quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Torneio Olímpico Feminino - Grã-Bretanha 1 x 0 Brasil



Ambas seleções já classificadas, este jogo do fechamento da fase de grupos valia apenas para decidir quem se classificaria em primeiro, assim, teoricamente pegaria um adversário mais fraco nas quartas. Como este blog e outros admiradores de futebol feminino sugeriram, Jorge Barcellos resolveu mudar algumas peças para ver se o principal defeito dessa seleção se resolvia, que é a armação das jogadas. Ele manteve o esquema com três zagueiras, escalou Rosana na ala esquerda e Maurine na ala direita, onde rende melhor. Outra mudança foi a entrada de Thais um pouco mais recuada, para tentar ajudar Francielle na armação. Não deu nada certo, logo no começo do jogo era nítida a bagunça que se instalou em nossa seleção, com as jogadores confusas, sem saber bem para que lado correr. Ester, o calcanhar de Aquiles continuava lá, firme e forte no time titular.

As britânicas jogando em casa, com o lendário estádio de Wembley lotado foram para cima com tudo, em cobrança de escanteio de Kelly Smith, a defesa tirou, no rebote Karen Carney dominou a bola perto da linha lateral e driblou facilmente Ester, cruzou rasteiro e Stephanie Houghton muito esperta, antecipou-se à goleira Andreia e tocou para o fundo do gol brasileiro. Assim aos 2' de jogo nossa seleção já estava perdendo um jogo que para nós era aguardado como um teste, até para sabermos a real capacidade deste time. Ainda no primeiro tempo o Brasil levou sorte, Smith acertou belíssimo chute de voleio que passou rente á trave de Andreia. A Seleção Brasileira não conseguia criar chances claras e arriscava chutes de longa distância que não preocupavam a goleira Karen Bardsley. Um chute de Cristiane passou perto, mas sem a direção do gol, ou seja, Bardsley pouco trabalhou. 


No comecinho do segundo tempo Aluko fez um bom cruzamento para Smith, o cabeceio não saiu forte como ela desejava e Andreia pegou sem dificuldade. Em uma cobrança de falta, Marta lançou a bola na área britânica, a defesa afastou e no rebote a zagueira Renata Costa acertou um chute de primeira e Bardsley, bem colocada, defendeu. Eniola Aluko infernizava nossa defesa com sua velocidade, por mais que ficasse devendo nas finalizações. E foi numa dessas jogadas de velocidade que a nigeriana naturalizada inglesa sofreu pênalti claro de Francielle, que chegou atrasada na jogada e deu um toque sutil suficiente para derrubar a camisa 15 adversária. Na cobrança, a craque do time e uma das mais experientes pegou a bola assumindo a responsabilidade. Mas Smith não cobrou bem, facilitando o trabalho de Andreia que pegou uma bola fraca e praticamente no meio do gol.


Como o Brasil não assustava, não chutava, não criava chances claras de gol, começou a bizarrice protagonizada por nosso treinador. Precisando do empate ele tirou Bruna, e colocou outra zagueira? No caso, Aline Pellegrino. Pior, tirou a Maurine e colocou a zagueira Daiane Bagé, com características muito defensivas nas ala direita!? Jesus amado!!! Bruna é um dos motivos que tornaram nossa defesa mais forte, como já tinha um cartão amarelo, a única explicação por ter saído é essa. Mas Aline entrou e não demorou muito e também foi premiada com um cartão da mesma cor. Formiga fez muita falta, estava sendo preservada, pois ao 34 anos, não tinha necessidade de jogar com o time já classificado. Para piorar, Barcellos manteve a inexpressiva Thais até o fim, não adiantou a Érika para o meio-campo. Apenas no desespero, já no fim do jogo, resolveu colocar a atacante Grazielle no lugar da intocável Ester. 


Não é todo dia que acontece o que ocorreu na Copa da Suíça, em que Grazi entrou no fim e acabou fazendo o gol que deu o título deste torneio amistoso ao Brasil. O negócio amigo, é saber o que se está fazendo, Barcellos não pareceu saber bem onde estava. No fim o Brasil terminou o jogo com quatro atacantes em campo, do que adianta fazer isso se a bola não chega lá na frente cara pálida? É difícil, as coisas no futebol feminino já não são boas não só no Brasil como em muitos outros países do mundo. E ainda temos que aturar dirigentes que mal sabem administrar suas próprias vidas, quiçá contratar um treinador decente para a seleção feminina. Que saudade do Renê Simões!!! O que esperar do atual presidente da CBF, José Maria Marin, que rouba uma medalha descaradamente na premiação da Copa São Paulo de Futebol Júnior? Alguém realmente acha que mudou alguma coisa na CBF depois da queda de Ricardo Teixeira? Essa corja! E quem paga o pato é o cidadão comum que só quer ver a seleção de seu país fazer sucesso e nos dar alegria, já que com tantos impostos praticamente trabalhamos para saldá-los. E a vida? Sobra tempo para ela! 

P.S.

Com a segunda colocação do grupo E, jogaremos contra o Japão, atual campeão Mundial e que jogou com o freio de mão puxado contra a África do Sul, nitidamente se poupando para as quartas de final. Como o futebol é um esporte surpreendente, não podemos cravar que o japão sairá vencedor. Futebol não é uma ciência exata, mas tem sim uma certa lógica. E o mais provável é o Japão nos eliminar, lembrando que no futebol o imponderável pode dar as caras. 

Veja como foi o jogo no WSU!

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