domingo, 2 de dezembro de 2012

Campeonato Brasileiro - Resumo do Primeiro Turno - Náutico



Clube Náutico Capibaribe

Time base:


Treinador: Alexandre Gallo

No começo do campeonato um dos gigantes do Recife jogava no 4-4-2 clássico brasileiro, ou se preferirem, o 4-2-2-2. Nos três primeiros jogos, Gideão foi titular no gol, não demorou muito e Felipe assumiu a posição para não perder mais. Formando a linha de quatro defensiva, o volante de origem Auremir, foi bem como lateral-direito. Ronaldo Alves e Márcio Rozário formavam a dulpa de zaga, Lúcio, aquele lateral-esquerdo com passagens importantes por Palmeiras e Grêmio, quando em condições físicas, sempre foi o titular. Não foram poucas as vezes que o Timbu jogou com três zagueiros, até por ter boas opções nesse setor, o treinador Alexandre Gallo aproveitou bem a variedade que tinha. 

A dupla de volantes era formada por Elicarlos e Martinez no começo, mas quando Souza se firmou ao lado de Elicarlos, Martinez passou a jogar mais adiantado. Por muitas vezes Derley e Martinez se alternaram na armação ao lado de Ramón. Aquele mesmo que foi revelado com pompa pelo Atlético Mineiro, com passagem rápida pelo Corinthians e que rumou cedo para o futebol russo, onde passou a defender as cores do CSKA Moscou. Depois de ínúmeros empréstimos para vários clubes, incluindo Bahia e Flamengo no Brasil, Krylya Sovetov dentro da Rússia, o CSKA se cansou de esperar a eterna promessa desabrochar e o negociou em definitivo com o Consadole Sapporo, do Japão. 

No ataque a dupla mais utilizada durante o primeiro turno foi Araújo e Rhayner, o primeiro dispensa comentários, todos o conhecem bem. O segundo, apesar de ter apenas 22 anos já rodou muito pelo futebol brasileiro. Tem como principais qualidades a velocidade e o drible, sabe jogar aberto pelos flancos ou até mesmo como meia-ofensivo. Pensando em se manter na primeira divisão, o Náutico subiu dois atacantes das categorias de base, Marcos Vinícius e Piauí. Repatriou dois bons jogadores que estavam no futebol árabe, Rico e Kieza. Além de conseguir o empréstimo do centroavante Dimba, que no primeiro semestre mostrou qualidade nas chances que teve no time do Santos, ainda no Campeonato Paulista. Outras opções no elenco eram Reis, Kim e Rogério. 

Rogerio é xodó da torcida, mas passou um longo tempo se recuperando de uma séria lesão e quase não jogou no primeiro turno. Foi revelado nas categorias de base do Porto, de Caruaru, um dos times que mais revelam bons jogadores no futebol do Pernambuco. Rodrigo Tiuí, cria da base do Fluminense, que já jogou em todos os times do mundo, nunca conseguiu ser titular. O garoto Siloé acabou emprestado ao Boa Esporte. Dori, outro que já foi apontado como futuro craque retornou para o futebol chinês. E todos os esforços da diretoria para aumentar as opções do treinador foram válidos. Assim que Kieza ficou apto fisicamente para jogar, Gallo começou a utilizar a formação coqueluche do momento, o 4-2-3-1 que variava para um ousado 4-3-3. Forte em casa, o Timbu atropelou a maioria dos adversários jogando nos Aflitos, como sua torcida gosta de falar, é lapada na certa! 

Com as saídas de Derley, Auremir, Ramón, Siloé, Márcio Rozário e Cesinha, as coisas passaram a ficar mais claras. Sendo assim, era fácil ter uma noção de qual era o time titular. Jean Rolt se firmou ao lado de Ronaldo Alves na defesa. Alessandro, aquele lateral-direito que por anos foi indiscutível no Atlético Paranaense, como também por anos foi incontestável no Botafogo, se firmou depois que Auremir rumou para o Vasco. E a diretoria não foi lenta e trouxe o bom Patric, que apesar de ter saído escurraçado do Atlético Mineiro, fez um ótimo Brasileirão com a camisa do Avaí em 2011. Outra boa opção para essa posição foi João Ananias, garoto revelado na base. Sendo assim, com muitas opções, a disputa dentro do elenco acabava sendo benéfica. Com as sombras, Alessandro não podia relaxar e perder a posição.

Gustavo, Alemão, Marlon e Alison conseguiam manter o nível da defesa quando um dos titulares não podia jogar, ou quando Gallo optava por três zagueiros. No entanto, Marlon e Alemão que contavam mais com a confiança do treinador, Gustavo e Alison jogaram pouco. Como Lúcio já teve problemas sérios nos joelhos e não é mais um jovem (33 anos), o Naútico correu atrás João Paulo, bom lateral-esquerdo que foi revelado na badalada base do Fluminense. Após se destacar com a camisa da Ponte Preta, chegou ao clube pernanbucano. Que subiu o jovem Douglas Santos da base, com apenas 18 anos, o garoto agradou e até jogou mais vezes que João Paulo, que tem 22 anos. Entendendo que para um campeonato tão longo como o brasileiro é necessário um elenco forte, a diretoria merece aplausos, poi fez um ótimo trabalho. A torcida do Timbu com certeza não deve ter o que reclamar da gestão do presidente Paulo Wanderley. 

Estrangeiros também se mostraram presentes, Andrés Romero e Overath Breitner foram dois dos jogadores suplentes mais utilizados por Gallo. O argentino, com notável habilidade na perna esquerda entrou bem inúmeras vezes. O mesmo vale para o venezuelano com nome de craques alemães do passado, fruto da paixão de seu pai por futebol. Como se não bastasse a cômica curiosidade, Breitner tem um irmão que se chama Roberto Prosinecki, numa clara homenagem a Robert Prosinecki, craque croata que defendeu gigantes do futebol mundial, como Dinamo Zagreb, Estrela Vermelha, Real Madrid e Barcelona. Que também ganhou destaque por ter disputado uma Copa com a camisa da antiga Iugoslávia e outra com a Croácia, naquele saudoso timaço que ainda contava com Boban, Suker, Jarni, entre outros bons jogadores. 

Outras opções no elenco do Náutico foram o arisco Rogerinho, o experiente Josa, o polivalente Dadá e o jovem Helder, cria do Náutico que rodou um pouco no futebol pernambucano para ganhar experiência. Sem contar Cleverson, que apesar do rebaixamento do Avaí em 2011, foi um dos bons nomes daquele time. O Náutico foi esperto e não gastou muito para contar com sua velocidade e boa capacidade de definição. Ramirez, que apesar do nome é brasileiro, entrou inúmeras vezes, volante pegador que foi muito útil. O velocista Vinícius Pacheco, que por anos foi esperança flamenguista, também foi útil quando requisitado. Por mais que tenha dificuldades técnicas com a bola. Contudo, o que foi dito acima mostra com clareza os motivos que levaram o Náutico a se manter na elite do futebol braileiro para 2013.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Campoeonato Brasileiro - Resumo do Primeiro Turno - Corinthians


Sport Club Corinthians Paulista

Time base: 


Treinador: Adenor Leonardo Bachi (Tite)

Focado na disputa da Libertadores, o Corinthians iniciou o Campeonato Brasileiro com o time reserva e algumas vezes mesclado. Como não podia ser diferente, sem um super elenco, o clube colecionou resultados negativos. A começar pela derrota na estreia contra os garotos prodígios do Fluminense. Contra o Atlético Mineiro, na segunda rodada, time praticamente titular. Sem Paulinho e Emerson, que na época ainda não era uma opção incontestável, além de Liedson que em má fase esquentou o banco. As duas derrotas pelo placar mínimo demonstraram que para os próximos anos dá para montar um elenco capaz de conseguir bons resultados quando o time titular não estiver inteiramente disponível. Na terceira rodada, com o time titular, empate frustrante contra o fraco time do Figueirense. Depois de mais duas derrotas consecutivas para Grêmio e Ponte Preta, os torcedores corintianos se perguntavam se valia mesmo a pena abrir mão do Brasileirão em busca da Libertadores. Tite sempre disse que não dá para ganhar tudo, que é preciso concentração e doação maior por um objetivo.

Apenas na 6º rodada veio a primeira vitória, com o time reserva e justamente contra um de seus maiores rivais, o Palmeiras! Atuação esplendorosa de Romarinho, que anotou dois golaços e começou a ganhar o coração da Fiel rapidamente. De ressaca após o título da Libertadores, o Corinthians recebeu o Botafogo no Pacaembu e levou um banho! O time carioca jogou um futebol de altíssima qualidade, colocando o campeão da América na roda. O que valeu sérias broncas de Tite, que não gostou nada de ver o relaxamento do time. Contra o Sport, na Ilha do Retiro, mesmo com o time reserva o Timão controlou bem o jogo sem sofrer tanta pressão, como é o que se espera jogando em Pernambuco, seja contra Náutico, Sport e até mesmo o saudoso Santa Cruz! Com o gol de Liedson a vitória esteve perto, mas no apagar das luzes, Marquinhos Gabriel arriscou um fraco chute de fora da área e Júlio César falhou feio, tomando por entre as pernas. Da 9º rodada em diante é que o Corinthians pôde focar suas atenções apenas para o Brasileirão. Isso se refletiu na suada vitória contra o Náutico no Pacaembu e na goleada contra o Flamengo em pleno Engenhão.

Depois disso um empate modorrento contra a Portuguesa e uma vitória tranquila contra o limitado time do Cruzeiro. Os dois empates por 0 a 0 contra Bahia e Vasco (ambos fora de casa) não podem ser considerados bons resultados, mas também estão longe de serem ruins.  Em seguida veio o péssimo empate em casa contra o Atlético Goianiense, onde um gol legal de Jorge Henrique foi anulado. Mas a equipe se recuperou ao vencer o Coritiba em pleno Couto Pereira no peito, na raça e com mais uma "letra" de Romarinho! Para enfrentar o Internacional, o Corinthians estava cheio de problemas, muitas contusões, convocações e suspensões. Sem Paulinho, Emerson e Jorge Henrique, o ataque foi formado por Juan Manuel Martínez - que fazia sua estreia como titular - e Adilson Fubá. O atacante que veio do XV de Piracicaba já teve problemas no coração, recuperou-se e hoje se encontra em um dos maiores times do país, bonita a história dele. Ao contrário do que muitos pensam, está longe de ser um centroavante, mas sim, um driblador de bom nível que faz bem o jogo pelos flancos.  

Contra o Santos, no estádio Urbano Caldeira, mais conhecido como Vila Belmiro, o Corinthians fez um grande jogo. Foi extremamente prejudicado pela arbitragem, é verdade. No primeiro gol santista Paolo Guerreiro sofreu falta clara de Durval, que não foi marcada e na sequência da jogada saiu o gol de André. Esse foi o empate, já que Danilo havia aberto o placar em uma de suas especialidades, o cabeceio. E assim terminou o primeiro tempo! Guilherme Andrade se mostrou uma grata surpresa na marcação e no apoio ao ataque. Pelo lado adversário, Neymar e Patito Rodríguez davam muito trabalho. Logo que começou o segundo tempo o Santos virou o placar em um lance que pode ser considerado o mais polêmico do campeonato. Três impedimentos na mesma jogada, os dois primeiros até que eram difíceis, não dava para condenar os assistentes, mas o terceiro foi um escândalo absurdo! Infelizmente não foi possível achar o lance em que Guerrero sofre a carga de Durval por trás, a bola cai no pé de Ganso, que toca para Neymar, que faz grande jogada e cruza para André fazer o gol. Mas se a falta tivesse sido marcada, nada disso aconteceria. Lance parecido com outro em que Douglas sofre falta no meio-campo, o árbitro não marca e André quase faz de cabeça. 

Como você pode ver no vídeo desse jogão, Romarinho deu muito trabalho ao goleiro santista. Deixando as polêmicas de lado, o argentino "Burrito" Martínez se apresentou melhor ainda para a torcida corintiana. Com um golaço, empatou o controverso jogo. E pouco depois, o zagueiro Bruno Rodrigo fez de cabeça, após escanteio bem cobrado por Neymar, o gol que decretou a vitória santista. Com a defesa toda plantada e só olhando, ficou fácil para o careca fazer o gol. Placar moral: 2 a 1 Corinthians. Não é fácil jogar no caldeirão que é a Vila, com árbitros covardes que sempre apitam de forma caseira. Para vencer ali é preciso muito mais do que um futebol bem jogado. Na última rodada contra seu atual maior adversário, o Corinthians começou super bem. Logo aos 6' abriu o placar e exerceu uma pressão incrível, perdendo gols atrás de gols. Por mais que este que vos escreve não queira utilizar aquele clichê que o amigo leitor já tem em mente, quem não faz toma! O Tricolor teve seus méritos ao resistir aos ataques corintianos, equilibrou o jogo até que Luis Fabiano empatou. O que se viu no segundo tempo foi um Corinthians apático e com dificuldades na armação do jogo. O segundo gol de Luis Fabiano aos 64' de jogo matou um time que esteve irreconhecível perante o primeiro tempo que havia feito. Bom para o São Paulo, que após perder três jogos consecutivos se recuperou vencendo a Ponte Preta por 3 a 0 e um de seus rivais de virada, fechando o primeiro turno com chave de ouro.

No segundo turno, resta ao Corinthians pontuar para atingir logo os 45 pontos e não correr nenhum risco matemático de rebaixamento. E além disso, tentar subir o máximo possível na tabela. Paulo André, um dos líderes do time, vislumbra ao menos ficar entre os cinco primeiros, já que o título é praticamente impossível. 
Assim que a meta dos 45 pontos for atingida, Tite pretende dar um descanso aos principais atletas do time, para nas últimas seis rodadas jogar num ritmo forte visando o Mundial de Clubes, que para o Corinthians começa no dia 12/12/12. Entres os adversários possíveis estão o Auckland City, da Nova Zelândia, o campeão japonês (ainda a ser definido) ou o campeão africano (também não definido). Para que o esperado  jogo contra o Chelsea FC aconteça, é necessário muito trabalho e seriedade. O Mazembe ainda é um exemplo recente. Com o bom trabalho que vem sendo feito, o Corinthians representará bem o Brasil em gramados japoneses. 

Campeonato Brasileiro - Resumo do Primeiro Turno - Santos

 
Santos Futebol Clube

Time base:


Treinador: Muricy Ramalho


No modelo acima o Santos está bem desfigurado em relação a maior parte do Campeonato Brasileiro, muito disso deve-se ao fato de transferências, convocações, contusões entre outros transtornos. Com tantos problemas, Muricy tem sido criticado pelo trabalho ruim que vem fazendo no time em 2012. Fato que comprova o fraco rendimento do time é que sem Neymar tem aproveitamento de rebaixado para a segunda divisão. O que leva torcedores adversários a chamar o Santos de NeymarFC!
Bom, na defesa Rafael, Edu Dracena e Durval são titulares absolutos, assim como Arouca e Adriano na proteção à frente da defesa. O time que fez a estreia contra o Bahia, em Pituaçu, foi bem diferente do que de costume. Aranha no gol, Galhardo na lateral-direita, David Braz e Bruno Rodrigo formando a zaga e Léo na lateral-esquerda. No meio Éwerton Pascoa era o principal encarregado de destruir as jogadas adversárias. Com Bernardo, Gérson Magrão e Felipe Anderson complementando a parte ofensiva. O ataque foi formado por Alan Kardec e o colombiano Wason Rentería.

No segundo jogo, em casa contra o Sport, um esboço do que Muricy pretendia já era perceptível. Com Edu e Durval na zaga, Adriano e Arouca de volta ao meio-campo, Juan pela lateral-esquerda. Sem Neymar, a tentativa de buscar qualidades ofensivas passavam pelos pés de Bernardo e Felipe Anderson, que não corresponderam. Gérson Magrão consegue ser apenas razoável, tanto na lateral-esquerda como no meio-campo, lento, irrita muitos torcedores. No clássico contra o Fluminense, Alan Kardec e Rentería formaram o ataque, não demorou e logo aos 5' o colombiano abriu o placar. Numa tentativa de tornar o time mais criativo, Muricy escalou Léo no meio-campo. O lateral-direito Maranhão, que vinha entrando no decorrer dos primeiros jogos, acabou sendo titular nessa peleja.

Com a forte proteção defensiva exercida por Adriano e Henrique, caiu nos pés de Elano e Léo a responsabilidade de liderar o time, nada feito, não funcionou e o empate do Flu, por ironia do destino, saiu dos pés de Carlinhos, jogador criado na base santista. A derrota no Morumbi contra o São Paulo foi até normal. Levando-se em conta que Neymar, Arouca e Ganso não estavam disponíveis. Muricy insistiu na dupla de ataque citada a pouco e Éwerton Páscoa formou a dupla de volantes com o contestado Henrique. Atleta que anda jogando um futebol muito abaixo do que jogou no Cruzeiro, motivo pelo qual o Santos acabou tendo interesse em seu futebol. O treinador aproveitou também para dar rodagem para Felipe Anderson, meia esperança santista para o futuro recente. Os garotos Dimba, Alan Santos e Victor Andrade entraram no decorrer da partida.


Os dois primeiros nem estão mais no clube, ambos foram emprestados ao Náutico até o fim do ano. Marcos Vinícius Gomes de Lima é chamado de Dimba por lembrar muito Editácio Vieira de Andrade, o Dimba mais famoso. Que fez sucesso com a camisa do Botafogo e principalmente do Goiás. Chegaram a dizer que Marcos é sobrinho de Editácio. Como este blog não faz um trabalho jornalístico, não dá para cravar se é mesmo verdade. Victor Andrade fez sua estreia no profissional com apenas 16 anos, completou 17 no dia 30/09/12. Passou pelo Sub-15 e pelo  Sub-17 do Benfica antes de retornar ao Santos, onde começou em 2008, exatamente na primeira categoria citada. Uma coisa é certa, nem todo jovem prodígio que for lançado irá se transformar em algo parecido com o que é hoje o Neymar. Mas a diretoria confia e se vangloria da base do time da baixada. Pela pouca idade, Victor já fez bons jogos, nada de extraordinário, quando atingir a maturação necessária aí sim poderá ser cobrado!


Contra o Flamengo, no Engenhão, o time santista foi bastante modificado. O garoto Anderson Carvalho foi escalado no time titular. Por ser canhoto, poderia ser uma boa opção para substituir Ganso. Mas com o tempo ele foi perdendo espaço e hoje joga no Vissel Kobe, do Japão. Cheio de desfalques na defesa, Muricy escalou o garoto grandalhão Gustavo Vernes ao lado de Bruno Rodrigo. Maranhão jogou de volante ao lado de Éwerton Páscoa. Crystian foi o lateral-direito e Emerson fez o lado esquerdo. A maioria desses jogadores são oriundos da base. Na segunda etapa Geovânio pôde atuar por alguns minutos na vaga de Emerson. Foi um bom teste, sem seus principais jogadores, a derrota foi aceitável! Com a eliminação na Libertadores frente ao Corinthians, apenas na 6º rodada o time completo do Santos entrou em campo.


No desenho tático acima, André aparece como a referência, mas quem vinha sendo titular era Alan Kardec, que tinha tomado a posição de Borges, que insatisfeito acabou indo para o Cruzeiro. Kardec não conseguiu convencer o Benfica a prorrogar seu empréstimo e teve que retornar para Portugal. Rentería nunca agradou, por isso acabou negociado com o Millonarios, um do maiores clubes de seu país natal, a Colômbia. Mesmo com o time titular, o Santos não passou de um empate por 2 a 2 com o bom time do Coritiba. Na oitava rodada Muricy descobriu em Bruno Peres a solução para seus problemas na lateral-direita. Com isso Henrique parou de ser improvisado nessa função. A vitória por 4 a 2 alegrou os torcedores presentes no Urbano Caldeira. Em seguida dois empates horrorosos sem gols contra Internacional e Botafogo. Àquela altura Elano já havia rumado para o Grêmio, quem em troca mandou o argentino Ezequiel Miralles para a baixada. Vale destacar que Neymar e Ganso não estavam disponíveis. As derrotas consecutivas, ambas por 2 a 0 contra Vasco e Atlético Mineiro mostraram como o time é dependente da maior estrela do futebol brasileiro na atualidade. Bill, Miralles e Dimba não agradaram de jeito nenhum.

Depois de uma apertada vitória contra a Ponte Preta, por 2 a 1, o Santos viajou para Recife e levou uma lapada de 3 a 0 do Timbu. Na vitória por 4 a 2 contra o Cruzeiro destaque para os garotos Felipe Anderson e Victor Andrade, cada um deixou o seu. Os outros gols foram marcados por Durval e o caneludo Bill. Do empate em casa contra o Atlético Goianiense o fato mais positivo foi a boa estreia do argentino Patito Rodríguez. O ex-jogador do Independiente se mostrou uma boa contratação feita pela cúpula santista. Contra o Figueirense, em Santa Catarina, André, Neymar e Rodríguez começaram a mostrar que o trio é muito bom junto. Ainda mais com Ganso, por mais que não estivesse inteiro, mais atrás servindo esses jogadores. Contra o Corinthians, erros de arbitragem á parte, o trio citado jogou muita bola. Com alguns reforços para a zaga esse time poderia dar dor de cabeça para os adversários em 2013. Os desentendimentos entre a diretoria santista e Paulo Henrique Ganso passaram a ficar difíceis. O que culminou com a saída do jogador para o São Paulo. E foi com esse mesmo time que o Santos encerrou o primeiro turno, com vitória sobre o Palmeiras, show de Neymar e a décima posição na tabela.


Agora só nos resta aguardar e ver o que acontece!


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Campeonato Brasileiro - Resumo do Primeiro Turno - Flamengo


Clube de Regatas Flamengo

Time base: 


Treinador: Joel Santana - Dorival Júnior

Basicamente, o time mais usado por Joel Santana foi o escalado acima, claro que com algumas mudanças circunstanciais e/ou momentâneas. Com o folclórico treinador, o goleiro titular foi sempre Paulo Victor, criado na base e com muita identificação com o clube. O ótimo goleiro de 25 anos esperou por muito tempo uma chance. Porém, Felipe teoricamente seria o titular, por ter mais status, mais nome. Pouco antes do início do Campeonato Brasileiro, o Flamengo acabou perdendo Júnior César para o Atlético Mineiro. Com isso, Magno Aparecido de Andrade teve que assumir a lateral-esquerda. Quem? Popularmente conhecido como Magal, chegou ao Mengão depois de se destacar no Campeonato Paulista pelo Guaratinguetá. Porém, nunca teve a confiança de Joel ou da torcida, foi titular na maior parte do primeiro turno mais por falta de opção do que por qualquer outro motivo. Até que o Flamengo acertou o empréstimo de Ramon junto ao Corinthians, daí para frente ele passou a ser o titular absoluto. Com a contusão de Léo Moura, papai Joel teve que quebrar a cabeça. Quem mais jogou por ali foi Wellington Silva, que se destacou no Campeonato Carioca pelo modesto Resende. Como ele não agradou, Luiz Antônio teve que quebrar essa algumas vezes. Pois o Flamengo de forma inexplicável se desfez de Rafael Galhardo, que em 2011 foi muito bem quando exigido. O atleta que se destacou na Seleção Sub-20 acabou indo para o Santos, juntamente com David Braz. E como João Felipe foi rebaixado ao time B do Flamengo, a única opção era mesmo Wellington. João tem apenas 20 anos, foi revelado pelo Internacional, chegou ao Flamengo em 2011, no começo deste ano chegou a ter algumas chances com Luxemburgo. 

Na proteção à defesa o titular absoluto sempre foi Airton, que quando não pôde jogar, foi substituído por Luiz Philipe (Muralha). Ou até mesmo por Maurício Azevedo Alves (Amaral), jogador que também se destacou no Cariocão, mas com a camisa do Nova Iguaçu. Assim como Wellington Silva, pareceu não estar maduro o suficiente para vestir essa gloriosa camisa. Por mais que ambos já tenham 24 anos e não sejam mais tão novinhos. Ao lado de Airton, um pouco mais adiantado, quem mais jogou foi Ibson. Quando ele ainda estava no Santos, Joel utilizou Rômulo e Amaral. Com Kléberson jogando mais adiantado, com a missão de armar as jogadas, função que nunca foi a dele. O jogador campeão Mundial com a Seleção Brasileira em 2002 até que surpreendeu, fez gols, mas acabou tendo boa proposta do Bahia e rumou para a boa terra. Dentro do 4-2-2-2 do treinador, Ibson muitas vezes apareceu mais adiantado, formando praticamente um losango. Airton mais centralizado na frente da defesa, Luiz Antônio pela direita, Renato pela esquerda e ele tentando exercer a função de meia. Como armador ele é um ótimo segundo volante, se é que me entendem. Como não deu certo na maioria dos jogos do primeiro turno o esquema foi mesmo o citado acima. Sem um meia específico, o Flamengo sofria como uma mulher em trabalho de parto para criar chances claras de gol. E nas arquibancadas os torcedores se irritavam chamando Joel de burro e pedindo os garotos da base, Adryan e Thomás, principalmente o primeiro.

Thomás raramente era utilizado, já Adryan até que entrava bastante no decorrer das partidas. Assim como Mattheus, garoto canhoto de apenas 18 anos, que é filho de Bebeto, um dos destaques do Brasil na Copa do Mundo em 1994. Voltando um pouco atrás, mais precisamente à defesa, o Flamengo tem sofrido com falta de opções confiáveis. O contestado Welinton falha muito, o chileno Marcos González nem de longe lembra o que foi na Universidad de Chile que encantou a América do Sul em 2011. O violento e desleal Gustavo foi negociado com o Atlético Goianiense. Os garotos da base Marllon e Rodrigo Frauches deixavam os torcedores de cabelo em pé, o mesmo vale para Thiago Medeiros e Arthur Sanches.Thiago nem está mais no clube, foi envolvido na negociação que trouxe Cléber Santana e o zagueiro Renato Santos. Ambos vinham se destacando na Série B com o Avaí, acertaram pouco depois do início do segundo turno, assim como Wellington Bruno, meia que estava no Ipatinga, também da segunda divisão. Os resultados não vinham, na décima rodada o Flamengo se encontrava na posição homônima. Após ser goleado em casa pelo Corinthians e perder fora para o limitado time do Cruzeiro, Joel não resistiu à pressão e acabou demitido. Dorival Júnior assumiu e logo de cara mudou para o esquema da moda: 4-2-3-1! E as mudanças não pararam por aí, os garotos começaram a jogar mais. Contra a Portuguesa, Adryan foi o titular na armação das jogadas, Mattheus aberto pela esquerda e Luiz Antônio pela direita, com Vágner Love isolado no comando do ataque. Thomás entrou no decorrer da segunda etapa...

No segundo jogo sob o comando do novo treinador, uma sonora goleada foi sofrida contra o São Paulo no Morumbi. Camacho entrou ao lado de Airton, Ibson jogou mais adiantado, Adryan novamente foi titular e Thomás e o argentino Darío Bottinelli entraram durante o jogo. Ambos quase não jogavam com Joel, o hermano tem um bom chute de média distância e talento nas cobranças de falta, merecia mais chances. Depois do empate sem gols contra a Lusa e a goleada sofrida contra o Tricolor, o Mengão teve seu jogo contra o Galo adiado, por conta do péssimo estado do gramado do Engenhão. Muitos adversários se irritaram e insinuaram que o adiamento do jogo foi uma ajuda da CBF ao Flamengo. Depois de tudo isso, veio a primeira vitória com Dorival, fora de casa contra o fraco Figueirense. Nesse meio tempo, Felipe voltou a ser titular, uma sacanagem com Paulo Victor que vinha muito bem e não tinha culpa, já que a defesa falhava muito e o deixava em situações difíceis. Mesmo assim, não fosse por ele o Flamengo teria tomado muito mais gols. Com tempo para treinar e com a contusão de Airton, Dorival mudou a formação. O paraguaio Victor Cáceres passou a ser o cão de guarda, com Luiz Antônio pela direita, Renato pela esquerda, Thomás na armação e Negueba ao lado de Vágner Love no ataque. Com essas mudanças o time deu uma melhorada e conseguiu duas vitórias seguidas. O meia que o time tanto precisava sempre esteve no elenco, se chama Thomás!

Na antepenúltima rodada do primeiro turno, o Flamengo teve muitas dificuldades contra o Palmeiras, o time não conseguia criar. Depois de muito tempo, Deivid teve uma chance, mas nada mudava. Mattheus também entrou, o garoto Fernandinho também. Dorival pediu que o jovem de apenas 19 anos, revelado pelo Atlético de Sorocaba chutasse a gol. No entanto, ele pouco produziu e no fim a derrota por 1 a 0 foi justa. Em seguida, a vitória no clássico contra o Vasco animou e deu esperanças de que o time pudesse conseguir algo mais do que ter dificuldades para se manter na décima posição. No fechamento do primeiro turno, empate horroroso sem gols com o Botafogo. Você que prestou atenção no esquema tático, deve estar se perguntando porque o companheiro de ataque de Vágner Love é uma incógnita. É que com Joel, Deivid, Negueba, Diego Maurício e Hernane se alternaram ao lado do artilheiro do amor. Hoje Deivid e Diego Maurício nem estão mais no clube e Negueba já acertou com o São Paulo para 2013. Adriano por enquanto não pode ser levado a sério, suas faltas a treinamentos importantes quase o tiraram do clube antes mesmo de chegar perto de um jogo oficial. Liédson saiu do Corinthians por não conseguir mais render dentro de campo, com problemas físicos e idade avançada, por enquanto ainda não foi útil. Finalizando, os garotos Lucas e Nixon precisam ir entrando no time devagar, sem queimar etapas, talvez num futuro próximo possam ser mais importantes. Qual será o fim dessa história?

Campeonato Brasileiro - Resumo do Primeiro Turno - Cruzeiro

Cruzeiro Esporte Clube

Time base: 
Treinador: Celso Roth

Antes comandado por Vágner Mancini, o Cruzeiro até que olhou bem para o mercado dentro de suas limitações atuais. Contratou o lateral-esquerdo Gilson, que apesar do rebaixamento, foi um dos bons nomes do América Mineiro em 2011. Acertou também com Marcos, lateral-direito que se destacou com o Bahia, muito bom em jogadas de bola parada. Do Coelho veio também Amaral, volante de marcação viril, mas que com a camisa verde e preta até que se saiu bem, inclusive fazendo belos gols de falta ou de chutes de fora da área. O Cruzeiro trouxe os zagueiros Mateus, foi bem na Portuguesa, Rafael Donato, se destacou no Bahia, manteve o uruguaio Mauricio Victorino, que é bom zagueiro. Todos eles brigando para ver quem forma a zaga com Léo. Como no futebol não se vive só de acertos, a Raposa decidiu apostar em Alex Silva, o popular pirulito. Inteiro é um bom zagueiro, mas todos sabem que os problemas crônicos nos joelhos o impedem de jogar tudo o que pode. Não deu outra, mal chegou já se contundiu novamente.

No gol o Cruzeiro está muito bem servido há anos, Fabio é goleiro de seleção e merecia mais chances com Mano Menezes. Para o meio-campo, o Cruzeiro contratou Rudnei, Souza e Tinga. Dois veteranos já consagrados e um possante volante indicado por Mancini. Também pudera, Rudnei jogou muito com a camisa do Ceará em 2011. Mais tarde ainda chegaram Willian Magrão e Sandro Silva, o primeiro foi bem no Grêmio e na Ponte Preta, joga na zaga e no meio. O segundo, além de marcar muito bem, tem velocidade e sabe criar boas jogadas pelas alas. Charles retornou do Lokomotiv da Rússia, mas nem de longe lembra aquele jogador que se destacou ao lado de Ramires no biênio 2007/2008. Parece muito pouco para um clube do tamanho do Cruzeiro não? O maior reforço foi mesmo a permanência do argentino Walter Montillo. O clube mineiro recusou propostas de São Paulo, Flamengo e Corinthians. Montillo chegou até a dar entrevista dizendo que queria jogar pelo Timão. Mas o presidente Gilvan de Pinho Tavares manteve o pulso firme e segurou o jogador, não antes daquele belo aumento salarial.

E o ataque? Desculpem os cruzeirenses, mas ao olhar as opções: Wellington Paulista, Fabinho, Anderson Lessa, Walter, Anselmo Ramon e Bobô. Dá vontade de chorar não? Isso sem citar Wallyson, que passa longe dessa lista de caneludos. Menos mal que a diretoria conseguiu contratar Borges, insatisfeito no Santos. Aproveitou bem o rebaixamento do Villarreal na Espanha e conseguiu contratar Alejandro Martinuccio que pertencia ao Fluminense. Mas os problemas burocráticos e contusões impediram que o argentino entrasse em campo. Emílson Cribari, Gilson, Bobô, Andersson Lessa, Amaral, Rudnei, Jackson e Walter não eram do agrado de Celso Roth, hoje já nem fazem mais parte do elenco. Cribari e Bobô chegaram ainda em 2011 e sofreram muito na luta contra o rebaixamento. Lessa vive sendo emprestado desde que o Cruzeiro comprou seu direitos federativos, Rudnei rumou para o futebol russo, Bobô retornou para a Turquia, onde é respeitado. Walter apareceu muito bem com a camisa do Internacional, foi negociado com o Porto, mas em Portugal acabou perdendo o foco. O Cruzeiro apostou em sua recuperação, mas logo viu que os problemas com a balança eram mais sérios do que se pensava. Assim o outrora promissor atleta, está jogando a Série B pelo Goiás!

Com a aposentadoria de Roger, a qualidade caiu muito ali no meio do time celeste. A torcida gosta muito do prata da casa Élber, grita seu nome muitas vezes quando sente que falta qualidade na armação das jogadas. Fabinho se destacou no Paulistão pelo Guarani, mesmo assim, não é jogador do nível que o Cruzeiro precisa. Fábio Lopes veio do Japão, onde defendia o Cerezo Osaka, mas até aqui pouco jogou. Muitos criticam Celso Roth, mas se hoje a Raposa tem chances de beliscar uma vaguinha na Libertadores 2013, os méritos maiores são do treinador gaúcho, que vem tirando leite de pedra. O começo com dois empates sem gols mostrou que as coisas não seriam fáceis. Mas algumas vitórias consecutivas iludiram aquele torcedor que não acompanha com tanto afinco. Mas quando as derrotas consecutivas vieram as deficiências do time ficaram escancaradas. Resta agora aos torcedores, rezar para que Martinuccio jogue um futebol parecido com o que jogou na Libertadores 2011 e que Wallyson recupere a boa fase, não é fácil depois da grave contusão que sofreu. E aí, será que pega uma vaga na competição mais importante da América do Sul?


Campeonato Brasileiro - Resumo do Primeiro Turno - Botafogo


 
Botafogo de Futebol e Regatas


Time base: 


Treinador: Oswaldo de Oliveira

O Fogão começou bem o Campeonato Brasileiro, foram duas vitórias no peito e na raça. Na estreia, o time que aquela altura ainda contava com os serviços de Loco Abreu, Herrera e Maicosuel, conseguiu uma virada incrível contra o São Paulo de Emerson Leão. Depois de estar perdendo por 2 a 1 em pleno Engenhão, o time de General Severiano conseguiu reagir em poucos minutos. O argentino Herrera fez três gols, o outro foi marcado pelo inconstante e baladeiro Vítor Júnior. Jádson e Luis Fabiano marcaram para o Tricolor paulista. O jogo seguinte foi fora de casa contra o Coritiba, no Couto Pereira o time paranaense é duro de ser batido. Com os garotos Brinner e Matheus Dória formando a defesa e sem o goleiro Jefferson, o time carioca contou com a inspiração de seu lateral-direito. Lucas Marques fez dois gols, mostrando a boa qualidade ofensiva que possui. O Coritiba abriu o placar logo no primeiro minuto, com Lincoln. O Bota virou com Lucas e Vítor Júnior, mas o ótimo lateral-esquerdo Lucas Mendes empatou novamente para o Coxa. Perto do fim, o agora lateral da Seleção Brasileira fez o gol que definiu a vitória botafoguense. 

Na terceira rodada veio uma derrota inesperada contra o Cruzeiro, por 3 a 2. Oswaldo de Oliveira vinha tentando ajustar o time da maneira que mais gosta. Seus times focam a posse de bola, a velocidade na transição, até por isso, são ofensivos e levam muitos gols. Aos poucos o treinador foi afastando Loco Abreu do time, pois trata-se de um atleta com estilo de jogo que não agrada o comandante. Mais adiante o Botafogo perdeu Herrera - foi para o Emirates Cultural Sport Club - clube dos Emirados Árabes Unidos que vem tentando crescer domesticamente. Perdeu Maicosuel para a Udinese, da Itália, assim como perdeu Abreu, que insatisfeito acabou se transferindo para o Figueirense. Com as perdas, o Botafogo ficou praticamente sem atacantes, os garotos da base Willian e Vitinho ainda não possuem a maturidade suficiente para vestirem a camisa titular. Assim, Oswaldo adaptou Elkeson numa função totalmente diferente do que ele era habituado a jogar. Passou a ser utilizado como referência de ataque, o que não parecia uma boa ideia, já que o ex-jogador do Vitória tem qualidade no drible e no chute de média distância. Mas com o tempo o hoje camisa nove, mostrou desenvoltura e vem jogando bem, inclusive marcando muitos gols.

Mas para que o time fosse se adequando ao que o treinador pedia, era necessário tempo para ajustar isso nos treinos táticos. Como tempo no futebol brasileiro é raro, o Botafogo sofreu nova derrota, desta vez fora de casa, contra o Náutico. E nos Aflitos é muito difícil vencer o time pernambucano, que aproveita muito bem sua imensa e inflamada torcida. Foi o terceiro jogo seguido que o time carioca não pôde contar com um de seus zagueiros titulares e seu goleiro que hoje tem prestígio na Seleção Nacional. Antônio Carlos tem sofrido bastante com lesões este ano. No gol o reserva imediato de Jefferson é Renan, que saiu do CFZ (time de Zico) ainda muito cedo, formando-se profissional no clube Alvi-negro. Mas ele também esteve contundido, assim o titular contra Cruzeiro e Náutico foi Milton Raphael, atleta que começou no sub-15 do Volta Redonda. Como Renan, cresceu e estabeleceu-se no futebol profissional no Glorioso. A base botafoguense, depois de anos de abandono e falta de estrutura, hoje mais bem cuidada, dá um respaldo importante quando o clube necessita.


Cidinho, Matheus Dória, Lucas Zen e Jadson (também surgiu no CFZ) são outros exemplos de bons jogadores criados na base. Com a grave contusão de Marcelo Mattos, Jadson foi titular inúmeras vezes ao lado de Renato na contenção, mas também com boa chegada ao ataque. Lucas Zen é um dos reservas mais utilizados e fez alguns jogos como titular. Cidinho é arisco, muito rápido e liso, ótima opção para atuar pelos flancos do gramado. Dória, que tem apenas 17 anos, pela posição que joga - zagueiro - mostra-se muito promissor. Além de fazer esse bom trabalho caseiro com os garotos, o Fogão tem buscado jovens jogadores em clubes pequenos ou sem espaço em clubes grandes com uma precisão cirúrgica. Lennon, Brinner, Jeferson Filho, Vinícius Silva, Lucas Lima, Gabriel e o recém contratado Bruno Mendes se encaixam bem no que foi dito. Renan Lemos, Sassá e Gilberto Júnior subiram para o profissional recentemente, Gilberto é mais um que veio do CFZ, numa parceria que tem rendido frutos ao Glorioso. 

Da quinta rodada em diante, o Botafogo foi mais regular, até ser derrotado na décima primeira rodada pelo Grêmio, em casa. Justamente no dia da estreia de sua maior estrela, Clarence Seedorf! Nesse meio tempo venceu Internacional (fora), Corinthians (fora), Bahia (casa), empatou com Santos (fora) e Fluminense (casa), com exceção do Bahia, só bateu em cachorro grande. Houve uma derrota inesperada para a Ponte Preta, no Engenhão, na sexta rodada. Daí para frente o Botafogo começou a oscilar de novo, muito por ter um elenco reduzido e poucos atacantes. Rafael Marques chegou do Japão, onde se destacou em três temporadas com a camisa do Omiya Ardija. Mas ao contrário do que a torcida imaginava, não é um jogador especificamente de área. Apesar de ter quase 1,90 cm, Rafael tem muita mobilidade e sai da área com frequência, caindo pelos lados, ou até mesmo fazendo a função de um segundo atacante. Sendo assim, o Botafogo se recente de mais qualidade e quantidade em seu ataque. O uruguaio Nicolás Lodeiro chegou do Ajax, da Holanda, só que também não é atacante, por outro lado, enriqueceu um meio-campo que já tem boas peças. 

Antes mesmo do Brasileirão começar o Botafogo perdeu uma peça que foi importante em 2011. Trata-se de Felipe Menezes, depois se se destacar no Goiás, foi contratado pelo Benfica, o Botafogo não conseguiu chegar a um acordo com o clube português para prorrogar o empréstimo e não tem grana para comprar seus direitos federativos. Então o jogador acabou emprestado para o Sport, péssima decisão para sua carreira. Mas a família Menezes ainda tem representante no Fogão, Matheus, irmão mais novo de Felipe, é um dos zagueiros do elenco do Glorioso. Com as dificuldades ofensivas, cogitou-se até a inscrever Túlio, ele mesmo, no Brasileirão. A ideia acabou não seguindo em frente, no auge de seus 43 anos, Túlio deve ficar mesmo no time B, fazer alguns jogos amistosos e/ou comemorativos na busca dos 1.000 gols, que segundo ele, está próximo. Quem teve seu retorno confirmado foi Jobson, emprestado ao Grêmio Barueri, alegou estar triste e insatisfeito, deixou o clube paulista na mão. Qualidade técnica ele tem, seus problemas estão mais ligados à psicologia. Aos 24 anos, ainda é jovem, toma jeito rapaz! 

Oswaldo de Oliveira está fazendo um bom trabalho, a diretoria do Botafogo é mais profissional que a maioria e entende que para render frutos é preciso tempo para que o treinador arrume a cozinha. Em cinco anos no Japão, foi tri-campeão nacional entre 2007 e 2009, bi-campeão da Supercopa japonesa, campeão da Copa do Imperador e da Copa da Liga, popularmente conhecida como Copa Nabisco. Do oriente trouxe não só novas filosofias, como também o bom meia Fellype Gabriel, seu atleta no Kashima Antlers nos últimos dois anos. Se ainda não é possível lutar por títulos, o Botafogo está bem vivo na briga por uma vaga na Libertadores. Claro que a gestão do presidente Maurício Assumpção teve erros, mas os acertos foram maiores, isso é inegável. E o time da estrela solitária está no caminho certo para voltar a ser o temido Glorioso de outrora. Será que consegue a vaga na competição continental?

Campeonato Brasileiro - Resumo do Primeiro Turno - Internacional


Sport Club Internacional
Time base:


Treinador: Dorival Júnior - Fernandão


Campeão de tudo, como sua torcida orgulha-se em gritar alto no Beira-Rio, o Internacional há 33 anos não conquista o Brasileirão. E nos últimos seis, sete anos é colocado entre os favoritos, sempre com fortes elencos e tudo mais, só que na hora que a bola rola amigo, a coisa não anda. Começou com uma vitória em casa, contra um Coritiba ligado nas fases derradeiras da Copa do Brasil. Apesar disso, levou um time competitivo para enfrentar o Colorado. Sem Kleber, machucado, o lateral-esquerdo foi Fabrício, assim seguiu na maior parte desse primeiro turno. Quem normalmente forma a zaga com Índio é Bolívar, que por muito tempo esteve fora de combate, seja por contusão ou por estar suspenso, já que é um jogador desleal e violento. Pela direita, Nei sempre reinou absoluto neste elenco do Internacional. Quem se firmou ao lado de Guiñazu na proteção à defesa foi Elton. O jogador de apenas 22 anos é revelação do próprio clube, que com certeza faz um dos melhores trabalhos de base nesse país. 

Habitualmente, o principal articulador e cérebro do time gaúcho é o argentino Andrés D'Alessandro. Mas como vive machucado, quem no começo se destacou foi seu conterrâneo, Jesús Dátolo. Que inclusive fez um dos gols do emocionante empate por 3 a 3 contra o Flamengo no Engenhão. Ainda sem poder contar com Bolívar, Dorival Júnior ia escalando Rodrigo Moledo, o zagueirão de quase 1,90 cm apesar de ser carioca foi revelado pelo modestíssimo Camboriú Futebol Clube, de Santa Catarina. Depois disso ainda se aventurou no futebol do Mato Grosso, onde defendeu o Rondonópolis, teve uma passagem pelo futebol polonês, onde defendeu as cores do Odra Wodzisław. Ainda retornou ao clube matogrossense, até que as portas se abriram para jogar em clube maior, no caso, o grande Internacional de Porto Alegre. Teve seus altos e baixos, mais altos que baixos, bom zagueiro. 

Na terceira rodada com D'Ale de volta ao time, Dorival escalou uma dupla de volantes bem forte, quem esteve ao lado de Elton nessa foi Sandro Silva, que hoje está no Cruzeiro. Assim ele pôde escalar um ataque mais leve, com Dátolo e Dagoberto mais pelos lados e Gilberto mais centralizado. Foi o bastante para vencer o São Paulo - que teve Paulo Miranda e João Felipe formando a zaga - por 1 a 0. Na quarta rodada, desfalcado de seus argentinos, o Internacional conseguiu um empate sem gols contra o Fluminense. E os substitutos de Guiñazu, D'Alessandro e Dátolo foram Sandro Silva, Jajá Coelho e Marcos Aurélio. Dorival ainda se deu ao luxo de colocar em campo três promessas da base, são eles Fred, Mike e Maurides. Curiosamente, o último citado vem de uma família de boleiros, Maicon (24) seu irmão mais velho é zagueiro do Porto FC, de Portugal, muitas vezes é titular por aquelas bandas. Seu outro irmão, Muller (21), também é zagueiro e hoje está no time Sub-23 da base Colorada. Maurides (18) vai na contra-mão de seus irmãos, joga de atacante, com seus 1,89 cm e sua perna esquerda lembra muito Adriano. Aquele mesmo que um dia foi apelidado de Imperador em seus tempos áureos por gramados italianos.

Na quinta rodada começaram os problemas de Dorival lá no Sul, a derrota por 2 a 1 em pleno o Beira-Rio foi um balde de água fria naquela que vinha sendo uma campanha com saldo positivo. Até porque, nesse jogo Oscar e D'Alessandro formaram um forte meio-campo ofensivo e Leandro Damião formou o ataque com Dagoberto, com todo respeito ao Botafogo, não  era jogo para perder. Mas a recuperação não tardou a acontecer, com sua defesa titular toda a disposição, Dorival pode escalar o time que ao que tudo indicava, era o ideal em sua cabeça. Assim venceu o Sport em plena Ilha do Retiro sem muitas dificuldades. Contra o Bahia, Dagoberto não pôde jogar, assim o titular foi Jajá Coelho, o empate por 1 a 1 fora não foi ruim. Até porque logo em seguida o Colorado venceu o Cruzeiro em casa. Cheios de desfalques, Internacional e Santos fizeram um dos piores jogos desse Campeonato Brasileiro na nona rodada. Pela primeira vez o garoto Mike entrou como titular, demonstrou certa habilidade com a perna esquerda, com mais rodagem pode render frutos. 

Outro que teve uma chance foi Lucas Lima, meia revelado na Internacional de Limeira, que chegou este ano ao Internacional. Outros garotos puderam entrar no decorrer da partida, Otavinho, de apenas 17 anos foi um deles. Maurides foi outro que teve mais essa chance, já que os desfalques eram muitos. O terceiro reserva utilizado por Dorival foi João Paulo, o camisa 11 de apenas 21 anos é um jogador rápido, de drible fácil. Apareceu bem no fim do ano passado junto com o atacante Guilherme Dellatorre, que alguns membros da nossa imprensa tupiniquim chegaram a dizer que se tratava de um argentino. O breve brilho com a camisa Colorada foi o bastante para que ele se mudasse para Portugal, onde hoje integra a equipe Sub-20 do Porto, mais conhecida como equipa B, opá! João Paulo era para ter subido de patamar, no entanto, salvo alguma contusão ou problema não conhecido, não conseguiu manter-se em pleno desenvolvimento. Contra o Atlético Mineiro, no estádio Independência, derrota incontestável para o então líder do campeonato. Em algumas oportunidades, Dorival escalou Fabrício no meio-campo, assim quem entrou pela lateral-esquerda nessas ocasiões foi Lucas Lima (hoje no Botafogo), que é mais conhecido pelo sobrenome, até para não ser confundido com seu homônimo titular no fraco jogo contra o Santos.

Apesar da derrota para o Galo, boas lições foram tiradas pelos garotos que entraram. Otavinho foi titular pela primeira vez, Mike e Fred entraram no decorrer da peleja. Frederico Rodrigues de Paula Santos fez o gol de honra do clube gaúcho. O popular Fred é mineiro de Belo Horizonte, levinho e com apenas 1,69 cm, toca o terror com sua perna esquerda e seus dribles em velocidade. E pela lateral-direita o já rodado Edson Ratinho teve uma chance. Depois de se destacar pelo Mogi Mirim no Campeonato Paulista, ganhou essa chance no Inter. Apesar de cinco vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas em dez rodadas, a sétima posição na tabela não agradava a cúpula Colorada que sente a pressão de o clube não conquistar o título brasileiro há mais de 30 anos. Dorival acabou demitido, de forma surpreendente, quem assumiu o cargo foi Fernandão, recente ídolo do clube como jogador. Ele vinha trabalhando em funções administrativas, mas acabou aceitando o desafio. E para se recuperar da derrota fora, nada melhor que uma goleada em casa. Logo de cara duas mudanças, o volante Ygor, aquele mesmo que se destacou no Vasco, no Fluminense, na Portuguesa e no Figueirense, foi titular ao lado de Elton. Cá entre nós, não passava nada ali naquele meio! Edson Ratinho e Fred que apesar da derrota contra o Atlético Mineiro foram bem, começaram no time titular.

O Atlético não viu a cor da bola e sofreu um acachapante 4 a 1, Elton, Jajá Coelho, Dagoberto e Fred balançaram as redes. No jogo seguinte, novamente com os três supracitados entre os titulares, vitória por 1 a 0 contra o fraco Figueirense. Com chegada do uruguaio Diego Forlán, Gilberto perdeu espaço e acabou emprestado ao Sport. Jô, que nunca teve o apoio da torcida já havia rumado para o Galo meses antes. Mesmo com tantas opções e uma categoria de base realmente competente, o Inter sofreu com as inúmeras lesões. Como Leandro Damião vive desfalcando o clube para defender a seleção e Maurides inda não tem a maturidade suficiente, a diretoria percebeu a necessidade de ter um típico matador no elenco. E Rafael Moura chegou do Fluminense para suprir essa falta. Contra o Vasco, Forlán fez seu primeiro jogo como titular, ainda se adaptando ao futebol brasileiro e longe do que foi aquele jogador eleito o melhor da Copa do Mundo em 2010, na África do Sul, o uruguaio deixou a desejar. Apesar da queda de rendimento, natural pela idade, Fred foi mantido como titular contra Vasco e na vitória fora de casa contra o Palmeiras, onde Ygor fez o gol da vitória. 

No fraco empate por 0 a 0 contra o Náutico, a única nota boa foi mesmo a estreia de mais um garoto da base, Rafael Pernão. Em seguida a lição de casa contra a Ponte Preta foi feita com competência, Mike fez seu primeiro gol no campeonato. Contra o desfalcado Corinthians no Pacaembu, derrota dura de se engolir, mesmo fora de casa. O empate por 1 a 1 com a Portuguesa no Canindé não foi bom, pois o time vinha de derrota. De bom mesmo só a estreia de Juan, aquele mesmo que foi revelado no Flamengo e por anos foi titular da Roma e da seleção brasileira. E ele não poderia escolhe estreia melhor que essa, foi dele o gol do Inter. No fechamento do primeiro turno, derrota em casa para o seu maior rival, o Grêmio!Na sétima posição com 31 pontos, treze atrás do líder, a briga pelo título ficou difícil. Por outro lado, a briga contra São Paulo, Botafogo, Cruzeiro e Vasco promete ser ferrenha. E você leitor, o que pensa que vai acontecer?

Campeonato Brasileiro - Resumo do Primeiro Turno - São Paulo



São Paulo Futebol Clube

Time base:



Treinador: Emerson Leão - Milton Cruz - Ney Franco

No começo, comandado por Emerson Leão, o São Paulo não conseguia manter uma regularidade aceitável para o nível de competição do Campeonato Brasileiro. Na estréia contra o Botafogo, no Rio, o time vinha bem, dominava amplamente o adversário. Vencendo por 2 a 1 fora de casa, parecia a estreia dos sonhos, mas no fim, o placar de 4 a 2 foi um pesadelo. Leão, como não poderia ser diferente, esbravejou e disse que seu time perdeu para uma equipe inferior. Na rodada seguinte, jogando no Morumbi, o Tricolor fez a lição de casa, mesmo sofrendo mais do que o esperado, bateu o Bahia por 1 a 0. Depois nova derrota fora, desta fez para o Internacional, 1 a 0 para os gaúchos. Conseguiu duas vitórias consecutivas pelo placar mínimo contra Santos e Atlético Mineiro, enfrentou ambos jogando sob seus domínios. Apesar dessas vitórias, percebe-se que os placares não foram tão convincentes, o que não agradava diretoria e torcida. Foi então que a derrota por 1 a 0 contra a Portuguesa foi a gota d'água. Lembrando que a relação Leão/diretoria já não era das melhores, depois que a cúpula Tricolor decidiu afastar o zagueiro Paulo Miranda, sem consultar o treinador, que de fato é quem escala o time.

Na sétima rodada quem assumiu o time para enfrentar o Cruzeiro foi o eterno auxiliar Milton Cruz. Jogando com três zagueiros, a equipe paulista acabou saindo vencedora em um jogo emocionante, cheio de alternativas, cujo placar foi 2 a 3 para o visitante. Em seu primeiro jogo no comando do São Paulo, Ney Franco já tentou dar uma cara nova ao time. Luis Fabiano estava machucado, ainda assim, a dupla formada por Lucas e Osvaldo deu conta do recado e derrotou o Coritiba sem maiores problemas. Naquele dia Rodrigo Caio jogou em sua posição de ofício, que é volante. Ele que já foi utilizado tantas vezes como lateral-direito. É normal que um time ainda em formação oscile, foi exatamente isso que aconteceu. Enquanto Ney ia ajustando o time de acordo com suas preferências o campeonato não parava. Assim o empate contra o Palmeiras e a derrota para o Vasco em São Januário foram resultados normais. Devagar o treinador mineiro foi armando o time em um 4-2-2-2 típico brasileiro, em outros momentos escalou um losango, com Denilson à frente da zaga, Cícero pela esquerda, Maicon pela direita e Jádson mais centralizado. Mas foi na primeira opção que o time parece ter se acertado melhor. Com a chegada de Rafael Tolói, vindo do Goiás, Rhodolfo pôde voltar a atuar onde rende melhor, do lado esquerdo da defesa. Com Edson Silva ele tinha que jogar pela direita, com três zagueiros jogava centralizado, quando Paulo Miranda entrava aí sim ele podia jogar onde se sai melhor.

Com Luis Fabiano machucado, o garoto Ademilson entrou e não decepcionou, inclusive fazendo gols importes. Como um dos gols da vitória contra o Figueirense em pleno Orlando Scarpelli. Em seguida o São Paulo viajou para Goiânia, onde enfrentaria o Atlético Goianiense, que apesar de estar na zona de rebaixamento vinha fazendo boas partidas. Mas nem o mais fanático torcedor do Dragão imaginaria que ao fim do primeiro  tempo seu time estaria vencendo por 4 a 0. Veio a segunda etapa, o time goiano voltou mais leve, a fim apenas de administrar o resultado. O tiro quase saiu pela culatra, pois o time paulista melhorou e diminuiu o placar, no fim, o 4 a 3 ao menos manteve a honra. E com sangue nos olhos, no jogo seguinte o São Paulo devolveu os gols sofridos contra o Dragão para o Urubu. O Flamengo não viu a cor da bola. Contra o Sport, Magrão não queria deixar o Tricolor balançar as redes, fez defesas espetaculares. Mas de tanto insistir o São Paulo conseguiu furar a retranca do time pernambucano, o gol foi de Ademilson, já perto do fim do jogo.Toda vez que parece que o São Paulo vai engrenar, ele empaca. As três derrotas seguidas para Fluminense, Grêmio (em casa) e a goleada sofrida contra o Náutico nos Aflitos exemplificam bem. Ah, bom lembrar que o titular no gol enquanto Rogério Ceni se recuperava da lesão no ombro foi Denis. O goleiro reserva falhou inúmeras vezes neste campeonato, a volta do ídolo acalmou boa parte dos torcedores.

E para se recuperar de resultados tão ruins, o São Paulo tinha a Ponte Preta a receber no Morumbi. E o time de Campinas pagou os pecados que não eram seus e teve que ir para casa com um 3 a 0 incontestável. Mesmo não contando com Rhodolfo e Douglas, Ney Franco escalou o time no 4-2-2-2 como já foi comentado acima. Paulo Miranda foi o lateral direito, Tolói e Edson Silva formaram a zaga e Cortês foi o lateral esquerdo. Na frente da defesa uma dupla muito forte na marcação, Denilson e Paulo Assunção. Com dois meias, Maicon e Jádson, dois atacantes, que contra a Ponte foram Ademílson e Lucas. Para fechar o primeiro turno, o São Paulo tinha pela frente nada mais nada menos do que o Corinthians. E o jogo seria no Pacaembu, local onde os tricolores não venciam o Corinthians há sete anos. Após ser massacrado pelo Corinthians no primeiro tempo, aos seis já perdia e sofria uma grande pressão. O São Paulo teve méritos ao suportar a pressão e com as poucas chances que teve definiu com uma precisão cirúrgica, futebol é assim. O treinador Ney Franco em entrevista após o jogo chegou a dizer que se tivesse como pedir tempo o faria. Referindo-se à blitz aplicada pelo Corinthians na primeira etapa. O jogo que poderia ter virado para a segunda etapa com uma goleada corintiana, acabou virando com um empate em 1 a 1. No fim, nada melhor do que fechar o primeiro turno do campeonato quebrando um tabu e vencendo um de seus maiores rivais. E agora? Até onde esse time pode chegar?

Campeonato Brasileiro - Resumo do Primeiro Turno - Vasco


Club de Regatas Vasco da Gama

Time base:




Treinador: Cristóvão Borges

Depois da eliminação nas oitavas-de-final da Libertadores, o Vasco pôde voltar suas atenções para o Campeonato Brasileiro antes do que sua torcida esperava. Mas o Gigante da Colina esteve muito próximo de eliminar o Corinthians, não fosse aquele gol perdido por Diego Souza. Então o clube carioca começou a usar o time titular na segunda rodada. Foram quatro vitórias seguidas, jogando um futebol de respeito, até que a série foi quebrada no empate fora de casa com o Palmeiras. Na sexta rodada veio a primeira derrota, num jogo atípico que perdeu em casa para um adversário inferior, que no caso foi o Cruzeiro. Daí para frente o Vasco manteve-se sempre entre os três primeiros na classificação. Nas últimas quatro rodadas do primeiro turno caiu um pouco de produção. Foi prejudicado pela arbitragem, isso é indiscutível, mas não foi só por esse motivo que o time caiu. O principal motivo é que o Vasco negociou dois jogadores muito importantes e titulares do time. Diego Souza partiu para o Al Ittihad, da Arábia Saudita, preocupado em encher seus bolsos com os petrodólares. 

Fágner, um dos melhores laterais-direitos desse país acabou acertando com o Wolfsburg, da Alemanha. Com isso, Cristóvão precisou recorrer ao recém chegado Auremir, lateral de apenas 20 anos contratado junto ao Náutico. A apresentação dele foi emocionante, chorou copiosamente ao lembrar de seu falecido pai, dizendo que gostaria que ele estivesse ali presente para vê-lo com a camisa de um dos maiores clubes do Brasil. Claro que não tem a mesma qualidade de Fágner, são características diferentes, mas o jovem mostrou que tem qualidade suficiente para ser titular. Pelo lado esquerdo, William Matheus, acabou tomando a posição de Thiago Feltri, que na Libertadores era o titular. O ex-jogador do Bahia mostrou-se uma boa opção. No miolo da defesa, teoricamente a dupla titular é Dedé e Rodolfo, mas ambos tiveram contusões que os deixaram fora de combate. Então a dupla variou muito nesse campeonato, já foi formada por Renato Silva e Rodolfo, Dedé e o próprio Renato, até que na oitava rodada, Douglas entrou para não sair mais. 

Revelado pelo Juventude, o zagueiro de 1,90 m esperou sua chance com paciência, quando apareceu soube aproveitá-la. Outra boa opção que o Vasco dispõe é Fabrício, que formou ótima dupla com Manoel no Atlético Paranaense, independente do rebaixamento do clube do sul. O zagueiro é cria da base do Flamengo, apesar de ter apenas 22 anos, passou pelo Paraná, Hoffenheim, da Alemanha, Palmeiras, Cruzeiro e Atlético-PR. Todos esses times ligados no potencial desse atleta que tem habilidade fora do comum para a posição onde joga. No começo do campeonato, Feltri foi preservado, assim quem ganhou algumas oportunidades foi o jovem Dieyson, o garoto que é cria da base vascaína não decepcionou. E para suprir a perda de Fágner, o vasco mostrou-se atento ao mercado e acertou com Jonas. O bom lateral de 25 anos vem de duas ótimas temporadas com a camisa do Coritiba. Inclusive, sendo finalista da Copa do Brasil duas vezes seguidas. No gol, Fernando Prass é um dos melhores goleiros do país, merecia até mesmo uma chance na seleção.

No meio-campo Cristóvão gosta de utilizar três volantes, com um meia adiantado, formando um losango. E os preferidos na proteção á defesa são ou eram Rômulo, Nilton "paulada" e Fellipe Bastos. Com as saídas de Rômulo e Allan, foram para Spartak Moscou (Rússia) e Udinese (Itália), o clube carioca precisou se mexer e trouxe Wendel, bom volante canhoto que se destacou no Brasil por Santos e Cruzeiro, clube que o revelou. Após quase cinco anos no futebol francês, dois no futebol árabe, foi um bom reforço. Outro que apareceu bem quando esteve em campo foi Eduardo Costa, titular em algumas oportunidades. Na parte ofensiva, Juninho Pernambucano, apesar de 37 anos nas costas, ainda joga um futebol acima da média. Suas cobranças de faltas e escanteios são uma arma que Cristóvão não pode abrir mão. Uma das maiores críticas da torcida vascaína é com relação a Felipe. Grande parte da massa e da mídia especializada gostaria de vê-lo atuando ao lado de Juninho. Isso até aconteceu algumas vezes, Felipe entrou pelo lado esquerdo do losango, ou até mesmo de lateral-esquerdo, no segundo caso tinha muita ajuda dos volantes, pois aos 35 anos, não tem a mesma força do passado.

Para tentar substituir Diego Souza, o Vasco tem apostado no problemático Carlos Alberto, jogador  que sabidamente tem muita qualidade, mas os problemas extra-campo e sua personalidade difícil o atrapalharam. E por mais que o histórico dele não seja favorável, ainda existem torcedores que apostam em sua recuperação, o que parece pouco provável. Bernardo, recentemente ídolo, foi do céu ao inferno em poucos dias. No fim, acabou negociado com o Santos. O argentino Matías Abelairas chegou com pompa do River Plate, pois aqui no Brasil é assim, falou que é do país vizinho já imaginam o Messi. Abelairas sempre foi um jogador inconstante, não conseguia manter boa regularidade e até por isso nunca se firmou no River. Mal jogou no clube carioca e rumou para o futebol mexicano. Outro hermano do elenco vascaíno é Leandro Chaparro, raramente utilizado por Cristóvão. No ataque, talvez residam os principais problemas desse time. Por mais que Alecsandro tenha começado anotando muitos gols, não se trata um atacante primoroso. 

Com a séria contusão do "Demolidor" Carlos Tenório, as opções ficaram escassas, afinal de contas, Éder Luís também vive se machucando. Até por isso uma das alternativas era preencher bem o meio-campo e fazer a bola chegar com qualidade ao matador Alecsandro, que pode não ter um pingo de técnica, mas sabe dar aquele toque final para balançar o barbante. Willian Bárbio, que é irmão de Bruno Cortês, aquele que se destacou no Botafogo, na Seleção brasileira e hoje está no São Paulo, mostrou-se uma boa opção pelos lados do gramado. É muito rápido, dribla bem e consegue arrumar espaço onde não tem. Com a recuperação do equatoriano, talvez o ataque cruz-maltino melhore. Outra opção é o atacante Pipico, que só agora ao 27 anos, conseguiu chegar a um clube grande. Essa chance é merecida, pois não deve ser fácil se destacar pelo Macaé no fraco Cariocão. Outras três opções são jogadores da base vascaína, no entanto, Jhon Cley, Yago e Jonathan ainda não são maduros o suficiente para jogarem com mais frequência. Jonathan até teve mais oportunidades em 2011, tem um futuro promissor! 

Quando o Vasco negociou Diego Souza e Fágner, ficou nítido que o título não é uma prioridade para a diretoria. Afinal de contas, com os dois o time era mais forte. Apesar das críticas contra Cristóvão Borges, contra a diretoria, o "Bacalhau" conseguiu se manter na parte de cima da tabela. Há nove pontos do líder, com o segundo turno todo a ser jogado, pode-se dizer que o Vasco ainda está na briga pelo título. Na prática, pelo que vai se desenhando, a briga vai ficar mesmo entre Atlético Mineiro, Fluminense e Grêmio. Com certeza o clube da cruz de malta tem condições de chegar lá, mas precisa melhorar e ser mais regular, independente dos erros de arbitragem. Será que chega?

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Campeonato Brasileiro - Resumo do 1º Turno - Grêmio



Depois de 19 rodadas preocupados com outras competições, finalmente todos os clubes da primeira divisão poderão se concentrar apenas no Brasileirão. Com algumas ressalvas, como os clubes que participarão da Copa Sul-Americana e o Corinthians. Tite, treinador do time paulista, confirmou que a partir da terceira rodada do segundo turno irá poupar jogadores com o intuito de chegar com o time inteiro no Mundial. Foi noticiado que isso acontecerá principalmente contra os adversários mais fracos, pois o time titular precisa ajustar alguns detalhes e jogar de forma intensa para que chegue literalmente voando ao Japão. Abaixo você verá um resumo completo do que de melhor aconteceu no primeiro turno de um dos campeonatos mais disputados do mundo. Se tecnicamente não é um dos melhores, com certeza é um dos mais emocionantes e imprevisíveis, justamente pelos times serem mais ou menos do mesmo nível. 




Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense

Time base: 




Treinador: Vanderlei Luxemburgo

Com a queda de Caio Júnior, o "pofexô" Luxa foi chamado para dar seguimento ao "projeto" de conquistar o Campeonato Brasileiro com o clube gaúcho após 16 anos. E para isso o Grêmio investiu pesado, trazendo Kléber do Palmeiras, o boliviano/brasileiro Marcelo Moreno do futebol europeu. Contratou Souza, jogador que se destacou no Vasco, não se firmou no Porto e decidiu retornar ao Brasil. Além de pinçar jogadores pouco utilizados em outros clubes, destaques de clubes menores e/ou de divisões inferiores. Casos do lateral-direito/esquerdo Pará, ex-Santos. Edilson, lateral-direito que se destacou no Atlético Paranaense, apesar da queda do Furacão para a Série B. Marco Antônio, destaque da Portuguesa na campanha que rendeu a volta do clube luso para a primeira divisão. Léo Gago, que ficou conhecido no cenário do futebol nacional não apenas pelo apelido, como também pelos seus potentes chutes desferidos de longas distâncias. No Vasco acabou abaixo das expectativas e foi negociado com o Coritiba, por lá voltou a se destacar e chegou com moral ao Grêmio para disputar o Brasileirão 2012. 

No começo, Victor ainda era o titular absoluto no gol gremista, quando foi negociado com o Atlético Mineiro. Marcelo Grohe assumiu o posto e até aqui vem dando conta do recado. Claro que perder um goleiro com nível de seleção não agradou a exigente torcida gaúcha. Por outro lado, o bom zagueiro Werley chegou e hoje é titular do Tricolor gaúcho. Com pouco espaço no Galo mineiro, foi bom para o defensor rumar para o Grêmio. Envolvido na negociação que levou Victor para Minas, Werley vem jogando muito!
Na teoria, o lateral-direito do Grêmio é Gabriel, aquele, ex-São Paulo e Fluminense, mas como as contusões o atrapalham bastante, o titular mais vezes no primeiro turno foi Adilson. Pela esquerda, apesar de ter Júlio César, canhoto e especialista na posição, Luxemburgo prefere escalar o destro Pará, ex-Santos. Até por isso, o coringa do pofexô foi escalado algumas vezes pela direita, quando Edilson e Gabriel estavam no departamento médico.

Júlio César anda tão sem moral com Luxa que mesmo quando Pará esteve impossibilitado de jogar, ele escalou Anderson Pico, que também é destro. Salvo alguma contusão séria, ele foi muito bem no Goiás e no Fluminense antes de chegar ao Grêmio. Ainda que tenha deixado a desejar em suas passagens por Flamengo e Cruzeiro, trata-se de um jogador com bons recursos ofensivos para não ficar nem no banco de reservas. Luxemburgo escalou três zagueiros algumas vezes nesse campeonato, quando optou por essa formação, utilizou bastante Vilson, Tony e um pouco menos Saimon. Todos sabem que o treinador carioca não gosta muito de atuar dessa forma, por isso, sua defesa titular é formada por Gilberto Silva e Werley. O volante campeão mundial com a Seleção Brasileira em 2002 vem jogando bem como zagueiro. Em alguns jogos chegou a atuar de volante, principalmente quando o treinador não pôde contar com Fernando ou escalou três zagueiros.

Quando Werley não podia atuar, seja por suspensão, contusão ou opção do treinador, o escolhido para formar a dupla de zaga com Gilberto Silva na maioria das vezes foi Naldo. Ele se destacou nas duas últimas temporadas com a Ponte Preta e com o Cruzeiro e chegou ao clube gaúcho no começo deste ano de 2012.
A dupla de volantes titular absoluta é formada por Fernando e Souza, ambos são marcadores viris que possuem boas qualidades ofensivas, principalmente o ex-vascaíno. Fernando é cria da base gremista, titular absoluto na seleção Sub-20, o jogador de 20 anos é muito bom e certamente vai figurar na Seleção principal em breve. Com a chegada de Elano, Marco Antônio perdeu o posto de titular e atualmente é dos dos reservas mais utilizados por Luxemburgo. Também pudera, o ex-santista chegou e vem jogando muita bola, sendo destaque nas assistências, nas cobranças de falta e até mesmo na finalização! Léo Gago foi escalado algumas vezes fazendo a função de meia, ele que se sai melhor como segundo volante, de frente para o gol, até porque sua melhor qualidade é o chute potente. 

Mas isso só aconteceu enquanto Zé Roberto, outro importante reforço do Grêmio, estava em processo de adaptação ao time e sendo preparado para assumir a função de camisa 10. Hoje, Elano e Zé são titulares e muito importantes para as pretensões do Grêmio nesse campeonato. No começo do ano o Grêmio conseguiu o empréstimo do argentino Facundo Bertoglio, o jogador descendente de italianos foi muito bem com a camisa do modesto Colón. Seus golaços e jogadas individuais chamaram atenção do Dynamo de Kiev, porém, no clube ucraniano não foi nem sombra daquele jogador que destroçava pelo clube de Santa Fé. Até por isso os dirigentes do maior time da Ucrânia o liberaram para o clube brasileiro. Mas infelizmente  não vingou por aqui, nem chegou a ser utilizado por Luxemburgo e já retornou ao país do leste europeu. Outra boa opção no meio-campo gremista é Marquinhos, aquele mesmo que já rodou por diversos clubes do futebol brasileiro, fazendo relativo sucesso na maioria deles.

O garoto Rondinelly, revelado no futebol goiano, chegou neste ano como boa aposta. Aos poucos, Luxa vai inserindo o garoto, que tem entrado bem no decorrer dos jogos. O ataque é formado por Kleber "Gladiador" e Marcelo Moreno. O atacante da seleção boliviana demorou um pouco em sua readaptação ao futebol brasileiro. Agora que isso aconteceu, é importantíssimo para o Tricolor gaúcho, que depende de seus gols. Kleber continua o mesmo, leva muitos cartões amarelos, vai expulso muitas vezes. Mas quando se concentra apenas em jogar bola é um atacante de respeito. Quando um deles não pode jogar, o reserva mais utilizado entra. Ele se chama André Lima, que quando entra jogando não consegue render bem, mas quando entra no decorrer dos jogos quase sempre acaba fazendo gols importantes. Outra boa opção vem da base gremista, o velocista Leandro vai bem quando seus serviços são requisitados. Contudo, o Grêmio manteve-se desde o começo entre os quatro melhores do campeonato.

Portanto, com certeza é um dos postulantes ao título, ao que tudo indica, a briga com Atlético Mineiro e Fluminense será ferrenha até o fim.