segunda-feira, 2 de julho de 2012

Espanha 4 x 0 Itália - EURO 2012 - Final



Com certeza nem os mais empolgados esperavam uma vitória tão esmagadora da Espanha como aconteceu neste domingo em Kiev. Os espanhóis estiveram devendo futebol durante a competição, passaram sufoco contra Portugal nas semifinais, se classificando na emoção dos pênaltis. Digamos que La Roja praticou um futebol extremamente burocrático, acreditando demais em seus talentos. Tentando controlar todos seus adversários, independente do peso e da tradição das camisas alheias. Por outro lado, a Itália veio crescendo de produção e ganhando mais confiança durante a competição. Depois de sofrer derrotas vexatórias em amistosos, como 2 a 0 da Irlanda ou a goleada de 3 a 0 sofrida contra a Rússia pouco antes do começo da Euro. No primeiro jogo, enfrentando exatamente a Espanha, os italianos surpreenderam com um jogo mais ofensivo, fugindo das características históricas do país. Cesare Prandelli vem tentando mudar esse costume do catenaccio - que em italiano significa literalmente, porta trancada - forma mais defensiva de jogar.


O ótimo treinador italiano escalou o volante Daniele De Rossi como líbero, o jogador da Roma não decepcionou e foi muito bem tanto defensivamente como ofensivamente. Andrea Pirlo ditava o ritmo de jogo no meio-campo. Dessa forma, os italianos conseguiram abrir o placar, Pirlo fez ótimo lançamento e Antonio Di Natale, com sua velocidade chutou bonito para balançar as redes de Iker Casillas. Mas nem deu para comemorar muito, a resposta espanhola veio poucos minutos depois, quando Fàbregas empatou. Assim o jogo seguiu equilibrado e o placar acabou sendo justo. No segundo jogo os italianos sofreram muito para empatar por 1 a 1 com a boa seleção da Croácia. No terceiro e decisivo embate, os italianos sofreram mais do que o placar de 2 a 0 contra a Irlanda sugere. Afinal, só abriram o placar aos 35 minutos de jogo, num improvável gol de cabeça do baixinho Antonio Cassano. O gol de Mario Balotelli aconteceu no último minuto da segunda etapa. 


Nas quartas-de-final a Itália dominou as ações no jogo contra a Inglaterra, o English Team bastante desfalcado, apostou na cautela que vinha dando certo até então. A vitória da Squadra Azzurra nos pênaltis por 4 a 2 acabou sendo justa. Nas semifinais o adversário seria a Alemanha, que vinha jogando o melhor futebol da competição a partir da segunda rodada. Pois na primeira os russos jogaram um futebol de bom toque de bola contra os tchecos. E vinha de uma goleada de 4 a 2 contra os gregos nas quartas, como é sabido por todos, não é fácil penetrar na defesa grega e fazer tantos gols. Eis que para as semifinais o treinador alemão Joachim Löw resolveu mudar o time que atuou contra os gregos. Deixando no banco Miroslav Klose, Marco Reus e André Schürrle. Mantendo os habituais titulares Mario Gómez e Lukas Podolski no ataque e escalando Toni Kroos na vaga de Thomas Müller. Estranhamente o time alemão não se encaixou bem em momento algum da partida. Pareciam sentir o histórico de fracassos contra a Itália. 


Ficou nítido no primeiro gol italiano que o excesso de confiança do time alemão foi prejudicial. Mats Hummels, ótimo zagueiro do Borussia Dortmund estava se achando um paredão, foi marcar Cassano de forma afoita, tomou um drible e no cruzamento Holger Badstuber quis proteger a bola e Balotelli surgiu como um tanque e cabeceou para o fundo do gol de Manuel Neuer. Isso aconteceu aos 20 da primeira etapa, aos 36 o camisa nove italiano recebeu grande lançamento de Riccardo Montolivo e na cara do gol, fuzilou novamente o goleiro alemão que nada pôde fazer. Assim a Itália passou a ter mais credibilidade e a ser vista de forma mais otimista. Os espanhóis passaram de forma tranquila pela França, mas o sofrimento contra Portugal parecia um alerta! Tudo dava a impressão que a Itália chegava mais pronta para levantar o caneco. Mas não é que a Espanha resolveu jogar tudo o que se esperava dela exatamente na final? O famoso tiki-taka estava de volta, os passes envolventes, as infiltrações e as incríveis enfiadas de bola de Xavi Hernández apareceram para decidir. 


Veja esse belo vídeo contando um pouco da trajetória das duas seleções até a final:



Mais uma vez Vicente Del Bosque escalou seu time sem um atacante de ofício, recheando seu meio-campo de muita talento, Sergio Busquets, Xabi Alonso, David Silva, Cesc Fàbregas, Andrés Iniesta e Xavi Hernández seriam titulares em qualquer seleção do mundo. E o treinador ainda se dá ao luxo de ter no banco jogadores como Fernando Torres, Fernando Llorente, Juan Mata e Santi Cazorla. Toda essa qualidade ficou nítida quando aos 13 minutos de jogo Iniesta acertou milimétrico lançamento para Fàbregas, que cruzou bem e pegou o baixinho Silva de frente para o gol, o jogador do Manchester City cabeceou firme e abriu o placar. Aos 41 da primeira etapa a Espanha saiu em um rápido contra-ataque e Fàbregas deixou Jordi Alba na cara do gol, o ex-meia, que acaba de se transferir do Valencia para o Barcelona, definiu com extrema categoria sem dar chances ao goleirão Gianluigi Buffon.


Perdendo por 2 a 0 e precisando reagir a Itália tentava investidas ofensivas mas não obtinha sucesso. O brasileiro naturalizado italiano Thiago Motta havia entrado aos 56 minutos de jogo. Ficou pouco tempo no gramado e sentiu uma contusão na coxa direita, como a Itália já havia feito as três substituições acabou ficando com um jogador a menos. Se aproveitando disso e dos espaços que o time italiano dava, a Espanha acabou fazendo mais dois gols, fechando a tampa do caixão azul de vez. No terceiro gol Fernando Torres, que havia entrado no lugar de Fàbregas, recebeu ótima enfiada de bola de Xavi e na cara do gol escolheu o canto e saiu para o abraço. Quatro minutos depois Torres saiu na cara do gol novamente, mas viu Juan Mata chegando por trás, não foi fominha e deu o gol de presente para o jogador do Chelsea que tinha acabado de entrar! E assim a Espanha se tornou a primeira seleção a conquistar três títulos de primeira grandeza em sequência! Abaixo os gols: 


Se preferir, veja pelo Footytube!

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