país na seleção principal. Um caso específico é o de Kevin-Prince Boateng, que defendeu todas as seleções de base da Alemanha, mas hoje defende a seleção ganesa. 

E não podemos esquecer de Wilfried Zaha, nascido na Costa do Marfim, negou o pedido da federação do país africano de defender seu país natal, preferiu a Inglaterra, onde hoje é um dos destaques da seleção Sub-21. Contratado pelo Manchester United depois de uma ótima temporada pelo Crystal Palace na segundona, as belas atuações do rápido jogador ajudaram The Eagles a retornar para a Premier League. O meia camisa sete dessa seleção é James Ward-Prowse, visto com atenção por ser cria do Southampton, clube que revela bem no futebol inglês. Theo Walcott e Alex Oxlade-Chamberlain são os dois que fazem mais sucesso no momento.

Bem treinado por Mario Salas, o Chile tem um time interessante, inclusive com talentos que já estão em grandes clubes do futebol europeu. É um time técnico, leve e envolvente, joga um futebol agradável aos olhos. Na defesa Igor Lichnovsky tem muita moral, sendo inclusive o capitão da seleção Sub-20. Subiu para a equipe profissional da Universidad de Chile logo após o desmanche daquele time que encantou a América do Sul em 2011. O zagueirão de 1,87 é descendente de eslovenos, por isso o nome pouco comum na América do Sul. Mas é do meio para frente que esse time chama mais atenção, cheio de jogadores rápidos e habilidosos. Entre eles o camisa 10, também cria de La U, Nicolás Maturana. 

Ángelo Henríquez, ascendeu ao time principal de La U junto com Lichnovsky, Valber Huerta, Sebastián Martínez e Maturana. Porém, só bastou uma temporada para que ele chamasse atenção do Manchester United. Hoje ele está emprestado ao Wigan Athletic, que entrou para história como o primeiro time campeão da Copa da Inglaterra a ser rebaixado da Premier League no mesmo ano da conquista. Bryan Rabello já está no Sevilha, da Espanha, há duas temporadas. O hábil meia canhoto Cristian Cuevas acertou com o Chelsea. Christian Bravo está emprestado pela Udinese ao NK Konavljanin Cilipi, da Croácia.

Contudo, o grande craque de La Rojita da América do Sul é Nicolás Castillo, cria da base da Universidad Católica. E ele não decepcionou aqueles que criavam inúmeras expectativas sobre seu futebol. Deixou sua marca em dois, dos três jogos da primeira fase. Brilhou nas oitavas contra a Croácia e na quartas de final fez um golaço, que infelizmente não foi suficiente para eliminar os ganeses. Mas nem tudo está perdido,o mais importante Salas conseguiu, revelar jogadores suficientes para renovar quando for necessário. Castillo, Henríquez e Martinez já fazem parte de La Roja, que deve conseguir a vaga no Mundial do ano que vem no Brasil sem sustos.

O Egito tem um time entrosado, pode-se dizer assim, o Al Ahly cedeu sete jogadores e o Engineering for the Petrolium & Process Industries (ENPPI) lliberou cinco jogadores. Se você imaginar que eles jogam juntos em seus times, facilitou um pouco o trabalho de Rabieh Yassein. No gol o preferido é Mosaad Awad, revelação do Ismaily, mas que hoje está no Al Ahly. Na defesa o maior destaque é Ramy Rabia, jogador cheio de moral na base do Al Ahly, conhecido por fazer bem a função de líbero. Ainda na defesa, Mahmoud Wahid é versátil, tanto que joga como meia sem problemas. No meio o camisa quatro Mahmoud Kahraba mostrou personalidade e qualidade não só na marcação como também nas ações ofensivas. O camisa 10 Saleh Gomaa é um dos remanescentes do Mundial Sub-20 de 2011 e disputou também as Olimpíadas 2012, experiências relevantes. 

O camisa 14 Hossam Ghaly é homônimo daquele que passou por Feyenoord e por Tottenham e acabou de deixar o Al Ahly para reforçar o Lierse, da Bélgica. Ele gosta desse número justamente por ser o preferido do Hossam Ghaly mais famoso. Mahmoud Hassan - carinhosamente apelidado de Trezeguet - é um bom meia, o que desperta curiosidade sobre o motivo do apelido, uma vez que suas características em campo não lembram em nada o hoje centro-avante do River Plate, da Argentina. Ahmed Hassan (que também tem um homônimo mais famoso) foi o matador titular, desbancou o camisa nove Bassam Omar, que também é grandalhão e possui características semelhantes às de Hassan. O camisa 18 ( fez dois gols no Mundial) também é um dos remanescentes do Mundial Sub-20 de 2011, vai para sua terceira temporada no Rio Ave, de Portugal. É o único que joga fora do país. Wahid teve uma passagem pelo futebol albanês, mas rapidinho retornou ao ENPPI. 

Não é todo dia que surge um Mohamed Salah, mas com certeza esses jovens sonham em trilhar um caminho parecido com o do craque do Basel, da Suíça.

Num primeiro momento, analisando simplesmente os nomes de cada seleção, ninguém imaginaria o Iraque entres os classificados para as oitavas. Inglaterra e Chile despontavam como favoritos, com o Egito dificultando. Mas o empate por 2 a 2 com a Inglaterra logo chamou atenção, por mais que o time inglês não seja lá essas coisas, foi um resultado relevante. E a vitória contra os egípcios mostrou que o bom resultado na estreia não foi mera obra do acaso. E o novo triunfo contra o Chile na rodada derradeira garantiu os iraquianos na primeira posição da chave, surpreendendo o mundo do futebol. O boa praça Hakeem Shaker montou um time extremamente organizado e solidário na marcação, dão a vida em cada bola. O simpático treinador é tido com um paizão pelos jogadores. Tanto é que o carregaram depois da vitória na prorrogação contra o Paraguai nas oitavas.

O lateral-esquerdo Ali Adnan Khadim é um dos melhores jogadores do time, tem um forte chute de média, loga distância. Mustafa Nadhim e Dhurgham Ismael são outro que merecem citação. Assim com Ali Faez, o xerifão camisa cinco além de cumprir bem sua função defensiva ainda faz muitos gols. Mahdi Kamil, que apesar de jogar com a nove é meia, ao lado de Saif Salman forma boa dupla. Deixando Ammar Abdul-Hussein mais tranquilo para armar o time, com a ajuda de Mohammed Jabbar-Shwkan, atacante que recua sempre e que tem notável qualidade com a perna esquerda. Mohannad Abdul-Raheem é o encarregado de fazer os gols, o atacante do Duhok FC já faz parte também da seleção principal do país. O fato épico ocorrido nas quartas contra a Coreia do Sul você poderá ler em breve aqui no Bateu é Gol. 

Até onde chega esse time? 

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