sábado, 28 de abril de 2012

Grupo 8






Ranking da Conmebol: 16º (16/04/2012)
Participações anteriores: 37 (1960, 1961, 1962, 1963, 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1975, 1976, 1977, 1978, 1979, 1981, 1985, 1986, 1987, 1989, 1995, 1996, 1997, 1998, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2009, 2001, 2012) 
Melhor colocação: Campeão (1960, 1961, 1966, 1982, 1987)
Como se classificou: Melhor pontuação na tabela agregada 2010/2011

Está aí um dos maiores campeões desta competição chamada Libertadores da América, vindo de um país lutador como o Uruguai, parecem feitos um para o outro. Até por isso os Carboneros são penta-campeões e um dos times mais tradicionais da América do sul. Os números são impressionantes, 37 participações na competição - 39 segundo a Wikipédia - só rivaliza com seu maior rival, o Nacional, com 38 participações.
Era um ícone na década de 60 e até o fim dos anos 80 era muito respeitado e até temido. Mas os anos passaram e hoje a realidade carbonera é bem diferente.

Sim, o Peñarol é mítico, e tradição no futebol pesa muito, vários até questionam essa afirmação. Mas a história sempre mostra que isso não é balela. Em 2011 o time uruguaio era claramente inferior ao argentino Vélez Sársfield, mas nos momentos decisivos a camisa amarela e preta falou mais alto. E assim a final de 1962 pôde ser revivida. Com dois dos maiores times do futebol mundial se enfrentando, um resgatando sua essência, outro com um dos maiores craques da atualidade e depois de muitos anos ressurgiu no começo dos anos 2000 e hoje tem os holofotes que merece, por toda sua grandeza. 

Do time vice-campeão em 2011, sobraram poucos jogadores, Martinuccio quase foi para o Palmeiras, acabou no Fluminense e hoje está no Villarreal, da Espanha. Diego Alonso encerrou sua carreira, Matias Corujo foi para o Cerro Porteño, do Paraguai. O ótimo goleiro Sebastián Sosa, hoje está no Boca Juniors, assim Fabián Carini tenta mostrar que toda pompa que sempre teve não é falácia. Santiago Solari também aposentou sua perna esquerda, aos 35 anos. Juan Oliveira foi se aventurar no Al Wasl, dos Emirádos Árabes Unidos, Guillermo Rodríguez está no Cesena, da Itália, segurando a lanterna e Urretaviscaya está no Vitória de Guimarães, clube português.

Sobraram Alejandro González, lateral-direito implacável na marcação e Fabián Estoyanoff, este último que não foi tão vital na boa campanha. Se o capitalismo selvagem não permite que um grande time uruguaio segure seus jogadores, ao menos tentaram trazer outros interessantes. Alguns que não vingaram na Europa, outros que até vingaram, mas estão em fim de carreira ou ficaram sem mercado por lá. Casos de Marcelo Zalayeta e Carlos Valdez (que já estava no time vice-campeão), Darío Rodríguez (também presente em 2011) é outro que foi bem no velho continente e hoje está perto de encerrar sua bela carreira, ainda tem muita liderança para chefiar uma defesa. 

Da Europa retornaram Bruno Montelongo, que não se firmou no Milan e esteve emprestado ao Bologna, Adrián Gunino, que jogou no Boca Juniors - ARG e estava no Toulouse - FRA, Luis Aguiar tinha acertado com o Sporting Clube de Portugal, teve um desentendimento com a diretoria e acabou emprestado ao próprio Penãrol. Rodrigo Mora retornou do Benfica e Walter López voltou de sua aventura na Romênia. Além deles, muitos jovens subiram para os profissionais, entre eles o jovem Santiago Silva - homônimo do "El tanque" e formado no Danubio - de apenas 21 anos. Do time atual, o brasileiro João Pedro e o nativo Nicolás Freitas são muito elogiados. Um pela velocidade e criatividade e o outro pela marcação implacável, estilo cão-de-guarda. 

Tudo acima citado não deu liga, os reforços não vingaram, as perdas foram sentidas e os jovens não tiveram bom respaldo. Tanto é que o treinador Gregório Pérez foi demitido e Jorge Da Silva é o atual comandante. A torcida aurinegra sente saudade de Diego Aguirre que resolveu encher o bolso de petrodólares no Al-Rayyan, do Catar, logo após seu bom trabalho, resgatando o orgulho carbonero. Com todas as dificuldades, não foi possível ao Peñarol se classificar para as oitavas. Fato é que não esperavam que o Atlético Nacional - COL viesse forte, talvez até já se imaginavam brigando pela segunda vaga com o Godoy Cruz, da Argentina. Foram duas goleadas vexatórias contra os colombianos, uma derrota para o fraco time argentino, um empate e uma derrota contra os chilenos de La U. 

A goleada na última rodada contra os argentinos de nada serviu. Dessa vez nem a camisa ajudou, e o Atlético Nacional - campeão em 1989 - mereceu muito a vaga, jogando um futebol vistoso. Quem sabe em 2013?





Ranking da Conmebol: 3º (16/04/2012)
Participações anteriores: 17 (1960, 1963, 1965, 1966, 1968, 1970, 1972, 1977, 1981, 1995, 1996, 2000, 2001, 2005, 2009, 2010, 2012)
Melhor colocação: Semifinais em 1970, 1996 e 2010
Como se classificou: Campeão dos Torneios Clausura e Apertura e Copa Sul-Americana 2011

Após encantar com um futebol que se assemelhava - dentro dos padrões sul-americanos - ao do Barcelona, a Universidad de Chile perdeu alguns jogadores importantes. Como já era de se esperar, perdeu um de seus pilares da defesa e seu principal atacante. Hoje, Marcos González talvez pense que seria melhor ter ficado no Chile do que entrar na roubada que é o Flamengo. Eduardo Vargas ainda procura se adaptar e se firmar no Napoli, da Itália. Gustavo Canales chegou a ser sondado por clubes brasileiros mas acabou acertando com o Dalian Aerbin, da China, país que investe cada vez mais no futebol. O atacante argentino Diego Rivarola se aposentou.

La U, ainda quase perdeu José Rojas, o jogador chegou a acertar tudo com o Botafogo, mas nos exames foi constatada uma arritmia cardíaca. O clube brasileiro ficou com receio de fechar contrato com o atleta, que retornou para o Chile e declarou: "Se tiver que morrer, será com minha gente e minha camiseta". Os crescentes casos de mortes no futebol em decorrência de problemas cardíacos são alarmantes, portanto, o Botafogo fez certo. E queira Deus, que não aconteça nada com o lateral-esquerdo/zagueiro/volante. Com as perdas, Jorge Sampaoli precisou ter paciência para ajeitar o time e manter o futebol que agradou os amantes desse esporte em 2011.

O clube tem invejável administração e se mexeu bem para recompor as perdas e melhorar ainda mais o elenco. Repatriou Pedro Morales, bom meia que estava no Dinamo Zagreb, da Croácia. Trouxe o marrento e desmiolado Dayro Moreno, que fez jus a sua fama, logo foi emprestado ao Club Tijuana, do México e já retornou ao Once Caldas - COL, único lugar onde parece se sentir bem para jogar o bom futebol que tem. A diretoria ainda trouxe o peruano Raúl Ruidíaz, destaque do Universitário - PER, na Copa Sul-Americana 2011. Curiosamente ele é descendente de croatas, inclusive tem passaporte europeu, o que pode lhe facilitar uma transferência no futuro. Trouxe de volta um velho conhecido da torcida, Emilio Hernández, que após uma temporada no México e duas na Argentina retornou para o clube onde jogou mais tempo na carreira.

Os Azules ainda trouxeram Eduardo Morante, defensor que veio do Emelec, do Equador, o lateral-esquerdo Roberto Cereceda, que jogou anos no Colo Colo e passou pela Universidad Católica - CHI. Contrataram dois chilenos com sangue brasileiro, o meio-campo Paulo Magalhães e o atacante Junior Fernandes. Magalhães é sobrinho de Paulo César, ex-lateral-esquerdo que defendeu Grêmio e Internacional nos anos 80. Foi campeão Intercontinental com o Grêmio em 1993, hoje é empresário e um dos fundadores do Cerâmica Atlético Clube, que disputou a primeira divisão do Campeonato Gaúcho neste ano. Paulo está feliz após superar problemas com a bebida e a depressão. O jogador chileno ainda tem um primo que joga no Paulista de Jundiaí, Thiago Pereira é seu nome.

Junior é filho de brasileiros, como seu primeiro nome sugere - Antenor - e chegou após se destacar com a camisa do modesto Palestino, pequeno clube da capital. Suas boas atuações em 2011 renderam uma convocação para a seleção La Roja. No mais a diretoria segurou nomes importantes como Osvaldo González, o ótimo Eugenio Mena, Charles Aránguiz, Marcelo Díaz e Francisco Castro. O argentino Gustavo Lorenzetti também continua no time e hoje é mais importante que na temporada passada. Das categorias de base subiram o goleiro Carlos Alfaro, formado pelo Coquimbo. Os defensores Igor Lichnovsky - que apesar do nome russo tem passaporte austríaco - e Cristóbal Vergara, de apenas 17 anos.

Subiram também o meia Sebastián Martínez e os atacantes Christian Bravo, Luiz Felipe Gallegos e Ángelo Henríquez. Este último é cria da Católica, mas está debutando no profissional este ano. Contudo, Sampaoli conseguiu reequilibrar o time a tempo de se classificar sem sustos no Grupo 8 da Libertadores. Após a derrota na estreia, quando perdeu por 2 a 0 do Atlético Nacional lá em Medellin, Colômbia, o time se recuperou ao golear por 5 a 1 o Godoy Cruz, da Argentina, em casa. O empate contra o bagunçado Peñarol no terceiro jogo mostrou que o time chileno ainda precisava melhorar. Mas as três vitórias seguidas colocaram tudo nos eixos novamente. Agora o Ballet Azul é favorito contra o Deportivo Quito nas oitavas e sério candidato ao título. O que será que vai acontecer?





Ranking da Conmebol: 38º (16/04/2012)
Participações anteriores: 2 (2011, 2012)
Melhor colocação: Segunda fase (grupos)
Como se classificou: 2º melhor pontuação na tabela agregada de 2011

O modesto Godoy Cruz é um clube da província de Mendoza, seu maior título na história é da segunda divisão argentina, a Primera B Nacional. O time disputa sua segunda Libertadores seguida após conseguir dois terceiros lugares nos Clausuras 2009/2010 e 2010/2011, também um quinto lugar no Apertura 2010. Na pontuação geral conseguiu a vaga por dois anos seguidos, no atual Clausura, ocupa a modesta 17º posição e foi eliminado da Libertadores na fase de grupos, chamada de segunda fase pela Conmebol. O expresso, como é chamado pelos torcedores, precisa se recuperar rapidamente. Apesar de não ter perigo de rebaixamento este ano, é bom melhorar a pontuação para não se complicar nas competições futuras.

O time tem dois panamenhos em seu elenco, os meias Anibal Godoy e Armando Cooper, o segundo joga com mais regularidade. Tem também um brasileiro, não de nascimento, apesar de ter nascido em Buenos Aires, Federico Lértora escolheu a nacionalidade brasileira.O equatoriano Franklin Salas veste a camisa 10, é rápido, driblador, dá trabalho. E o uruguaio Alvaro Navarro veste a camisa 9, apesar de não ser titular. O grande destaque desta equipe é sem dúvidas o atacante Leandro Caruso, que fez três gols no incrível empate por 4 a 4 com o Atlético Nacional, jogando no estádio Malvinas Argentinas. Caruso foi revelado pelo Arsenal de Sarandí, tem experiências no futebol italiano e mexicano.

Sebastián Torrico é o titular absoluto no gol, Leonardo Sigali e o uruguaio Jorge Curbelo formam a defesa. No meio, Diego Villar é um nome que se destaca, as maiores qualidades são ofensivas, como o leitor pôde perceber. Diego Sevillano, Facundo Catillón e Rubén Ramírez são os outros atacantes que costumam balançar as redes. Se brigar por um lugar ao sol na Libertadores não é tão fácil, ao menos a equipe treinada pelo ex-goleiro Neri Pumpido pode tentar se consolidar ao menos em âmbito nacional. Pumpido que por sinal, era um grande goleiro, posição carente há anos no futebol hermano. Sofrem com goleiros como Germán Lux, Léo Franco, Oscar Ustari, Germán Burgos, Roberto Bonano e Pato Abbondanzieri. Só para ficar entre os mais recentes. Será que o Bodegueiro retorna em breve a Libertadores?



http://www.atlnacional.com.co/


Ranking da Conmebol: 48º (16/04/2012)
Participações anteriores: 14 (1972, 1974, 1975, 1977, 1982, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1995, 2006, 2008, 2012)
Melhor colocação: Campeão em 1989
Como se classificou: Campeão do Torneio Apertura 2011

Após conquistar o Apertura, o Atlético Nacional se reforçou bem, trazendo o cobiçado meia Macnelly Torres, sondado inúmeras vezes por clubes brasileiros, principalmente o Corinthians. O time contratou também dois zagueiros importantes, que jogaram muito bem pelo Once Caldas na Libertadores 2011. São eles Alexis Henríquez e Elkin Calle. O primeiro resolveu aceitar a boa proposta do time verde e branco após nove anos com a camisa do Once Caldas, onde tinha muita moral. O segundo é cria do Atlético Nacional e após rodar por vários clubes, retornou para casa, aos 31 anos. O goleiro argentino Gastón Pezzuti é o titular na meta colombiana.

Os mais badalados do meio-campo são Jherson Córdoba, Jairo Patiño, Alexander Mejía e Luis Fernando Mosquera. Córdoba já fez dois gols nessa Libertadores, assim como Mosquera, ambos são responsáveis por levar a bola nos rápidos contra-ataques. Lá na frente quem anda decidindo tudo é Dorlan Pabón, apesar de não ser de ofício, o meia-atacante está impossível. É o artilheiro da competição com sete gols. O experiente atacante matador Johan Fano está devendo, o peruano já está com 33 anos. Quem veste a camisa 9 é Carlos Rentería, que é irmão mais novo de Wason Rentería, que fez relativo sucesso no Internacional e hoje está no Santos. Curiosamente, os dois são primos do atacante Cristian Borja, aquele mesmo que passou pelo Flamengo em 2010, sem deixar saudade. 

O Verdolagas ainda tem outro Rentería, Andrés. Como Silva no Brasil, há uma overdose de Renterías na Colômbia e na Venezuela. O treinador Santiago Escobar tem feito um trabalho de se tirar o chapéu, passar pelo Vélez não será tarefa fácil. A certeza é que teremos um jogão! Tradição não falta ao Rey de Copas. 

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