domingo, 14 de julho de 2013

Decisão do Terceiro Lugar



Gana x Iraque

As duas seleções escalaram equipes mistas, apesar do desgaste por tantas prorrogações seguidas o Iraque se mostrou bem disposto. Porém, os ganeses possuem muito mais experiência nesse tipo de competição, foram vice em duas oportunidades, 1993 e 2001, e foram campeões em 2009, contra o Brasil. O primeiro lance de perigo foi em favor do time asiático, que veio em velocidade pela direita, a defesa ganesa cometeu sucessivas falhas, apesar do susto conseguiram se safar. Mas foi apenas aos 35' que o zagueiro Joseph Attamah abriu o placar ao subir muito depois da cobrança de escanteio, Hameed saiu mal, mas o mérito do africano foi nítido.Assifuah estava jogando mais aberto pela direita, canhoto, entortava os iraquianos. E foi dele o segundo gol ganês, após grande jogada individual e finalização com o pé direito. 

Gol que lhe rendia a artilharia da competição até então, pois Nico López ainda poderia fazer gols na final contra a França. O Iraque teve uma chance em cobrança de falta frontal cobrada por Ali Faez, Richard Ofori, terceiro goleiro. defendeu sem problemas. Outro canhoto interessante desse time ganês é Acheampong, o camisa sete levava perigo toda hora, numa dessas investidas ele chutou forte cruzado, a defesa cortou mal, a bola já ia entrando no que seria um gol contra, só ainda se recuperaram a tempo e salvaram quase em cima da linha. E foi dele o terceiro gol, após receber um ótimo lançamento em profundidade de Clifford Aboagye, saiu na cara do gol e fuzilou Hameed sem dó. No fim, o terceiro lugar ficou em muito boas mãos! 


Mundial Sub-20 - Turquia 2013 - Final


França x Uruguai


Um dos melhores times da competição, com o melhor ataque, a França tinha o único desfalque de Samuel Umtiti, que foi expulso na semifinal, quem entrou em seu lugar foi o gigante Mouhamadou-Naby Sarr, que tem 1,96. Pelo que o Uruguai mostrou nas quartas e nas semis, o país europeu  era favorito. Mankowski, que é uma figura, tem o time nas mãos. Por outro lado, Vernezi foi medroso, deixou seus principais jogadores no banco para jogar com três volantes. Deixou seu ótimo lateral-direito de fora, escalou seu reserva na zaga e o zagueiro Giménez na lateral. Deixou seu meia criativo no banco, escalou Pais mais pela direita para cuidar dos avanços de Digne, adiantou um pouco Cristoforo, Acevedo fazia a cobertura dos avanços de Laxalt, na frente Avenatti formou o ataque com Nicolás López. Diego Rolán, que vinha sendo o titular no 4-2-3-1, também ficou no banco. Ou seja, não dá para entender um treinador que muda o esquema tático e deixa alguns de seus melhores jogadores no banco para disputar a final.


 No começo do jogo quem assustou primeiro foi o Uruguai. Inseguro, Sarr conseguiu falhar duas vezes na mesma jogada, López se aproveitou e saiu na cara de Aréola, que fez uma defesa sensacional. Os franceses reclamaram de pênalti após a bola bater na mão de Gastón Silva dentro da área. Realmente a bola bate em sua mão, mas ficou claro que não teve a menor intenção. López cobrou escanteio da esquerda, Sarr falhou novamente e Leonardo Pais levou perigo. Na segunda etapa, com Arrascaeta em campo, o Uruguai melhorou um pouco, tanto é que o camisa 10 deixou Avenatti na cara do gol, mas o grandalhão lento e desengonçado se enrolou sozinho e perdeu a raríssima chance. 

A França assustou num belíssimo chute de Veretout para uma defesa ainda mais bela de De Amores. Pouco depois o camisa 17 cobrou escanteio e a defesa uruguaia não conseguiu afastar, após uma ligeira confusão a bola sobrou para Alexy Bosetti que chutou a queima roupa, mas o goleirão uruguaio fez milagre. Na prorrogação pouco aconteceu, a única jogada de perigo foi de Arrascaeta, que partiu com a bola dominada e arriscou de fora da área, mas não pegou bem do jeito que gostaria na bola, que foi no meio do gol facilitando o trabalho do ótimo Aréola. Nas penalidades Pogba foi o encarregado de bater o primeiro penal, o fez com extrema categoria e marra. 

Nervoso, Giménez chegou para efetuar sua cobrança sorrindo, continuou mostrando os dentes depois de bater muito mal, ajudando o competente goleiro francês. Veretout converteu a sua, De Arrascaeta bateu bem, mas dessa vez foi mais mérito do goleiro. O camisa 10 dos Bleus, N'Gando, tinha saído do banco mas fez sua parte e converteu seu penal. Lucas Olaza, reserva de Rodríguez, havia entrado justamente já pensando nos pênaltis, ele mostrou que o treinador estava certo e cobrou bem. Foulquier foi o encarregado de bater o penal que se entrasse daria o título para a França, o que acabou acontecendo. E o time do melhor ataque venceu a melhor defesa. O título inédito foi merecido pelo franceses, que no todo da competição forma melhores que o Uruguai. 


Premiações

Ebenezer Assifuah ficou com a Chuteira de Ouro por terminar como o artilheiro. O 'português' Bruma ficou com a de Prata e Jesé Rodríguez com a de Bronze. Pogba ficou com a Bola de Ouro, foi o melhor jogador, mereceu. Nicolás López ficou com a de Prata e o discreto Clifford Aboagye, camisa 10 ganês ficou com a Bola de Bronze. Passou um pouco despercebido, mas o africano deu algumas assistências e passes incríveis. Guillermo de Amores foi eleito o melhor goleiro, o que talvez tenha sido injusto, porque Aréola pegou demais na semifinal, ao contrário do uruguaio que falhou no gol iraquiano. E na final o goleiro francês pegou dois pênaltis. Quando nós, amantes de futebol esperamos que a Fifa vai evoluir, ela faz esse tipo de cagada. A Espanha, única seleção capaz de derrotar a campeã, ficou com o prêmio Fair Play, por ser a seleção mais disciplinada da competição. E assim foi esse Mundial Sub-20, cheio de surpresas, jogos e viradas incríveis, todos ingredientes que os adeptos desse esporte adoram. Que venha 2015!!!






Mundial Sub-20 - Turquia 2013 - Semifinais


França x Gana
Iraque x Uruguai

Bom, ao saírem as definições das semifinais, teoricamente todos imaginavam que seriam favas contadas. Uruguai e França são times melhores que Iraque e Gana, mas na prática foi bem mais difícil do se pensava antes. A França começou assustando o goleiro Antwi numa jogada em velocidade de Bahebeck. E o jogo se mantinha equilibrado no meio-campo, sem muitas jogadas que merecessem comentários. Até que no fim do primeiro tempo, aos 43', Thauvin recebeu de Foulquier próximo ao campo de defesa, partiu em velocidade, driblou um adversário, tabelou com Pogba, passou entre outros três adversários, driblou o goleiro e fez um puta golaço! No começo da segunda etapa Assifuah recebeu uma bola na entrada da área, ajeitou e bateu de esquerda no ângulo de Aréola, que nada pode fazer.

O goleirão francês descendente de filipinos fez outra boa defesa em bela cobrança de falta de Acheampong. Pouco depois o mesmo bateu escanteio muito bem, o capitão Michael Anaba cabeceou forte e Aréola fez uma defesa espetacular. Os franceses levaram pressão mais souberam controlar os nervos. Até que aos 74" do tempo agregado o inspirado Thauvin recebeu boa bola pelo lado direito, cortou paro o meio e acertou um chute rasteiro difícil de ser defendido. Com a vantagem no placar a França ainda teve Samuel Umtiti expulso numa jogada boba na lateral do campo, agrediu o jogador ganês. Com um a mais os ganeses pressionaram, mas Aréola não estava para brincadeiras, depois de mais duas defesas importantes, garantiu os franceses na final.



Surpresa da competição até aqui, o Iraque mostrou que tem qualidades, dificultou e muito a vida do Uruguai. Os sul-americanos tiveram a primeira chance mais clara, Nico López recebeu lançamento primoroso de Cristoforo, bateu forte e cruzado, mas Mohammed Hameed fez uma defesa importante. Depois o que se viu foi um certo equilíbrio, por mais que a Celeste fosse superior tecnicamente. Aos 34' surgiu uma falta lateral, o ótimo lateral-esquerdo Ali Adnan podia cruzar, mas chutou direto e surpreendeu De Amores que esperava um cruzamento, golaço que mais uma vez provava que os iraquianos não estavam ali por acaso. Na segunda etapa o Uruguai voltou apertando, pressionando muito. Numa boa cobrança de escanteio de Arrascaeta, os uruguaios acertaram o travessão de Hameed.

Apesar de não conseguir criar jogadas claras de gol, os charrúas dentro de sua mística característica lutaram muito. Até que Rolán levantou bola na área, o gigante Avenatti ajeitou de cabeça e Gonzalo Bueno, que havia entrado no lugar do volante Federico Acevedo, fez o gol que garantiu o empate a três minutos do fim. Duro golpe para os iraquianos, mas por tudo o que aconteceu no jogo o empate foi justo. E assim as duas equipes partiram para a prorrogação, que para a seleção asiática já não era uma novidade. Ao contrário do que está escrito na crônica sobre o jogo no site da Fifa, os iraquianos foram melhor. Arriscaram um chute de fora da área depois de roubarem a bola no meio-campo, mas o goleirão uruguaio pegou firme.

E no fim da primeira etapa da prorrogação Ali Faez cruzou na área, Ali Adnan cabeceou e De Amores salvou o Uruguai, se redimindo da bobeira no primeiro gol. Nas penalidades Ali Faez e Gianni Rodríguez perderam suas cobranças. Em seguida Mohammed Shwkan. Ihab Khadim, Ali Adnan, Abdul-Raheem e Mahdi Kamil converteram pelo Iraque. Leonardo Pais, Felipe Avenatti, Gonzalo Bueno, Nicolás López, Diego Rolán, José Giménez e o capitão Gastón Silva converteram pelo Uruguai. E depois de 15 cobranças, Saif Salman chutou para fora e assim o Uruguai se garantiu na final contra a França.

Melhores Momentos

sábado, 13 de julho de 2013

Mundial Sub-20 - Turquia 2013 - Quartas de Final


França x Uzbequistão
Gana x Chile

Iraque x Coreia do Sul
Uruguai x Espanha

Muito mais time, já era esperado que a França passasse fácil pelo Uzbequistão, a diferença entre as duas seleções é gigante. Yaya Sanogo, Paul Pogba, Florian Thauvin e Kurt Zouma marcaram os gols dos franceses. O Uzbequistão bem que tentou, mas não foi capaz de incomodar Le Bleus.

Gana e Chile fizeram um jogo incrível no Türk Telekom Arena, cheio de alternativas e gols. Logo aos 11 minutos os africanos abriram o placar em um golaço de Moses Odjer, que após contra-ataque dominou no peito o cruzamento e acertou um belo chute. Só que o Chile não se abalou tanto, Nicolás Castillo recebeu em velocidade e fez um golaço de fora da área. Não demorou muito, Ángelo Henríquez arriscou um chute rasteiro de longe e acertou o canto direito do goleiro Eric Antwi. La Rojita sul-americana mostrou ser mais time, com mais técnica que o adversário africano.

Mas o futebol é um esporte encantador justamente por isso, nem sempre quem joga melhor ou tem mais qualidade vence. Ebenezer Assifuah empatou o jogo que já se aproximava do fim. Na prorrogação o Chile passou a frente no placar, novamente com Henríquez. Mas os ganeses não se deram por vencidos e logo empataram com Salifu Seidu. E quando os pênaltis pareciam estar próximos, novamente Assifuah fez o gol nos acréscimos da prorrogação, garantindo assim Gana na semifinal. Foi um jogo histórico para aqueles que amam esse esporte.

Se você achou o jogo entre Chile e Gana espetacular, não sabe ainda o que aconteceu no jogo entre Coreia do Sul e Iraque. Ambas seleções já haviam eliminado adversários considerados mais qualificados, Paraguai e Colômbia, no caso. E para aqueles que esperavam um jogo ruim entre as 'zebras', caíram do cavalo. O Iraque abriu o placar aos 21' do primeiro tempo, através de uma cobrança de pênalti bem executada por Ali Faez. Quatro minutos mais tarde Chang-Hoon Kwon empatou, mal deu tempo dos iraquianos comemorarem. No fim da primeira etapa o artilheiro do país do Golfo Pérsico, Farhan Shakor, fez o gol e seu time virou o segundo tempo em vantagem.

Mal começou o a segunda etapa e os coreanos empataram com Gwang-Hoon Lee. E assim o jogo seguiu equilibrado, até que a prorrogação se fez necessária. Nela os dois times arriscaram pouco, se respeitaram muito e assim foram pouco incisivos. Até que Shakor fez o terceiro gol iraquiano aos 118' do tempo agregado, ou seja, há dois minutos do fim da prorrogação. A vaga parecia já nas mãos do Iraque, mas eis que a Coreia do Sul ainda conseguiu o empate! Hyun-Cheol Jung arriscou um chute de longe, a bola desviou na defesa e matou o goleirão Mohammed Hameed, isso nos acréscimos.

E na decisão por pênaltis, os iraquianos levaram a melhor ao venceram por 5 a 4, num jogo emocionante, que entrou para história do país. Torcedores saíram às ruas das principais cidades do país comemorando como se fosse um título de Copa do Mundo. Aos menos um pouco de alegria para esse povo tão sofrido não é ruim. Tem coisas que só o esporte pode proporcionar, principalmente o futebol, o mais popular do planeta.

Espanha e Uruguai prometiam um jogaço, duas seleções de bom toque de bola e vocação ofensiva. Mas infelizmente não foi isso que se viu, dois times lentos e pouco inspirados decepcionaram.  No começo, mesmo jogando mal e estando um pouco disperso Gerard Deulofeu quase fez um gol olímpico. Curiosamente os dois treinadores optaram por povoar mais o meio-campo, jogando sem um atacante mais fixo. Vernezi foi um pouco mais cauteloso que Julen Lopetegui, colocando um volante no lugar do atacante Diego Rolán, que joga aberto pela direita. Pelo lado espanhol Paco Alcácer ficou no banco, ele que apesar de jogar com a nove não é aquele típico centro-avante, pois se movimenta muito.

O treinador espanhol preferiu escalar Suso desde o começo. Apesar de os dois times estarem meio sonolentos, a Espanha teve o domínio do jogo, mais posse de bola, porém, faltou tentar fazer uma jogada mais aguda, um lance mais incisivo. Os principais jogadores, Nico López pelo Uruguai e Jesé Rodríguez pela Espanha, pouco apareceram no jogo.  Laxalt era quem dava mais trabalho bem aberto pela esquerda do ataque uruguaio. Pelo lado espanhol quem estava jogando muito era Óliver Torres, jogador com cara de criança e futebol de gente grande. Mas nada aconteceu e assim o jogo foi para prorrogação. A essa altura Rolán já estava em campo, Vernezi resolveu apostar também em Felipe Avenatti, centro-avante grandalhão.

E numa cobrança de escanteio ele se aproveitou de seus 1,94 e de cabeça abriu o marcador no final do primeiro tempo da prorrogação. Gol que matou o espanhóis, que tentaram uma reação á base do desespero, e tudo o que podia ser feito antes não poderia ser realizado com calma. Posse de bola é muito relativo, uma vez que o que ganha jogo é bola na rede. Talvez esteja na hora dos espanhóis reverem um pouco o Tik Taka, afim de usá-lo mais quando estiverem em vantagem no placar, do contrário, se torna uma prática inútil.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Mundial Sub-20 - Turquia 2013 - Oitavas de Final


França x Turquia
Grécia x Uzbequistão
Portugal e Gana
Croácia x Chile

Iraque x Paraguai
Colômbia x Coreia do Sul
Nigéria x Uruguai
Espanha x México

Contra os donos da casa os franceses eram francos favoritos a passar para as quartas. Por que tem um time mais forte, mais coeso, de longe um dos melhores desse Mundial. E a goleada não deixou dúvidas sobre qual time era melhor. Kondogbia, Bahebeck, Sanogo e Veretout fizeram os gols. Nem o Gaziantep Kamil Ocak lotado foi capaz de intimidar os comandados de Pierre Mankowski. No fim, quando os franceses diminuíram o ímpeto, o atacante do Bayer Leverkusen, Sinan Bakis, diminuiu. 

Por mais que seja interessante o bom trabalho do Uzbequistão nas categorias de base, talvez poucos esperassem que o país asiático fosse passar sem tantas dificuldades. Os uzbeques demonstravam melhor domínio do jogo nos primeiros 20 minutos, tanto é que aos 26' Abbosbek Makhstaliev abriu o marcador. Não demorou muito a Grécia empatou numa cobrança de pênalti, Kostas Stafylidis, o melhor jogador do time, não se acovardou, pegou a bola e balançou o barbante.  E assim viraram para o segundo tempo. Depois de um certo equilíbrio, o Uzbequistão passou a frente com uma cobrança de pênalti bem efetuada por Igor Sergeev. Iskandarov e Kozak levavam perigo com suas investidas, porém, foi o zagueiro Sandor Rakhmanov quem fez o terceiro após mais um penal. E assim deu números finais ao duelo.

Contra os ganeses Portugal tinha um certo favoritismo, jogadores como Bruma e Aladje estavam entre os principais artilheiros até então. A classificação em primeiro num grupo com Coreia do Sul, Nigéria e Cuba pode ter iludido aquele espectador mais desatento.  Aos 19' do primeiro tempo os africanos abriram o marcador com o atacante Kennedy Ashia. Bruma chegava com perigo, sempre com sua característica velocidade, só que Gana soube neutralizar bem ele. Do meio para a parte final do jogo Portugal conseguiu a virada com Tiago Ferreira e Edgar Ié. Quando parecia que os lusitanos encaminhariam a classificação, os ganeses empataram há dez minutos do fim, com Michael Anaba, meia do Asante Kotoko que saiu do banco para fazer um gol dessa magnitude. Quando restavam apenas cinco minutos do tempo regulamentar, Richmond Boakye, que apesar de ser um dos principais jogadores do time estava no banco, aproveitou falha da defesa e do goleiro português e fez o gol que decretou a classificação dos africanos. 

Contra os croatas o Chile demonstrou como é mais time que essa seleção europeia, alguns desses jogadores podem render muitos frutos para La Roja no futuro. Só que o jogo não foi nada fácil como o 2 a 0 pode sugerir. Apesar de dominar o jogo tecnicamente, os chilenos não conseguiam traduzir em gols sua maior qualidade. Tanto é que só a nove minutos do fim do tempo regulamentar que os chilenos empataram. E sempre com o talentoso Nicolás Castillo, atacante de inúmeros recursos técnicos. A Croácia fez pressão, tentou de todas as formas possíveis, mas esbarrava nas próprias deficiências. E quando Jozo Simunovic fez um gol contra aos 86' ndo tempo agregado, jogou por terra o sonho croata. E olha que esse zagueiro tem qualidades, mostrou isso durante o jogo, talvez ele não merecesse o inglório 'autogol'. Mas no geral o Chile é mais time e a vaga ficou em boas mãos. 

Incrível como os jogos do Paraguai são insossos e absurdamente monótonos, sofrem a dor de um parto em busca de uma simples jogadinha criativa. Já o Iraque, após surpreender na primeira fase começou o jogo de forma cautelosa, estudando o adversário. O jogo foi se arrastando, até que chegou a prorrogação. Nela o Iraque acabou se saindo melhor, teve mais coragem, fato que resultou no gol de Farhan Shakor, que saiu do banco. Festa no Antalya Atatürk, com direito a bandeira do sofrido país tremulando e festa com o cômico Hakeem Shaker, que claramente é adorado pelos seus pupilos. 

Campeã Sul-Americana, a Colômbia até então não vinha decepcionando, apesar de não fazer jogos brilhantes conquistou a vaga para as oitavas sem sofrer muito. Até porque tem um time experiente, grande parte dos jogadores que fizeram sucesso no continental conseguiram boas transferências. E a Coreia do Sul se classificou em terceiro, num grupo bem mais difícil que o dos colombianos. Aos 16' a Coreia do Sul abriu o placar, apesar de estarem sendo dominados pelo time sul-americano com muito mais talento. Forte fisicamente - para os padrões asiáticos - e muito bem armada taticamente, a seleção asiática conseguia manter os colombianos longe de sua meta. 

E essa foi a tônica do jogo, pressão sul-americana e show tático asiático. Eis que nos acréscimos do segundo tempo surgiu uma falta próxima ao gol sul-coreano. O goleirão Cristian Bonilla deu um abraço no craque do time, Juan Quintero, mostrando que botava fé nele. E o ótimo meia canhoto acertou uma cobrança perfeita e levou o jogo para a prorrogação. Apesar de limitações técnicas, a Coreia conseguia se segurar sem ser sufocada. E nas inúmeras cobranças de pênalti, os asiáticos acabaram levando a melhor, venceram por 8 a 7 já nas cobranças alternadas. E assim um dos melhores times do Mundial até então, ficou pelo caminho. Futebol é assim, nem sempre o melhor vence.  

Uruguai e Nigéria fizeram um jogo bem interessante, ambas seleções possuem vocação ofensiva. Então isso transformou o jogo numa boa atração para quem estava assistindo. Por mais que o placar tenha sido aberto já na metade do segundo tempo, o jogo vinha sendo disputado de forma franca. Olaitan e Kayode são atacantes que se completam, toda hora chegavam com perigo. Os dois eram muito bem municiados por Abdul Ajagun, que veste a pesada camisa 10 que um dia foi de Jay-Jay Okocha. O Uruguai não deixava por menos, Arrascaeta arriscava seus chutes de longe e distribuía bons passes para Laxalt infernizar bem aberto pela esquerda. Rolán que é o velocista pela direita acabou sendo preterido por Leonardo Pais, Vernezi preferiu congestionar mais o meio-campo para dificultar as ações ofensivas da Nigéria. 

No comando do ataque Nico López jogou muito. Abriu o placar após confusão na área nigeriana, mas logo em seguida num contra-ataque fulminante Michael Olaitan acertou um potente chute, sem chances para De Amores. E tudo isso já com um jogador a menos! Só que no fim do jogo o atrapalhado goleiro Chukwunenye Okani saiu mal do gol, Rolán partiu com o gol aberto e acabou sofrendo pênalti. Eis que Nicolás López pegou a bola, assumindo a responsabilidade de quem é o principal jogador do time. A categórica cobrança com uma prepotente cavadinha mostrou toda a qualidade que o agora jogador da Udinese tem. E assim a Celeste passou para as quartas, aguardando ansiosamente o vencedor de Espanha e México. 

Depois de encantar na primeira fase, se classificar com três vitórias incontestáveis e despontando bons jogadores, a Espanha teve muitas dificuldades contra a boa seleção mexicana, base do time campeão Sub-17 em 2011. O gol de Arturo González logo aos dois minutos de jogo foi um belo balde de água fria. Jesé, Deulofeu e Alcácer não conseguiam sair da boa marcação mexicana, nem as jogadas de Óliver surtiam efeito. E o México esteve próximo de aumentar o placar no mínimo umas três vezes. O goleiro espanhol foi bem, os atacantes aztecas estavam deixando a desejar, enfim, não estava fácil para La Rojita. 

Espericueta e Jesús Corona davam trabalho, já que a Espanha naquele momento já estava atacando desordenadamente e deixava muitos espaços.  Foi numa jogada de bola parada, no rebote de um escanteio e de nova bola alçada na área que o zagueiro do Real Madrid, Derik Osede, empatou. Depois do gol do filho de nigerianos, a Espanha cresceu no jogo. Óliver fazia longos lançamentos primorosos, Jesé investia com suas pedaladas. Com o empate um pouco do peso se esvaiu, assim a insistência acabou premiando a Espanha. Que por mais que tivesse dominado a posse de bola, deixou a desejar, o México esteve perto de matar o jogo. Talvez se tivessem caprichado em algumas finalizações não teriam caído cedo, mesmo que contra um adversário bem qualificado.

As quartas de final nos próximos capítulos...


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Mundial Sub-20 - Turquia 2013 - Grupo F


Grupo F

Uruguai
Croácia
Uzbequistão
Nova Zelândia

Juan Vernezi montou um time interessante, com alguns jogadores que apesar de muito jovens já estão espalhados pela Europa. Seu titular no gol é Guillermo de Amores, que desbancou Jonathan Cubero, com quem sempre trava uma boa disputa. Pela direita Guillermo Varela tem demonstrado que o Manchester United não errou ao contratá-lo, ele que foi formado no Peñarol. José Giménez, foi revelado pelo Danubio, teve uma passagem pelo Atlético de Madrid, mas já retornou ao Uruguai. Ele forma a dupla de zaga com Gastón Silva, lateral-esquerdo de origem, ele tem jogado na quarta zaga, o fato de ser canhoto e conhecer a posição facilita para fazer as coberturas quando Gianni Rodríguez se manda para o ataque. O ofensivo lateral-esquerdo está no Benfica. 

Sebastián Cristoforo e Federico Acevedo são imprescindíveis na contenção, dando liberdade para Giorgian de Arrascaeta, jogador muito bom nas jogadas de bola parada e com um bom chute de longe, até por essas características veste a 10. Bem aberto pela esquerda joga Diego Laxalt, que além de ter um cabelo estiloso possui grande facilidade no drible e tem velocidade, qualidades que chamaram atenção da Internazionale, que o contratou junto ao Defensor Sporting. Pela direita na linha de três do 4-2-3-1 de Vernezi quem joga é Diego Rolán, que apesar de vestir a nove não é um matador nato, se destaca mais pelas jogadas em velocidade. 

Até por isso joga no Bordeaux, também foi formado na base do Defensor Sporting. Clube que revela muitos bons jogadores, mas que infelizmente não consegue mantê-los, perdendo-os cedo para o futebol europeu. Arrascaeta, por exemplo, também é formado lá, não deve ficar no Uruguai por muito tempo, trata-se de um jogador interessante. Não deve ser caro, mas os dirigentes brasileiros são muito fracos para enxergá-lo. No comando do ataque quem joga é Nicolás López, craque do time que pertencia a Roma mas recentemente acertou sua ida para a Udinese, que faz bom trabalho com jovens. Na estreia o titular no comando do ataque foi Felipe Avenatti, grandalhão canhoto de 1,94 revelado pelo River Plate uruguaio, depois de uma curta passagem pelo homônimo argentino, acertou com o Cagliari para a próxima temporada. 

No meio-campo ainda existem duas opções interessantes, uma delas é o camisa cinco Jim Varela, que também já está no Benfica. As Águias estão investindo muito em sul-americanos, mas ainda precisam aprender melhor com o Futebol Clube do Porto. Quando precisa melhorar o toque de bola no meio, Vernezi coloca Leonardo Pais no lugar de Cristoforo ou Acevedo. E para o ataque outras duas opções: Ruben Bentancourt e Gonzalo Bueno. Ruben saiu do Danubio muito cedo, dos 16 para os 17 anos, vai para sua segunda temporada no time principal do PSV, da Holanda.  Gonzalo vem jogando bem pelo Nacional, mostrando muita personalidade para encarar os truculentos zagueiros uruguaios. Ao que tudo indica, muitos desses jogadores podem ajudar Oscar Tabárez na difícil missão de renovar a seleção principal da Celeste.

A Croácia surpreendeu ao conseguir se classificar para esse Mundial Sub-20, não tem um time tão qualificado tecnicamente. Os amantes de futebol sempre olham com atenção para o Leste Europeu, pois sabem que de lá surgiram jogadores muito técnicos, como Davor Suker, Zvonimir Boban, Dragan Stojkovic, Dejan Savicevic, entre muitos outros.  Os principais talentos desse time são os atacantes Marko Livaja e Ante Rebic. Marko saiu cedo da Croácia e foi jogar na Suíça, de lá partiu para o Cesena, passou pela Inter e agora está na Atalanta. Ante joga no Radnički Nogometni Klub, primo pobre de Split. Curiosamente Dinamo Zagreb e Hajduk Split não estão revelando tantos talentos assim, os dois juntos tiveram apenas três jogadores convocados. O que cá entre nós, muito pouco para os dois maiores clubes do país. 

Dinko Jelicic muda muito o time, porém, a equipe não sente tanto. Mostrou ter dúvidas no gol, revezou Oliver Zelenika e Simon Sluga, o segundo joga no Hellas Verona, que acaba de retornar a primeira divisão na Itália.  Na defesa Toni Gorupec, Niko Datkovic, Jozo Simunic e Ivan Aleksic (que também joga como volante) foram os mais utilizados. Dino Peric também teve suas chances, não pode reclamar. No meio Filip Mrzljlak, Hrvoje Milicevic (que nasceu e joga na Bósnia), Dario Canadjia e Marko Pjaca foram os titulares. Com Rebic e Livaja no comando ofensivo, tendo como reservas Kruno Ivancic e Stjpe Perica. Com a classificação bem encaminhada, Jelicic escalou os reservas contra a Nova Zelândia. Sendo assim, deu rodagem para Petar Brlek, Danijel Miskic, Marko Pajak e Miro Kovacic. Bom time, mas sem ninguém que encha os olhos, diferente de um passado recente. 

O Uzbequistão tem feito um trabalho bem interessante na base, o que tem se refletido na evolução do futebol local. A seleção principal esteve perto das duas últimas Copas do Mundo e por pouco não se classificou direto para a próxima. Porém, ainda tem uma remota chance de estar no Brasil, é favorito contra a Jordânia na repescagem asiática, caso passe, deve pegar Uruguai, Venezuela ou Peru. Contra o primeiro dificilmente conseguiria a vaga, mas contra os outros dois dá jogo. A base da seleção Sub-20 vem do Pakhtakor, maior time do país. O Bunyodkor, que hoje é o mais rico, cedeu três jogadores. O Lokomotiv Tashkent tem crescido no cenário do futebol uzbeque e também cedeu três jogadores. Os dois principais times do país estão investindo mais na base do que gastando os tubos em jogadores estrangeiros, o Bunyodkor até tem bufunfa para tal, mas a principal preocupação deles é desenvolver o futebol no país. 

Na Liga dos Campeões da Ásia, a garotada do Pakhtakor não conseguiu fazer frente a Lekkwiya (clube mais rico do Catar, que pertence aos mesmos investidores que compraram o PSG), Al Shabab (dos Emirados Árabes Unidos) e Ettifaq FC, da Arábia Saudita. Os dois primeiros são muito ricos e com capacidade de investimento bem maior. Mas o clube uzbeque dificultou em todos os jogos, o que é um bom alento. Como não poderia ser diferente, o Pakhtakor tem um destaque em cada posição desse time Sub-20. Asilbek Amanov no gol, Maksimilian Fomin na defesa, Vladimir Kazak, Jaloliddin Masharipov, Djamshid Iskandarov e Muhsinjon Ubaydullaev no meio e Igor Sergeev, Abdul Aziz Yuupov e Jasurbek Khakimov no ataque. Akhmadjan Musaev montou um time interessante para os padrões do futebol do Uzbequistão, a evolução é nítida, mas a goleada por 4 a 0 sofrida contra o Uruguai mostrou que a diferença é grande quando enfrentam países mais desenvolvidos nesse esporte. Ainda assim, conseguiram uma festejada vaga para as oitavas de final, como um dos melhores terceiros colocados. 

Depois que a Austrália migrou para a federação asiática a Nova Zelândia passou a ter cadeira cativa nas competições pelo mundo. Isso só não acontece quando os All Whites dão de ombros para o continental da Oceania. Foi por isso que fomos obrigados a ver o Taiti fazer a alegria dos atacantes reservas de Uruguai, Espanha e Nigéria. Os neozelandeses jogaram de salto alto contra a Nova Caledônia, por isso perderam de 2 a 0 na semifinal. Na final, a zebra foi ainda maior, uma vez que os neocaledônios são melhores que os esforçados jogadores da Polinésia Francesa. Com certeza os conterrâneos de Chritian Karembeu fariam menos feio que o taitianos. O mesmo vale para a Nova Zelândia, que na Copa de 2010 foi eliminada sem perder nenhum jogo, apesar do futebol lá ser semi-profissional, já jogam de igual para igual com países mais profissionais, digamos assim. 

Dos 21 convocados por Chris Milicich, cinco jogam na Inglaterra e nove jogam em times da capital do país,Wellington. Três deles jogam no Phoenix, que disputa a liga australiana. Os outros são do Team Wellington e do Olympic. O maior destaque desse time é disparado Cameron Howieson, com apenas 18 anos, faz parte da seleção principal, disputou o Mundial Sub-17 em 2011 quando tinha acabado de completar 16 anos, disputou os Jogos Olímpicos de Londres em 2012. É esperança de um futuro melhor para o país no futebol. Ao lado de Jake Gleeson, Winston Reid, Marco Rojas, Kosta Barbarouses e Chris Wood ele tem tudo para elevar a Nova Zelândia a outros patamares. Mas no time Sub-20 poucos mostraram algum talento com a bola. 

O time levou de 3 a 0 do Uzbequistão logo de cara, depois tomou de 2 a 0 do Uruguai, não ofereceu o mínimo de resistência a esses dois adversários. Contra o time reserva da Croácia, conseguiu um gol com Louis Fenton, mas ainda assim perdeu por 2 a 1.  Tim Payne, atacante do Blackburn, mostrou alguma qualidade, no mais, resta esperar que surpreendam. Pois não são raros os casos de jogadores fodões na base que no profissional nem chegaram perto do que prometiam. E de jogadores de pouco sucesso na base que se tornaram importantes no futebol profissional. É esperar para ver!



terça-feira, 9 de julho de 2013

Mundial Sub-20 - Turquia 2013 - Grupo E


Grupo E 

Inglaterra
Chile
Egito 
Iraque

A Inglaterra tem o campeonato nacional mais forte do futebol mundial, isso ninguém discute. Porém, o excesso de estrangeiros acaba prejudicando muito o desenvolvimento de talentos para a seleção. Mas eles parecem dar de ombro para isso e ainda se julgam maiores que outras seleções muito mais vitoriosas. Chega a ser cômico, para quem não é inglês, o fato deles se acharem tanto mesmo sem conquistar nada relevante.
Essa seleção, que fez uma campanha pífia, conseguiu ficar em último num grupo com Chile, Egito e Iraque. Dos convocados por Peter Taylor, dois jogadores são notáveis talentos revelados por Manchester United e Tottenham Hotspur, Larnell Cole e Harry Kane. 

O baixinho que tem nome de um ídolo recente dos Diabos Vermelhos teve algumas chances no time principal com Alex Ferguson, que hoje não é mais o manager do United. Kane, apesar de ter apenas 19 anos já foi emprestado inúmeras vezes pelos Spurs. Já defendeu Leyton Orient, Millwall, Norwich City e Leicester City, este último chegou a disputar os playoffs da segunda divisão, esteve perto de subir, acabou eliminado pelo Watford, num jogo para cardíaco. O goleirão Sam Johnstone, que é do United, foi bem, não por acaso está em um dos melhores times de seu país. 

Na defesa Jon Flanagan já faz parte do time profissional do Liverpool, onde com certeza tem aprendido muito com bons zagueiros como Daniel Agger e Martin Skrtel. Eric Dier joga no Sporting Clube de Portugal desde os sete anos de idade, ainda no futsal. Passou duas temporadas na base do Everton, mas retornou e vai para sua segunda temporada no time profissional do clube que mais revela talentos no futebol português. Ambidestro, com 1,92 e versatilidade para jogar em várias posições, espera-se que se transforme num grande zagueiro, posição que joga com mais frequência. A dificuldade de achar algum talento é tão grande que os ingleses têm apelado para naturalizações. 

O caso emblemático desse time é Gaël Bigirimana, que nasceu no Burundi, mas optou por defender a Inglaterra, onde viveu maior parte de sua vida. Caso ele mude de ideia no futuro e resolva jogar pela seleção do Burundi, ele pode, uma vez que a Fifa permite que jogadores que tenham defendido uma seleção de base defendam outro país na seleção principal. Um caso específico é o de Kevin-Prince Boateng, que defendeu todas as seleções de base da Alemanha, mas hoje defende a seleção ganesa. 

E não podemos esquecer de Wilfried Zaha, nascido na Costa do Marfim, negou o pedido da federação do país africano de defender seu país natal, preferiu a Inglaterra, onde hoje é um dos destaques da seleção Sub-21. Contratado pelo Manchester United depois de uma ótima temporada pelo Crystal Palace na segundona, as belas atuações do rápido jogador ajudaram The Eagles a retornar para a Premier League. O meia camisa sete dessa seleção é James Ward-Prowse, visto com atenção por ser cria do Southampton, clube que revela bem no futebol inglês. Theo Walcott e Alex Oxlade-Chamberlain são os dois que fazem mais sucesso no momento.

Bem treinado por Mario Salas, o Chile tem um time interessante, inclusive com talentos que já estão em grandes clubes do futebol europeu. É um time técnico, leve e envolvente, joga um futebol agradável aos olhos. Na defesa Igor Lichnovsky tem muita moral, sendo inclusive o capitão da seleção Sub-20. Subiu para a equipe profissional da Universidad de Chile logo após o desmanche daquele time que encantou a América do Sul em 2011. O zagueirão de 1,87 é descendente de eslovenos, por isso o nome pouco comum na América do Sul. Mas é do meio para frente que esse time chama mais atenção, cheio de jogadores rápidos e habilidosos. Entre eles o camisa 10, também cria de La U, Nicolás Maturana. 

Ángelo Henríquez, ascendeu ao time principal de La U junto com Lichnovsky, Valber Huerta, Sebastián Martínez e Maturana. Porém, só bastou uma temporada para que ele chamasse atenção do Manchester United. Hoje ele está emprestado ao Wigan Athletic, que entrou para história como o primeiro time campeão da Copa da Inglaterra a ser rebaixado da Premier League no mesmo ano da conquista. Bryan Rabello já está no Sevilha, da Espanha, há duas temporadas. O hábil meia canhoto Cristian Cuevas acertou com o Chelsea. Christian Bravo está emprestado pela Udinese ao NK Konavljanin Cilipi, da Croácia.

Contudo, o grande craque de La Rojita da América do Sul é Nicolás Castillo, cria da base da Universidad Católica. E ele não decepcionou aqueles que criavam inúmeras expectativas sobre seu futebol. Deixou sua marca em dois, dos três jogos da primeira fase. Brilhou nas oitavas contra a Croácia e na quartas de final fez um golaço, que infelizmente não foi suficiente para eliminar os ganeses. Mas nem tudo está perdido,o mais importante Salas conseguiu, revelar jogadores suficientes para renovar quando for necessário. Castillo, Henríquez e Martinez já fazem parte de La Roja, que deve conseguir a vaga no Mundial do ano que vem no Brasil sem sustos.

O Egito tem um time entrosado, pode-se dizer assim, o Al Ahly cedeu sete jogadores e o Engineering for the Petrolium & Process Industries (ENPPI) lliberou cinco jogadores. Se você imaginar que eles jogam juntos em seus times, facilitou um pouco o trabalho de Rabieh Yassein. No gol o preferido é Mosaad Awad, revelação do Ismaily, mas que hoje está no Al Ahly. Na defesa o maior destaque é Ramy Rabia, jogador cheio de moral na base do Al Ahly, conhecido por fazer bem a função de líbero. Ainda na defesa, Mahmoud Wahid é versátil, tanto que joga como meia sem problemas. No meio o camisa quatro Mahmoud Kahraba mostrou personalidade e qualidade não só na marcação como também nas ações ofensivas. O camisa 10 Saleh Gomaa é um dos remanescentes do Mundial Sub-20 de 2011 e disputou também as Olimpíadas 2012, experiências relevantes. 

O camisa 14 Hossam Ghaly é homônimo daquele que passou por Feyenoord e por Tottenham e acabou de deixar o Al Ahly para reforçar o Lierse, da Bélgica. Ele gosta desse número justamente por ser o preferido do Hossam Ghaly mais famoso. Mahmoud Hassan - carinhosamente apelidado de Trezeguet - é um bom meia, o que desperta curiosidade sobre o motivo do apelido, uma vez que suas características em campo não lembram em nada o hoje centro-avante do River Plate, da Argentina. Ahmed Hassan (que também tem um homônimo mais famoso) foi o matador titular, desbancou o camisa nove Bassam Omar, que também é grandalhão e possui características semelhantes às de Hassan. O camisa 18 ( fez dois gols no Mundial) também é um dos remanescentes do Mundial Sub-20 de 2011, vai para sua terceira temporada no Rio Ave, de Portugal. É o único que joga fora do país. Wahid teve uma passagem pelo futebol albanês, mas rapidinho retornou ao ENPPI. 

Não é todo dia que surge um Mohamed Salah, mas com certeza esses jovens sonham em trilhar um caminho parecido com o do craque do Basel, da Suíça.

Num primeiro momento, analisando simplesmente os nomes de cada seleção, ninguém imaginaria o Iraque entres os classificados para as oitavas. Inglaterra e Chile despontavam como favoritos, com o Egito dificultando. Mas o empate por 2 a 2 com a Inglaterra logo chamou atenção, por mais que o time inglês não seja lá essas coisas, foi um resultado relevante. E a vitória contra os egípcios mostrou que o bom resultado na estreia não foi mera obra do acaso. E o novo triunfo contra o Chile na rodada derradeira garantiu os iraquianos na primeira posição da chave, surpreendendo o mundo do futebol. O boa praça Hakeem Shaker montou um time extremamente organizado e solidário na marcação, dão a vida em cada bola. O simpático treinador é tido com um paizão pelos jogadores. Tanto é que o carregaram depois da vitória na prorrogação contra o Paraguai nas oitavas.

O lateral-esquerdo Ali Adnan Khadim é um dos melhores jogadores do time, tem um forte chute de média, loga distância. Mustafa Nadhim e Dhurgham Ismael são outro que merecem citação. Assim com Ali Faez, o xerifão camisa cinco além de cumprir bem sua função defensiva ainda faz muitos gols. Mahdi Kamil, que apesar de jogar com a nove é meia, ao lado de Saif Salman forma boa dupla. Deixando Ammar Abdul-Hussein mais tranquilo para armar o time, com a ajuda de Mohammed Jabbar-Shwkan, atacante que recua sempre e que tem notável qualidade com a perna esquerda. Mohannad Abdul-Raheem é o encarregado de fazer os gols, o atacante do Duhok FC já faz parte também da seleção principal do país. O fato épico ocorrido nas quartas contra a Coreia do Sul você poderá ler em breve aqui no Bateu é Gol. 

Até onde chega esse time? 

sábado, 6 de julho de 2013

Mundial Sub-20 - Turquia 2013 - Grupo D



Grupo D

Grécia
México
Paraguai
Mali

Kostas Tsanas convocou jogadores que se destacam mais pela imposição física do que pela qualidade técnica, jogam com muita disciplina tática, com uma defesa forte, busca nos contra-ataques surpreender os adversários. Nos três jogos da primeira fase foram uma vitória e dois empates, Tsanas mudou muito o time mas deu para perceber uma base. No gol Stefanos Kapino é incontestável, na seleção desde o Sub-17, o gigante de 1,96 atua num dos maiores times do país, o Panathinaikos. Os gregos têm muitas expectativas de que ele seja um goleiro para não preocupar a seleção principal por anos. A defesa é formada por Mavroudis Bougaidis e Kostas Triantafyllopoulos, na direita Dimitrius Kourbelis e Nikos Marinakos se revezam de uma partida para outra. Na esquerda o titular absoluto é o ótimo lateral-esquerdo Kostas Stafylidis, único desse time que já atua fora do país, joga no Bayer Leverkusen, da Alemanha.

Charalampos Lykogiannis, o popular Charis, é boa cria da base do Olympiacos, tem uma certa qualidade técnica para um zagueiro. Dmitrio Konstantinidis e Panagiotis Mpallas são os dois encarregados do serviço sujo no meio-campo, o primeiro, inclusive, é zagueiro de origem. Com a 10, jogando mais centralizado, Dimitrios Kolovos é referência técnica do time. Pelos lados Giannis Gianniotas e Dimitrios Diamantakos (que é centro-avante de origem) se desdobram e se revezam, trocando os lados constantemente. Mais a frente Andreas Bouchalakis é o matador. Quando o camisa oito Spyridon Fourlanos entra, o time varia para o 4-2-2-2 ou até mesmo para um 4-1-4-1. Contra o México esse 4-2-3-1 com variações que confundem o adversário deu certo, Bouchalakis e Kolovos no finalzinho, deram a vitória para os gregos.

O México vem com a base campeã Sub-17 em 2011, quando o país sediou a competição, a final contra o Uruguai foi empolgante. Ainda que tenha mudado alguns jogadores, o time titular conta com os principais atletas da categoria anterior, mostrando que o trabalho tem sido bem feito, uma vez que a maioria segue na luta para conseguir um lugar ao sol no futebol profissional. Alguns dos convocados já tiveram experiência no futebol americano, Julio Morales joga na filial do Chivas na MLS. O treinador Sergio Almaguer escala o time no esquema da moda, o 4-2-3-1. No gol o titular absoluto é Richard Sánchez, que nasceu nos Estados Unidos. José Abella, Antonio Briseño, Bernardo Hernández e Hedgardo Marín,  formam a linha de quatro defensiva.

 Carlos Treviño e Uvaldo Luna não são jogadores especificamente de marcação, dava para notar um certa dificuldade. Talvez por isso, Almaguer tenha escalado José Van Rankin (descendente de holandeses) e Armando Zamorano, o que não impediu a segunda derrota no Mundial. Os três meias são Jorge Espericueta, canhoto que joga aberto pela direita, apesar de jogar com a nove, Marco Bueno é quem atua centralizado e pela direita quem joga é Arturo González. Na frente Jesús Corona, apesar de baixinho, dá trabalho mesmo não tenho características de centro-avante. Até por isso, Jesús Escoboza foi titular e entrou em todas as partidas, nesse caso quem paga o pato é González, Corona é recuado e faz o lado direito. Guillermo Madrigal é quem possui as características de centro-avante rompedor, mas teve poucas chances.

Víctor Genes escala o Paraguai com três zagueiros, até para aproveitar a fartura de bons zagueiros de que dispõe. Júnior Alonso, Gustavo Gómez e Matías Pérez formam esse trio. No gol o promissor Diego Morel não deixa chances aos concorrentes. Miller Marecos é o ala pela direita, Robert Pires e Angel Cardozo se preocupam mais com a marcação, uma vez que Tonny Sanabria, de apenas 17 anos, tem liberdade para atuar pela esquerda, o jogador do Barcelona vai bem em jogadas de velocidade, cortando para o meio no melhor estilo Neymar. Jorge Rojas, meia do Benfica, é o jogador mais criativo, responsável por municiar bem os atacantes Derlis González e Brian Montenegro. Ambos não são intocáveis, o troncudo Cláudio Correa - que assim como González também pertence ao Benfica - Cecílio Domínguez e Juan Villamayor entram com frequência.

A classificação para a segunda fase poderia ser considerada um alento para o futebol paraguaio, que vai mal das pernas nas Eliminatórias para a Copa de 2014. Só que a derrota para o Iraque na prorrogação das oitavas foi um balde de água fria. Ao menos no âmbito de clubes o Paraguai está perto de mais uma final continental. O Olimpia fez 2 a 0 no jogo de ida das semifinais e provavelmente deve conseguir a vaga na decisão para continuar em busca do seu quarto título da Libertadores. Genes e todos os amantes de futebol no Paraguai querem é que os prodígios do Benfica e o talento do Barcelona prosperem. E essa obsessão do Benfica por paraguaios tem muito a ver com o sucesso de Óscar Cardozo, que é cobiçado por times como o Manchester City, por exemplo.

A seleção do Mali já não vinha mesmo com grandes aspirações para esse Mundial Sub-20. Tanto a seleção principal como a de base despertam curiosidade daqueles que gostam de um futebol ofensivo. Muito porque o estilo nato dessa seleção jogar é atraente. Dos 21 convocados por Moussa Keitá, cinco jogam fora do país. Três na França, um na República Democrática do Congo (TP Mazembe) e um na Albânia. Tiécoro Keitá e Adama Niané são os mais comentados dessa seleção. Niané não afinou e deixou sua marca no empate contra o Paraguai. Porém, a goleada de 4 a 1 sofrida contra o México acabou de vez com as chances de classificação como um dos quatro melhores terceiros colocados no índice técnico. Experiência boa para esses jogadores, alguns terão idade para disputar o próximo Mundial, daqui há dois anos.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Mundial Sub-20 - Turquia 2013 - Grupo C


 

Grupo C

Colômbia
Turquia
El Salvador
Austrália

Embalada pelo título Sul-Americano, a Colômbia chegou com moral ao Mundial Sub-20. Carlos Restrepo dispõe de muitos jogadores qualificados, destaque maior para o camisa 10, Juan Quintero joga muito, mas muito mesmo. O habilidoso canhoto joga no Pescara, da Itália, que apesar de rebaixado conseguiu mantê-lo, pelo que tem jogado, não fica lá por muito tempo.  Jherson Vergara, zagueiro de origem, tem jogado de lateral-direito, sua boa estatura e versatilidade chamaram atenção do Milan, que o contratou junto ao Universitário de Popayán.

Deiby Balanta e Felipe Aguilar fazem a dupla de zaga e pela esquerda Andrés Correa comanda. No 4-2-3-1 de Restrepo, José Leudo e Sebastián Pérez são os dois responsáveis pela marcação, mas o segundo tem mais qualidade técnica. Formando a linha de três, Cristian Palomeque pela direita, Quintero centralizado e André Rentería pela esquerda, na frente o grandalhão Jhon Córdoba. No fim dos jogos Brayan Perea sempre entra no lugar de Córdoba, gigante por gigante. Leudo joga na Argentina (Estudiantes), Córdoba (Dorados) e Rentería (Santos) no México e Perea na Itália (Lazio). O zagueiro reserva Yair Ibargüen joga no Olimpa, do Paraguai, que está próximo da final da Libertadores da América. Com certeza, a Colômbia é um dos melhores times desse Mundial.

Jogando em casa, a Turquia transformou todo o entusiasmo em gols, azar de El Salvador que levou de 3 a 0. O maior destaque desse time é Kerim Frei, filho de pai marroquino e mãe turca, nasceu na Áustria mas cresceu na Suíça, onde defendeu o Grasshoppers. Ainda muito novo foi para o Fulham, da Inglaterra, depois de ajudar o Cardiff City, do País de Gales, a subir para a Premier League, retornou do empréstimo e nesse ano deve ser mais aproveitado no time principal dos Cottagers. No gol o titular é Aykut Özer, nascido na Alemanha, optou pela Turquia. Muitos turcos migraram para a Alemanha em busca de melhores condições de vida.

Não é incomum os dois países brigarem por jogadores. Os irmãos gêmeos Hamit e Halil Altintop nasceram em Gelsenkirchen, na Alemanha, mas ambos resolveram defender o país de seus pais, a Turquia. Nuri Sahin seguiu o mesmo exemplo. A seleção alemã que chegou até as semifinais do último Mundial Sub-17 tinha nada mais nada menos do que oito jogadores com sangue turco na veia. Destaque para Samed Yesil, que foi o vice-artilheiro da competição. Com o passar dos anos continuou a mitar nas categorias de base, feito que o levou ao Liverpool.

Mas voltando ao ponto, Ilkay Durmus, Alpaslan Öztürk, Ethem Pülgir e Ahmet Çalik formam a linha de quatro defensiva. No meio Salih Uçan (que tem uma cabeleira no melhor estilo Marouane Fellaini), Fatih Turam, Kerim Frei e Hakan Çalhanoğlu (nascido na Alemanha) são os encarregados. O ataque é formado por Enver Şahin e Ibrahim Yilmaz, que jogam juntos no Istanbul BB. O treinador Feyyaz Ucar gosta de promover a entrada de Artun Akçakin para modificar um pouco a parte ofensiva. Os meias Taşkın Çalıs e Okay Yokuşlu muitas vezes são titulares, quando não são, ao menos entram durante os jogos. Apesar de jogar em casa, o time turco não demonstrou potencial para ir muito longe, ainda deu o azar de pegar a França nas oitavas.

El Salvador também pode comemorar o fato de estar nesse Mundial Sub-20, se ainda não possuem um futebol capaz de assustar os adversários da Concacaf, ao menos mostrou alguma evolução com seus garotos. Os salvadorenhos foram eliminados na segunda fase de grupos das Eliminatórias para a próxima Copa do Mundo. Dos convocados por Mauricio Alfaro, muitos jogam nos Estados Unidos. Um joga na Dinamarca, e outro na Suíça. Marvin Baumgartner, aliás, nasceu na Suíça, joga no FC Zürich desde o Sub-14 e por algum motivo escolheu defender um país que nem conhece bem. Mikey Orellana é o jogador mais comentado dessa seleção, joga no Brondby. Para eles, essa experiência na Turquia é mais que válida.

O futebol australiano evoluiu muito, isso é inegável, fizeram a interessante mudança da OFC (Oceania) para a AFC (Ásia) pensando em desenvolver melhor seu futebol enfrentando adversários mais qualificados. Cá entre nós, viver ganhando de 27 a 0 de Samoa Americana e de 32 a 0 de Tonga não significava nada. Só que essa seleção Sub-20 decepcionou, e muito! Perder dos donos da casa pode ser considerado normal, o empate na estreia contra a ótima Colômbia foi promissor, mas a derrota para El Salvador jogou a credibilidade do time no lixo. Não mereceu mesmo mais do que a lanterna. Entretanto, alguns dos comandados de Paul Okon se safaram das críticas.

E são os que já atuam fora do país, o zagueiro Curtis Good, do Newcastle, Jackson Irvine, do Celtic, Ryan Williams, do Fulham, Ryan Edwards, do Reading, Jamie Mclaren, do Blackburn. Nem todos foram titulares, os que não eram entravam no segundo tempo. Bem trabalhados, Anthony Bouzanis, Joshua Brillante, Danny de Silva (descendente de portugueses) e Connor Pain podem render bons frutos no futuro. O atacante Corey Gameiro, que assim como seu xará francês também possui sangue português, pertenceu ao Fulham por muitos anos, depois de sucessivos empréstimos acabou fechando com o Wellington Phoenix, time da capital da Nova Zelândia, mas que disputa a liga australiana. Alguma lição deve ser tirada dessa pífia campanha!

Mundial Sub-20 - Turquia 2013 - Grupo B



Grupo B

Portugal
Nigéria
Coreia do Sul
Cuba

Os lusitanos fizeram boa campanha na primeira fase, muito pelo sangue africano que há nesse time.
São cinco jogadores nascidos em Guiné-Bissau, um dos países lusófanos da África, dois deles jogam na base do Barcelona, o meia Agostinho Cá e o lateral-direito Edgar Ié. Além deles, o reserva de Ié, Tomás Dabó e a dupla de ataque titular Bruma e Alberto Aladje vieram acrescentar com seu talento. Armindo Tué Na Bangna, o popular Bruma, é o artilheiro da competição até aqui e desperta cobiça de gigantes europeus. Cria do Sporting, um dos times que mais revelam em Portugal, o velocista atacante leva os zagueiros a loucura.  Aladje é um atacante de mais presença na área, com seus 1,87, o jogador canhoto tem se mostrado uma boa opção. Os portugueses esperam muito de António José Carvalho, mais conhecido como Tozé, o meia do Porto tem muita pompa.

Assim como os ganeses, os nigerianos fizeram uma seleção mais caseira, uma vez que existem inúmeros jovens do país espalhados pelo futebol europeu, principalmente na Escandinávia. Dos convocados apenas três jogam fora do país. São eles: o goleiro John Felagha, o meia Edafe Egbede e o atacante Michael Olaitan. Mas os principais talentos ainda jogam na Nigéria, o camisa dez Abdul Ajagun (Dolphins FC) e o atacante Olarenwaju Kayode (Heartland FC), que veste a nove. O treinador John Obuh montou um time bem jovem, mesmo para os padrões da categoria Sub-20, ao menos quatro jogadores poderiam estar na seleção Sub-17, para ganharem mais experiência. O lateral-direito Onyinye Ndidi, por exemplo, tem apenas 16 anos.

O time sul-coreano é forte fisicamente, consegue se impor contra adversários mais técnicos. A aplicação desse time de Kwang-Jong Lee é impressionante, ainda que falte técnica, o futebol do país segue em uma boa evolução.  Dos 22 jogadores convocados, apenas oito jogam profissionalmente, a maioria ainda joga pelas universidades espalhadas pelo país. Dois deles jogam no Japão, o lateral Yoon-Goo Kang e o meia Sung-So Na. O goleiro titular, Chang-Geun Lee, tem na bagagem uma participação no Mundial Sub-17 de 2009, hoje com 19, já tem uma carreira movimentada. Yong-Hwan Kim, Joo-Hoo Sang, , Je-Min Yeon e Sang-Min Shim  formam a defesa. Sun-Woo Kim, Chang-Min Lee, Chan-Hoon Kwon e Sang-Woo Kang são os habituais titulares no meio. Na frente Suk-Jae Jo e o grandalhão Hyun Kim formam o ataque. Vez ou outra Kwang-Jong prefere escalar o camisa sete Seung-Woo Ryu, jogador veloz e de muita mobilidade, quando entra desde o início é no lugar de Hyun.

Para os cubanos estar no Mundial Sub-20 já é uma mostra de evolução desse esporte no país comunista. Até que começaram bem na estreia, viraram o primeiro tempo vencendo os sul-coreanos por 1 a 0, criaram muitas dificuldades para os asiáticos, que conseguiram virar a sete minutos do fim. Dos convocados por Raúl González, alguns já defendem a seleção principal, que não conseguiu bom desempenho na segunda fase de grupos das Eliminatórias da Concacaf, também pudera, contra Canadá, Honduras e Panamá a missão seria mesmo inglória. Destaque para o goleiro Sandy Sánchez, o zagueiro Adrian Diz, o meia Daniel Luis e o atacante Maykel Reyes.

Mundial Sub-20 - Turquia 2013 - Grupo A


Está em andamento o Mundial Sub-20, o torneio, esse ano sediado na Turquia, está sem duas das principais seleções do mundo, Brasil e Argentina, por demérito de ambas, que foram patéticas no Sul-Americano da categoria. As 24 seleções foram divididas em seis grupos de oito cada, sendo que os dois primeiros colocados se classificam para as oitavas, juntamente com os quatro melhores terceiros no índice técnico.

Vamos aos grupos:

Grupo A

Espanha
França
Gana
Estados Unidos

La Rojita mostrou que a Espanha não dominou o futebol Mundial nos últimos cinco anos por acaso. A seleção Sub-21 mostrou sua força e conquistou o Europeu da categoria com sobras. Já a Sub-20, ganhou os três primeiros jogos do atual Mundial e se classificou tranquila. Os destaques desse time são principalmente ofensivos. Paco Alcácer, Jesé Rodríguez e Gerard Deulofeu formam um bom trio, bem municiado por Suso, Denis Suárez e principalmente Óliver, principal jogador do time e comparado a Andrés Iniesta. Juan Bernat e José Campaña merecem uma menção, assim como o zagueiro, filho de nigerianos, Derik Osede.

Le Bleus estão com um time forte, tanto fisicamente como tecnicamente, junção importante para o futebol moderno. Charles Kondogbia, Paul Pogba, Jean Christophe-Bahebeck e Yaya Sanogo formam um quarteto interessante. Pogba já é uma realidade na Juventus e defendeu a seleção principal sem sustos. Bahebeck é cria do PSG, mas com a grana e os altos investimentos dos catarianos acabou perdendo espaço no time de Paris.  A dupla de zaga também é boa, Kurt Zouma e Samuel Umtiti (que no Lyon se destaca como lateral esquerdo) se completam, a ponto de desbancar o gigante Mouhamadou-Naby Sarr, que tem 1,96. Lucas Digne tem se mostrado um ótimo lateral-esquerdo, insinuante, parte pra cima e leva perigo com bons dribles. Alex N'Gando e Jordan Veretout são outros bons nomes desse time.

Os ganeses apostaram numa seleção majoritariamente caseira, com jogadores muito franzinos e diferentes do que habitualmente se vê. A começar pelos três goleiros, muito baixos para os padrões do futebol atual. Os maiores destaques, ou mais conhecidos são o meia Alfred Duncan e o atacante Richmond Boakye. Duncan jogou a temporada passada emprestado pela Internazionale ao Livorno, para a próxima que se inicia em agosto, acabou sendo negociado em definitivo. Boakye já está na Itália há seis anos, trata-se de um típico centro-avante, um dos poucos que fogem dos padrões da seleção montada por Sellas Tetteh. No entanto, quem tem se destacado mais é Ebenezer Assifuah, atacante do Liberty Professionals, de Gana.

Tab Ramos, aquele mesmo que levou uma cotovelada de Leonardo na Copa de 1994, hoje é treinador da seleção Sub-20 americana. Montou um time em sua grande maioria formado por latinos, são poucos americanos genuínos, digamos assim. Inclusive, muitos atletas desse time jogam no futebol mexicano, mas ao contrário do isso possa sugerir, não significa que o conjunto tenha mais qualidade. A última colocação no grupo evidencia isso. Sem brilhar coletivamente, nenhum jogador se destacou individualmente a ponto de merecer uma menção honrosa. Futuro preocupante, poucos dessa geração serão aproveitados no futuro.