quarta-feira, 6 de junho de 2012

Euro 2012 - Dinamarca



A Dinamarca surpreendeu o mundo do futebol em 1992 ao conquistar o título mais importante de sua história. A Eurocopa daquele ano aconteceu na Suécia, vizinha e rival dos Olsen Banden, alcunha que os vermelhos carregam. Que é  uma referência à uma série de filmes dinamarqueses em torno do personagem principal Egon Olsen. O capitão da famosa "Dinamáquina" de 1986, Morten Olsen, hoje treinador da equipe é aclamado e respeitado pelos torcedores. Tem tanta moral que na época de jogador apelidaram a seleção de "Olsen Gang". É bom lembrar que em 1992 os Aces do Futebol não contaram com Elkjaer Larsen e Michael Laudrup, dois dos destaques durante a Copa de 1986, no México, onde a seleção vermelha e branca encantou na primeira fase ao golear o respeitável Uruguai por 6 a 1 e vencer a antiga República Federal Alemã, ou Alemanha Ocidental por 2 a 0, ainda venceram os escoceses pelo placar mínimo. Causaram expectativas que logo foram quebradas pela Espanha de Emilio Butragueño, autor de 4 gols na goleada por 5 a 1 da Fúria já nas oitavas-de-final daquele Mundial. Mas o futebol ofensivo e bem trabalhado marcou e a Dinamáquina jamais será esquecida!

O time campeão europeu tinha na meta um dos maiores goleiros da época, Peter Schmeichel, que dava a segurança necessária para a defesa. E no ataque um inspirado Brian Laudrup, que dava muito trabalho com suas jogadas velozes. Com um time bastante aguerrido e com dois jogadores acima da média acabaram embalando, jogando perto de casa chegaram até a final. Poucos esperavam que os dinamarqueses pudessem vencer a então campeã do Mundo. Com Mathias Sammer, Jürgen Kohler, Andreas Brehme, Bodo Illgner, Andreas Köpke, Andreas Möller, Thomas Hassler (ou Häßler), Stefan Effenberg, Rudi Völler e Jürgen Klinsmann. Ou seja, era um time com mais opções e mais talento, mesmo com as críticas feitas contra a Copa de 1990 que até hoje é considerada uma das piores tecnicamente falando. Em 1995, sem Schmeichel, mas com os irmãos Laudrup juntos, a Dinamarca conquistou a segunda edição da Copa das Confederações. Além dos irmãos citados, bons defensores como Marc Rieper e Michael Schjønberg davam bom suporte ao meio-campo que ainda tinha o talento de Morten Wieghorst e o incansável Brian Nielsen.

Na Copa de 1998 a Dinamarca novamente jogou um futebol vistoso e ofensivo. Com os irmãos Laudrup, Schmeichel de volta ao gol e atacantes de bom nível para ajudar. Ebbe Sand, Niklos Molnar e Peter Møller não eram brilhantes, mas sabiam fazer gols. E outros bons talentos haviam surgido entre 1995 e 1998, Thomas Helveg, Martin Jørgensen, Jan Heintze, Søren Colding, Stig Tøfting e o rápido motorzinho Allan Nielsen. Juntos com os principais remanescentes de 1995 esses jogadores levaram a Dinamarca até as quartas-de-final, quando foram eliminados pelo Brasil, naquele jogo incrível (relembre aqui), cheio de alternativas, um dos melhores do Mundial de 1998. Em 2002, já com novidades como Dennis Rommedahl e Jon Dahl Tomasson, conseguiram chegar até as oitavas. Ficaram fora em 2006, deram a volta por cima e em 2010 retornaram, decepcionaram ficando em terceiro no Grupo E com Holanda, Japão e Camarões. Por mais que o futebol japonês tenha evoluído, no papel o time dinamarquês tinha mais talento. 

Para a Eurocopa 2012, o maior talento é o jovem Christian Eriksen, de apenas 20 anos, que fez boa temporada com a camisa do Ajax, da Holanda. O meia esteve com o grupo na África do Sul em 2010 para ganhar rodagem. Willian Kvist, usará a camisa 7 e também é uma das referências desse time. Que ainda conta com a experiência de Rommedahl, que aos 33 anos retornou ao seu país onde defende as cores do Brondby, espera fazer uma despedida digna da seleção. Missão difícil no Grupo B, mais conhecido como grupo da morte. Se conseguir passar já vai ser um grande mérito, afinal terá ao seu lado duas das maiores favoritas ao título, que são Alemanha e Holanda e o respeitável Portugal de Cristiano Ronaldo, um dos melhores jogadores do futebol mundial. No entanto, a Dinamarca deve apostar muito em Michael-Krohn Dehli bem aberto pela esquerda e torcer para que o limitado Nicklas Bendtner esteja voando e ganhando todas dentro da área. 

A dupla de zaga é muito boa, Daniel Agger e Simon Kjær são bastante confiáveis. Talvez o maior problema esteja nas laterais, Lars Jacobsen e Simon Poulsen são fracos no apoio. E claro, faltam atacantes com maior qualidade, pois organização não falta quando o treinador é Martin Olsen. Com a contusão nas costas sofrida pelo goleiro titular Thomas Sørensen, Olsen convocou Kasper Schmeichel, filho de Peter. Sørensen que há quase uma década é o titular incontestável fará falta, com 35 anos é muito experiente. De todo modo, a vaga deve ficar com Stephen Andersen, que no começo de sua carreira foi apontado como um goleiro promissor. Ao decepcionar no futebol inglês com a camisa do Charlton Athletic, retornou ao seu país, onde foi titular do Brondby por cinco temporadas seguidas. Até se transferir para o Évian TG, da França, onde é titular. Aos 30 anos, tem bagagem e experiência de sobra para fechar o gol dos De Rod Hvide (Vermelhos e Brancos). 

Qual é sua aposta? Deixe sua opinião!

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