segunda-feira, 30 de abril de 2012

Definidas as oitavas de final da Libertadores 2012





Confrontos das oitavas de final:

Fluminense-BRA x Internacional-BRA
Corinthians-BRA x Emelec-EQU
Santos-BRA x Bolívar-BOL
Universidad de Chile-CHI x Deportivo Quito-EQU
Libertad-PAR x Cruz Azul-MEX
Vélez Sarsfield-ARG x Atlético Nacional-COL
Lanús-ARG x Vasco-BRA
Unión Española-CHI x Boca Juniors-ARG

Quartas de final:

1. Fluminense/Internacional x Unión Española/Boca Juniors
2. Universidad de Chile/Deportivo Quito x Libertad/Cruz Azul
3. Corinthians/Emelec x Lanús/Vasco
4. Santos/Bolívar x Vélez/At.Nacional

Semifinais:

Vencedor 1 x Vencedor 2Vencedor 3 x Vencedor 4

Vamos aos palpites:

Fluminense e Internacional - Flu
Corinthians x Emelec - Timão
Santos e Bolívar - Peixe
Universidad de Chile e Deportivo Quito - La U
Libertad e Cruz Azul - Cementeros
Vélez Sársfield x Atlético Nacional - El Fortín
Lanús e Vasco - Gigante da Colina
Unión Española e Boca Juniors - Boca

sábado, 28 de abril de 2012

Grupo 8






Ranking da Conmebol: 16º (16/04/2012)
Participações anteriores: 37 (1960, 1961, 1962, 1963, 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1975, 1976, 1977, 1978, 1979, 1981, 1985, 1986, 1987, 1989, 1995, 1996, 1997, 1998, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2009, 2001, 2012) 
Melhor colocação: Campeão (1960, 1961, 1966, 1982, 1987)
Como se classificou: Melhor pontuação na tabela agregada 2010/2011

Está aí um dos maiores campeões desta competição chamada Libertadores da América, vindo de um país lutador como o Uruguai, parecem feitos um para o outro. Até por isso os Carboneros são penta-campeões e um dos times mais tradicionais da América do sul. Os números são impressionantes, 37 participações na competição - 39 segundo a Wikipédia - só rivaliza com seu maior rival, o Nacional, com 38 participações.
Era um ícone na década de 60 e até o fim dos anos 80 era muito respeitado e até temido. Mas os anos passaram e hoje a realidade carbonera é bem diferente.

Sim, o Peñarol é mítico, e tradição no futebol pesa muito, vários até questionam essa afirmação. Mas a história sempre mostra que isso não é balela. Em 2011 o time uruguaio era claramente inferior ao argentino Vélez Sársfield, mas nos momentos decisivos a camisa amarela e preta falou mais alto. E assim a final de 1962 pôde ser revivida. Com dois dos maiores times do futebol mundial se enfrentando, um resgatando sua essência, outro com um dos maiores craques da atualidade e depois de muitos anos ressurgiu no começo dos anos 2000 e hoje tem os holofotes que merece, por toda sua grandeza. 

Do time vice-campeão em 2011, sobraram poucos jogadores, Martinuccio quase foi para o Palmeiras, acabou no Fluminense e hoje está no Villarreal, da Espanha. Diego Alonso encerrou sua carreira, Matias Corujo foi para o Cerro Porteño, do Paraguai. O ótimo goleiro Sebastián Sosa, hoje está no Boca Juniors, assim Fabián Carini tenta mostrar que toda pompa que sempre teve não é falácia. Santiago Solari também aposentou sua perna esquerda, aos 35 anos. Juan Oliveira foi se aventurar no Al Wasl, dos Emirádos Árabes Unidos, Guillermo Rodríguez está no Cesena, da Itália, segurando a lanterna e Urretaviscaya está no Vitória de Guimarães, clube português.

Sobraram Alejandro González, lateral-direito implacável na marcação e Fabián Estoyanoff, este último que não foi tão vital na boa campanha. Se o capitalismo selvagem não permite que um grande time uruguaio segure seus jogadores, ao menos tentaram trazer outros interessantes. Alguns que não vingaram na Europa, outros que até vingaram, mas estão em fim de carreira ou ficaram sem mercado por lá. Casos de Marcelo Zalayeta e Carlos Valdez (que já estava no time vice-campeão), Darío Rodríguez (também presente em 2011) é outro que foi bem no velho continente e hoje está perto de encerrar sua bela carreira, ainda tem muita liderança para chefiar uma defesa. 

Da Europa retornaram Bruno Montelongo, que não se firmou no Milan e esteve emprestado ao Bologna, Adrián Gunino, que jogou no Boca Juniors - ARG e estava no Toulouse - FRA, Luis Aguiar tinha acertado com o Sporting Clube de Portugal, teve um desentendimento com a diretoria e acabou emprestado ao próprio Penãrol. Rodrigo Mora retornou do Benfica e Walter López voltou de sua aventura na Romênia. Além deles, muitos jovens subiram para os profissionais, entre eles o jovem Santiago Silva - homônimo do "El tanque" e formado no Danubio - de apenas 21 anos. Do time atual, o brasileiro João Pedro e o nativo Nicolás Freitas são muito elogiados. Um pela velocidade e criatividade e o outro pela marcação implacável, estilo cão-de-guarda. 

Tudo acima citado não deu liga, os reforços não vingaram, as perdas foram sentidas e os jovens não tiveram bom respaldo. Tanto é que o treinador Gregório Pérez foi demitido e Jorge Da Silva é o atual comandante. A torcida aurinegra sente saudade de Diego Aguirre que resolveu encher o bolso de petrodólares no Al-Rayyan, do Catar, logo após seu bom trabalho, resgatando o orgulho carbonero. Com todas as dificuldades, não foi possível ao Peñarol se classificar para as oitavas. Fato é que não esperavam que o Atlético Nacional - COL viesse forte, talvez até já se imaginavam brigando pela segunda vaga com o Godoy Cruz, da Argentina. Foram duas goleadas vexatórias contra os colombianos, uma derrota para o fraco time argentino, um empate e uma derrota contra os chilenos de La U. 

A goleada na última rodada contra os argentinos de nada serviu. Dessa vez nem a camisa ajudou, e o Atlético Nacional - campeão em 1989 - mereceu muito a vaga, jogando um futebol vistoso. Quem sabe em 2013?





Ranking da Conmebol: 3º (16/04/2012)
Participações anteriores: 17 (1960, 1963, 1965, 1966, 1968, 1970, 1972, 1977, 1981, 1995, 1996, 2000, 2001, 2005, 2009, 2010, 2012)
Melhor colocação: Semifinais em 1970, 1996 e 2010
Como se classificou: Campeão dos Torneios Clausura e Apertura e Copa Sul-Americana 2011

Após encantar com um futebol que se assemelhava - dentro dos padrões sul-americanos - ao do Barcelona, a Universidad de Chile perdeu alguns jogadores importantes. Como já era de se esperar, perdeu um de seus pilares da defesa e seu principal atacante. Hoje, Marcos González talvez pense que seria melhor ter ficado no Chile do que entrar na roubada que é o Flamengo. Eduardo Vargas ainda procura se adaptar e se firmar no Napoli, da Itália. Gustavo Canales chegou a ser sondado por clubes brasileiros mas acabou acertando com o Dalian Aerbin, da China, país que investe cada vez mais no futebol. O atacante argentino Diego Rivarola se aposentou.

La U, ainda quase perdeu José Rojas, o jogador chegou a acertar tudo com o Botafogo, mas nos exames foi constatada uma arritmia cardíaca. O clube brasileiro ficou com receio de fechar contrato com o atleta, que retornou para o Chile e declarou: "Se tiver que morrer, será com minha gente e minha camiseta". Os crescentes casos de mortes no futebol em decorrência de problemas cardíacos são alarmantes, portanto, o Botafogo fez certo. E queira Deus, que não aconteça nada com o lateral-esquerdo/zagueiro/volante. Com as perdas, Jorge Sampaoli precisou ter paciência para ajeitar o time e manter o futebol que agradou os amantes desse esporte em 2011.

O clube tem invejável administração e se mexeu bem para recompor as perdas e melhorar ainda mais o elenco. Repatriou Pedro Morales, bom meia que estava no Dinamo Zagreb, da Croácia. Trouxe o marrento e desmiolado Dayro Moreno, que fez jus a sua fama, logo foi emprestado ao Club Tijuana, do México e já retornou ao Once Caldas - COL, único lugar onde parece se sentir bem para jogar o bom futebol que tem. A diretoria ainda trouxe o peruano Raúl Ruidíaz, destaque do Universitário - PER, na Copa Sul-Americana 2011. Curiosamente ele é descendente de croatas, inclusive tem passaporte europeu, o que pode lhe facilitar uma transferência no futuro. Trouxe de volta um velho conhecido da torcida, Emilio Hernández, que após uma temporada no México e duas na Argentina retornou para o clube onde jogou mais tempo na carreira.

Os Azules ainda trouxeram Eduardo Morante, defensor que veio do Emelec, do Equador, o lateral-esquerdo Roberto Cereceda, que jogou anos no Colo Colo e passou pela Universidad Católica - CHI. Contrataram dois chilenos com sangue brasileiro, o meio-campo Paulo Magalhães e o atacante Junior Fernandes. Magalhães é sobrinho de Paulo César, ex-lateral-esquerdo que defendeu Grêmio e Internacional nos anos 80. Foi campeão Intercontinental com o Grêmio em 1993, hoje é empresário e um dos fundadores do Cerâmica Atlético Clube, que disputou a primeira divisão do Campeonato Gaúcho neste ano. Paulo está feliz após superar problemas com a bebida e a depressão. O jogador chileno ainda tem um primo que joga no Paulista de Jundiaí, Thiago Pereira é seu nome.

Junior é filho de brasileiros, como seu primeiro nome sugere - Antenor - e chegou após se destacar com a camisa do modesto Palestino, pequeno clube da capital. Suas boas atuações em 2011 renderam uma convocação para a seleção La Roja. No mais a diretoria segurou nomes importantes como Osvaldo González, o ótimo Eugenio Mena, Charles Aránguiz, Marcelo Díaz e Francisco Castro. O argentino Gustavo Lorenzetti também continua no time e hoje é mais importante que na temporada passada. Das categorias de base subiram o goleiro Carlos Alfaro, formado pelo Coquimbo. Os defensores Igor Lichnovsky - que apesar do nome russo tem passaporte austríaco - e Cristóbal Vergara, de apenas 17 anos.

Subiram também o meia Sebastián Martínez e os atacantes Christian Bravo, Luiz Felipe Gallegos e Ángelo Henríquez. Este último é cria da Católica, mas está debutando no profissional este ano. Contudo, Sampaoli conseguiu reequilibrar o time a tempo de se classificar sem sustos no Grupo 8 da Libertadores. Após a derrota na estreia, quando perdeu por 2 a 0 do Atlético Nacional lá em Medellin, Colômbia, o time se recuperou ao golear por 5 a 1 o Godoy Cruz, da Argentina, em casa. O empate contra o bagunçado Peñarol no terceiro jogo mostrou que o time chileno ainda precisava melhorar. Mas as três vitórias seguidas colocaram tudo nos eixos novamente. Agora o Ballet Azul é favorito contra o Deportivo Quito nas oitavas e sério candidato ao título. O que será que vai acontecer?





Ranking da Conmebol: 38º (16/04/2012)
Participações anteriores: 2 (2011, 2012)
Melhor colocação: Segunda fase (grupos)
Como se classificou: 2º melhor pontuação na tabela agregada de 2011

O modesto Godoy Cruz é um clube da província de Mendoza, seu maior título na história é da segunda divisão argentina, a Primera B Nacional. O time disputa sua segunda Libertadores seguida após conseguir dois terceiros lugares nos Clausuras 2009/2010 e 2010/2011, também um quinto lugar no Apertura 2010. Na pontuação geral conseguiu a vaga por dois anos seguidos, no atual Clausura, ocupa a modesta 17º posição e foi eliminado da Libertadores na fase de grupos, chamada de segunda fase pela Conmebol. O expresso, como é chamado pelos torcedores, precisa se recuperar rapidamente. Apesar de não ter perigo de rebaixamento este ano, é bom melhorar a pontuação para não se complicar nas competições futuras.

O time tem dois panamenhos em seu elenco, os meias Anibal Godoy e Armando Cooper, o segundo joga com mais regularidade. Tem também um brasileiro, não de nascimento, apesar de ter nascido em Buenos Aires, Federico Lértora escolheu a nacionalidade brasileira.O equatoriano Franklin Salas veste a camisa 10, é rápido, driblador, dá trabalho. E o uruguaio Alvaro Navarro veste a camisa 9, apesar de não ser titular. O grande destaque desta equipe é sem dúvidas o atacante Leandro Caruso, que fez três gols no incrível empate por 4 a 4 com o Atlético Nacional, jogando no estádio Malvinas Argentinas. Caruso foi revelado pelo Arsenal de Sarandí, tem experiências no futebol italiano e mexicano.

Sebastián Torrico é o titular absoluto no gol, Leonardo Sigali e o uruguaio Jorge Curbelo formam a defesa. No meio, Diego Villar é um nome que se destaca, as maiores qualidades são ofensivas, como o leitor pôde perceber. Diego Sevillano, Facundo Catillón e Rubén Ramírez são os outros atacantes que costumam balançar as redes. Se brigar por um lugar ao sol na Libertadores não é tão fácil, ao menos a equipe treinada pelo ex-goleiro Neri Pumpido pode tentar se consolidar ao menos em âmbito nacional. Pumpido que por sinal, era um grande goleiro, posição carente há anos no futebol hermano. Sofrem com goleiros como Germán Lux, Léo Franco, Oscar Ustari, Germán Burgos, Roberto Bonano e Pato Abbondanzieri. Só para ficar entre os mais recentes. Será que o Bodegueiro retorna em breve a Libertadores?



http://www.atlnacional.com.co/


Ranking da Conmebol: 48º (16/04/2012)
Participações anteriores: 14 (1972, 1974, 1975, 1977, 1982, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1995, 2006, 2008, 2012)
Melhor colocação: Campeão em 1989
Como se classificou: Campeão do Torneio Apertura 2011

Após conquistar o Apertura, o Atlético Nacional se reforçou bem, trazendo o cobiçado meia Macnelly Torres, sondado inúmeras vezes por clubes brasileiros, principalmente o Corinthians. O time contratou também dois zagueiros importantes, que jogaram muito bem pelo Once Caldas na Libertadores 2011. São eles Alexis Henríquez e Elkin Calle. O primeiro resolveu aceitar a boa proposta do time verde e branco após nove anos com a camisa do Once Caldas, onde tinha muita moral. O segundo é cria do Atlético Nacional e após rodar por vários clubes, retornou para casa, aos 31 anos. O goleiro argentino Gastón Pezzuti é o titular na meta colombiana.

Os mais badalados do meio-campo são Jherson Córdoba, Jairo Patiño, Alexander Mejía e Luis Fernando Mosquera. Córdoba já fez dois gols nessa Libertadores, assim como Mosquera, ambos são responsáveis por levar a bola nos rápidos contra-ataques. Lá na frente quem anda decidindo tudo é Dorlan Pabón, apesar de não ser de ofício, o meia-atacante está impossível. É o artilheiro da competição com sete gols. O experiente atacante matador Johan Fano está devendo, o peruano já está com 33 anos. Quem veste a camisa 9 é Carlos Rentería, que é irmão mais novo de Wason Rentería, que fez relativo sucesso no Internacional e hoje está no Santos. Curiosamente, os dois são primos do atacante Cristian Borja, aquele mesmo que passou pelo Flamengo em 2010, sem deixar saudade. 

O Verdolagas ainda tem outro Rentería, Andrés. Como Silva no Brasil, há uma overdose de Renterías na Colômbia e na Venezuela. O treinador Santiago Escobar tem feito um trabalho de se tirar o chapéu, passar pelo Vélez não será tarefa fácil. A certeza é que teremos um jogão! Tradição não falta ao Rey de Copas. 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Grupo 7





Ranking da Conmebol: 5º (16/04/2012)
Participações anteriores: 12 (1980, 1994, 1997, 1999, 2001, 2002, 2004, 2006, 2007, 2010, 2011, 2012) 
Melhor colocação: Campeão (1994)
Como se classificou: Campeão do Torneio Clausura 2011

O Vélez Sársfield como de costume, nadou de braçada na segunda fase da Libertadores. Logo de cara duas vitórias por 3 a 0. Sebastián Domínguez, - aquele mesmo que jogou no Corinthians - David Ramírez e Iván Óbolo fizeram os gols contra o Defensor Sporting em pleno estádio Centenário. No jogo seguinte, El Fortín derrotou o outrora forte Club Deportivo Guadalajara, mais conhecido como Chivas. Federico Insúa duas vezes e Mauro Iván Óbolo marcaram para o time argentino. Mas no terceiro jogo uma surpresa, derrota por 3 a 0 para o Deportivo Quito, na altitude da cidade equatoriana. Com certeza os 4.794 metros influenciaram de forma negativa o time argentino, mas a goleada fez com que o time equatoriano fosse mais respeitado.

No jogo de volta, o time de Ricardo Gareca teve muitas dificuldades, mas no fim a vitória colocou tudo nos eixos novamente. O solitário gol foi anotado por Juan Manuel Martínez, camisa 7 e um dos principais da equipe foi suficiente. Na partida seguinte o Vélez fez uma visita desagradável ao Chivas, 2 a 0, Augusto Fernández fez o primeiro e Lucas Pratto saiu do banco para fazer o segundo. Fechando o Grupo 7, já classificado, o Vélez recebeu o Defensor Sporting com um time misto. Como até mesmo o primeiro lugar da chave já estava garantido, Gareca pôde testar o goleiro Montoya e ainda ver como Lucas Pratto se sairia no time titular. Mas quem saiu do banco e fez o gol de honra na derrota por 3 a 1 foi Insúa. 

Gareca aliás, merece muitos elogios pelos trabalhos feitos nos últimos anos pelo El Fortín. Afinal de contas, mesmo com perdas importantes ele consegue fazer o time azul e branco desempenhar um futebol competitivo mas ao mesmo tempo ofensivo e organizado. Da temporada passada perdeu jogadores fundamentais, Maxi Morález (Atalanta - ITA), Ricky Álvarez (Inter - ITA), Santiago Silva (Fiorentina- ITA), Guillermo Franco (Pachuca -MEX). Mas para os lugares desse jogadores, chegaram outros de características parecidas ou ao menos de posições similares. 

Para o lugar de Álvarez chegou Insúa, jogador também canhoto e muito experiente, atleta tarimbado. Para assumir a vaga do ídolo "El Tanque" Silva, chegou Iván Óbolo, que estava jogando bem com a camisa do Arsenal de Sarandí e tem muita identificação com o Vélez, clube onde nasceu para o futebol. Lucas Pratto havia feito um primeiro semestre de 2011 muito bom com a camisa da Universidad Católica - CHI, mas seu segundo semestre com a camisa do Genoa - ITA não foi nada satisfatório. Na teoria ele seria o substituto de Guille Franco, que retornou para o México, país onde mais fez sucesso como jogador. Mas como Pratto é melhor que o argentino naturalizado mexicano, a transação se mostrou acertada. 

E jogadores que cumpriam papeis mais secundários na equipe cresceram muito e hoje são fundamentais. David Ramírez, Héctor Canteros, Augusto Fernández e Alejandro Cabral assumiram a responsabilidade de manter a engrenagem funcionando enquanto os reforços iam se adaptando. Sendo assim, hoje o time é forte e tem muitas peças para mudar os jogos. Até quando Gareca seguirá formando boas equipes no comando do Vélez só Deus sabe, mas que é um técnico de respeito, isso é. 





Ranking da Conmebol: 21º (16/04/2012)
Participações anteriores: (1998, 2005, 2006, 2008, 2009, 2010, 2012)
Melhor colocação: Vice-Campeão em 2010
Como se classificou: Melhor colocado na Liguilla do Apertura 2011

O Guadalajara com um time bem abaixo do que se viu nos últimos anos e ainda desmotivado só podia dar no que deu. Vice em 2010, o clube não poderia mesmo disputar o Mundial de Clubes se por acaso fosse o campeão. Pois a vaga para países mexicanos é através da ConcaChampions, competição da Concacaf e amplamente dominada pelos aztecas. Portanto, fica difícil entender times mexicanos disputarem a Libertadores, a não ser que haja uma fusão entre Concacaf e Conmebol e formem uma grande liga nos moldes do que é a Champions League na Europa. Com fases preliminares onde os times mais inferiores já vão sendo eliminados. E que fosse uma competição só entre todas as Américas, mas sabemos que isso é utópico. Pois tem as dificuldades de fuso horário, distâncias muito longas, logística e muito mais.

Voltando ao que interessa, a participação do Chivas nessa Libertadores foi vexatória, finalizando com uma derrota de 5 a 0 para o surpreendente Deportivo Quito e a lanterna do grupo. Muito precisa ser discutido para ver o que é melhor fazer, manter ou não os times mexicanos disputando a Libertadores? Tecnicamente é claro que eles acrescentam, são times de uma liga forte e rica. Mas será que vale mesmo a pena ver os mexicanos jogarem com desdém? Ora, o que mais podem ganhar além de viagens cansativas? O título?
Veremos quando um time mexicano for campeão, a confusão que vai ser!

Héctor Reynoso continua sendo o implacável zagueiro da equipe, muitos o consideram um jogador sujo. Ficou marcado pela imagem em que cospe num adversário na época em que o mundo estava apreensivo por conta da gripe suína. Numa clara tentativa de intimidar o adversário! Além dele, no time atual podemos destacar o goleiro Luis Ernesto Michel, desde 2007 convocado frequentemente pela seleção mexicana. Na defesa outra figurinha carimbada é Jonny Magallón, no ataque Alberto Medina e Omar Arellano ainda dão as cartas. Não só no meio-campo como também no ataque o time mexicano passa por uma reformulação. Muitos jogadores jovens, inexperientes internacionalmente e com pouca rodagem. A disputa dessa Libertadores com certeza engrandeceu esses jogadores. Muitos deles se destacaram com as seleções de base do México. Inclusive alguns que foram campeões Sub-17 em 2011. Destaques para Giovani Casillas e Carlos Fierro, a dupla de ataque no título citado.







Ranking da Conmebol: 26º (16/04/2012)
Participações anteriores: 12 (1977, 1980, 1982, 1990, 1992, 1994, 1996, 2001, 2006, 2007, 2009, 2012)
Melhor colocação: Quartas-de-final 2007 e 2009
Como se classificou: Vice-Campeão uruguaio 2010/2011

Como já era de se imaginar, o Defensor Sporting é um time modesto e no máximo aguerrido. Seus destaques mais conhecidos são jogadores já com bastante rodagem em ligas de países bem distintos. De Espanha à Áustria, da Turquia à França, do México ao Uruguai, esses são os países por onde passaram Andrés Nicolás Olivera - popular Nico - e Andrés Fleurquin. O primeiro é um baixinho veloz e arisco de 33 anos, que teve bons tempos com a camisa azul celeste da seleção charrúa. O segundo é um volante de bom toque de bola e boa estatura, inclusive hoje, aos 37 anos, não é incomum vê-lo jogando na zaga. Também teve alguns jogos com a belíssima camisa da seleção do Uruguai, 11 convocações exatamente.

Do plantel atual de 35 jogadores, apenas 25 puderam ser inscritos na Libertadores, o time é muito jovem, com média de idade de 23,22 anos. Com a maioria dos jogadores formados pelo clube, curiosamente, dois brasileiros. O goleiro Ruben Silva e o meio-campista Felipe Conceição. No mais é um time bastante inexperiente para jogar em bom nível uma competição como essa. Um jogador que chama atenção é Pablo Pintos. É muito rápido, que se destacou bastante quando o Defensor eliminou o Flamengo nas oitavas-de-final da Libertadores 2009. O que lhe rendeu uma transferência ao San Lorenzo, da Argentina, onde dominou o lado direito do campo, seja como ala, lateral ou meia-externo. Assim acabou se transferindo para o Getafe, pequeno time da grande Madrid, primo pobre dos mais conhecidos Real e Atlético.

Lá acabou não vingando e retornou ao time que o revelou, só que ainda é jovem, tem apenas 24 anos e clubes brasileiros se fossem bem administrados, poderiam contar com os serviços deste atleta. Já que o Brasil tem uma séria carência de laterais pela direita. O zagueiro/lateral Diego Rodríguez, cria do Peñarol, jogou a temporada 2008/2009 com a camisa do Bologna - ITA. E o  zagueiro central Mario Risso tem bola para jogar em um time melhor. No geral, a terceira posição no grupo 7 só não ficou feia porque o Deportivo Quito tem um time de qualidade e não foi por acaso que se classificou ao lado do Vélez. 
Enfim, que a experiência desta edição sirva para a maioria jovem se desenvolver melhor na profissão.




Ranking da Conmebol: 25º (16/04/2012)
Participações anteriores: 9 (1965, 1969, 1986, 1989, 1998, 2009, 2010, 2011, 2012)
Melhor colocação: Oitavas-de-final em 1989
Como se classificou: Campeão nacional 2011

O Deportivo Quito é o clube que carrega a alcunha de jogar um futebol com ares teatrais. Não à toa é chamado de La Noble Institución ou El Equipo de la Plaza del Teatro. O comandante do nobre time é o argentino Carlos Ischia, campeão do Apertura 2008/2009 treinando "só" o Boca Juniors. Está aí uma das explicações para goleada contra o Vélez, sem falar de altitude, qualidade técnica ou organização tática, Ischia conhece bem o futebol de seu país. E até por isso, conta com alguns conterrâneos, um é protagonista, outro é coadjuvante e o outro não leva nem o troféu framboesa.

A começar pelo gol, Marcelo Elizaga - aos 40 anos - é hoje titular absoluto da seleção equatoriana e passa muita tranquilidade para a defesa. Esta que é formada pelos experientes Giovanny Espinoza e Isaac Mina. Espinoza inclusive teve boa passagem pelo Cruzeiro em 2008, depois retornou ao seu país para defender o Barcelona de Guayaquil. Por lá esteve pouco tempo, jogou um ano na Inglaterra, pelo Birmingham, e dois anos na Unión Española, do Chile. Antes de tudo isso foi ídolo por alguns anos da torcida da LDU, as boas atuações pela equipe Blanca lhe renderam uma transferência para o Vitesse, da Holanda. O resto da história já sabemos. Sucesso na seleção e profissionalismo por onde passou, é um líder e grande exemplo aos jogadores mais jovens.

Mina é um exímio cabeceador, faz bem seu papel defensivo e ainda leva muito perigo quando sobe ao ataque. É bom evitar escanteios ou faltas laterais, pois se a bola vir no jeito é caixa! Outro bom nome é o lateral-esquerdo Luís Checa, que chega bem ao ataque e costuma fazer seus golzinhos, nessa Libertadores já marcou um. Mas é no meio-campo e ataque que estão os principais responsáveis por La Academia estar nas oitavas de uma competição internacional tão importante. Luis Saritama é um jogador de muita qualidade, criativo, dá boas assistências, mas é aquele típico caso de bom jogador que não se firma na seleção. Apesar disso, honra a camisa 10 que veste, pelo menos nessa temporada tem sido mais regular.

O argentino Matías Alustiza é quem está comendo a bola, o camisa 11 inclusive é o vice-artilheiro dessa edição da Libertadores com seis gols. Quatro deles marcados no jogo que fechou o Grupo 7, contra a garotada do Chivas. Que eliminado, optou por colocar as promessas em ação, pela goleada de 5 a 0 sofrida, não deu certo. Alustiza é um baixinho de 1,66, revelado pelo pequeno Deportivo Santamaria, da cidade de Tandil, na Argentina. Mas foi com a camisa do Chacarita Juniors que se destacou, passou por clubes pequenos da Espanha até chegar a um grande de verdade, o tradicional San Lorenzo, por lá ficou apenas um ano e hoje, aos 27 anos, está muito bem com a camisa do Deportivo Quito.

Fidel Martínez é outro ponto forte da equipe de Ischia, revelado pelo Independiente José Terán, da cidade de Sangolquí, foi contratado pelo Cruzeiro. Após se destacar com as seleções de base de seu país e ser apontado como joia. O time mineiro até que teve paciência com o jogador, hoje com 22 anos, inclusive o emprestou para a Caldense em 2009. No Brasil ele não se deu bem, mas de volta ao seu país reencontrou sua melhor fase. Maxi Bevacqua - argentino - é um centro-avante típico, costuma entrar bastante durante os jogos e algumas vezes é titular, quando Martínez não pode jogar ou quando o treinador precisa de uma referência na área. Outro atacante que faz parte do elenco é Luis Miguel Escalada, os brasileiros vão se lembrar bem dele. É aquele mesmo argentino, contratado pelo Botafogo em 2008, mas que chamou mais atenção por estar completamente fora de forma do que pelo futebol.

A classificação já foi surpresa, passar das oitavas seria muito, afinal de contas a missão dos equatorianos é eliminar nada mais, nada menos que a Universidad de Chile! Missão impossível? O que aconteceu na Champions League essa semana mostra que não!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Copa do Brasil 2012

Com as oitavas-de-final já definidas, agora que a competição começa a ficar interessante. Três jogos movimentam essa quarta-feira, são eles: Portuguesa e Bahia, Goiás e Atlético Mineiro, Paraná e Palmeiras.
Na quinta mais dois jogos: Ponte Preta e São Paulo e Coritiba e Paysandu. Os outros três jogos acontecem na semana seguinte, são eles: Vitória e Botafogo, Fortaleza e Grêmio e Atlético Paranaense e Cruzeiro. Da forma que o emparelhamento está armado, o São Paulo desponta com o maior favorito ao título. Pela fraqueza dos adversários e pelo bom futebol que está jogando sob o comando de Emerson Leão.

Após 64 equipes iniciarem a competição, sobram 16, agora o bicho vai pegar para valer! Em quem o leitor aposta?

Saiba mais: O GolWikipedia e Globo.

Grupo 6






Ranking da Conmebol: 29º (16/04/2012)
Participações anteriores: 10 (1977,1991, 1996, 1999, 2000, 2003, 2006, 2010, 2011, 2012)
Melhor colocação: Semifinal em 2000
Como se classificou: Campeão Brasileiro 2011

O Corinthians, cercado pela pressão da mídia pela conquista da maior competição das Américas fez uma primeira fase tranquila. Mesmo após o susto na estreia, quando empatou com o fraco time do Deportivo Táchira na Venezuela. Apesar das críticas, o time se recuperou no jogo seguinte ao vencer o Nacional do Paraguai por 2 a 0. Em meio a tudo isso, o time de Tite sofria criticas por marcar poucos gols e conseguir várias vitórias por 1 a 0. No jogo seguinte, contra os mexicanos do Cruz Azul, empate em 0 a 0 que por pouco não virou derrota. Não fosse por Chicão, que salvou uma bola quase dentro do gol, a história poderia ser negativa.

No jogo de volta contra os mexicanos, no Pacaembu quase lotado, o time dominou mais as ações do jogo.
Fez 1 a 0 e logo quis apenas controlar o jogo, no final esse erro quase custou caro e por pouco o Cruz Azul não saiu com o empate, a bola felizmente - para o time brasileiro - tocou na trave de Júlio César. Com o apito final e a liderança até então provisória, o Corinthians esperou tranquilo até o jogo de volta contra o Nacional. A partida acabou transferida para Ciudad del Leste, cidade na divisa com o Paraná. Sem chances de classificação, o Tricolor vendeu o jogo para uma empresa. Dessa forma se viu muito mais brasileiros corintianos no estádio do que torcedores do simpático e querido Nacional, como seus torcedores o chamam. E assim o clube paraguaio faturou bem mais com a renda do jogo, aproveitando a grande torcida do adversário.

Classificado em primeiro no Campeonato Paulista mesmo jogando algumas vezes com o time reserva, com a melhor defesa da competição, o time parece ter melhorado um pouco o ataque, como ficou evidente nos últimos jogos. Classificado como o segundo melhor colocado no geral da primeira fase da Libertadores, sem nenhuma derrota, com a melhor defesa da competição, o Corinthians se prepara para enfrentar o Emelec. Que é um time perigoso, com dois atacantes argentinos de qualidade, Mondaini e Figueroa. Respeitar os Elétricos já é um bom começo para tentar uma classificação para pegar Lanús ou Vasco nas quartas de final. Se der a lógica, teremos um clássico brasileiro eletrizante nas quartas.

O time de Tite, é muito bem organizado, coeso e unido, diria até que o maior destaque do time é o coletivo.
Sem vaidades, com jogadores que se doam, se matam em campo, como Jorge Henrique e Ralf. É bem claro que o ataque precisa melhorar muito. Edenílson entrou bem na vaga de Alessandro, que vive machucado. O meia/volante de origem tem agradado tanto que Welder e Alessandro dificilmente recuperam a vaga. Liedson começa a recuperar seu faro de gol, até mesmo Emerson melhorou na finalização, seu pior defeito. A goleada de 6 a 0 no fechamento do grupo 6 veio a calhar, deu moral ao time, mesmo que o adversário não seja dos mais fortes. A confiança tende a aumentar e as peças estão se encaixando cada vez melhor. Se tudo o que foi dito vai bastar para ser campeão ninguém sabe, mas que o atual campeão brasileiro é carne de pescoço ninguém pode negar!





Ranking da Conmebol: 64º (16/04/2012)
Participações anteriores: (2001, 2003, 2012)
Melhor colocação: Vice-Campeão em 2001
Como se classificou: 2º melhor colocado na Liguilla do Apertura 2011

La Máquina Azul começou bem essa Libertadores, na estreia visitou e venceu o Nacional em Assunção por 2 a 1. Numa noite inspirada em que Javier Orozco foi o autor dos dois gols do time mexicano, Ariel Bogado descontou para os paraguaios. A vitória talvez tenha sido um placar além do esperado, mas já era nítido que o Cruz Azul é um time superior. No segundo jogo uma implacável goleada contra o Deportivo Táchira. Orozco guardou mais um, e os estrangeiros atacantes Edixon Pera e Emanuel Villa marcaram os seus. Um colombiano e um argentino, e o lateral-esquerdo mexicano Adrián Cortés também fez o seu.

O empate em casa contra o Corinthians não pode ser considerado um bom resultado, mas os Cementeros não estiveram mal na partida. Tiveram as melhores chances, mesmo enfrentando um time aclamado por sua regularidade e frieza. Para o time brasileiro o resultado se não foi maravilhoso foi aceitável, não é fácil jogar no México. O empate por 0 a 0 no fim, acabou valendo como uma vitória, pois Chicão salvou uma bola quase em cima da linha que poderia ter custado a derrota.

No jogo de volta, no Pacaembu, o que se viu foi mais um jogo equilibrado e com poucas chances de gol.
Danilo esteve bem pelo lado corintiano, de jogador extremamente criticado e mal visto pela torcida, hoje é respeitado como um dos principais do time. Muito pelas boas atuações durante a Libertadores e pelos gols importantes que vem marcando. O gol de cabeça aos 35 do primeiro tempo, deu mais tranquilidade ao Timão. Que recuou afim de segurar o placar, numa atitude bem arriscada. E o Cruz Azul perdeu algumas boas chances e inclusive acertou a trave de Júlio César. Por sorte, o Corinthians saiu vitorioso.


La Máquina Celeste parece ter sentido a derrota, pois no jogo seguinte o péssimo empate contra o time mais fraco do grupo atrapalhou os planos da equipe. O 1 a 1 na Venezuela só não foi pior porque o Nacional já havia empatado por 0 a 0 com o mesmo Táchira. Christian Giménez, argentino e camisa 10 de Los Blaqui-Azules fez o gol do empate. O meia Maurício Parra havia aberto o placar para o time do país de Hugo Chávez.

Na rodada derradeira o Cruz Azul recebeu seu adversário da estreia, e desta vez deixou ainda mais clara sua superioridade técnica. Javier Antonio Orozco, em boa fase, abriu o placar para El Sub-campeonisimo.
O brasileiro Francinilson Santos Meirelles - mais conhecido como Maranhão - fez o segundo do time azul no fim do primeiro tempo. Omar Bravo fez o terceiro, este que já tem 65 convocações para seleção mexicana e por ela fez 15 gols, aos 32 anos não é mais aproveitado pela El Tri, mas inda é um jogador de muita qualidade. Após seu gol, deu lugar a Edixon Perea, o colombiano não decepcionou, fazendo o quarto gol da tranquila goleada. Classificado em segundo no grupo 6, O Cruz Azul pega o Libertad - PAR nas oitavas.  

Palpite: Passa com dificuldades!





Ranking da Conmebol: 42º (16/04/2012)
Participações anteriores: 4 (2006, 2009, 2010, 2012) 
Melhor colocação: Primeira fase
Como se classificou: Segunda melhor pontuação entre os campeão do Apertura e Clausura 2011

O Club Nacional não é uma potência no Paraguai, não chega a rivalizar com os gigantes Olimpia e Cerro Porteño, ou nem mesmo com o ascendente Libertad. Apesar de não ter a grandeza de seu homônimo uruguaio, o Nacional Querido, como é chamado no Paraguai, possui oito títulos nacionais. Além de mais nove vices da primeira divisão e três títulos da segunda divisão. O último em 2003, quando retornou para a divisão principal para não mais sair. O simpático time fez o que pôde dentro das limitações de seu país, das limitações financeiras. Para eles, passar para a segunda fase já seria motivo de comemoração.

O elenco é pequeno e modesto, com alguns argentinos e um brasileiro, Rodrigo Teixeira é o nome dele, já jogou em meio mundo. Dos argentinos o mais conhecido é Javier Villarreal, volante aguerrido que foi campeão da Libertadores com o Boca Juniors em 2001 e 2003. Os outros são os goleiros Ignacio Don e Gérman Caffa e o atacante Germán Cano. O atacante Ariel Bogado costuma ser importante para o time, assim como Denis Caniza, que aos 37 anos ainda joga bem. Muito experiente, jogou por muitos anos na seleção paraguaia. De resto, apenas jogadores jovens e alguns veteranos poucos conhecidos.

Estar na Libertadores já é um feito notável para um clube que pelos títulos pode ser considerado grande em âmbito nacional. Mas internacionalmente ainda há muito por melhorar.




http://www.deportivotachira.com/


Ranking da Conmebol: 54º (16/04/2012)
Participações anteriores: 17 (1980, 1982, 1983, 1985, 1987, 1988, 1989, 1991, 2001, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009, 2010, 2011, 2012)
Melhor colocação: Quartas-de-final em 2004
Como se classificou: Campeão do Apertura 2010/2011

O grande Deportivo Táchira dentro da Venezuela e o tradicional na Libertadores este ano não deu sorte e caiu num grupo difícil. Logo de cara era clara a superioridade de Cruz Azul e Corinthians e pouco se esperava do Nacional. De modo que, aos venezuelanos conseguir não levar goleadas já era satisfatório. Com um time bem abaixo daquele que chegou às quartas-de-finais em 2004, onde foram eliminados pelo São Paulo com grande facilidade. 7 a 1 no agregado, 3 a 0 no Morumbi, 4 a 1 lá em San Cristóbal, posteriormente o clube brasileiro acabou eliminado pelo Once Caldas, que acabou sendo o campeão daquela edição. 

Se não tomar goleadas de mexicanos e brasileiros, ao menos engrossaram contra os paraguaios, um empate e uma derrota apertada por 3 a 2, no Paraguai. E em casa, mostrou força contra os adversários mais fortes, empatou por 1 a 1 com Corinthians e Cruz Azul. Sinal de evolução? Possivelmente sim. 
Quem sabe nos próximos anos o Táchira não possa superar o time de 2004? É um clube que conquistou o campeonato nacional em sete oportunidades. Lá dentro é respeitado, como não poderia ser diferente. Que venha a próxima Libertadores.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Grupo 5




Ranking da Conmebol: 17º (16/04/2012)
Participações anteriores: 37 (1962, 1964, 1966, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1976, 1979, 1980, 1983, 1984, 1988, 1991, 1992, 1993, 1994, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012)
Melhor colocação: Campeão (1971, 1980, 1988)
Como se classificou: Campeão da Primera División 2010/2011

O Nacional começou a Libertadores 2012 em grande estilo, venceu o Vasco em pleno São Januário com muita facilidade. O placar de 1 a 2 não sugere tamanha facilidade, mas quando o jogo estava 2 a 0 para os uruguaios, Vicente Sánchez perdeu uma chance clara de fazer o terceiro. Até aí tudo bem, uma vitória muito importante havia acontecido fora de casa. O clube treinado pelo ex-jogador Marcelo Gallardo, desenvolveu um futebol ofensivo, organizado e muito rápido. O que deixou os torcedores envolvidos na grande mística charrúa mais do que animados.

Mas nem tudo saiu como o programado, a derrota em casa para o Libertad foi um balde de água fria. E a derrota no Peru, contra o Alianza Lima foi como um soco no estômago. Eis que o Rey de Copas reagiu contra o mesmo time peruano, vencendo em casa pelo placar mínimo. Mas nova derrota em seus domínios complicou de vez a situação do time uruguaio, logo para o Vasco, a vítima inaugural. Após o bom começo, a queda melancólica já na primeira fase entristece aqueles que amam o futebol. Todos querem ver o Nacional bem, até mesmo o torcedor carbonero - Peñarol -, para reviver os grandes clássicos do passado.

E o ex-craque Gallardo teve jogadores interessantes ao seu dispor, como o lateral-esquerdo Diego Placente, seu conterrâneo, tantas vezes convocado para seleção argentina. Andrés Scotti que disputou a Copa de 2010 com o Uruguai, só para ficar em dois exemplos. No meio Álvaro Recoba ainda tem bons lampejos, mas longe daquele que no passado colocava a bola onde queria. Jovens como Matías Cabrera, Santiago Romero, Facundo Piris e Maxi Calzada sentiram a pressão e caíram de produção. Talvez, Tabaré Viudez tenha sido o único a não sentir a pressão e manteve seu bom futebol, que um dia o levou ao Milan, da Itália. 

No ataque Vicente Sánchez não decepcionou na maioria das oportunidades que teve, ao lado de Viudez e Alexander Medina fez belas jogadas. A maior decepção no ataque dos Bolsos foi Joaquín Boghossian, o grandalhão de 1,97 não esteve bem. Após se destacar com a camisa do Newell's Old Boys e marcar muitos gols na argentina, acabou se transferindo para o futebol europeu. Foi contratado pelo Red Bull Salzburg, para substituir Marc Janko, até então artilheiro máximo do time mas que havia sido negociado com o Twente, da Holanda. O acerto com Boghossian parecia promissor, pelos gols do uruguaio e pela semelhança física com o austríaco que hoje joga no Porto, de Portugal. Como o nome sugere, o atleta descende de armênios, portanto tem passaporte europeu, o que facilita a estadia dele por lá. Emprestado ainda ao Nacional, todos esperam que retorne a fazer seus gols característicos de centro-avante matador.

Se desta vez a força dos Tricolores não se fez valer, quem sabe em 2013? Tradição e camisa tem de sobra!


Ranking da Conmebol: 22º (16/04/2012)
Participações anteriores: 8 (1975, 1980, 1985, 1990, 1998, 1999, 2001, 2012)
Melhor colocação: Campeão: 1998
Como se classificou: Campeão da Copa do Brasil 2011

O Gigante da Colina merece de novo essa alcunha após alguns anos no ostracismo, inclusive sendo piada de adversários, como o Flamengo. Depois do sufoco da queda de divisão, o retorno bonito e a festa da torcida trouxeram de volta o grande Vasco da Gama. Que hoje se moderniza e se organiza da melhor maneira possível. Apesar das críticas iniciais, Roberto Dinamite prova que sempre esteve certo. Infelizmente  no Brasil alguns times só aprendem da pior maneira, caindo para Série B. Botafogo e Corinthians parecem ter aprendido a lição. Mas Atlético Mineiro e Palmeiras parecem não ter aprendido bem a lição, fazendo papeis dignos de chacotas.

O elenco atual do Vasco é meio deficitário quando o assunto é ataque, afinal, depender de Alecsandro para balançar as redes é dose. Felizmente, Cristóvão Borges tem jogadores rápidos como Willian Barbio e Éder Luís, que abrem espaço para as chegadas de Juninho, Felipe e principalmente Diego Souza. Se não podem jogar juntos, Juninho e Felipe ainda demonstram muito talento, apesar da idade avançada. Ambos ainda são bem úteis, contrariando a cabeça do treinador, provam que ainda podem dar um bom caldo jogando juntos. A boa fase de Fellipe Bastos também impressiona, com belos chutes de longa distância. E os jovens Allan e Rômulo se não estão jogando tão bem como no Brasileiro 2011, em breve podem retomar a boa fase.

Os argentinos Leandro Chaparro e Matías Abelairas ainda não mostraram bom futebol, assim como o matador equatoriano Carlos Tenório. Ao que parece, Tenório - contundido - é aquele com mais chances de vingar com a cruz de malta e o seu pendão. A defesa vascaína é um ponto forte, já que ainda conta com o 'mito' Dedé. Mas desde a saída de Anderson Martins não encontram um companheiro a altura do melhor zagueiro do Brasil, segundo a torcida do Vasco e grande parte da mídia. No gol Fernando Prass é um dos melhores do país e não compromete. 

Ao lado de Dedé, Renato Silva até que fez bons jogos, mas com a chegada de Rodolfo já o imaginaram no banco. Mas o detalhe é que o bom zagueiro não consegue repetir as boas atuações dos tempos de Fluminense e dos anos que passou na Rússia e na Ucrânia. Com certeza a séria lesão sofrida quando estava no Grêmio ainda atrapalha psicologicamente. Na lateral-esquerda Thiago Feltri ao menos ouve menos xingamentos que Márcio Careca ouvia no ano passado. E a torcida- quem diria - sente falta de Jumar, volante aguerrido que havia se adaptado bem no lado esquerdo da defesa vascaína. Ele que hoje defende as cores do Guanghzou R&F FC, do emergente futebol chinês.

Será que o Vasco vai ser campeão da Libertadores pela segunda vez em sua história? Ou será que vai ser vice de novo? Brincadeiras á parte, o Vasco é um dos postulantes ao título, com toda certeza.



Ranking da Conmebol: 7º (16/04/2012)
Participações anteriores: 13 (1968, 1977, 1978, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012)
Melhor colocação: Semifinal em 2006
Como se classificou: Melhor pontuação entre os não campeões do Apertura e Clausura 2011

A primeira rodada deste grupo 5 da Libertadores foi cheia de surpresas, primeiro a bela vitória do Nacional contra o Vasco, jogando um futebol de dar gosto. Depois a vitória de 4 a 1 do Libertad para cima do Alianza, não que o time peruano fosse forte, mas o placar dilatado chamou atenção. Ficou claro que os três times brigariam feio pelas duas vagas. mas o grande Nacional de Montevideo fraquejou quando não podia, e viu suas chances se esvaírem. O Club Libertad não é um time brilhante, mas é bastante aguerrido e brigador, ás vezes até violento.

No gol tem o experiente uruguaio Rodrigo Martín Muñoz, que costuma fechar a meta e dificulta para os matadores. Na defesa Pedro Sarabia com seus 36 anos ainda é útil e ajuda os mais jovens. Cristian Nasuti é no máximo razoável, ou de outro modo teria se firmado no Rivar Plate, onde foi formado. Sarabia já disputou duas Copas do Mundo, duas Copas América, além das eliminatórias da Copa de 2006. Com 47 convocações para a seleção paraguaia, ele ainda é o capitão do time paraguaio e respeitado entre os companheiros. Joe Bizera, zagueiro uruguaio também merece respeito, duas Copas América no currículo, uma Copa do Mundo e também jogou as eliminatórias da Copa de 2006. 

Carlos Bonet, que tem jogado muitas vezes na defesa, sempre foi um bom volante e com boas participações na seleção paraguaia, ainda joga seu raçudo futebol. Um ponto forte pelo lado esquerdo do Albinegro é Miguel Samudio, que tem um potente chute de perna esquerda, apesar de usar a camisa 10, costuma ser o lateral-esquerdo, mas não é incomum vê-lo jogar aberto pelos flancos no meio campo. Nessa parte do campo alguns argentinos se destacam, conterrâneos do treinador Jorge Burruchaga, Luciano Civelli, Sergio Aquino e Jonathan Santana. Este último tem mãe paraguaia e tios e avós do país, sendo assim, acabou optando por defender a seleção paraguaia. Possui algumas convocações e já fez bom jogos com a seleção nacional.

Para quem não se lembra, o atual treinador do Libertad foi um dos jogadores mais importantes no título da Argentina na Copa de 1986, esta que consagrou Diego Armando Maradona. Mas voltando aos tempos atuais, ainda no meio-campo, o Gumarelo ainda conta com Víctor Cáceres, jogador que é uma espécie de símbolo do clube, onde jogou por toda sua carreira até agora, apesar do assédio, acaba sempre ficando no time que ama. Recentemente, quase fechou com o Flamengo, o que não seria uma boa ideia. É um jogador bastante regular e frequentemente está entre os selecionáveis da seleção. 

No ataque Repollero, o baixinho José Ariel Núñez inferniza os zagueiros adversários se movimentando por toda parte com sua nítida velocidade e agilidade. As outras opções são até variadas, o centro-avante Pablo Velázquez é aquele típico grandalhão trombador, que dá trabalho. Rodolfo Gamarra - de apenas 1,66m - é fraco tecnicamente mas tem velocidade e bom posicionamento. E Cristian Menéndez é mais um dos cinco argentinos do elenco, ainda não marcou nessa Libertadores. Vale ficar de olho em Mauro Caballero, o garoto de apenas 17 anos já guardou dois nesta competição. Dois bons jogos contra o Cruz Azul devem acontecer, agora é aguardar e ver o que acontece.





Ranking da Conmebol: 51º (16/04/2012)
Participações anteriores: 23 (1963, 1964, 1966, 1972, 1976, 1978, 1979, 1983, 1987, 1988, 1994, 1995, 1997, 1998, 2000, 2002, 2003, 2004, 2005, 2007, 2010, 2011, 2012)
Melhor colocação:
Como se classificou: Vice-Campeão do Descentralizado 2011

O Alianza dentro de suas limitações até que não fez um papel ruim nesta edição da Libertadores. Deu trabalho ao Vasco nos dois jogos, venceu o Nacional em casa e depois perdeu fora pelo placar mínimo. E as outras derrotas foram por 2 a 1, bem apertadas, só o 4 a 1 sofrido contra o Libertad ficou feio. O atual vice-campeão peruano conta com inúmeros jogadores da América do Sul. Venezuela, Colômbia, Argentina, Paraguai, Chile e Uruguai marcam presença no elenco de Los Íntimos. O treinador do time que conquistou o campeonato peruano 22 vezes é José Soto, ex-atacante e apelidado de Pepe pelos mais chegados. 

Soto até que montou uma equipe equilibrada, que atua costumeiramente 4-4-2, mas o baixo nível técnico atrapalhou os planos do treinador. Para se ter uma ideia, o 'eterno' Juan Jayo ainda veste a camisa 8 do time, é reserva e ótimo volante. Ele que foi titular por muitos anos da seleção peruana, aos 39 anos já não tem mais o mesmo fôlego que tanto o caracterizava em campo. São 18 anos com a camisa do Alianza, sem contar uma passagem pelo José Galvez, duas passagens pelo futebol espanhol, Las Palmas e Celta de Vigo, além de uma pequena aventura no futebol argentino, onde defendeu o pequeno Unión de Santa Fé. Carreira bonita de Jayo!

Os responsáveis pelos gols do time peruano nessa Libertadores foram vários, o uruguaio Jonathan Charqueiro guardou o seu. Assim como o zagueiro Walter Ibáñez, que também é um autêntico charrúa.
Se desta vez não foi possível passar da primeira fase, dos males o menor, ao menos o futebol peruano demonstra alguma evolução ao dar trabalho para times mais tarimbados como Nacional e Vasco. Que essa experiência tenha sido válida para voos maiores no futuro.


terça-feira, 17 de abril de 2012

Grupo 4





Ranking da Conmebol: 16º (02/04/2012)
Participações anteriores: 22 (1963, 1965, 1966, 1970, 1971, 1977, 1978, 1979, 1982, 1986, 1989, 1991, 1994, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2009)
Melhor colocação: Campeão (1977, 1978, 2000, 2001, 2003, 2007)
Como se classificou: Campeão do torneio Apertura 2011

Após vencer o Apertura 2011 de forma invicta, muitos pensaram: O Boca voltou, o temido papa títulos da Libertadores está de volta para horror dos adversários. Aí que muitos se enganam, é bom lembrar que o futebol argentino passa por uma tremenda crise. Perdendo jogadores aos montes para Chile e Brasil, principalmente. Toda a fraqueza dos adversários ajudou para que o Boca vencesse de forma invicta. Os números parecem contradizer o que vai sendo descrito acima. Os Xeneizes, tiveram a melhor defesa da competição. Foi o clube que conseguiu mais vitórias, 12, além de ter sido o time que ficou o maior número de jogos sem perder, 19 no total.

Como é costumeiro na Argentina, goleiros não são o forte por lá, mas o Boca soube se virar bem com os serviços de Agustín Orión. Na defesa o interminável Rolando Schiavi (39 anos) formou uma dupla firme ao lado de Juan Insaurralde. Clemente Rodríguez havia retornado para infernizar pela esquerda com sua velocidade. Facundo Roncaglia, Matías Caruzzo e Franco Sosa foram outros nomes importantes nesta defesa que foi praticamente intransponível. No meio-campo, Sebastián Battaglia continua sendo o leão na frente da defesa. O baixinho Diego Rivero, depois de anos no San Lorenzo, dá trabalho com sua velocidade e gana durante os jogos. Os dois acima citados dão mais liberdade para as maiores estrelas da atual meia-cancha boquense.

Assim, Juan Román Riquelme, Walter Erviti , Cristian Chávez e Cristian Erbes puderam desempenhar seu futebol com mais tranquilidade. Erviti, inclusive, jogou muitos anos no forte futebol mexicano, em âmbito nacional, claro. E os principais responsáveis pelos gols nessa equipe campeã invicta eram Pablo Mouche, Lucas Viatri e Darío Cvitanich. Quando Viatri ou Cvitanich não estavam em boas condições o jovem Nicolás Blandi entrava e dava conta do recado. Apesar do título histórico e de forma invicta, o clube sofreu muitas críticas. Por jogar um futebol burocrático, pragmático e nada agradável de se ver. Mas por outro lado, a torcida Xeneize não tem do que reclamar. Cvitanich tem uma história interessante, seu bisavô era croata, por isso o atleta chegou a tentar uma naturalização para defender a Croácia, mas foi impedido pela Fifa. Saiu do Banfield, e chegou a fazer bons jogos com a camisa do Ajax, clube holandês, emprestado ao Pachuca, do México,  por duas temporadas, retornou ao Boca mas ainda é jogador do Ajax.

Para reforçar e tentar melhorar um pouco o desempenho do time, principalmente na Libertadores, três contratações merecem destaque. O goleiro Sebastián Sosa, destaque do Peñarol, vice-campeão da Libertadores em 2011. O volante-meia, Pablo Ledesma, presente na última conquista em 2007, depois de alguns anos no Catania, da Itália, retorna para reforçar e dar mais opções ao treinador Julio Falcioni. E para afundar as redes adversárias ele, nada mais, nada menos que Santiago 'El Tanque' Silva. Aquele mesmo que não vingou com a camisa do Corinthians, mas que virou ídolo na Argentina com as camisas de Newell's Old Boys, Gimnasia La Plata, Banfield e principalmente do Vélez Sársfield, onde marcou 34 gols. Depois de uma passagem ruim pela Fiorentina, da Itália, acabou retornando para Argentina. E aos 31 anos, espera ser importante para um dos maiores clubes argentinos. Será que a fama ainda assusta mais que o time atual?



Ranking da Conmebol: 11º (02/04/2012)
Participações anteriores: 4 (1971, 1985, 2008, 2011)
Melhor colocação: Vice-campeão em 2008
Como se classificou: 3º colocado do Campeonato Brasileiro Série A 2011

O Fluminense vem se mantendo entre os principais clubes do Brasil nos últimos anos muito pela força financeira de seu patrocinador master, no caso a Unimed. Apesar da boa grana disponível, no começo os gastos eram excessivos em jogadores que não davam retorno. E após o título Brasileiro de 2010, o treinador Muricy Ramalho deixou o clube reclamando da estrutura (quase inexistente) do clube carioca. 
Após o vice da Libertadores em 2008, o Flu tem se preparado bem, contratando com coerência, investindo ainda mais na renomada e badalada base, em Xerém. Mas após a saída de Muricy, as discussões aumentaram sobre as condições dos times cariocas.

Sendo assim, o Fluminense mandou muito bem ao trazer do Vasco o gestor Rodrigo Caetano - de ótimo trabalho na Colina - para melhorar a gestão do clube, bem criticada por muitos. E as promessas de melhoras nas estruturas físicas do clube pululam sem parar, se é que acontecerá algo de fato, só o tempo dirá. Mas que as melhorias na direção já dão frutos nos gramados é nítido. Tanto é que na atual Libertadores o Fluminense foi o primeiro clube a se garantir nas oitavas de final da competição. Mesmo tendo em seu grupo um copeiro como o Boca Juniors e um argentino encardido como o Arsenal de Sarandí, pois o estreante Zamora não oferece perigo algum. Por mais que o futebol demonstrado não seja dos mais brilhantes, o Fluminense venceu o Boca em la Bombonera, tudo bem que este atual time Xeneize não assusta como no passado. Mas uma vitórias dessas credencia qualquer time a voos mais altos.

Abel Braga tem muitas opções para formar um time forte e capaz de superar o feito de 2008, o que valeria o título. Tem um elenco homogêneo, bem equilibrado, variedade é o que não falta. Talvez seja o melhor elenco do futebol brasileiro. Santos sem Neymar e Ganso é um time nada mais que comum, o atual campeão brasileiro (Corinthians) tem sua maior força no jogo coletivo e organizado. Para simplificar, o Flu é o time que tem mais talento para resolver os problemas dentro de campo. Talvez a defesa não seja perfeita, mas Gum e Leandro Euzébio foram bem no título nacional em 2010. Márcio Rosário não é um reserva à altura, até porque muitas vezes acaba formando um trio com os outros citados. 

Na esquerda o time tem Carlinhos e Carleto que são mais ou menos do mesmo nível. Com a saída de Mariano, Bruno que foi destaque do Figueirense no Brasileirão 2011, assumiu a titularidade na direita. Mas outras opções neste setor se mostram necessárias. Para fazer o serviço sujo Abel conta com Diguinho e Edinho, o segundo faz a função de zagueiro sem dificuldades. O primeiro tem um toque de bola razoável, e consegue fazer a bola chegar aos pés de Deco, Lanzini, Thiago Neves, Wagner e Wellington Nem. Não podemos esquecer do cão de guarda colombiano, Edwin Valencia, amado por todos os treinadores que passam pelo Flu. No ataque Fred, Rafael Moura e Rafael Sóbis juntam características diferentes que se completam.

Para decidir a primeira posição do Grupo 4, o Fluminense viaja até a Argentina para enfrentar os reservas do Arsenal de Sarandí, que dá prioridade ao Clausura 2012. Enquanto isso, o Boca Juniors recebe o Zamora em casa e dando a lógica, deve vencer. O Flu que abra o olho!






Ranking da Conmebol: 12º (02/04/2012)
Participações anteriores: 2008
Melhor colocação: Primeira fase
Como se classificou: Melhor pontuação na Copa Sul-Americana 2011

O Arsenal de Sarandí conseguiu se firmar como um clube médio na Argentina, o time do presidente da AFA - Julio Grondona - começou a ganhar notoriedade a partir dos anos 2000. Até então era apenas uma pequena equipe dos arredores de Avellaneda. Com títulos da quarta e da quinta divisão do país de Maradona. Mas a conquista do Copa Sul-Americana em 2007 colocou o time no mapa do futebol internacional. Essa conquista lhe rendeu a chance de enfrentar o Campeão da Copa da Liga Japonesa. Na improvável e até bizarra disputa da Copa Suruga Bank, o El Arse venceu o Gamba Osaka por 1 a 0, sagrando-se campeão da primeira Copa patrocinada pelo banco citado.

Nesta edição da Libertadores o Arsenal precisou passar pela fase preliminar, onde despachou sem dificuldades os peruanos do Sport Huancayo, 4 a 1 no placar agregado. Já na fase de grupos, a derrota na estreia para o Fluminense custou caro, até porque o time esteve bem e a vitória do time brasileiro foi suada.
A vitória sobre o Zamora na segunda rodada foi um alento, já que o Boca já havia empatado na Venezuela contra o mesmo adversário. Mas a derrota em casa para o Boca minou completamente as chances do time. Que já eliminado, vai poupar seus jogadores no último jogo, pois brigam pelo título do Clausura 2012, pelo menos até então. 

Dessa vez as boas cobranças de falta e jogadas de talento de Luciano Leguizamón não foram capazes de levar o clube mais longe. Como diria o poeta: "Uma andoria só não faz verão". 




Ranking da Conmebol: 85º (02/04/2012)
Participações anteriores: Primeira vez
Melhor colocação: Primeira fase
Como se classificou: Campeão do Clausura 2010/2011

Zamora é um clube jovem, fundado em 02/02/1977 em Barinas, importante estado venezuelano.
O time pouco conhecido até mesmo na Venezuela, conseguiu mais notoriedade na temporada 2005/2006.
Com uma boa campanha no campeonato local, conseguiu uma vaga na Copa Sul-Americana 2007, onde caiu já na primeira fase, perdeu para o Olmedo, do Equador. Até por ter pouca experiência internacional, sentiu a força de um adversário que é respeitado e campeão equatoriano de 2000.

Curiosamente, o Zamora jogou novamente a Copa Sul-Americana, desta vez em 2009, como da primeira vez, acabou eliminado na primeira fase por outro equatoriano, o Emelec. Este que é 10 vezes campeão equatoriano e já chegou a uma semifinal de Libertadores, onde perdeu para o Grêmio, campeão naquele ano (1995). O Zamora conquistou um título importante nos anos 80, foi a Copa da Venezuela. E outros sem muita relevância, também na mesma década. Até conquistar o Clausura 2010/2011 e ter o direito de disputar sua primeira Libertadores.

O time comandado pelo colombiano Oscar Gil, até que não fez feio em sua estreia na competição mais importante das Américas. Empatou com o grande Boca Juniors na estreia e dificultou bastante a vida do Fluminense nas duas vitórias suadas do time brasileiro. Como não podia ser diferente, o elenco do time é cheio de conterrâneos de seu treinador. Os atacantes Luis Yanes e John Córdoba, o meia César Martínez e o zagueiro Moisés Galezo. Outros estrangeiros também fazem parte da equipe, o argentino Darío Figueroa, o panamenho Gabriel Torres e o uruguaio Nelson Semperena. Mas nem mesmo o tempero sul-americano fez com que o clube chegasse ao menos perto do sonho de atingir as oitavas de final.

Valeu a experiência para um clube que vem crescendo gradativamente no cenário do futebol venezuelano. Para quem sabe um dia, figurar entre os mais gloriosos do país, como o Caracas e o Deportivo Táchira. Quem viver, verá!