quinta-feira, 30 de maio de 2013

Futebol Asiático


Em meio a recente final da UEFA Champions League, o início do Campeonato Brasileiro e o fim da temporada regular na maioria dos países europeus. O Bateu é Gol traz um pouco do que tem acontecido no ascendente futebol asiático. Mais precisamente na sua organizada Champions League. O mercado da bola já começa aquecer, algumas mudanças podem acontecer e a pausa para a Copa das Confederações pode ser benéfica para uns e nem tanto para outros.

A edição 2013 começou no dia 9 de fevereiro, quando aconteceu a 1º Pré-Eliminatória. Três vagas foram decididas em três jogos só de ida. O Saba Qom FC, do Irã, ficou no 1 a 1 com o Al-Shabab, dos Emirados Árabes Unidos. Nas penalidades o time árabe levou a melhor, 5 a 3. Lá jogam três brasileiros, o folclórico Ciel, aquele mesmo que mitava com a camisa do Ceará, conhecido por curtir uma boa manguaça, os torcedores do Fluminense devem lembrar bem. 

Edgar Silva, grandalhão revelado pelo Joinville e que não deixou saudades no São Paulo e no Vasco. Depois de rodar por vários clubes portugueses, acabou no Al-Shabab. O meia Luiz Henrique é o menos conhecido deles, revelado pelo Bará, de Boa Vista - RR, passou pelo Nacional - AM, São Caetano e Palmeiras. Depois de seis anos no futebol da Coreia do Sul, foi um dos reforços que chegaram nessa temporada. 

A comunicação pode ser facilitada porque o treinador também é brasileiro, Marcos Paquetá tem larga experiência não só no futebol do Oriente Médio, como também na África Árabe, apesar de todos os problemas ocorridos na Líbia, treinou a seleção do país por três anos. O Saba, só contou com um estrangeiro nesse jogo, o camaronês David Wirikom. O Atlético Mineiro iraniano (pelas cores e faixas verticais na camisa) não tem muitos títulos, pode ser considerado um time médio no Irã. Como dizem, caiu de pé. 

Outro jogo envolveu o Al-Nasr, dos Emirados Árabes Unidos e o Lokomotiv Tashkent, do Uzbequistão. O clube árabe investiu muito dinheiro, trouxe o italiano Giuseppe Mascara  e o japonês Takayuki Morimoto, os dois já se conhecem bem da época em que jogavam juntos no Catania. Mascara, inclusive, era ídolo do time e fazia muitos gols. Tanto que esses gols lhe renderam uma transferência para o Napoli, onde até não decepcionou. A grana alta dos Sheiks e os 34 anos nas costas fizeram ele topar essa aventura no deserto. 

Morimoto tem apenas 25 anos, disputou o Mundial Sub-20 de 2005, as Olimpíadas 2008 e a Copa do Mundo 2010 com a seleção japonesa. Se não é um daqueles jogadores de encher os olhos tecnicamente, é batalhador, luta e faz gol de tudo que é jeito, o típico centroavante trombador. E os investimentos do Al-Nasr não se resumem aos jogadores. Contrataram Walter Zenga para ser o treinador e Sven-Göran Eriksson para ser o coordenador técnico. Zenga conhece bem os jogadores citados acima, treinou-os no Catania. 

E o 'maestro' do time é nada mais nada menos do que Léo Lima, aquele mesmo revelado pelo Vasco e jogou em muitos outros grandes times do futebol brasileiro e mundial. Entretanto, Léo tem a ajuda do camisa 10, Habib Al Fardan, jogador que disputou o Mundial Sub-20 e as Olimpíadas 2012 com a seleção dos Emirados Árabes Unidos. Outro brasileiro do elenco é Bruno Correa, que teve uma carreira pitoresca. Jogou no Santos, de Guápiles, na Costa Rica, no Incheon United, da Coreia do Sul, no Banants Yerevan, da Armênia, no Sepahan, do Irã e chegou nessa temporada para reforçar o time da onda azul.

Que perdeu um de seus principais jogadores, o iraquiano Nashat Akram, que aos 28 anos optou por retornar ao seu país, exatamente para o clube que o revelou, o Al-Shortah, de Bagdá. Mas para reforçar a pegada no meio campo chegou o marroquino Hamid Boujar, volante daqueles bem amigáveis, estilo Felipe Melo. Bruno, o centroavante citado acima, veio mesmo para o lugar do togolês Asmiou Ayewa, que rumou para o futebol alemão, são características bem parecidas.

O terceiro e último jogo dessa fase aconteceu entre Buriram United, da Tailândia e Brisbane Roar, da Austrália. 0 a 0 no tempo normal, 3 a 0 para o time tailandês nos penais. E essa não seria a única vez que o Burimam surpreenderia nessa competição, vocês saberão nas cenas dos próximos capítulos. Já o Brisbane, até que conseguiu jogadores interessantes, mas no todo o time não foi capaz de superar o time tailandês. A equipe australiana, treinada pelo croata Rado Vidosic e pelo inglês Mike Mulvey, tem como assistente técnico o escocês Ken Stead e o treinador de goleiros é o angolano Fernando Alves. 

Matthew Smith (inglês) é o estrangeiro da defesa, uma vez que o time perdeu o japonês Yuji Takahashi, que retornou do empréstimo do Kyoto Sanga. O nome mais conhecido da retaguarda é Jade North, convocado inúmeras vezes para a seleção australiana. No meio um dos destaques é Steven Lustica, que apesar de ser australiano optou pela nacionalidade croata. Na Austrália é até comum isso, dá até briga entre as federações dos dois países. Muitos sérvios, croatas e bósnios migraram para a Escandinávia, para Alemanha, Suíça e para a Oceania fugindo das intermináveis guerras que esfacelaram a antiga Iugoslávia.

Outro bom nome no meio é o alemão Thomas Broich, que apesar de ser grandalhão, tem qualidade com a pelota dominada. No ataque tem bons nomes, o kosovar Besart Berisha, que tem nacionalidade albanesa porque o Kosovo ainda não é oficialmente considerado um país. O brasileiro Henrique, baixinho veloz que já está há seis anos no clube e o holandês Stefan Nijland. Emprestado pelo PSV, Stef, que é cria do Groningen FC, apareceu bem com a camisa do clube verde e branco na temporada 2007/2008 na Holanda. Mas no time de Eindhoven, não conseguiu se firmar, depois de empréstimos ao Willem II e ao NEC, acabou mais uma vez emprestado, mas desta vez foi parar no futebol australiano. 

Outro bom nome no Brisbane é o jovem sul-coreano Do Dong-Hyun, que tem apenas 19 anos e costuma jogar bem aberto pelos flancos. E dois jogadores de sangue africano, ambos com 18 anos foram incorporados ao elenco para sequência da temporada. São eles o meia Kwame Yeboah, que nasceu na Austrália mas claramente descende de ganeses e o atacante Julius Davies. Nascido em Monrávia, capital da Libéria, Davies optou pela nacionalidade de Serra Leoa e tem passaporte australiano. Os motivos e toda a história por traz não sabemos, mas que o futebol tem muitos fatos interessantes, tem! 

No próximo post falaremos sobre a fase de grupos, vocês saberão como esses times que conquistaram as três vaguinhas se saíram. Com certeza estórias e histórias boas serão contadas. Até lá!


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