terça-feira, 31 de julho de 2012

Nova Zelândia - Grupo C


Depois do mico recente que foi a eliminação precoce na OFC Nations Cup, resta ao time neozelandês tentar fazer uma campanha digna nesses Jogos Olímpicos, pra assim apagar a má impressão deixada. Perder a vaga na Copa das Confederações de 2013, que será disputada em solo brasileiro, foi um absurdo. Com a saída da Austrália para a confederação asiática, pensava-se que a Nova Zelândia reinaria absoluta na Oceania. Mas como você pode notar leitor, não tem sido assim. Basta lembrar que em 2010 o representante da Oceania no Mundial de Clubes foi o Hekari United, de Papua Nova Guiné! No pré-olímpico a Nova Zelândia fez 15 gols em apenas quatro partidas. Dez deles saíram na fase de grupos, contra a fraquíssima seleção de Tonga. As outras partidas foram vencidas por apenas um gol de diferença, incluindo a dura final contra Fiji. 


Como se pode ver, Taiti, Nova Caledônia, Fiji e Ilhas Salomão já incomodam o que poderia ser um reinado absoluto do belo país chamado Nova Zelândia. Até mesmo Papua Nova Guiné já conseguiu incomodar ao menos no âmbito de clubes. Em pensar que tem pessoas que acham que a Oceania nem deveria ter uma vaga direta na Copa do Mundo. O que foi dito mostra que onde há trabalho sério e apoio da Fifa o futebol se desenvolve. E para tentar apagar as imagens ruins, o treinador inglês Neil Emblen terá bons jovens valores para apostar. O meia Kosta Barbarouses é um desses jovens, revelado pelo Team Wellington, o descendente de gregos acaba de se transferir para o Panathinaikos, depois de ter jogado durante uma temporada no Alania Vladikavkaz, clube que acaba de retornar para a primeira divisão no futebol russo. 

Para quem não sabe, o Team Wellington, da capital neozelandesa, joga pela NZ Football Championship, também conhecida com O-League, competição nacional oficial de clubes no país. Após três temporadas no clube que o revelou, Barbarouses teve uma rápida passagem pelo Wellington Olympic, de lá transferiu-se para o Wellington Phoenix, também da capital do país, porém, disputa a A-League, primeira divisão de futebol da Austrália, ou seja, foi um bom salto na carreira. Depois de três anos no Phoenix e um empréstimo ao modesto Macarthur Rams, time das divisões reginais na Austrália, acabou rumando para o Brisbane Roar, habitual representante da primeira divisão australiana. Veremos o que Barbarouses pode fazer jogando no futebol grego, com o país em crise, sem grana para investir, o futebol também sofre com essas consequências.

O goleirão Jake Glesson, de 1,93 m, também foi revelado pelo Team Wellington, já está há três anos na Major League Soccer (MLS), liga de futebol dos Estados Unidos. Ele é uma aposta segura quando a Nova Zelândia não puder mais contar com os serviços de Mark Paston e Glen Moss, os dois goleiros mais utilizados pela seleção. Outro que merece destaque é o descendente de chilenos Marco Rojas, o baixinho camisa onze se notabiliza pelas rápidas jogadas. Trata-se de um daqueles atacantes que zagueiro nenhum curte marcar, incansável, irrita os marcadores. revelado pelo Waikato FC, depois de duas temporadas no Phoenix, já está indo para sua terceira temporada no Melbourne Victory. O clube foi fundado em 2004 e seu uniforme aparentemente foi inspirado na bela camisa do Vélez Sarsfield, da Argentina.

                                                                                        Jake Gleeson
                                                                      
Quem chama atenção pela precocidade é Cameron Howieson, que tem apenas 17 anos e já está entre os jogadores Sub-23. Howieson vai para sua segunda temporada no Burnley, clube da segundona inglesa, canhoto, trata-se de uma boa aposta para o futuro. E com o intuito de ajudar os mais jovens, Emblen chamou os três maiores de 23 anos. Ryan Nelsen, zagueiro de 34 anos, com experiência boa nos Estados Unidos e na Inglaterra. Durante anos foi o capitão e uma das principais referências na seleção neozelandesa. Os outros dois nomes são os atacantes Shane Smeltz e Michael McGlinchey, o primeiro nasceu na Alemanha e fez a maior parte de sua carreira no futebol australiano, com rápidas passagens pela Turquia e pela iInglaterra, hoje faz seus gols com a camisa Perth Glory. McGlinchey foi revelado nas categorias de base do Celtic, da Escócia, descendente de irlandeses, não se firmou no clube católico e após empréstimos para Dunfermline e Motherwell acabou negociado com o australiano Central Coast Mariners FC, aonde vai para sua quarta temporada.

Com Ryan Nelsen, Ivan Vicelich, Simon Elliott, Shane Smeltz e Chris Killen próximos do fim da carreira, fica inevitável que uma renovação não seja feita. E o principal atacante desse atual time olímpico é um dos que seguirá no caminho evolutivo da Nova Zelândia. Chris Wood, apesar de ter apenas 20 anos, já é conhecido há alguns anos. Revelado pelo Waikato FC, Wood rumou para a Inglaterra ainda na adolescência. Lá começou a se desenvolver nas categorias de base do West Bromwich Albion, tradicional clube inglês da região de Birmingham. Depois de alguns empréstimos para Barnsley, Brighton & Hove Albion, Birmingham e Bristol City, nesta temporada 2012/2013 deve ser melhor aproveitado pelos Baggis.
Contudo, independente do que aconteça nessas Olimpíadas, o foco maior deve ser preparar e organizar o time para que não fique fora da próxima Copa do Mundo.

Com alguns ajustes, Chris Wood, Marco Rojas, Kosta Barbarouses, Jake Gleeson, Winston Reid, Michael McGlinchey, Jeremy Brockie e Cameron Howieson podem seguir no caminho evolutivo que a Nova Zelândia já mostrou estar trilhando. Como ficou provado na Copa de 2010, na África do Sul, aonde os neozelandeses foram eliminados na primeira fase, é verdade, mas saíram de forma honrosa, sendo eliminados sem perder. Foram dois empates por 1 a 1 contra Itália e Eslováquia, além de um 0 a 0 com Paraguai, deixando os italianos na lanterna do grupo. Bons testes contra Egito, Bielorrússia e Brasil virão, o que será que vai acontecer?

Nenhum comentário:

Postar um comentário