segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Grupo 1






El ciclón del norte não é um dos maiores clubes do Peru, mas nos últimos anos vem incomodando bastante nacionalmente. E a conquista do Campeonato Descentralizado 2011 vem para coroar campanhas sempre próximas dos líderes. Campeão da Copa do Peru em 1997 e 2007. Em 1922 um grupo de trabalhadores rurais criou o time, mais precisamente no dia 3 de setembro. Juan Aurich era o dono da tal fazenda, que se chamava Batangrande. Um acidente deixou muitos torcedores de luto, o ônibus que transportava jogadores, familiares e torcedores invadiu a linha férrea e foi atingido, o violento choque matou 22 pessoas. A tragédia ocorrida em 1953 com certeza foi um baque, mas as coisas foram entrando nos eixos, como deveria ser. E em 1967 o clube conquistou o honroso terceiro lugar na Copa do Peru, o que lhe valeu um convite para participar do Descentralizado daquele ano. No ano seguinte foi vice-campeão peruano conquistando assim uma vaga na Taça Libertadores da América. Tornando-se a primeira equipe fora da capital a conseguir tal feito.

Após muitos anos na divisão principal o clube acabou passando por tempos difíceis nas divisões inferiores, a coisa foi tão feia que o clube chegou a disputar apenas campeonatos regionais. Tão tradicionais aqui no Brasil, mas usados como divisões inferiores na maior parte do mundo. Em 1993 acabou acontecendo uma fusão, o Deportivo Cañanã e Juan Aurich tornaram-se um só. Inclusive, no ano em que conquistou sua primeira Copa peruana, a nomenclatura era Club Aurich-Cañanã. No caso, o título dessa Copa trouxe o clube de volta aos holofotes e ao futebol profissional de fato. Tanto que este título não aparece nem mesmo no site do clube. Com o fim da fusão Aurich voltou a ser Juan, assim vieram os dois títulos citados e as boas campanhas na primeira divisão peruana. 

Destaques: 

No gol Diego Penny é seguro, já é bastante experiente e seus 1,97 m ajudam a chegar nas chamadas bolas impossíveis. Já jogou na Inglaterra, mais precisamente no Burnley, que se encontrava na segundona inglesa na época. Tem algumas convocações para a seleção, apesar de sempre ser bem cotado, nunca se firmou com a camisa de Los Incas. A defesa, que é o ponto forte do time, conta com o argentino grandalhão Leandro Fleitas, que assim como Penny, possui 1,97 m de altura e assusta qualquer atacante. E seu reserva ou ás vezes até companheiro de zaga não fica atrás, Luis Guadalupe se impõe com seus 1,96 m. Com certeza altura não é o fator predominante para o sucesso defensivo da equipe, que teve a melhor defesa do Descentralizado 2011 e foi o time que sofreu menos derrotas, apenas cinco. Pela direita, o lateral Roberto Guizasola é um foguete, tem um pulmão invejável, muita velocidade e resistência física, mas deixa a desejar no primordial, que é a técnica. De todo modo, é um daqueles jogadores que infernizam o jogo todo, do tipo que zagueiro nenhum curte marcar.

Pela esquerda Nelinho Quina é o titular, na contensão pelo meio, Alfredo Rojas e César Ortíz fazem o trabalho sujo. O responsável pelos passes e armação de jogo é o colombiano Javier Araujo, e o matador é o panamenho Luis Tejada, jogador troncudo e muito forte. Além é claro, do veterano Ysrrael Zúñiga, que para surpresa de muitos ainda joga um bom futebol com sua perna esquerda. E William Chiroque, o baixinho mais chato do futebol peruano, liso, dribla com tremenda facilidade, mas peca na finalização. De todo modo, atenção nele nunca é demais. O elenco é bem diversificado, bem montado pra os padrões peruanos. Felizmente Chiclayo (cidade sede do clube) não tem o tal problema da altitude, sendo assim dá para fazer um jogo encardido dentro do estádio Elías Aguirre, que comporta 25 mil pessoas. Talvez dar aperto para Santos e Internacional já seja muito para este simpático time peruano.



O Tigre é disparado um dos maiores times da Bolívia, rivaliza em títulos com o Bolívar, mas o time auri-negro é soberano quando o assunto é titulo nacional. Já são 34 conquistas da principal divisão do futebol boliviano, contra 17 do Bolívar. The Strongest, que em inglês significa 'O mais forte' justifica a potência do clube em âmbito nacional. É o único time boliviano que disputou a principal divisão do país durante um século. E também o clube mais antigo e tradicional do pobre país sul-americano. Os destaques da equipe, como não poderia ser diferente, são os estrangeiros. Na defesa o argentino Matías Marchesini e o paraguaio Delio Ojeda, que ainda contam como esforçado Enrique Parada, já convocado algumas vezes para seleção boliviana. O site do clube, ainda em construção não nos ajuda a obter informações valiosas. Mas no peito e na raça informamos o leitor da melhor maneira possível

No meio campo, os destaques são o paraguaio de nascimento mas boliviano de coração Pablo Daniel Escobar. Aquele mesmo que passou por diversos clubes brasileiros, entre eles Santo André, Ipatinga e Mirassol. O argentino Alejandro Bejarano ajuda e muito o narigudo Escobar na armação das jogadas ofensivas. No ataque mesmo com a perda do uruguaio Mauro Aldave, o chileno Sebastián "Chamagol" González, o brasileiro Ronaille Calheira e o paraguiaio Ernesto Cristaldo são os responsáveis pelos gols de El Decano. Sem esquecer da altitude da cidade de La Paz, os 3.640 metros do nível do mar atrapalha quem não tem costume de correr por lá. Mas dos males o menor. Num grupo complicado desses, e com dois clubes brasileiros favoritos, incomodar já seria legal. Eliminar algum dos brasileiros seria um feito histórico. Veremos do que os comandados de Maurício Soria são capazes. 





Atual campeão, o Peixe manteve grande parte de seu elenco e perdeu poucas peças do time que disputou o Mundial de Clubes. Daquele time, apenas Danilo é um jogador de um nível que dá para lamentar bastante sua perda. Assim como a perda de Alex Sandro ao fim da Libertadores 2011, ambos foram para o FC Porto. Mas da bela cidade portuguesa chega o lateral uruguaio Jorge Fucile, que vai bem tanto na direita como na esquerda. Não é de apoiar tanto, mas suas qualidades defensivas podem liberar algum outro jogador para funções mais específicas de ataque. Considerado o melhor time do Brasil por muitos, o clube foi massacrado pelo atual maior time do mundo, o espanhol Barcelona. Trazendo à tona uma discussão interminável sobre a soberba do futebol brasileiro. No fim a derrota santista foi boa para todo futebol brasileiro em si, se nem a derrota do Internacional para o TP Mazembe da República Democrática do Congo foi motivo para descer do salto, quem sabe agora? Outro exemplo recente foi a derrota do Corinthians para o Deportes Tolima, da Colômbia, ainda na primeira fase de Libertadores.

Analisando o onze inicial santista, percebe-se um bom time:

Rafael, Pará (Fucile), Edu Dracena, Durval (Bruno Rodrigo) Léo (Fucile), Adriano, Arouca, Henrique (Ibson), Ganso, Neymar e Borges. 

Elano está em má fase, Ibson nunca agradou desde que retornou da Rússia e Adriano está machucado, inteiro, deve ser o titular de Muricy para quebrar as canelas adversárias na frente da zaga. Henrique também não tem agradado a torcida santista, muitos reclamam que é um jogador que não defende e nem ataca. Com a disputa do Mundial, a pré-temporada santista atrasou um pouco devido às férias dos jogadores. Sendo assim, Muricy Ramalho escalou o time reserva nos primeiros jogos do Campeonato Paulista. E os jogadores escalados não empolgam, se o time titular é um dos mais fortes do Brasil, o elenco dá mostras que precisa de mais qualidade e menos quantidade. Não é qualquer garoto surgido da base que vai ser um Neymar ou um Ganso. A diretoria do time da baixada aposta demais em jovens que podem não vingar, contrata pouco e acha que está de bom tamanho. Ok, tem gente que acha Alan Kardec bom jogador, aí a discussão só aumenta. Se Borges se contundir entra o atacante 'espírita' que só é bom no jogo aéreo, do jeito que Muricy gosta. Rentería é um jogador que mais lembra uma galinha, cisca, cisca e não sai do lugar. O colombiano já demonstrou algumas vezes no Internacional e no Once Caldas que quando leva o jogo a sério cria problemas para as defesas adversárias. Na Europa flopou em todos os clubes por onde passou, agora no Santos, ainda não fez uma boa partida. A Libertadores 2011, foi uma das mais fracas da história, fato inegável. O bom time do Santos por pouco não foi eliminado ainda na primeira fase, tomou um grande sufoco nas oitavas, nas quartas e nas semis. Pode até ser que o time seja campeão novamente, com Neymar inspirado e Ganso recuperado. Só nos resta esperar.



Não foi fácil passar pela primeira fase, mas também não foi tão difícil pode-se dizer. A vitória pelo placar mínimo no jogo de ida contra o Once Caldas atuando em Porto Alegre não foi considerado nada mais que o dever.  Leandro Damião foi bem em seu retorno, depois de um fim de 2011 com contusões, fez o que se espera dele, gol! Mas ao pensar no jogo de volta, com pressão de torcida, time adversário rápido e altitude imaginava-se muita dificuldade. Mas o empate por 2 a 2, no fim só mostrou qual era o melhor time do confronto. Mas como não podia ser diferente, o time colombiano veio com tudo e logo aos dois minutos abriu o placar com Jorge Daniel Núñez. Mas o experiente time brasileiro não perdeu a calma, e Andrés D'Alessandro cobrou bem um penal e empatou a partida aos 11. Precisando de dois gols para levar a vaga diretamente, o ofensivo time do Once Caldas foi para cima com tudo, abriu espaços e numa jogada rápida, o volante Tinga fez o segundo. O que praticamente matou o jogo, ainda no primeiro tempo. Nem o gol de empate, marcado por Mário González foi capaz de ameaçar a classificação colorada. 

E neste grupo, é bem favorito ao lado do Santos, os dois clubes brasileiros devem mesmo brigar para ver quem fica com o primeiro lugar. O Internacional já havia feito contratações interessantes, como Dagoberto e Marcos Aurélio, dois jogadores com bom drible e muita velocidade. Conseguiu segurar D'Alessandro, que vinha sendo assediado pelo ascendente futebol chinês e de quebra ainda trouxe o quarto argentino para o elenco. Jesús Dátolo, que em caso de saída de El Cabeçón, era visto como um possível substituto, hoje é mais uma bela opção ofensiva. Sem contar em boas opções como Oscar e o prata da casa João Paulo, que é liso e dá trabalho para quem se dispõe a marcá-lo. Talvez o Colorado precise de reforços na defesa,  principalmente após perder o ótimo Juan para o futebol italiano. Índio e Bolívar não são mais tão jovens para suportar a temporada toda. Rodrigo Moledo se mostrou uma grata surpresa no Brasileiro 2011, mas o status de titular me parece forte para ele. 

Um dos últimos reforços do clube gaúcho é Jajá Coelho, apesar de ter apenas 25 anos é bastante rodado. Já conheceu Holanda, Bélgica, Espanha, Ucrânia, Turquia e Emirados Árabes Unidos. É um jogador forte e alto, canhoto, pode ser boa opção como referência, apesar de o site do Inter o anunciar como um meia-atacante. Revelado por América-MG, Jajá teve uma curta passagem pelo Flamengo em 2006, após se destacar no campeonato belga. A Popular Jupiler League, se essa cerveja é boa não sei. O que tenho certeza é que o time do Internacional é forte.


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