terça-feira, 17 de abril de 2012

Grupo 4





Ranking da Conmebol: 16º (02/04/2012)
Participações anteriores: 22 (1963, 1965, 1966, 1970, 1971, 1977, 1978, 1979, 1982, 1986, 1989, 1991, 1994, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2009)
Melhor colocação: Campeão (1977, 1978, 2000, 2001, 2003, 2007)
Como se classificou: Campeão do torneio Apertura 2011

Após vencer o Apertura 2011 de forma invicta, muitos pensaram: O Boca voltou, o temido papa títulos da Libertadores está de volta para horror dos adversários. Aí que muitos se enganam, é bom lembrar que o futebol argentino passa por uma tremenda crise. Perdendo jogadores aos montes para Chile e Brasil, principalmente. Toda a fraqueza dos adversários ajudou para que o Boca vencesse de forma invicta. Os números parecem contradizer o que vai sendo descrito acima. Os Xeneizes, tiveram a melhor defesa da competição. Foi o clube que conseguiu mais vitórias, 12, além de ter sido o time que ficou o maior número de jogos sem perder, 19 no total.

Como é costumeiro na Argentina, goleiros não são o forte por lá, mas o Boca soube se virar bem com os serviços de Agustín Orión. Na defesa o interminável Rolando Schiavi (39 anos) formou uma dupla firme ao lado de Juan Insaurralde. Clemente Rodríguez havia retornado para infernizar pela esquerda com sua velocidade. Facundo Roncaglia, Matías Caruzzo e Franco Sosa foram outros nomes importantes nesta defesa que foi praticamente intransponível. No meio-campo, Sebastián Battaglia continua sendo o leão na frente da defesa. O baixinho Diego Rivero, depois de anos no San Lorenzo, dá trabalho com sua velocidade e gana durante os jogos. Os dois acima citados dão mais liberdade para as maiores estrelas da atual meia-cancha boquense.

Assim, Juan Román Riquelme, Walter Erviti , Cristian Chávez e Cristian Erbes puderam desempenhar seu futebol com mais tranquilidade. Erviti, inclusive, jogou muitos anos no forte futebol mexicano, em âmbito nacional, claro. E os principais responsáveis pelos gols nessa equipe campeã invicta eram Pablo Mouche, Lucas Viatri e Darío Cvitanich. Quando Viatri ou Cvitanich não estavam em boas condições o jovem Nicolás Blandi entrava e dava conta do recado. Apesar do título histórico e de forma invicta, o clube sofreu muitas críticas. Por jogar um futebol burocrático, pragmático e nada agradável de se ver. Mas por outro lado, a torcida Xeneize não tem do que reclamar. Cvitanich tem uma história interessante, seu bisavô era croata, por isso o atleta chegou a tentar uma naturalização para defender a Croácia, mas foi impedido pela Fifa. Saiu do Banfield, e chegou a fazer bons jogos com a camisa do Ajax, clube holandês, emprestado ao Pachuca, do México,  por duas temporadas, retornou ao Boca mas ainda é jogador do Ajax.

Para reforçar e tentar melhorar um pouco o desempenho do time, principalmente na Libertadores, três contratações merecem destaque. O goleiro Sebastián Sosa, destaque do Peñarol, vice-campeão da Libertadores em 2011. O volante-meia, Pablo Ledesma, presente na última conquista em 2007, depois de alguns anos no Catania, da Itália, retorna para reforçar e dar mais opções ao treinador Julio Falcioni. E para afundar as redes adversárias ele, nada mais, nada menos que Santiago 'El Tanque' Silva. Aquele mesmo que não vingou com a camisa do Corinthians, mas que virou ídolo na Argentina com as camisas de Newell's Old Boys, Gimnasia La Plata, Banfield e principalmente do Vélez Sársfield, onde marcou 34 gols. Depois de uma passagem ruim pela Fiorentina, da Itália, acabou retornando para Argentina. E aos 31 anos, espera ser importante para um dos maiores clubes argentinos. Será que a fama ainda assusta mais que o time atual?



Ranking da Conmebol: 11º (02/04/2012)
Participações anteriores: 4 (1971, 1985, 2008, 2011)
Melhor colocação: Vice-campeão em 2008
Como se classificou: 3º colocado do Campeonato Brasileiro Série A 2011

O Fluminense vem se mantendo entre os principais clubes do Brasil nos últimos anos muito pela força financeira de seu patrocinador master, no caso a Unimed. Apesar da boa grana disponível, no começo os gastos eram excessivos em jogadores que não davam retorno. E após o título Brasileiro de 2010, o treinador Muricy Ramalho deixou o clube reclamando da estrutura (quase inexistente) do clube carioca. 
Após o vice da Libertadores em 2008, o Flu tem se preparado bem, contratando com coerência, investindo ainda mais na renomada e badalada base, em Xerém. Mas após a saída de Muricy, as discussões aumentaram sobre as condições dos times cariocas.

Sendo assim, o Fluminense mandou muito bem ao trazer do Vasco o gestor Rodrigo Caetano - de ótimo trabalho na Colina - para melhorar a gestão do clube, bem criticada por muitos. E as promessas de melhoras nas estruturas físicas do clube pululam sem parar, se é que acontecerá algo de fato, só o tempo dirá. Mas que as melhorias na direção já dão frutos nos gramados é nítido. Tanto é que na atual Libertadores o Fluminense foi o primeiro clube a se garantir nas oitavas de final da competição. Mesmo tendo em seu grupo um copeiro como o Boca Juniors e um argentino encardido como o Arsenal de Sarandí, pois o estreante Zamora não oferece perigo algum. Por mais que o futebol demonstrado não seja dos mais brilhantes, o Fluminense venceu o Boca em la Bombonera, tudo bem que este atual time Xeneize não assusta como no passado. Mas uma vitórias dessas credencia qualquer time a voos mais altos.

Abel Braga tem muitas opções para formar um time forte e capaz de superar o feito de 2008, o que valeria o título. Tem um elenco homogêneo, bem equilibrado, variedade é o que não falta. Talvez seja o melhor elenco do futebol brasileiro. Santos sem Neymar e Ganso é um time nada mais que comum, o atual campeão brasileiro (Corinthians) tem sua maior força no jogo coletivo e organizado. Para simplificar, o Flu é o time que tem mais talento para resolver os problemas dentro de campo. Talvez a defesa não seja perfeita, mas Gum e Leandro Euzébio foram bem no título nacional em 2010. Márcio Rosário não é um reserva à altura, até porque muitas vezes acaba formando um trio com os outros citados. 

Na esquerda o time tem Carlinhos e Carleto que são mais ou menos do mesmo nível. Com a saída de Mariano, Bruno que foi destaque do Figueirense no Brasileirão 2011, assumiu a titularidade na direita. Mas outras opções neste setor se mostram necessárias. Para fazer o serviço sujo Abel conta com Diguinho e Edinho, o segundo faz a função de zagueiro sem dificuldades. O primeiro tem um toque de bola razoável, e consegue fazer a bola chegar aos pés de Deco, Lanzini, Thiago Neves, Wagner e Wellington Nem. Não podemos esquecer do cão de guarda colombiano, Edwin Valencia, amado por todos os treinadores que passam pelo Flu. No ataque Fred, Rafael Moura e Rafael Sóbis juntam características diferentes que se completam.

Para decidir a primeira posição do Grupo 4, o Fluminense viaja até a Argentina para enfrentar os reservas do Arsenal de Sarandí, que dá prioridade ao Clausura 2012. Enquanto isso, o Boca Juniors recebe o Zamora em casa e dando a lógica, deve vencer. O Flu que abra o olho!






Ranking da Conmebol: 12º (02/04/2012)
Participações anteriores: 2008
Melhor colocação: Primeira fase
Como se classificou: Melhor pontuação na Copa Sul-Americana 2011

O Arsenal de Sarandí conseguiu se firmar como um clube médio na Argentina, o time do presidente da AFA - Julio Grondona - começou a ganhar notoriedade a partir dos anos 2000. Até então era apenas uma pequena equipe dos arredores de Avellaneda. Com títulos da quarta e da quinta divisão do país de Maradona. Mas a conquista do Copa Sul-Americana em 2007 colocou o time no mapa do futebol internacional. Essa conquista lhe rendeu a chance de enfrentar o Campeão da Copa da Liga Japonesa. Na improvável e até bizarra disputa da Copa Suruga Bank, o El Arse venceu o Gamba Osaka por 1 a 0, sagrando-se campeão da primeira Copa patrocinada pelo banco citado.

Nesta edição da Libertadores o Arsenal precisou passar pela fase preliminar, onde despachou sem dificuldades os peruanos do Sport Huancayo, 4 a 1 no placar agregado. Já na fase de grupos, a derrota na estreia para o Fluminense custou caro, até porque o time esteve bem e a vitória do time brasileiro foi suada.
A vitória sobre o Zamora na segunda rodada foi um alento, já que o Boca já havia empatado na Venezuela contra o mesmo adversário. Mas a derrota em casa para o Boca minou completamente as chances do time. Que já eliminado, vai poupar seus jogadores no último jogo, pois brigam pelo título do Clausura 2012, pelo menos até então. 

Dessa vez as boas cobranças de falta e jogadas de talento de Luciano Leguizamón não foram capazes de levar o clube mais longe. Como diria o poeta: "Uma andoria só não faz verão". 




Ranking da Conmebol: 85º (02/04/2012)
Participações anteriores: Primeira vez
Melhor colocação: Primeira fase
Como se classificou: Campeão do Clausura 2010/2011

Zamora é um clube jovem, fundado em 02/02/1977 em Barinas, importante estado venezuelano.
O time pouco conhecido até mesmo na Venezuela, conseguiu mais notoriedade na temporada 2005/2006.
Com uma boa campanha no campeonato local, conseguiu uma vaga na Copa Sul-Americana 2007, onde caiu já na primeira fase, perdeu para o Olmedo, do Equador. Até por ter pouca experiência internacional, sentiu a força de um adversário que é respeitado e campeão equatoriano de 2000.

Curiosamente, o Zamora jogou novamente a Copa Sul-Americana, desta vez em 2009, como da primeira vez, acabou eliminado na primeira fase por outro equatoriano, o Emelec. Este que é 10 vezes campeão equatoriano e já chegou a uma semifinal de Libertadores, onde perdeu para o Grêmio, campeão naquele ano (1995). O Zamora conquistou um título importante nos anos 80, foi a Copa da Venezuela. E outros sem muita relevância, também na mesma década. Até conquistar o Clausura 2010/2011 e ter o direito de disputar sua primeira Libertadores.

O time comandado pelo colombiano Oscar Gil, até que não fez feio em sua estreia na competição mais importante das Américas. Empatou com o grande Boca Juniors na estreia e dificultou bastante a vida do Fluminense nas duas vitórias suadas do time brasileiro. Como não podia ser diferente, o elenco do time é cheio de conterrâneos de seu treinador. Os atacantes Luis Yanes e John Córdoba, o meia César Martínez e o zagueiro Moisés Galezo. Outros estrangeiros também fazem parte da equipe, o argentino Darío Figueroa, o panamenho Gabriel Torres e o uruguaio Nelson Semperena. Mas nem mesmo o tempero sul-americano fez com que o clube chegasse ao menos perto do sonho de atingir as oitavas de final.

Valeu a experiência para um clube que vem crescendo gradativamente no cenário do futebol venezuelano. Para quem sabe um dia, figurar entre os mais gloriosos do país, como o Caracas e o Deportivo Táchira. Quem viver, verá!



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