quinta-feira, 31 de maio de 2012

Alemanha




Após todas as atrocidades ocorridas no nebuloso passado alemão, só em 2006 as bandeiras germânicas puderam tremular com orgulho. Foi emocionante poder ver o público extasiado reverenciando sua seleção, que se não foi campeã lutou bravamente e mereceu aplausos. A derrota para os italianos no Westfalenstadiun (atual Signal Iduna Park) durante a prorrogação foi como um murro no meio da cara. Mas com o gol de Fabio Grosso não restava outra alternativa a não ser atacar e tentar o empate que levaria a decisão para os pênaltis. Mas na tentativa desesperada a defesa se desguarneceu e Alessandro Del Piero matou de vez o time da casa. Mas o que se viu na Arena do Borussia Dortmund foi inesquecível e marcou aquela já saudosa Copa.

Aquele time tinha muitos jogadores com origens nada alemãs, o que mostra que a mentalidade por lá mudou um pouco. O ataque titular era formado por dois poloneses, no meio um descendente de polacos que era o Borowski, na ocasião. No banco um jogador ganês e outro com origens no país africano, além de um suíço rápido, já em fase decadente na carreira. Gerald Asamoah, David Odonkor e Oliver Neuville foram importantes quando entraram nas partidas daquele mundial. O assunto aqui era para ser a Euro 2012 não? Mas há muita história que merece ser contada com calma, para aqueles leitores que gostam de se inteirar de detalhes que passam longe do gramado.

Quatro anos mais tarde a miscigenação no país ficou ainda mais evidente. Dennis Aogo, filho de nigerianos na lateral esquerda, Serdar Tasci, de origem turca no miolo da zaga, Jérôme Boateng, nascido em Berlim, mas com descendência ganesa, assim como seu irmão, que optou por defender a seleção de Gana na Copa da África do Sul por se ver sem espaço na seleção alemã. Kevin-Prince Boateng, que jogou por todas as seleções de base da Alemanha, só quis participar do glamour da maior competição do mundo do futebol. Não quis jogar a Copa Africana de Nações em 2012, tem comportamento egocêntrico e empáfia. No meio campo, Sami Khedira é filho de tunisianos, Piotr Trochowski nasceu na Polônia, Mesut Philippe Özil é filho e turcos, Marko Marin nasceu na Bósnia, fugindo da guerra, cresceu no país germânico.

E para finalizar, dois atacantes com sangue latino, o nosso queridíssimo brasileiro de Santo André, Claudemir Jerônimo Barreto, mais conhecido como Cacau. E o alemão de nascimento, mas com o sangue quente espanhol que atende pelo nome de Mário Gómez. Toda essa mistura de estilos, maneiras diferentes de jogar esse esporte, fez com que a Alemanha jogasse o futebol mais agradável de ver na Copa de 2010. E agora, para essa Euro que se aproxima, e com a evolução demonstrada de lá pra cá, os alemães são um dos maiores favoritos a conquistar seu quarto título europeu. Como ocorreu em 1972, 1980 e 1996, sem contar três vices em 1976, 1992 e 2008, e ainda um terceiro lugar em 1988. Tudo isso prova que os alemães chegam com tudo, se não levam o título incomodam bastante.

Falando em Turquia e Alemanha, os dois países travam duelos por jogadores, pois existem muitos turcos vivendo no país. Alguns casos emblemáticos são dos irmãos gêmeos Halil e Hamit Altintop, que apesar de terem nascido em Gelsenkirchen, na Alemanha, optaram por defender a seleção da Turquia. Assim como Nuri Sahin, este sim bastante disputado entre as federações dos dois países. Sahin nasceu em Lüdenscheid, cresceu nas categorias de base do Borussia Dortmund, desde cedo chamava atenção. Após um empréstimo ao Feyenoord, da Holanda, voltou mais maduro e tornou-se um dos destaques do clube. Que após anos no ostracismo retornou aos tempos de glória e conquistou o campeonato alemão. Foi aí que Sahin tomou uma das piores decisões da carreira, que foi se transferir para o Real Madrid e ficar esquecido. No time alemão com certeza teria o protagonismo e os elogios tão comuns pela sua habilidade na perna esquerda.

Para essa Euro 2012 a Alemanha vai poder contar com duas joias genuinamente alemãs, Marco Reus e Mario Götze são jogadores que fogem das características comuns dos atletas daquele país. Sabem driblar muito bem, visão de jogo apurada e qualidade técnica que impressiona. Muitos ao ler este texto vão se lembrar do baile que a seleção brasileira levou de uma seleção que "joga algo que é igual ao futebol, parece futebol, mas não é", como alguns entendidos globais diriam! E não podemos deixar de citar as novidades que agora fazem parte do elenco além dos já citados. Marcel Schmelzer que se firmou na lateral esquerda do bi-campeão Borussia Dortmund. 

Benedikt Höwedes que se firmou com a camisa do Schalke 04, Mats Hummels que de dispensado do Bayern deu a volta por cima e hoje é unanimidade não só no Borussia como na seleção. İlkay Gündoğan, outro descendente de turcos que chegou caladinho do Nurembergue e foi peça fundamental para substituir Sahin no Borussia. Lars Bender levou a melhor sobre seu irmão gêmeo e acabou levando a vaga. De fato o volante do Bayer Leverkusen é ligeiramente melhor que Sven Bender do auri-negro bi-campeão. No ataque André Schürrle foi uma das boas revelações recentes do futebol alemão e merece estar na lista final. Thomas Müller, apesar da fase ruim na última temporada tem crédito, afinal de contas, foi o artilheiro da Copa da África do Sul em 2010.

Qual é o seu palpite? A Nationalelf levanta o caneco?

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Amistosos pelo Mundo

Seleções se preparando para as Olimpíadas, outras se ajeitando para as eliminatórias da Copa de 2014 e outras na fase final de definição para a tão aguardada Euro 2012. E alguns resultados chamaram atenção, a sofrida vitória da França contra a Islândia. Assim como a também sofrida vitória dos suecos contra os mesmos islandeses. Que se desenvolveram bastante no futebol com seus atletas distribuídos por países como Inglaterra, Holanda e Alemanha. Sem contar Dinamarca, Suécia e Noruega, onde muitos islandeses também jogam. Eram saco de pancada no passado, hoje se não vencem complicam seleções com muito mais nome e prestígio. O atacante Kolbeinn Sigthórsson marcou um gol em cada partida. Seus gols pelo AZ lhe renderam uma transferência para o Ajax, começou até bem, mas muitas contusões o atrapalharam. Agora recuperado, mostra seu faro de gol apurado, se não tem a fama de Eidur Gudjohnsen compensa com muitos gols.

O empate entre Lituânia e Rússia também mostra como os lituanos evoluíram, em eliminatórias recentes caíram no grupo da França. E comandados por Ribèry venceram a duras penas pelo placar mínimo. A Bósnia também mostra grande evolução, dando calor contra a mesma França, que está longe daquela de 1998. Enfim, foram inúmeros amistosos pelo mundo todo, nesta quinta ainda teremos Alemanha e Israel, Grécia e Armênia e  França e Sérvia. Jogos bem interessantes, com escolas bem diferentes. Na sexta mais oitos jogos movimentam o mundo da bola. E no fim de semana serão nada mais nada menos do que 21 jogos. Felizmente dessa vez a Libertadores, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro foram paralisados, como ocorre na Europa. Em dias de jogos internacionais, os campeonatos locais param. Já é um começo, não?

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Espanha



A Espanha, atual campeã europeia e mundial, só espera manter seu status de grande seleção do momento. Querem conseguir isso dentro de campo, com o talento de seus jogadores, o país vive uma época farta, são inúmeras opções para formar um time bem forte e consistente. Mesmo com a sentida perda de David Villa, hoje o maior artilheiro da história da seleção, que fraturou a perna na estreia do Barcelona no Mundial de Clubes 2011. Esperava se recuperar a tempo, mas não foi possível. Assim os comandados de Vicente Del Bosque esperam que Fernando Torres volte aos bons tempos. Caso El Niño não consiga desempenhar o mínimo que se espera dele, outros bons nomes podem suprir as necessidades do time. O chará Fernando Llorente Torres é uma aposta segura, já que é aquele que possui as características de um autêntico goleador.

Pedro Rodríguez e Juan Mata são boas opções pelos lados do campo, Mata inclusive sabe jogar muito bem como meia, se for o caso. Álvaro Negredo acabou vencendo a disputa com Roberto Soldado e figura na lista final. No meio a Espanha esbanja categoria, Xavi Hernández, Andrés Iniesta, Cesc Fàbregas, David Silva, Xabi Alonso e Santi Cazorla dispensam comentários mais aprofundados. E ainda sobram nomes interessantes como Jesús Navas, jogador rápido e de um chute potente. Javi Martínez, um dos destaques do Athletic de Bilbao e bastante cobiçado por clubes importantes do futebol europeu. Sergio Busquets, que é um dos mais altos do time, alia uma marcação cerrada com uma boa saída de bola.

A convocação de Juanfran parece uma surpresa, revelado pelo Real Madrid, passou alguns anos envergando  a camisa do Osasuna. Com a camisa do Atlético de Madrid jogou muita bola e mereceu a chance. No que pode ser considerada uma grande volta por cima na carreira do jogador, que hoje tem 27 anos. Desde a saída de Joan Capdevilla, campeão em 2010, a Espanha não conseguiu um substituto á altura na lateral-esquerda. Foram vários testes e nenhum agradou por completo. José Enrique, que atua no Liverpool - ING, parecia boa opção, mas não ganhou a confiança de Del Bosque. Sendo assim, o lateral-esquerdo deve ser Jordi Alba, meia de origem. Que passou a jogar na lateral pelo Valencia e foi muito bem.

Com a contusão de Carles Puyol a defesa perde um pouco de sua força, Sergio Ramos deve ser escalado na zaga ao lado de Piquè e Álvaro Arbeloa provavelmente assume a lado direito da defesa. Ou então Del Bosque faz o mais simples, que é colocar Raúl Albiol, um zagueiro seguro e confiável. No gol a Fúria está muito bem servida, Iker Casillas é um dos maiores de sua geração. Pepe Reina - cria do Barça - também é um goleiro de bom nível. E o luxo é contar com Victor Valdés como terceiro goleiro, deixando David De Gea fora. De fato, o jovem goleiro do Manchester United ainda tem muito o que evoluir, após sua ascensão meteórica.Valdés joga bastante adiantado e tem fama de sair bem com os pés. Deixa a desejar em alguns aspectos, tudo passa despercebido porque joga no Barcelona. O leitor mais fiel com certeza já viu alguma pixotada do goleiro.

Após anos sofrendo com a fama de amarelar na hora mais importante, a Espanha chega com moral e é sem dúvidas a maior favorita ao título. Seguida bem de perto por Alemanha e Holanda. França, Inglaterra e Itália merecem respeito, mas o momento é mesmo espanhol, alemão e holandês. Façam suas apostas, está chegando a hora!


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Libertadores - Semifinais



Boca Juniors mostrou que no futebol nunca se deve desistir antes do apito final, o careca Santiago Silva fez o gol que decretou o empate e a eliminação do Fluminense. E os brasileiros não aprendem mesmo a jogar contra argentinos. O Santos se classificou no drama dos pênaltis, nos dois jogos criou muito pouco e foi controlado pelo Vélez. El Fortín teve boas chances para matar o time brasileiro mesmo na Vila Belmiro, não matou e foi castigado. No Pacaembu o Corinthians esteve muito perto de ser eliminado pelo Vasco, Diego Souza perdeu um gol incrível. No fim o gol de Paulinho deu a vaga ao time paulista, que agora pega o Santos. No Chile, a Universidad sofreu contra o Libertad - PAR nos pênaltis, conseguiu sua vaga com mais suor que o esperado e confirmou o favoritismo. Palpites? Final: Universidad de Chile x Corinthians. Campeão: Universidad de Chile.

Copa do Brasil - Semifinais


Palmeiras e Grêmio passaram sem sustos por Atlético Paranaense e Bahia, São Paulo e Coritiba passaram fácil por Goiás e Vitória. Nas semifinais, Grêmio é favorito contra o Palmeiras, São Paulo é ligeiramente favorito contra o Coritiba. Palpites? Final: São Paulo e Grêmio. Campeão: Grêmio

Ucrânia




Após o fim da União Soviética, fundou-se em 1991 a Federação de Futebol da Ucrânia. O país que produziu alguns dos jogadores mais talentosos da antiga U.R.S.S, mostrou que de forma independente também pode chegar longe no esporte. Oleg Blokhin, atual treinador da seleção, se notabilizou mais pelas declarações polêmicas do que pelo trabalho em campo. Alguns o criticam, dizendo que a renovação deveria ser mais profunda. Ela vem sendo feita de forma gradativa, mas lenta, afinal de contas, quando o grande Andriy Shevchenko se aposentar será o fim de uma era. O fim de uma geração que sofreu, amadureceu, cresceu como time e mereceu ter disputado sua primeira Copa do Mundo em 2006, na Alemanha. Já fora do auge, que foi quatro anos antes, quando os ucranianos caíram na repescagem justamente contra a Alemanha. No fim, os germânicos, contra todos os prognósticos e com um dos times mais limitados da história do país acabou chegando na decisão da Copa Japão/Coreia do Sul 2002.

Aqueles mais apaixonados por este esporte com certeza vão concordar que Oleg Blokhin e Igor Belanov foram dois dos maiores jogadores da história do país. Que acabava não se notabilizando por ser apenas mais um que formava a União Soviética. Blokhin, deu algumas declarações lamentáveis pouco antes da Copa de 2006. “As crianças deveriam aprender com Shevchenko e não com um Zumba-Bumba que tiraram da árvore, deram duas bananas e agora joga pelo Campeonato Ucraniano”. Essas palavras em tom racista e com nacionalismo exacerbado mostram que ainda existem pessoas que precisam evoluir bastante. Ele quis fazer uma critica á federação local, pois o campeonato ucraniano tem muitos estrangeiros. Brasileiros e africanos são maioria por lá, como também há argentinos, coreanos e atletas de países eslavos ou vizinhos da Ucrânia. Se hoje a Premier-Liha (nomenclatura atual) ocupa a 9º posição no ranking da UEFA, muito se deve ao intercâmbio. As experiências trocadas, a mistura de estilos muito diferentes de jogo, tudo isso influenciou bastante para o crescimento do futebol ucraniano.

Ficar atrás de Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França no ranking não é demérito algum. E a briga sempre é boa com Portugal, Holanda e a vizinha Rússia. Todos revezando ali entre a 6º e  9º, os portugueses se deram muito bem na temporada 2010/2011. Quando levaram três clubes até as semifinais da Liga Europa, computando muitos pontos. Para ucranianos e russos as duas últimas temporadas não foram tão boas, perto do que aconteceu com Zenit e Shakhtar Donetsk recentemente. Ambos conquistaram a Liga Europa, e buscam voos bem mais altos, para eles agora o que interessa é a Champions League. Esta temporada o Zenit chegou até as quartas, assim como o Shakhtar na temporada anterior. Só que o time recheado de brasileiros deu o azar de pegar o Barcelona. Portanto, os investimentos são mais agressivos para brilhar na maior competição de clubes do mundo. Se pensarmos que existem 53 países filiados à UEFA, os ucranianos podem comemorar o crescimento ano a ano.

Com a realização da Eurocopa nos dois países que outrora formavam apenas uma nação, a tendência é o futebol por lá crescer. Que atraia mais investimentos, visando sempre o desenvolvimento no esporte mais popular do mundo. A Copa de 2018 na vizinha Rússia, irá movimentar bastante a região. E para aqueles que amam esse esporte sem distinções, o crescimento só vai aumentar o prazer de se deliciar vendo os grandes desses países desfilando pelos gramados europeus. Ao menos poder ver os colossos de cada país brigando de igual para igual com os gigantes dos cinco países mais tradicionais neste jogo. E a renovação faz parte do trabalho para produzir jogadores melhores. Pensando nisso, muitos daqueles que se destacaram no surpreendente Dinamo de Kiev na temporada 1998/1999 não fazem mais parte da seleção.Andriy Husin, Oleh Luzhny, Yuriy Dmytrulin, Oleksandr Holovko, Serhiy Fedorov, Vladislav Vashchuk, Andriy Nesmachnyi, Dmytro Mikhailenko e Serhiy Rebrov. 

Alguns desses jogadores saíram pouco antes de 2002, outros se despediram de  forma honrosa na Copa de 2006. Dessa geração, ainda em atividade estão Shevchenko e o goleirão Oleksandr Shovkovskiy, assim que os dois se aposentarem fecharão um ciclo que deixará boas lembranças. Daquele Dinamo fica a saudade de ver a dupla Sheva/Rebrov destruindo as defesas adversárias com jogadas de muita velocidade, toques rápidos e finalizações precisas. Shovkovskiy, que era o goleiro daquele time está fora dessa Euro por contusão. A primeira opção seria Andriy Dikan, que joga no Spartak Moscou e nas últimas três temporadas se destacou bastante com a camisa do time vermelho. Contundiu-se e não vai se recuperar a tempo. Com isso, Blokhin convocou o experiente Oleks Goryainov, o jovem Maksym Koval, Oleks Bandura e Andriy Pyatov. O primeiro tem 36 anos e joga no ascendente Metalist, de Kharkiv, que se notabilizou no Brasil ao contratar Cleiton Xavier do Palmeiras e Taison do Internacional.

Como Koval ainda é muito jovem e Bandura não tem muita experiência na seleção, a vaga deve cair no colo de Pyatov, que é titular do Shakhtar Donetsk e aos 27 anos está no auge. Bogdan Shust, terceiro goleiro na copa de 2006 nem foi lembrado. De lá pra cá  muitos já foram testados na meta dos Zhovto-Blakytni (amarelos e azuis), Stanyslav Bogush, Oleksandr Rybka, Rustam Khudzhadamov tiveram suas chances. Rybka inclusive, jogou em todas as seleções de base e era cotado para estar na Euro, mas também está machucado. Apesar de tantos testes, opções variadas, no fim o goleiro titular acabava sendo mesmo o imortal Shovkovskiy. Pyatov agora tem a chance de se firmar de vez no gol ucraniano, assim o tarimbado titular pode se aposentar em paz.

Na defesa muitos nomes novos: Vitaliy Mandzyuk, Yevhen Selin, Yaroslav Rakitskiy, Evgen Khacheridi, Bohdan Butko. Mandzyuk é cria do Dinamo Kiev, começou como meia e se firmou como lateral-direito. Rakitskiy nasceu no Shakhtar Donetsk, é um ótimo zagueiro e vai bem como lateral-esquerdo. Khacheridi é um grandalhão de 1,97 m que se destacou no pequeno FC Volyn e já está no Dinamo há quatro temporadas. Selin também pode quebrar um galho na lateral-esquerda, atua mais como zagueiro. No meio-campo Denys Harmash, Serhiy Yarmolenko e Yevhen Konoplyanka são os mais talentosos dessa nova geração, os três com 22 anos de idade. Yarmolenko sabe jogar como referência mas não é incomum vê-lo jogar pelas pontas, principalmente pela esquerda. Konoplyanka tem características de meia, vai bem de meia-atacante ou segundo atacante. E Harmash consegue se destacar no atual Dinamo cheio de estrangeiros.

Andriy Voronin, Oleh Husyev, Anatoliy Tymoschuk, Ruslan Rotan, Serhiy Nazarenko, Andriy Vorobey, Oleksyi Bielik e Oleksyi Gai,  fizeram parte da geração que se integrou a de Shevchenko. Juntos chegaram no topo, a maioria deles deve sair depois da Euro e outros após a Copa de 2014. Algumas ausências sentidas são dos bons zagueiros Andriy Rusol e Dmytro Chygrynskiy. Titulares muitas vezes, é surpreendente que estejam fora. Artem Fedetskiy também foi chamado para vários amistosos de preparação e também está fora. O atacante Roman Bezus, de apenas 21 anos foi convocado algumas vezes, uma clara opção para o futuro. A responsabilidade maior nessa Euro estará nos pés de Shevchenko e Tymoshchuk, ambos com mais de 100 jogos pela seleção. 

Mas eles terão a ajuda de Olexandr Aliyev, ótimo meia do Dinamo de Kiev e do atacante Yevhen Seleznyov, artilheiro das duas últimas edições da Premier Liha. Marcou 17 gols com a camisa do Dnipro Dnipropetrovsk, retornou ao Shakhtar, onde foi revelado e jogou a maior parte da carreira e dessa vez marcou 14 gols. Foram 31 gols, desbancando o brasileiro Luiz Adriano e mostrando que tem qualidade. Existem ainda bons valores, Taras Mykhalik, hoje zagueiro, e Taras Stepanenko que conseguiu espaço no Shakhtar globalizado. O sérvio  Marko Dević  (Devich em ucraniano) vem sendo convocado com frequência, depois de se destacar na ascensão do Metalist. Denys Oliynyk meia que se destacou bastante ao lado de Devich se transferiu para o Dnipro e não conseguiu repetir as boas atuações. 

Vasyl Kobin é outro que costumeiramente é visto com a camisa da seleção e não teve seu nome nem na lista prévia para a Eurocopa. Com certeza Kobin e Oliynik estarão entre os convocados nos próximos anos. Passar da primeira fase não será fácil, num grupo com Inglaterra, França e Suécia a missão é difícil. Mas como já foi dito por este que vos escreve, a Inglaterra sempre decepciona e a França está numa época ruim, passando por renovação. Se classificou para a Copa de 2010 na repescagem e com um gol polêmico, o mesmo vale para a Euro, os franceses sofreram bastante contra a Bósnia, por pouco não ficaram fora, se classificaram em outro erro grotesco da arbitragem. Contra a Suécia as forças se equivalem, Zlatan Ibrahimovic é o craque que se estiver bem, despertará preocupação. 

Em casa o sentimento deve aflorar e a Ucrânia deve jogar com uma raça descomunal, quantas vezes já vimos surpresas? A ansiedade só aumenta a cada dia que passa! Shevchenko merece uma despedida em alto nível! Vai Ucrânia!!!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Polônia



Pela segunda vez na história a Polônia disputará a Eurocopa, a primeira vez foi em 2008, quando não passou da primeira fase. Em um grupo que ainda contava com Áustria, Alemanha e Croácia. Os comandados de Franciszek Smuda estão longe do que foi a seleção das Águias Brancas nos anos 70 e começo dos anos 80. O país não fabrica mais jogadores do nível de Grzegorz Lato, Zbigniew Boniek e Władysław Żmuda. Jogadores estes que ao lado de Kazimierz Deyna e Andrzej Szarmach formaram a chamada “Era de Ouro” da seleção polaca.

Alguns destes grandes jogadores citados estão entre os dez maiores artilheiros da história da seleção polaca. Lato é o segundo, Deyna o terceiro, Szarmach o quinto, Boniek o sétimo. Todos perdem para o respeitadíssimo Włodzimierz Lubański, que marcou 48 gols pela seleção, era o líder e maior destaque da equipe que levou o ouro nas Olimpíadas de Munique, em 1972. Lubański inclusive foi uma perda muito sentida para a Copa de 74, disputada na Alemanha. Os torcedores mais fanáticos até hoje lamentam e imaginam que poderiam conseguir mais do que o terceiro lugar inédito.

Em 1976 os poloneses foram prata nas Olimpíadas de Montreal, no Canadá. Em 1978, ainda com Jan Tomaszewski fechando a meta, conseguiram a quinta posição na polêmica Copa na Argentina. Na Copa de 1982, disputada na Espanha e de péssima lembrança para os brasileiros, se repetiu o que ocorreu em 1974, mais uma vez o país conseguiu estar entre os maiores do futebol, ficando atrás apenas de Itália e da República Federal Alemã. Neste ano acabou a melhor fase que esta seleção já teve.

O último brilhareco polonês aconteceu em 1992, nas Olimpíadas de Barcelona, na Espanha. Mais uma vez, conseguiram a medalha de prata, com Piotr Świerczewski, Andrzej Juskowiak e Wojciech Kowalczyk como destaques do time. Que ainda tinha o zagueiro Tomasz Wałdoch, que por mais de dez anos foi uma das principais figuras da defesa polaca. Mas do outro lado tinha a seleção anfitriã, com Santiago Cañizares, Albert Ferrer, José Amavisca, Luis Enrique, Pep Guardiola, Kiko e Alfonso Pérez. Jogando em casa e com um pouco mais de talento a Fúria levou o título com um apertado 3 a 2.

Os anos que se seguiram foram de muito ostracismo nesse esporte popular num país tão sofrido. Foram 12 anos longe dos holofotes de uma Copa do Mundo. Até que em 2002 conseguiu voltar a ter o destaque mínimo de ao menos participar. No entanto, o 23º lugar na Copa Japão-Coreia do Sul e o 21º em 2006 na Alemanha, não anima ninguém. Quando o holandês Leo Beenhakker assumiu, modificou bastante a forma de o time jogar. Inclusive convocou o brasileiro Roger Guerreiro para a Euro 2008. Roger que passou por Corinthians e Flamengo no Brasil é um canhoto que pode jogar como meia ou lateral-esquerdo.

Mas a última posição do grupo no europeu de 2008 e a não classificação para a Copa de 2010 evidenciou que uma renovação era necessária. E essa tarefa vem sendo bem feita por Smuda, que como jogador foi modesto, mas como treinador sabe da história de seu país e tenta voltar às origens. Figurinhas bem conhecidas da torcida não estão mais presentes no time. Como os goleiros Artur Boruc e seu reserva Tomasz Kuszczak, os irmãos Michał e Marcin Żewłakow, os meio-campistas Kamil Kosowski, Mariusz Lewandowski e Jacek Krzynówek também não são mais chamados pelo treinador.

Euzebiusz “Eby” Smolarek vinha sendo um dos destaques da seleção nesses tempos inglórios. Diferente de seu pai, Włodzimierz Smolarek, que era o camisa 11 daquele time que ainda impunha respeito em 1982. Mas aos 31 anos, Eby não vem sendo convocado por Smuda. O atacante Paweł Brożek continua sendo convocado, ao contrário de seu irmão gêmeo, Piotr, que mesmo com sua versatilidade vem sendo preterido por outros jogadores. Ireneusz Jeleń, atacante bastante convocado nos últimos anos também é carta fora do baralho.

Hoje os três goleiros do país jogam em clubes importantes do futebol mundial. Wojciech Szczęsny, aos 22 anos, é titular do Arsenal e da Polônia, Lukasz Fabianski é seu reserva no clube inglês e na seleção. Lukasz teve suas chances, mas nunca conseguiu se firmar. Przemysław Tytoń vem sendo a terceira opção, há muitos anos na Holanda, hoje é um dos goleiros do PSV, um dos maiores clubes do país. A defesa atualmente é composta por muitos jogadores rodados e com bastante experiência. Aos poucos Smuda vai colocando jovens como os zagueiros Kamil Glik e Marcin Kamiński e os meias Maciej Rybus e Rafal Wolski, todos abaixo dos 24 anos.

Um fato vem chamando atenção, alguns jogadores com descendência polonesa estão optando por defender a seleção branca e vermelha. Podemos considerar um fator positivo, pois nos últimos anos a Polônia acabou perdendo jogadores importantes para a seleção alemã. Lukas Podolski, Miroslav Klose, Piotr Trochowski nasceram na Polônia, mas cresceram e se desenvolveram para o futebol na Alemanha e optaram por defender aquele país. Ao contrário dos franceses Damien Perquis e Ludovic Obraniak, que optaram pelo país que descendem.

O lateral-esquerdo Sebastian Boenisch e os meio-campistas Eugen Polanski e Adam Matuszczyk têm histórias parecidas com a de jogadores citados acima. Os três nasceram na Polônia, cresceram na Alemanha, mas optaram por defender o país natal. Esses são bons exemplos de que estão tentando resgatar o orgulho de defender essa pátria. Ainda dentro da renovação proposta, se destacam jogadores ofensivos. Adrian Mierzejewski, Kamil Grosicki, Michal Kucharczyk e Artur Sobiech. Desses o mais velho é o habilidoso meia canhoto Mierzejewski, que aos 25 anos tem tido mais chances. Os outros estão entre 23 e 21 anos.

Por fim, o trio bicampeão alemão com o Borussia Dortmund merece destaque, principalmente o atacante Robert Lewandowski, que hoje pode ser apontado como o maior talento do país. Ao lado do artilheiro, Jakub “Kuba” Błaszczykowski e Łukasz Piszczek foram importantes. Kuba não é titular, mas é uma espécie de coringa do treinador Jurgen Klopp, versátil, consegue jogar em todas as posições do meio-campo. Piszczek também tem como qualidade principal a versatilidade, começou sua carreira como atacante no Zaglebie Lubin. Assim continuou quando chegou à Alemanha para defender o Hertha Berlim.

No Borussia Dortmund passou a jogar no meio, mas acabou se firmando na lateral-direita do time alemão. Com isso, se mostrou uma boa opção na seleção e provavelmente deve ser o titular na Euro pelo lado direito da defesa. Para desespero de Dariusz Dudka que ultimamente monopolizava aquela região do gramado. Se Kuba, Piszczek e Lewandowski estão muito longe do que foram Boniek, Lato e Lubański, ao menos lutam e dão o sangue para que sua nação volte a ocupar os primeiros lugares neste esporte tão emocionante. E jogando em casa, essa é uma grande chance de resgatar muito do que foi perdido nos últimos 30 anos. Tomara que consiga chegar longe, o povo polaco agradece e merece!


* Lukasz Fabianski acabou cortado por lesão e Smuda convocou Grzegorz Sandomierski, que não se deu bem no RKC Genk da Bélgica e hoje joga no Jagiellonia Białystok. O ótimo Artur Boruc ficou fora da relação.

Euro 2012




Está chegando a hora da Eurocopa, torcedores e apaixonados por futebol cada vez mais ansiosos para ver as principais seleções da Europa em ação. Pela terceira vez a competição será disputada em dois países, como aconteceu com Holanda/Bélgica em 2000 e Áustria/Suíça em 2008. Parece que foi ontem, e os quatro anos se passaram com uma velocidade impressionante. Os países sede pegaram grupos acessíveis, podem conseguir passar para as quartas-de-final. Principalmente a Polônia, a Ucrânia terá que brigar bastante com a França. Não que a Inglaterra esteja sendo desrespeitada por este que vos escreve, mas pelo histórico de decepções. Os franceses também estão devendo bastante, por isso a opinião de que as chances são boas para os comandados de Oleg Blokhin. Abaixo, vamos falar um pouco sobre as pretensões de cada país. 

Grupo A                                             

Polônia
República Tcheca
Rússia
Grécia

Grupo B

Portugal
Alemanha
Dinamarca
Holanda

Grupo C

Croácia
Espanha
Irlanda
Itália

Grupo D

França
Ucrânia
Suécia
Inglaterra


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Festa azul em Munique!



Muitos chegaram a dizer que a final entre Bayern e Chelsea não seria digna do tamanho e da importância que a  Champions League tem hoje. O 1 a 1 no tempo normal, a prorrogação com pênalti perdido e a decisão nos penais evidenciam que emoção não faltou. Com o nervosismo dos jogadores numa final desse tamanho, sendo em apenas um jogo, é normal que a partida se torne dramática. Os desfalques que o Chelsea tinha eram mais graves que os do time Bávaro. Os Blues não puderam contar com seu principal defensor, John Terry, que perdeu a cabeça contra o Barcelona e acabou expulso por agressão. O brasileiro Ramires, o maior destaque do time inglês nos últimos meses, suspenso, também não pôde jogar.

O técnico Roberto Di Matteo, para quem não se lembra, encerrou sua careira como jogador no clube londrino. Fazia parte daquele saudoso elenco que contava com Ed de Goey no gol, Dan Petrescu na direita e Celestine Babayaro ou Graeme Le Saux pela esquerda, Marcel Desailly e Franck Lebouef formando a zaga. Didier Deschamps, Gustavo Poyet e o baixinho Dennis Wise no meio-campo, Chris Sutton, Tore André Flo no ataque, ambos no auge. O time ainda contava com George Weah, já em fim de carreira. John Terry, ainda bem jovem, já aprendia a defender bem com os franceses citados. Naquela época o Chelsea ainda ficou marcado por contar com vários italianos. Carlo Cudicini no gol, Di Matteo, Gabrielle Ambrosetti e Samuele Dalla Bona no meio, Gianfranco Zola e Pierluigi Casiraghi no ataque.

O trabalho feito pelo ítalo-suíço é de uma grandeza notável, soube fazer jogadores badalados formarem um verdadeiro time. Apagou a fogueira das vaidades sempre latente neste elenco já um pouco envelhecido. Di Matteo que pelo nome obviamente descende de italianos, nasceu em Schaffhausen, na Suíça. Por lá começou sua carreira, passou por FC Zurich e FC Aarau antes de chegar em Roma, onde defendeu a bela camisa da Lazio. No Chelsea foram seis temporadas, até se aposentar. Sua boa relação no clube fez com que seu nome fosse respeitado, treinou Milton Keynes Dons e West Bromwich Albion entre 2008 e 2011, quando enfim chegou ao clube pelo qual nutre um carinho para ser assistente técnico. Esperou seu momento e quando a chance apareceu soube aproveitar como poucos.

Voltando ao que interessa, os desfalques do time alemão eram o brasileiro Luiz Gustavo, Holger Badstuber e David Alaba. O austríaco - Alaba - filho de nigerianos, apesar de ter apenas 19 anos, vinha jogando muito bem na lateral-esquerda, mesmo sendo formado como meia. Badstuber que há pouco tempo era o lateral-esquerdo titular, acabou se firmando na zaga ao lado de Jerôme Boateng, até em virtude da fratura do belga Daniel van Buyten, costumeiramente o titular. Luiz Gustavo é um volante que prima pela marcação implacável, chegou a jogar como lateral-esquerdo na época em que o treinador Jupp Heynckes ainda tinha dúvidas. O croata Danijel Pranjic, rápido, baixinho e canhoto também chegou a jogar por ali. Quando van Buyten se machucou, Boateng ainda não tinha total confiança do treinador, então o ucraniano Anatoliy Tymoschuk acabou jogando improvisado na zaga durante boa parte da temporada.

Com os desfalques, Heynckes resolveu não complicar muito, fez o simples. Recuou Toni Kroos para jogar de volante ao lado de Bastian Schweinsteiger. Colocou Tymoschuk na defesa e escalou o lateral-esquerdo reserva Diego Contento, que é bastante limitado e por isso era preterido até por jogadores de outras posições. O fato de recuar Kroos deixou um buraco no meio-campo alemão, que foi pouco notado por conta da grande partida que fez Schweinsteiger. Thomas Müller, eleito a revelação da Copa 2010, não está em boa fase, mas acabou entrando no jogo decisivo. Franck Ribéry e Arjen Robben como de costume, incomodavam bastante pelas pontas com seus dribles e jogadas em velocidade. Mas a defesa do Chelsea estava muito bem postada, David Luiz e Gary Cahill mostraram que são boas opções. Os titulares vinham sendo o sérvio Branislav Ivanovic e Terry.

O time alemão era favorito não só por ter mais talento disponível, mas também por jogar em casa. Para quem não sabe, o palco da final é escolhido com um certo tempo de antecedência. Portanto, desde que a competição começou o Bayern sabia que se chegasse até a final jogaria em casa. E de fato, o time mais vencedor da Alemanha se comportou como o esperado. Dominou o jogo por completo, pressionou, perdeu chances claras. Quando parecia que o jogo ia mesmo terminar 0 a 0, Schweinsteiger acertou belo cruzamento da esquerda, e a bola encontrou a cabeça do iluminado Thomas Müller - sortudo que só ele - não deu chances ao monstro Petr Cech. Que até encostou na bola, mas como foi um tiro à queima-roupa não foi possível efetuar a defesa. Normalmente o tcheco não costuma aceitar esse tipo de gol, a bola foi em cima dele. E assim o título parecia cair no colo do time vermelho, que já havia sido vice na temporada 2009-2010, quando perdeu para a Internazionale de José Mourinho.

Mas num escanteio o marfinense Didier Drogba subiu muito bem e acertou uma cabeçada que mais parecia um chute. O gol foi até semelhante ao de Müller, a bola foi na direção de Manuel Neuer, mas com a força e velocidade que viajou não deu para defender. E assim os dois times foram para a prorrogação, não demorou muito e Drogba acabou cometendo um pênalti claro em Ribéry. Robben foi o encarregado da cobrança, logo ele que nesta temporada perdeu muitos pênaltis importantes. Não deu outra, o holandês sentiu a pressão, conseguiu bater forte, mas Cech chegou bem na bola e fez uma bela defesa. O jogo seguiu com o Bayern pressionando até o fim. Mas a decisão foi mesmo para as penalidades. O capitão Philipp Lahm se encarregou da primeira cobrança, bateu bem e Cech nem viu a cor da bola.

Chegou-se a cogitar que o brasileiro Rafinha entraria na lateral-direita, e Lahm jogaria na lateral-esquerda, posição onde foi bem por muitos anos. Talvez fosse uma boa opção, devido a grade limitação técnica de Contento. Juan Mata partiu para a primeira cobrança do time inglês, bateu mal e facilitou a vida de Neuer. Mario Gómez colocou o Bayern em vantagem, David Luiz, mesmo com a pressão, bateu muito bem e ainda provocou a torcida atrás do gol. Surpreendentemente, Neuer assumiu a responsabilidade e bateu o pênalti de forma segura e confiante. Frank Lampard, referência no meio-campo do Chelsea e dono de um dos melhores chutes do futebol mundial, teve calma e converteu sua cobrança. O croata Ivica Olic havia entrado durante a prorrogação, era um dos jogadores mais inteiros. Nem isso ajudou, o canhoto acabou perdendo sua cobrança, defendida por Cech.

O experiente Ashley Cole durante o tempo normal teve a ajuda de Ryan Bertrand, lateral-esquerdo de ofício, foi a maior surpresa da final. Com os dois laterais bons na marcação Robben teve muitas dificuldades para desenvolver seu jogo. Cole foi incumbido de fazer a quarta cobrança, foi bem e empatou a decisão. Schweinsteiger, que foi o melhor jogador do Bayern no jogo, sentiu a responsabilidade na quinta cobrança e acabou acertando a trave esquerda de Cech. Didier Drogba foi para a derradeira cobrança, muitos torcedores não queriam nem ver, pois o marfinense tem histórico de pênaltis perdidos. Com certeza o leitor deve se lembrar da final da Copa Africana de Nações. Onde o atacante perdeu uma cobrança durante o jogo e outra na decisão por pênaltis. Mas dessa vez a história foi diferente, a bola morreu no canto direito de Neuer. Assim, o título tão perseguido pelos Blues, que escapou em 2008/2009 - também numa decisão dramática nos penais - alegrou boa parte dos londrinos!


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Copa do Brasil - Quartas definidas


As oitavas-de-final da Copa do Brasil foram bem disputadas, como não podia ser diferente, algumas surpresas aconteceram. O Botafogo havia conseguido um bom resultado contra o Vitória lá no Barradão, mas foi surpreendido e derrotado no Engenhão. E assim o Fogão segue sua sina de fracassar em momentos nada propícios. Do que adiantou ficar invicto durante 23 jogos? Para chegar na final do Carioca e ser goleado pelo Fluminense e sentir a pressão contra o Vitória? É, infelizmente a torcida botafoguense não tem nada o que comemorar. O que fica evidente é que campeonatos Estaduais e as primeiras fases da Copa do Brasil não servem de parâmetro para ver o nível real do time.

O Grêmio não tomou conhecimento do Fortaleza e venceu por 2 a 0 lá no Ceará, repetindo o mesmo placar no Sul. A Portuguesa decepcionou muito, tanto no campeonato Paulista, onde foi rebaixada, como na Copa do Brasil, onde acabou sendo eliminada pelo Bahia. Do jeito que as coisas estão, o perigo de rebaixamento no brasileirão é forte. Ponte Preta e São Paulo fizeram dois jogos mais equilibrados, no primeiro em Campinas, a Macaca mandou no jogo e poderia ter saído com um placar mais elástico. Na volta, no estádio do Morumbi, a Ponte ainda abriu o placar, o que parecia eliminar o São Paulo. Três gols parecia improvável, já que o time do interior estava super bem na defesa. Mas ao tomar o empate o time sentiu um pouco, e numa falha da zaga, Lucas virou. O terceiro gol saiu naturalmente e selou a sofrida classificação Tricolor.

O Atlético Mineiro sofre da mesma sina que o Botafogo, parece que nasceram para decepcionar!
Depois de perder o jogo de ida contra o Goiás, em Goiânia, por 2 a 0, o time até conseguiu reagir e abriu o mesmo placar no jogo de volta. Após um primeiro tempo arrasador, a torcida esperava no mínimo o mesmo ímpeto. Mas no segundo tempo algo inexplicável aconteceu e o rendimento do time caiu bastante. Nunca é demais lembrar, que o Goiás está na segunda divisão do campeonato Brasileiro. O gol de Felipe Amorim, matou de vez as pretensões do Galo. A conquista do Estadual pode abrandar algumas falhas do time, que se não abrir o olho sofre para não cair no Brasileirão novamente.

O Atlético Paranaense passou pelo Cruzeiro com uma facilidade alarmante para o time mineiro. Foram duas vitórias categóricas. 1 a 0 no Paraná e 2 a 1 em Minas, derrotas que custaram o emprego de Vagner Mancini. Como já foi dito anteriormente, campeonatos estaduais e fases iniciais de campeonatos como a Copa do Brasil não servem de parâmetro algum. O nível no campeonato brasileiro é ruim, mas é bastante superior ao dos campeonatos citados. Portanto é bom o Cruzeiro ficar a, ou vai brigar para não cair novamente. Wellington Paulista ser artilheiro do campeonato Mineiro não significa absolutamente nada. Quantos gols ele fez na passagem pelo Palmeiras? Ou até mesmo pelo Cruzeiro na Série A? Pouquíssimos! O que mostra como é um jogador limitado e que se destaca em campeonatos fraquíssimos.

Coritiba e Palmeiras nadaram de braçada contra Paysandu e Paraná, o que já era esperado. Levando em conta que o Paraná está na segundona do Brasil e na segundona estadual também. E o Paysandu longe de ser aquele Papão de outrora, capaz até mesmo de derrotar o Boca Júniors em plena La Bombonera. Hoje, o time paraense se encontra na Série C nacional. No agregado, Coritiba 6 x 1 Paysandu, Palmeiras 5 x 1 Paraná.

As quartas-de-final ficaram assim:

Atlético Paranaense x Palmeiras
Bahia x Grêmio
São Paulo x Goiás
Vitória x Coritiba

Palpites:

Palmeiras passa no sufoco, Grêmio passa tranquilo do Bahia, São Paulo passa com certo sofrimento do Goiás e Coritiba passa pelo Vitória na bacia das almas!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Libertadores - Quartas-de-final definidas



Passadas as oitavas-de-final, vamos analisar tudo o que aconteceu de maneira mais imparcial possível.
Comecemos pelo duelo entre brasileiros nesta fase, Internacional e Fluminense fizeram um jogo bem truncado na partida de ida, em Porto Alegre. Diego Cavalieri defendeu bem a cobrança de pênalti de Jesús Dátolo, e assim a partida terminou 0 a 0. Para o jogo de volta no Rio, o Fluminense obviamente tinha um certo favoritismo, até por ter o melhor elenco do futebol brasileiro. Mas foi o Internacional que abriu o placar e complicou a vida dos cariocas. A melhor qualidade do time de Abel Braga falou mais alto, tão alto quanto subiu Leandro Euzébio para empatar o jogo. E Fred, atacante festejado pela torcida do Flu, fez o gol da classificação.

Boca Júniors e Unión Española fizeram dois jogos bem movimentados, com muitos gols, estádios acanhados, torcida próxima do campo, ingredientes que encantam inúmeros torcedores. E o time chileno deu trabalho ao argentino. Que no jogo de ida conseguiu uma vitória apertada e com um gol no fim. O 2 a 1até que não foi um resultado ruim para os comandados de José Luis Sierra. Na volta, no acanhado mas simpático estádio Santa Lara, os hispanos pressionaram bastante, mas não foram capazes de superar a tradição do Boca Juniors. No agregado, 5 a 3 para o time argentino, não ficou feio. E Sierra se mostrou um treinador promissor!

Os dois jogos entre Deportivo Quito e Universidad de Chile foram incríveis, primeiro pela surpreendente goleada por 4 a 1 dos equatorianos no jogo de ida. Mostrando que a altitude influencia demais e negativamente o adversário. La U há tempos não sabia o que era levar tantos gols assim, muitos até imaginaram que uma eliminação precoce pudesse acontecer. Eis que no jogo de volta, no Chile, o Ballet Azul resolveu dar uma aula de futebol. Com show de Junior Fernandes e Henríquez Iturra, dois gols para cada. Eugenio Mena e Marcelo Díaz ainda guardaram o deles. Ángelo Henríquez Iturra é prata da casa dos Azules, fruto de um bom trabalho. O 6 a 0 incontestável impõe respeito e o próximo adversário que se cuide.

Cruz Azul e Libertad, esse foi o jogo que menos chamou atenção da mídia em geral, dois times pragmáticos. Os Cementeros não muito motivados, afinal, chegar na final e ser campeão não vale nada para eles. Culpa da dona Conmebol, mas essa é uma outra discussão, vamos ao jogo. O empate por 1 a 1 no México já mostrou que os paraguaios dariam trabalho, a grande qualidade desse time é a luta, a garra e o baixinho José Ariel Núñez. Em Assunção, o Libertad conseguiu um 2 a 0 sem muitos sustos, Núñez e Cáceres, que são os melhores do time individualmente fizeram os gols.

Emelec e Corinthians fizeram um jogo amarrado em Guayaquil, o time equatoriano fez tudo o que pôde para atrapalhar o brasileiro. Inclusive usando de artifícios nada agradáveis ou aceitáveis, em pleno 2012 o time visitante tomar banho de xixi e cusparadas dos torcedores equatorianos é um cúmulo. Sem contar que impediram que o Corinthians treinasse no gramado, enfim. Essa é mesmo a grande competição Sul-Americana que dizem? Mas deixando a várzea de lado, vamos ao futebol. Defensivamente o Timão esteve impecável. Cássio, substituindo Júlio César se mostrou muito tranquilo, frio, chegava em todas as bolas cruzadas em sua área. O ataque ficou devendo, e muito! O Emelec se beneficiando de um juiz caseiro, tentou, dentro de suas grandes limitações técnicas, alguns chutes de longe, inclusive, acertando a trave. No jogo de volta o que já era esperado aconteceu, aos 7 minutos o Corinthians já vencia. Controlou o jogo como quis, poderia ter feito um placar bem mais elástico, mas falhou demais nas finalizações.

Vasco e Lanús fizeram um jogo até interessante, o time brasileiro já parecia satisfeito quando os Granate diminuíram o placar para 2 a 1, através do uruguaio Mario Regueiro. A torcida cruz-maltina não gostou, vaiou, reclamou bastante do treinador Cristovão Borges. Já se imaginava que o jogo na argentina fosse encardido, sabemos como é que funciona Brasil x Argentina! E foi exatamente o que aconteceu, o Vasco até que começou bem. O golaço de Nilton dificultou e muito as coisas para o time argentino. Mas sabe como é, garra não falta para esse povo brigador. E nas falhas do ótimo Fernando Prass, Mariano Pavone e Teófilo Gutiérrez viraram. Nas penalidades, o time brasileiro tinha jogadores mais capacitados e experientes, as cobranças de Juninho e Felipe foram emblemáticas. Vascão nas quartas!

No duelo entre Bolívar e Santos, lá em La Paz, os torcedores bolivianos utilizaram de muitos artifícios para atrapalhar o Peixe. Mas só o que atrapalhou foi mesmo a altitude, pois na bola, não dá para o time boliviano. Neymar levou pedradas e 'laranjadas', dentre outras coisas que só os jogadores podem definir melhor. Na volta, jogando na Vila Belmiro, deu pena do Bolivar, 8 a 0 para o Santos, fora o show de Neymar, Elano e Ganso, dois gols para cada um. Alan Kardec e Borges também guardaram um golzinho cada. Fica a dica, vamos jogar bola e esquecer esses absurdos vistos no Equador e na Bolívia!

O Atlético Nacional, da Colômbia, foi uma das gratas surpresas da fase de grupos dessa Libertadores. Jogando um futebol envolvente e bem ofensivo, marcando muitos gols, principalmente com Dorlan Pabón.
Eis que surgiu pela frente o tarimbado Vélez Sarsfield, clube argentino e muito acostumado a jogar a Libertadores. E o El Fortín não se intimidou com o estádio Atanasio Girardot lotado, venceu por 1 a 0 e levou uma boa vantagem para Argentina. Por lá, até que se tranquilizou com o gol de Augusto Fernández. Numa bela cobrança de falta, Luis Fernando Mosquera empatou para os colombianos. O confronto até ganhou ares dramáticos, mas o Vélez soube controlar os nervos e mereceu a classificação!

E as quartas-de-final ficaram assim:

Boca x Fluminense
Vasco x Corinthians
Vélez x Santos
Libertad x Universidad de Chile

Agora sim o bicho vai pegar, jogos bem interessantes!
Palpites: Boca, Corinthians, Vélez e Universidad de Chile
E aí? Qual é sua aposta? Deixe seu palpite!

Filippo Inzaghi

Filippo Inzaghi se despede do futebol, foram 57 partidas com a camisa da seleção, 25 gols marcados. Outros três gols nos 14 jogos com a seleção sub-21 da Itália. 21 anos de uma carreira bonita, onde defendeu as cores do Piacenza - clube de sua cidade natal -, Leffe, Verona, Parma, Atalanta, Juventus e Milan. Nos dois últimos alcançou maior sucesso. Pela Vecchia Senhora foram 165 jogos e 89 gols marcados. Com a camisa rubro-negra do Milan foram 296 jogos e 125 gols. Artilheiro de pouca técnica, mas de muita luta dentro de campo, sempre honrando ao extremo a camisa que vestia. Usando sua velocidade, sagacidade e uma sorte incrível, aliadas ao bom cabeceio que sempre teve. Pippo Inzaghi deixará saudade!

Liga Europa


E o título ficou mesmo com a "filial", venceu o time que teve os nervos no lugar, teve cabeça e soube controlar o jogo. Radamel Falcao García foi corajoso ao deixar o Futebol Clube do Porto para embarcar na aventura que é o Atlético de Madrid. Clube que ainda busca voltar a ser grande, tem história, tradição e camisa. Ano após ano o a equipe vem crescendo de forma gradativa. Portanto, Falcao acabou mostrando que tomou a decisão certa. Manteve seu bom nível, é um jogador admirável, tem bom controle de bola, é muito bom no jogo aéreo, tem boa técnica e dribla com inteligência. Por esses motivos, foi o principal jogador dos Colchoneros nessa Liga Europa. Inclusive, terminou como o artilheiro, com 12 gols marcados.


Los Leones pareciam sentir a pressão de há anos não conquistarem um título importante. No Campeonato Espanhol é praticamente impossível desbancar Real Madrid e Barcelona. Então o jeito é focar mesmo em competições com a Copa do Rei - está na final contra o Barça - e na Liga Europa. Mas ao contrário do que vinha acontecendo nas fases anteriores, o time do argentino Marcelo Bielsa não esteve inspirado. Jogadores importantes como Fernando Amorebieta, Ander Herrera e Markel Susaeta demonstravam um nervosismo acima do normal. Óscar de Marcos e Iker Muniain erravam muito, dessa forma o matador Fernando Llorente pouco pôde fazer, já que a bola não chegava.


O fato de o Atleti ter saído na frente logo aos seis minutos de jogo complicou o time de Bilbao. O golaço de Falcao foi elogiado no twitter por jogadores como Carles Puyol e Gerard Piqué. Na tentativa de buscar a reação o Athletic variou jogadas e formações, mas se desequilibrou psicologicamente. E isso atrapalhou bastante, o time tentava jogadas com pressa e de forma atabalhoada. E o Atlético de Madrid se mostrava firme no jogo. O uruguaio Diego Godín e o brasileiro João Miranda formam um defesa bem consistente. Arda Turan e Gabi estão jogando uma bola redondinha no meio-campo, Adrián López está numa grande fase e Eduardo Salvio está jogando fácil, quando sai do banco.


Diego Simeone vem se mostrando um treinador melhor do que o jogador violento que foi. Pegou o barco andando e aos poucos foi organizando o time. O brasileiro Filipe Luís se firmou na lateral-esquerda e o espanhol Mario Suárez na direita. Essa é uma das grandes qualidades de Simeone, dá confiança aos jogadores. O goleirão belga Thibaut Courtois se mostrou bem acima da média, se pensarmos que o jogador de apenas 20 anos e 1,98 m parecia um veterano consagrado no gol do Atleti. Campeão belga com o Racing Genk, Courtois chamou atenção de vários clubes. Contratado pelo Chelsea, da Inglaterra, acabou emprestado ao Atlético. Se chegará perto do que foram Michel Preud'homme e Jean-Marie Pfaff é difícil saber, o grandalhão é bastante promissor.


Por esses e outros motivos o Atlético de Madrid mereceu bastante seu bi-campeonato na segunda competição mais importante da Europa. Ao Athletic, resta tentar o milagre de desbancar o Barcelona na final da Copa do Rei.


Grande campeão: 



quarta-feira, 9 de maio de 2012

Liga Europa 2012

Nesta quarta-feira acontece a grande final da Liga Europa 2011/2012.
Comecemos pelo clube que só existe por causa de seu adversário na final, em Bucareste.
O Atlético de Madrid nadou de braçada num grupo bem miscigenado, com italianos, escoceses e franceses.
Logo no primeiro jogo, vitória por 2 a 0 contra o Celtic. No segundo, empate por 1 a 1, contra o Rennes, na França. Na partida seguinte, contra uma inspirada Udinese, derrota por 2 a 0, na Itália. Na volta um impiedoso 4 a 0 lavou a alma dos Colchoneros. Na Escócia, no jogo de volta contra o Celtic, mais uma vitória, 1 a 0.  Finalizando a fase de grupos, recebeu e venceu o Rennes por 3 a 1 e se garantiu na primeira posição com 13 pontos.

Nos 16 avos de final, o Atleti conseguiu uma grande vitória em Roma, contra a Lazio. 3 a 1 que praticamente eliminou os italianos da competição, na volta, nova vitória do time espanhol, 1 a 0, gol de Diego Godín. Nas oitavas contra o Beşiktaş, atropelou o time turco sem dó nem piedade, 6 a 1 no placar agregado. No primeiro jogo o argentino Eduardo Salvio esteve bastante inspirado, fez dois gols, o outro foi marcado por Adrián López, que está jogando bem com a camisa rojiblanca. Na volta, Adrián, Salvio e Radamel Falcao fecharam de vez a tampa do caixão turco. Na quartas-de-final até sofreu um pouco, o 4 a 2 no agregado engana, afinal foram dois jogos bem duros contra os alemães do Hannover 96. Salvio, Adrián e Falcao marcaram os quatro gols do confronto.

Nas semifinais, uma improvável goleada contra o Valencia acabou acontecendo, minando logo de cara as pretensões do time de Jonas. Falcao mais uma vez demonstrou todo seu faro de artilheiro e fez dois gols, um deles de rara beleza. Miranda e Adrián López ainda fizeram mais dois, o gol de Jonas havia empatado a partida, quando o Atleti abriu 4 a 1. No fim, o zagueiro português Ricardo Costa ainda diminuiu, aumentando um pouco as esperança para o jogo de volta no Mestalla. Em casa, o Valencia bem que tentou, pressionou bastante, só que o Atlético de Madrid soube controlar bem o jogo. E o gol de Adrián López na primeira parte do segundo tempo matou de vez os valencianos.

E assim o Atlético de Madrid poderá enfrentar na final, o clube de onde se originou...



                                               


O time símbolo do nacionalismo basco pode comemorar e muito o feito de chegar a essa final. Não que a equipe seja ruim, como de fato, não é. O clube que se orgulha por ao lado de Real Madrid e Barcelona nunca ter sido rebaixado na Espanha, tem mais motivos para comemorar. Os bascos, que não aceitam jogadores que não sejam dessa região, encontraram em um estrangeiro maluco a solução de muitos problemas. Você deve estar pensando, como assim a solução é um louco? É que este é Marcelo 'El Loco' Bielsa. O argentino ganhou este apelido por montar times com formações bem diferentes dos padrões da maioria. Escala times no 3-3-1-3, que varia de acordo com o adversário em questão, confundindo a marcação e jogando um futebol que envolve o oponente.

No grupo F, o Athletic tinha pela frente Paris Saint-Germain, Slovan Bratislava e Red Bull Salzburg, logo de cara já se imaginava uma briga entre franceses e bascos pelo primeiro lugar. O PSG, com muito dinheiro e contratações era visto como um dos favoritos ao título da competição. No futebol, dinheiro não resolve tudo, o que comprova essa tese é a classificação do Salzburg, time austríaco patrocinado pela conhecida bebida energética. Los Leones sofreram um pouco na primeira partida, mas venceram o Slovan Bratislava, na Eslováquia. Muniain e Susaeta foram os destaques neste jogo. O esperado jogo contra o PSG aconteceu e para decepção de quem esperava uma disputa mais equilibrada, o Athletic venceu com facilidade. Igor Gabilondo e novamente Susaeta foram os autores dos gols.

No primeiro jogo contra os austríacos, um empate inesperado, Fernando Llorente marcou duas vezes de pênalti. Mas Roman Wallner e o brasileiro Leonardo Santiago não deixaram que uma festa acontecesse em pleno San Mamés. Na Áustria, o jogo foi truncado, mas o gol solitário de Ander Herrera aos 37 do primeiro tempo foi suficiente para conseguir a magra vitória. No jogo de volta contra os eslovacos do Slovan, o esperado era uma vitória tranquila. Não é que os eslovacos deram trabalho? Óscar de Marcos e Markel Susaeta marcaram os gols da vitória, Filip Sebo descontou. Já classificado, o Athletic se deu ao luxo de escalar um time reserva contra o PSG, em Paris. 

Os franceses precisavam muito de gols para ultrapassar o melhor saldo que os austríacos do Salzburg tinham. Sendo assim, foram para cima com muita vontade! Mas o ótimo lateral-esquerdo Jon Aurtenetxe tratou de jogar um balde de água fria nos franceses logo aos 4 minutos de jogo. Mas Javier Pastore e Matthieu Bodmer viraram a partida. No começo do segundo tempo David López em bela jogada individual empatou novamente. Já no fim Iñigo Pérez acabou fazendo um gol contra, colocando os franceses na frente. E ainda houve tempo para Guillaume Hoarau fazer de pênalti, o gol que definiu os 4 a 2 já no segundo tempo. De todo modo, os quatro gols não foram suficientes e o Paris Saint-Germain acabou eliminado já na fase de grupos. Contrariando os prognósticos, quem foi disputar o 16 avos-de-final foi o Salzburg.

Contra o Lokomotiv de Moscou os comandados de Bielsa sofreram bastante, conseguindo a classificação pelo gol fora. Iker Muniain chegou a abrir o marcador para o time basco aos 31 do primeiro tempo, mas no segundo tempo Denis Glushakov e Felipe Caicedo trataram de garantir a vitoria russa. Na volta no San Mamés, jogo truncado, brigado, mas quem se saiu bem novamente foi o baixinho Muniain, autor do gol da classificação. Nas oitavas, nada mais, nada menos que o poderoso Manchester United, vindo de campanha decepcionante na Champions League. Por mais que o clube inglês estivesse desmotivado, não é sempre que é derrotado em pleno Old Trafford. Rooney abriu os trabalhos, Fernando Llorente empatou e Óscar de Marcos virou o jogo. Já no apagar das luzes ainda houve tempo para Muniain fazer mais um, e Rooney nos acréscimos diminuir. 

Na volta, de Marcos e Llorente trataram logo de espantar os Diabos Vermelhos, Rooney até diminuiu o prejuízo, pouco adiantou. Na Alemanha, contra o Schalke na Veltins Arena lotada, Los Leones praticamente garantiram sua vaga nas semifinais logo no primeiro jogo. Llorente abriu o placar para os bascos, mas logo em seguida o interminável Raúl González Blanco empatou e virou o jogo com dois belos gols. Mas Llorente marcou seu segundo gol e de Marcos colocou novamente o time em vantagem. Já nos acréscimos, Muniain fez mais um de seus golzinhos importantes e calou de vez a fanática torcida dos Azuis Reais. Em Bilbao o que se viu no jogo de volta foi um movimentado empate por 2 a 2. O artilheiro holandês Klaas-Jan Huntelaar fez o primeiro para os alemães. Mas o ótimo Ibai Gómez tratou logo e igualar o marcador. Raúl colocou o clube alemão novamente em vantagem, o time azul pressionou bastante e por pouco na fez o terceiro. Mas com o gol de Markel Susaeta as coisas voltaram para seus devidos lugares.

Na semifinal com o Sporting Clube de Portugal, os bascos acabaram perdendo a primeira partida no José Alvalade. Gols do argentino Emiliano Insúa e do espanhol Diego Capel, este que está devendo, perto do que esperavam dele. Jon Aurtenetxe descontou para o Athletic, demonstrando suas qualidades ofensivas. Na volta, com La Catedral lotada, Llorente, Susaeta e Ibai Gómez jogaram muito, um gol para cada um. O holandês Ricky van Wolfswinkel guardou o seu, mas de nada adiantou e com méritos, o clube basco mereceu chegar a essa final.

E agora leitor? Qual é o seu palpite? Matriz ou filial?
Façam suas apostas, nesta quarta saberemos a resposta!