terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Site - Batel é Gol

Boa tarde pessoal!
Para vocês que acompanhavam o blog, venho informar que o Bateu é Gol agora é um site.
Acesse aqui!

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Ludogorets Razgrad - Tamanho não é Documento

Atual bi campeão nacional, o Ludogorets chama atenção por não ser um clube grande no futebol búlgaro. A ascensão do time da pequena Razgrad, cidade que tem apenas 33.416 habitantes aproximadamente, começou na temporada 2011/2012, quando conquistou campeonato e copa nacional. Como se já não bastasse a surpresa, com segunda conquista consecutiva da A PFG (liga búlgara) as Águias mostraram que o sucesso não foi mera obra do acaso. Patrocinado pela Navibulgar, maior empresa de transporte marítimo da Bulgária, o clube manda seus jogos na pequena, porém organizada Ludogorets Arena, com capacidade para apenas 6.000 pessoas.

A conquista da Supercopa também foi um título relevante, principalmente para quem até o final de 2010 não era nada no futebol do país do Leste Europeu. Mais interessante ainda foi o fato de ter que enfrentar o vice-campeão da Copa nacional, uma vez que era o atual campeão da copa e do campeonato. 3 a 1 contra o Lokomotiv Plovdiv, que tinha Dakson, que acaba de ser rebaixado com o Vasco da Gama no Brasileirão, como um de seus destaques, o gol de honra foi justamente dele. Curioso é que não é só o Ludogorets que tem se destacado no futebol búlgaro. Do final dos anos noventa para cá, o Litex Lovech começou a ganhar notoriedade no país de Hristo Stoichkov.

Lovech (foto) também não é uma cidade grande, tem aproximadamente 70.000 habitantes. Podemos dizer que Os Laranjas dominaram o futebol por lá na década de 2000 ao lado do Levski, segundo maior time do país em número de títulos. Mandam seus jogos na Gradski Lovech, arena também organizada para apenas 8.000 torcedores. De 1997 para cá, foram oito títulos nacionais, feito a ser respeitado. O Litex hoje está na posição 210 no ranking geral da UEFA e na 234 no da IFFHS. É patrocinado pela Globul, segunda maior empresa de telefonia da Bulgária. Que em 2012 sofreu uma queda de 377mi em sua receita, obviamente terminando o ano em baixa. Mesmo diminuindo a capacidade de investimento no futebol, o Litex ainda faz frente aos adversários.

E hoje, essas duas equipes ascendentes brigam pau a pau pelo título da temporada 2013/2014.
Faltando três rodadas para o fim, estão empatadas em número de pontos, 50 para cada, só que o Ludogorets tem vantagem no número de vitórias, saldo de gols e ainda tem a melhor defesa do campeonato. Detalhe, as Águias de Razgrad (foto) jogam duas fora e uma em casa, já os Laranjas jogam duas em casa e uma fora. E o time verde tem um jogo atrasado da 22º rodada por fazer, por isso tem um jogo a menos. Só que na última rodada teremos o confronto direto que não podia ser mais perfeito para definir o título. Ao menos para quem não torce para nenhum dos dois. 

Em âmbito continental, o Ludogorets entrou na segunda fase pré-eliminatória da UCL. Passou pelo Slovan Bratislava, da Eslováquia, num agregado de 4 a 2. Na terceira pré-eliminatória eliminou o Partizan, da Sérvia, sem tantos sustos, 3 a 1 no agregado. Mas nos Play-offs, que antecedem a fase de grupos, não foi páreo para o Basel, da Suíça. Levou logo uma chapuletada em casa, 4 a 2. Na volta no país dos alpes, 2 a 0 para o time da Basiléia. Remanejado então para a Liga Europa, caiu no grupo B, junto de PSV (Holanda), Chernomorets (Ucrânia) e Dinamo Zagreb (Croácia). Num primeiro momento holandeses e croatas despontavam como favoritos. 


Mas logo na primeira rodada búlgaros e ucranianos mostraram que não estavam para brincadeira. As Águias bateram o PSV em pleno Philips Stadium por 0 a 2. Enquanto que os ucranianos venceram o Dinamo lá em Zagreb por 1 a 2. Ainda que o PSV esteja passando por uma de suas piores crises, o mérito do time búlgaro não foi pequeno. Tanto que se classificou em primeiro com 16 pontos, em segundo ficou o time ucraniano, com 10. Desbancaram os então favoritos com requintes de crueldade. Porém, o sorteio dos 16-avos-de-final  não foi tão favorável aos búlgaros. Vão pegar a Lazio, da Itália, ou seja, essa aventura pela Europa parece estar perto do fim. Apesar de que no futebol, já vimos inúmeras reviravoltas. 

O sorteio também definiu os possíveis adversários nas oitavas, caso passe pela Lazio, o Ludogorets pega ou Dynamo (Ucrânia) ou Valencia (Espanha). De todo modo, a alçada agora parece ser inalcançável, uma vez que não dá para bater de frente com times de ligas muito mais ricas, há um abismo separando esses clubes. Ainda assim é bom ver um time da Bulgária brilhando na Europa, ainda que seja apenas um brilhareco. Pois aqueles que se encantaram com a seleção búlgara na Copa de 1994 sempre irão nutrir alguma torcida por eles. Como é o caso deste que vos escreve. O futebol mostra cada dia mais, que com organização e profissionalismo se chega a patamares inimagináveis. 

Que sirva de lição para os times da capital e maior cidade do país, Sófia, que tem cerca 1.401.553 habitantes. O CSKA, maior time do país, vive afundado em mandos e desmandos, crises políticas e amadorismo. Aproveitando-se disso o Levski, seu maior rival, angariou mais alguns títulos para aguçar a rivalidade. E se o Slavia não abrir o olho, rapidinho será superado pelos ascendentes citados, o Lokomotiv já comeu poeira. O mesmo vale para os clubes de Plovdiv, segunda maior cidade do país, com quase 400 mil habitantes. Botev e Lokomotiv podem e devem fazer mais para fortalecer o futebol do país, pois é inadmissível ver dois nanicos dominando o futebol por lá.

O principal jogador do Ludogorets hoje é o esloveno Roman Beznjak, artilheiro do time com dez gols. Que ostenta também a marca de mais gols como reserva. No começo da campanha não era titular, hoje é imprescindível.  E como onde tem futebol, tem brasileiro, na Bulgária não é diferente. Pela lateral direita temos Guilherme Choco, pela esquerda Júnior Caiçara, no meio joga Marcelo Nascimento, esses três são titulares. Juninho Quixadá é uma espécie de 12º jogador, costuma entrar na segunda etapa e pôr fogo nos jogos. E para fechar com chave de ouro, temos o grandalhão Michel Platini, que vai para sua sétima temporada no futebol búlgaro. Onde já defendeu CSKA e Chernomorets de Burgas, antes de chegar ao time verde. 

Após a parada de inverno, tudo o que o técnico Stojcho Stoev espera é manter o bom trabalho que vinha sendo feito pelo jovem Ivaylo Petev, treinador de 38 anos que rumou para o AEL Limassol, do Chipre. Belo país que também cresceu bastante nos últimos anos em termos futebolísticos.  Quem sabe não venha o Tri e um barulho na Liga Europa? O que será que vai acontecer???

sábado, 14 de dezembro de 2013

Mundial de Clubes - Marrocos 2013


É com muita alegria que o Marrocos recebe uma competição desse porte. Os marroquinos querem mostrar ao mundo que possuem capacidade suficiente para receber um evento oficial da Fifa. Já imaginando uma hipotética candidatura para a Copa de 2026, querem deixar boa impressão. E animação não vai faltar para esse que é um dos países árabes da África, outrora colonizado pelos usurpadores franceses. E no dia 11/12/2013 chega a tão aguardada hora, tudo que os marroquinos esperam é uma boa vitória do Raja Casablanca contra o Auckland City, campeão continental da Oceania. Façam suas apostas, a sorte está lançada!!!

Bayern München 
http://www.fcbayern.telekom.de/

Títulos Oficiais: 62
Participações em Mundiais: 1
Destaque Individual: Franck Ribéry
Fique de Olho: Mario Götze

Time base:


Técnico: Pep Guardiola 

Cinco vezes campeão europeu, o Bayern participa do Mundial pela primeira vez em sua história. Assim como inúmeros times ao redor do globo, os bávaros ganharam a Copa Intercontinental duas vezes e não se consideram bi campeões mundiais por conta disso. O time alemão tem jogado um futebol elogiável, a chegada de Pep Guardiola mudou bastante a forma de jogar da equipe. Com Jupp Heynckes o esquadrão da Baviera já era temível. No começo o treinador espanhol não mudou tanto, mas devagar foi dando seus toques. A primeira grande mudança a chamar atenção foi a escalação de Philipp Lahm como volante. Antes da contusão de Bastian Schweinsteiger, Pep havia testado alguma vezes, colocando o brasileiro Rafinha na lateral direita e deslocando Lahm para o meio. Mas enquanto Schweinsteiger não se recupera, o baixinho habilidoso tem sido mantido à frente da zaga. Exercendo uma função muita parecida com a de Andrea Pirlo na seleção italiana.

A fartura do time é excepcional, Guardiola pode fazer inúmeras variações, táticas e de jogadores que ainda mantém um timaço. O Bayern está pulverizando todos os recordes possíveis e imagináveis. Depois de dez vitórias consecutivas na CL, maior recorde da competição, o time alemão perdeu a invencibilidade para o Manchester City em casa. Derrota que deixou os dois times iguais em números de pontos no grupo B, mas o Gigante da Baviera levou a melhor no saldo de gols. Essa derrota aconteceu depois de o Bayern ter completado 40 rodadas e 405 dias sem perder na Bundesliga, depois de trucidar o Werder Bremen fora de casa por 7 a 0, isso mesmo, você não leu errado, SETE a ZERO. E isso desfalcado de dois jogadores da estirpe de Arjen Robben e Bastian Schweinsteiger, ambos não estarão no Mundial. Sorte ou azar dos adversários?

No gol, Manuel Neuer é um dos melhores arqueiros do mundo sem sombra de dúvidas. Tem Rafinha na lateral direita mas não existe nenhum reserva, mas e se ele se machucar? Lahm volta para lateral. Mas e se o baixinho também se contundir? Boateng pode jogar por ali, como já fez inúmeras vezes, assim Daniel van Buyten formaria a zaga com o brasileiro Dante. Se por acaso o belga e o black power ficarem impossibilitados de jogar, seja por suspensão e qualquer outro motivo, ainda restam Jan Kirchhoff e Holger Badstuber. O segundo é canhoto e pode ser o zagueiro pela esquerda ou até mesmo o lateral no lugar do Alaba se for o caso de armar o time um pouco mais defensivo. E ainda sobra o Diego Contento, que não é nenhuma maravilha, mas não compromete. Além de tudo isso, o espanhol Javi Martínez que é um ótimo volante, joga muito na zaga também. E se Lahm precisar jogar na lateral e Martínez na zaga, Thiago Alcântara está de prontidão para servir.

Na meia Mario Götze e Toni Kroos são dois dos melhores jogadores do futebol mundial, com qualidades raras de se achar nesse futebol tão físico que se disputa atualmente. Sendo que o ex-jogador do Borussia Dotrmund sabe jogar aberto também, tanto pela direita como pela esquerda. Sem Robben, que gosta de jogar aberto pela direita e driblar para dentro para desferir seus chutes, quem tem jogado ali é Thomas Müller, que se não é um primor técnico, tem um posicionamento invejável. Tem faro de gol, bom passe, velocidade e ainda tem uma fibra e uma garra que o transformam num jogador de primeiro nível. Mas se por acaso Guardiola precisar de alguém com características mais ou menos parecidas com as de Robben, tem o Shaqiri de lambuja.  O suíço descendente de kosovares é um exímio driblador, assim como seu colega holandês. E, versátil, o craque da seleção da Suíça joga pelos flancos e pelo meio se for o caso.

E antes que me lembrem que o Franck Ribéry existe, o francês que jogou demais na última temporada, vem mantendo o nível na atual. Tanto é que merecidamente está entre os três finalistas para conquistar a Bola de Ouro da Fifa, concorrendo com Cristiano Ronaldo e Messi. E pela conquista da tríplice coroa com o Bayern, não será nenhum absurdo se o Scarface abocanhar o prêmio mor da Fifa. Ainda mais se fechar bem o ano com o título Mundial, que dificilmente não ficará com o time germânico. No ataque o matador croata Mario Mandžukić reina absoluto. Mas se porventura ele não puder jogar, tem o peruano Claudio Pizarro, maior artilheiro estrangeiro da história da Bundesliga. Mesmo aos 35 anos, El Bombardero de los Andes é muito respeitado na Baviera. Se os dois quebrarem as pernas, Müller com certeza não deixaria a desejar como centroavante. Sendo assim, mesmo desfalcado, caso enfrente mesmo o Atlético Mineiro na final, será favorito absoluto.

Mesmo com certa lógica, o futebol não é uma ciência exata, não é impossível o time brasileiro ser campeão. Caso o tão aguardado confronto Europa x América do Sul realmente aconteça, felizardos seremos nós, amantes desse esporte, que poderemos apreciar duas das equipes que jogaram um futebol primoroso em 2013. Quem viver, verá!

 Clube Atlético Mineiro

Títulos Oficiais: 52
Participações em Mundiais: 1 
Destaque Individual: Ronaldinho
Fique de Olho: Diego Tardelli

Time base:


Treinador: Cuca 

Vice-campeão brasileiro em 2012, o Clube Atlético Mineiro conquistou a tão desejada vaga na não menos desejada Libertadores da América 2013. A diretoria soube manter a base e trouxe jogadores que mantiveram o bom nível da equipe. Montou o tão apregoado elenco grande, não só em quantidade, mas primordialmente em qualidade.  Na primeira fase o Galo não tomou conhecimento dos adversários, foi logo vencendo o São Paulo em pleno Morumbi, com propriedade e com um futebol de encher os olhos. O que até surpreendeu muita gente que via o Atlético como um time com aura grande apenas no passado, sem cacife para vencer o 'Soberano'. Aquela altura Junior César estava voando na lateral esquerda, Leandro Donizete estava um monstro na marcação e na saída de bola. Qualidade que poucos enxergam, ele tem/teve méritos que acabam/acabavam ficando com Diego Tardelli, Jô e Bernard. Um Ronaldinho inspirado e focado como poucas vezes se viu liderava um time que estava jogando o fino da bola. Ainda mais nesse futebol em crise técnica e físico desempenhado atualmente. 

No segundo jogo goleada acachapante em cima do fraco Arsenal de Sarandí, da Argentina. 5 a 2 com direito a um hat-trick de Bernard, o baixinho estava impossível. No jogo contra o The Strongest, da Bolívia, um fato que chamou muita atenção foi a tietagem dos jogadores bolivianos para com Ronaldinho, que tirou inúmeras fotos com eles. Mas quem imaginava um jogo fácil se enganou redondamente, inspirados por um Alejandro Chumacero implacável na marcação, os bolivianos causaram mais dificuldades que os dois primeiros adversários, 2 a 1 para o alvinegro mineiro. No jogo de volta, na Bolívia, nem mesmo a altitude atrapalhou o Galo, que deu duas bicadas no Tigre e saiu com nova vitória por 2 a 1. Na volta contra os argentinos nova goleada por 5 a 2, a essa altura o slogan 'caiu no Horto tá morto' estava no auge. Já classificado para a fase de mata-mata o Atlético jogou totalmente relaxado e acabou perdendo do São Paulo por 2 a 0. E mesmo com essa derrota o time de Cuca terminou com a melhor campanha da primeira fase, disparado! 

Quis o destino que o adversário nas oitavas fosse o São Paulo, justamente seu conterrâneo e companheiro de grupo na segunda fase, pois a primeira fase é aquela conhecida aqui no Brasil como Pré Libertadores. O São Paulo suou muito para conseguir ser o pior classificado às oitavas. E de acordo com o regulamento o melhor da fase de grupos enfrenta o pior. E quando as piadinhas diziam que na hora do vamo ver o Galo afinava, que o Cuca é o treinador mais azarado do futebol, vitória por 2 a 1, com Ronaldinho calando os críticos. Mesmo com a vitória ainda tinha gente achando que era fogo de palha, mas o 4 a 1 no 'Horto' eliminou o São Paulo num agregado humilhante de 6 a 2. Fim das piadinhas.  E com toda a intensidade e doação dos jogadores na primeira fase e nas oitavas, o time sofreu com uma queda física/técnica vertiginosa. O jogo contra os mexicanos do Tijuana no gramado sintético foi mais difícil do que se imaginava. E quando a derrota parecia certa, apareceu um Luan vindo do banco com uma garra incrível e o empate por 2 a 2 acabou tendo um gosto de vitória, afinal, com o gol qualificado o Atlético poderia empatar por 0 a 0 ou 1 a 1 em casa que ainda se classificaria. 

O segundo jogo foi dramático, sensacional, para cardíaco nenhum botar defeito, com certeza um dos jogos mais marcantes da memória de qualquer atleticano. O Tijuana abriu o placar aos 26 minutos de jogo, o tempo ia passando e nada do time brasileiro conseguir desempenhar aquele mesmo futebol que até então vinha encantando. Muito pela já citada queda física do time, que aquela altura já tinha Richarlyson titular na esquerda, uma vez que Júnior César não é mais nenhum garotinho e estava deixando a desejar.  Eis que só aos 41 minutos do segundo tempo o Galo conseguiu empatar esse jogo encardido. Mas como não podia faltar emoção, no último minuto de jogo pênalti para Los Xolos. E foi aí que o goleiro Victor começou a brilhar, defendeu com a perna esquerda a bola chutada por Riascos no meio do gol. E assim a classificação para a semifinal estava garantida. E quando imaginava-se que a parada para a disputa da Copas das Confederações fosse ser benéfica ao time mineiro, para recarregar as baterias que nitidamente estavam no limite. A séria contusão de Leandro Donizete fez a engrenagem que vinha funcionando muito bem sair dos eixos. 

Os desfalques de Leonardo Silva e Réver para o primeiro jogo da semifinal contra o Newell's Old Boys na Argentina deixou o time em maus lençóis. Até porque o time de Tata Martino (hoje treinador do Barcelona), era o que vinha jogando o melhor futebol da competição depois do time brasileiro. Com todos os problemas citados, imaginava-se que o jogo seria difícil, mas nem o atleticano mais pessimista imaginaria aquela derrota por 2 a 0. Para a volta Josué passou a ser titular no lugar do Leandro e Gilberto Silva formou a zaga ao lado de Leonardo Silva, pois Réver ainda estava suspenso, tinha pegado dois jogos pela tola expulsão contra o Tijuana. Como já era de se esperar, para o segundo jogo o time argentino veio para se defender, mesmo com toda a pressão do Atlético o time argentino conseguia se safar principalmente por um Nahuel Guzmán inspirado, pegando até pensamento. Mesmo com o gol de Bernard no comecinho do jogo, o time argentino não se abalou e conseguiu segurar a pressão. E quando tudo parecia perdido, depois de Cuca tentar o que era possível, colocando Luan, Alecsandro e Guilherme (três atacantes), eis que aos 50 minutos da segunda etapa Guilherme fez o gol que levou a peleja para os penais. 

Aí foi a vez de Victor brilhar mais uma vez, 3 a 2 para o Galo Doido das Gerais e torcida em êxtase nas arquibancadas. E quando parecia que o pior já tinha passado, pois muitos viam o Olimpia bem inferior ao time do Atlético, El Decano mostrou que a camisa três vezes campeã da Libertadores pesa e que tradição não é bobagem. Desfalcado de Bernard, suspenso, Luan merecidamente ganhou a vaga, até porque era o que mais se aproximava das características do baixinho, que hoje joga no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Por mais que a inferioridade técnica do Rey de Copas fosse visível, o time mineiro não conseguia envolver como no passado recente. Para piorar o uruguaio Alejandro Silva abriu o placar depois de belíssima jogada individual. E quando o 1 a 0 contra parecia um placar possível de se reverter em BH, Wilson Pittoni acertou uma perfeita cobrança de falta e decretou a derrota de 2 a 0 que fez os cruzeirenses vibrarem. Mais uma vez os fantasmas de Cuca, do próprio Atlético pareciam ser verdade. Mas eis que as milhões de vozes atleticanas ecoavam o grito de 'Eu Acredito', que começou a ser entoado durante o sofrido jogo contra o Tijuana. 

A torcida abraçou o time, numa sintonia que parecia trazer de volta toda aquela intensidade da primeira fase da competição. Para o jogo decisivo o desfalque foi Marcos Rocha, incisivo no ataque, veloz, o time ficou bem abaixo com o reserva Michel. O gol de Jô e a vitória por 1 a 0 não bastava para que o Atlético se sagrasse campeão continental pela primeira vez em sua história. Aos 42 minutos do segundo tempo o zagueirão Leonardo Silva já tinha virado centroavante, muito alto e exímio cabeceador, foi dele o gol que ressuscitou as chances de um time secado com todas as forças pelos rivais cruzeirenses. Olha que o Olimpia ainda teve uma chance incrível nos pés do centroavante argentino Juan Ferreyra, que perdeu o gol que decretaria o Tetra de um dos gigantes do futebol sul-americano. Nos pênaltis, 4 a 3 para o Galo forte e vingador, com direito a choros nas arquibancadas, depois de todo o sofrimento o título foi merecidíssimo. Superando todas as inúmeras dificuldades citadas acima, a Taça Libertadores da América ficou em boas mãos. 

Com o fim da competição, como não poderia ser diferente, o time perdeu um de seus principais jogadores, Bernard rumou para o Leste Europeu em busca da tão sonhada independência financeira. Parecia impossível conseguir algum jogador que fizesse o que o baixinho liso fazia. O Atlético correu atrás de reforços, trouxe o argentino Jesús Dátolo e o brasileiro Fernandinho, ex-São Paulo, que estava no Al Jazira, dos Emirados Árabes Unidos. O argentino despontou bem no Boca Juniors, com sua habilidade na perna esquerda, mas flopou miseravelmente na Europa, no Internacional não foi nem sombra das lembranças que os brasileiros guardavam da época em que ele jogava no time Xeneize. Mas quem surpreendeu e encaixou como uma luva no time foi o brasileiro. Cuca subiu muitos garotos das categorias de base, com a séria contusão de Richarlyson e a má fase de Júnior César, o treinador passou a escalar o garoto Lucas Cândido como lateral esquerdo. O volante de Uberlândia, cidade vizinha a Uberaba, de onde este que vos escreve é, marca implacavelmente e tem boa qualidade com a bola dominada. Tanto é que disputou o Sul-Americano Sub-20 com a seleção brasileira.

Com a séria contusão de Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli mostrou todo o seu amadurecimento ao assumir o protagonismo no time. Jogando mais recuado, surpreendeu ao mostrar certa desenvoltura jogando de meia. Ele que já havia se adaptado bem numa função que não fazia muito durante a carreira, que era jogar aberto e ajudar na marcação, encaixou muito bem na vaga que era de Danilinho. Com Ronaldinho e Leandro Donizete recuperados, o Galo vem forte para o Mundial. A única dúvida fica na lateral esquerda, Júnior César, Lucas Cândido ou Émerson? Esse último é um zagueiro canhoto que veio do Coritiba, convocado para seleção na era Mano Menezes. Lucas  fica jogando improvisado na esquerda mesmo sendo destro. Que fase heim Júnior César? Enfim, ainda que saibamos que vencer o Bayern seja uma tarefa quase impossível, o futebol já provou inúmeras vezes que o impossível é só questão de opinião. O que será que vai acontecer?

Guangzhou Evergrande 
http://www.gzevergrandefc.com/english/about.aspx

Títulos Oficiais: 12
Participações em Mundiais: 1
Destaque Individual: Darío Conca
Fique de Olho: Elkeson

Time base:



Treinador: Marcello Lippi

Fundado em 1954, o Guangzhou Evergrande Football Club já teve vários nomes em sua história, Guangzhou Rizhiquan, Guangzhou Xiangxue Yiyao, Guangzhou Pharmaceutical. Esse último soava comicamente no mundo todo, parecendo nome de alguma empresa farmacêutica, menos de um time de futebol. O clube cinco vezes campeão da segunda divisão, já era considerado tradicional na mesma. Quando foi comprado pela empresa estatal Evergrande Real Estate Group no final de 2009 e ganhou a atual nomenclatura. Em 2010 a empresa já foi logo trazendo os melhores jogadores locais e a primeira contratação internacional de impacto foi a do brasileiro Luiz Guilherme da Conceição Silva, o popular Muriqui. Cria do modesto Madureira, ele ganhou notoriedade no Brasil jogando pelo Vasco, onde não se firmou. Mas sua espantosa velocidade jogando com a camisa do Atlético Mineiro chamou atenção dos chineses.

Ainda na segunda divisão, Muriqui foi o grande destaque do time na campanha que culminou com a chegada do time a elite do futebol chinês. Comandada pelo sul-coreano Jang-Soo Lee, a equipe recebeu mais investimentos da empresa dona do time, que gastou sem dó. Buscou o argentino Darío Conca no Fluminense, chamando atenção por dar a ele o terceiro maior salário do mundo, perdendo apenas para jogadores como Messi e Cristiano Ronaldo. Contratou também o zagueiro brasileiro Paulão, vindo do Grêmio, que hoje joga no Cruzeiro. O meio-campista da seleção sul-coreana na época Cho Won-Hee e o brasileiro Renato Cajá também chegaram. No ataque, além de manter Muriqui, contratou os brasileiros Eduardo Delani, (que é primo do Kaká) como também o matador Cléverson Gabriel Córdova. Conhecido como Cléo, o artilheiro naturalizado sérvio ganhou notoriedade no mundo do futebol não só por seus gols, como também por ter trocado o Estrela Vermelha (Crvena Zvezda em sérvio) por seu maior o rival, o Partizan, de Belgrado, despertando a ira da torcida do imbatível, como a torcida se refere ao time vermelho e branco.

As contratações não surtiram o efeito esperado, mas foram suficientes para que o clube fosse campeão na sua primeira temporada na elite do futebol chinês. Com o pé nas costas, 15 pontos a frente do segundo colocado, ganharam a Super Liga 2011. Em sua primeira participação na Champions League asiática, em 2012, a eliminação nas quartas de final não agradou aos investidores da empresa que esperavam mais após injetarem tanta grana. Cléo, Eduardo e Renato Cajá não se adaptaram bem. O hoje meia do Vitória teve problemas por lá ao se irritar por ser substituído e não cumprimentar o treinador, o companheiro que iria entrar em seu lugar e não saudar a torcida. Essa atitude infantil lhe rendeu uma pesada multa de 46 mil dólares, cerca de 73 mil reais na época. Até por isso não durou muito tempo por lá, não deixou saudades em Guangzhou. Cléo foi mantido e Eduardo também saiu, mas o clube queria voos maiores, por isso os investimentos não pararam.

Ainda em 2012 chegaram o zagueiro sul-coreano Kim Young-Gwon, o meia chinês Huang Bowen, que curiosamente se destacava justamente no país do treinador e o argentino naturalizado paraguaio Lucas Barrios. O matador não chegou a ser brilhante no Borussia Dortmund, a transferência para China aos 26 anos matou seu futebol. Não se adaptou ao país asiático, decepcionou bastante. Hoje no Spartak, da Rússia, não é nem sombra daquele atacante que comia a bola com a camisa do Colo Colo, do Chile. Mas felizmente os outros dois contratados se deram muito bem, ambos são titulares até hoje. Talvez o fato de serem asiáticos e estarem adaptados á vida por lá tenha ajudado. Apesar dos percalços, o bi nacional aconteceu, não foi tão fácil como da primeira vez, o título veio com apenas quatro pontos de vantagem para o segundo colocado, Jiangsu Sainty.

Insatisfeitos com Jang-Soo Lee, já pensando em 2013, os empresários cheios da grana foram atrás simplesmente de Marcello Lippi, campeão mundial com a Itália em 2006. Mas ao contrário do que pudessem imaginar, o sul-coreano não foi demitido. Os dirigentes foram inteligentes e perceberam que o conhecimento de Lee podia ajudar muito Lippi. O ex-jogador Li Tie, também foi contratado, o que ajudou muito, porque ele jogou no Everton, da Inglaterra, sua fluência em inglês com certeza foi importante para um auxiliar técnico. Com o treinador italiano ainda vieram os auxiliares Narciso Pezzotti, Massimiliano Maddaloni e o treinador de goleiros Michelangelo Rampulla, ex-goleiro da Juventus. Assim os investimentos foram mais voltados não só para dentro de campo, mas também para fora dele. O único investimento em jogador foi em Elkeson, jovem que surgiu bem no Vitória atuando como meia, mas que numa boa sacada de Oswaldo de Oliveira foi muito bem como centroavante no Botafogo.

Como a intenção da Evergrande é transformar o Guangzhou em um Chelsea asiático, vendo o Shanghai Shenhua trazer Didier Drogba, tentou responder a altura fazendo uma proposta milionária por Kaká. Mas o brasileiro não foi seduzido a jogar no fraco futebol chinês, a parte esportiva pesou mais que a financeira, atitude acertada de um jogador inteligente. Mas o clube chinês não desanimou, manteve todos seus jogadores. O entrosamento e a experiência de Marcello Lippi surtiram efeito, já sem Jang-Soo Lee, o time triturou os adversários na Super Liga 2013. Foi campeão com 18 pontos de vantagem para o segundo colocado, desta vez o Shandong Luneng. Elkeson foi o artilheiro do campeonato com 24 gols, a visão de Oswaldo lhe rendeu isso. De quebra ainda foi campeão continental, Muriqui foi o artilheiro da CL com 13 gols e o vice foi Conca, com 8. Mas o título continental local não foi tão fácil, O Guangzhou teve dificuldades até mesmo na fase de grupos.

A classificação veio em primeiro com 11 pontos, um a mais que Jeonbuk Motors, da Coreia do Sul e do que Urawa Reds, do Japão. No saldo de gols o time sul-coreano ganhou a vaga para o mata-mata. O saco de pancadas Muang Thong United, da Tailândia ficou em último com apenas um ponto. Foi nas oitavas que o Guangzhou começou a destroçar os adversários. A primeira vitima foi o Central Coast Mariners, da Austrália, 5 a 1 no agregado. Nas quartas o Tigre abocanhou o Lekhwiya, time mais rico do Catar, 6 a 1 no agregado. Na semifinal o massacre imposto sobre o Kashiwa Reysol, do Japão, foi digno de pena, 8 a 1 no agregado. A final foi bem difícil, o FC Seoul foi um adversário digno. No primeiro jogo da final empate em 2 a 2 na Coreia do Sul, gols de Gao Lin e Elkeson. Na volta em solo chinês novo empate, 1 a 1, novamente gol do camisa nove ex-Botafogo. O Guangzhou conquistou o título por ter feito maior número de gols fora de casa, o título continental chegou mais cedo do que esperavam, diferente de sua inspiração, o Chelsea, que penou até conseguir ganhar a Europa.

Dos 23 jogadores escolhidos por Lippi para disputar o Mundial, quatro são estrangeiros, um deles é jogador de seleção, outros dois já foram cotados pelas seleções de seus países. Dos 19 chineses do elenco, 14 fazem parte da seleção do país. Destaque para o lateral esquerdo/meia Sun Xiang, para os meias Yi Teng e Zheng Zhi, todos com experiência no futebol europeu. Fora eles, Gao Lin e Huang Bowen são dois melhores jogadores chineses do momento. Depois de ganhar a China e a Ásia, só resta ao Guangzhou ganhar o mundo. Será?

Al-Ahly 
http://www.ahlyegypt.com/home.aspx

Títulos Oficiais: 94
Participações em Mundiais: 5 - 2005/2006/2008/2012/2013
Destaque Individual: Mohamed Aboutrika
Fique de Olho: Emad Moteab

Time base:


Treinador: Mohamed Youssef 

Al-Ahly significa nacional em português, nome mais sugestivo para esse que é considerado o maior clube africano do século 20 não poderia existir. Afinal de contas, são incríveis 73 títulos nacionais. O Nacional também poderia se chamar Internacional, uma vez que são 21 títulos continentais, desses, oito são da CL africana. Os Diabos Vermelhos possuem uma torcida gigantesca e extremamente fanática. As estimativas dizem que são em torno de 40 a 50 milhões de torcedores, a maior e mais apaixonada torcida do mundo para muitos. Essa é a quinta participação do time egípcio em mundiais, seu melhor desempenho foi em 2006, quando foi o terceiro colocado após bater o América, do México, por 2 a 1, dois gols marcados por Mohamed Aboutrika, até hoje o maior destaque do time. 

Como todos sabemos o Egito passou por muitas crises recentemente. Tudo começou em janeiro de 2011, sofrendo instabilidade política, a nação se revoltou contra o ditador Hosni Mubarak. Com o país em crise a violência se instaurou, o Cairo virou um caos, o queda do ditador influenciou inúmeras situações. E o massacre ocorrido em Port Said não foi uma mera briga de torcidas, tinha muito mais por trás de tudo isso. Após a vitória do Al Masry em cima do Al-Ahly por 3 a 1, o que se sabe até aqui é que dezenas de pessoas que estavam na torcida do Al-Masry invadiram o gramado do estádio de Port Said e partiram para cima de jogadores, comissão técnica e torcedores do Al-Ahly, sob os olhares das forças de segurança, que pouco ou nada fizeram para conter o massacre.

Como ocorre em muitos países, as torcidas organizadas do Egito, conhecidas como 'ultras', têm uma relação precária e violenta com a polícia local. No Egito, este problema é agravado pois a polícia é a instituição mais odiada do país, graças a seu histórico de arbitrariedade, tortura, abuso sexual e outros maus tratos aos civis. Os confrontos entre torcedores e policiais, que se tornaram muito comuns na segunda metade da década de 2000, foram exacerbados quando começaram as manifestações contra Mubarak. As torcidas organizadas, especialmente as dos dois principais clubes do Cairo, o Al-Ahly e o Zamalek, assumiram papel de protagonismo nos protestos, usando sua experiência de batalhas de rua para proteger os manifestantes. A teoria de que o massacre foi orquestrado ganha força por conta dos primeiros relatos de torcedores do Al-Ahly que foram a Port Said.

Em depoimento publicado no blog That Art of Chaos, o torcedor Ahmed Gaffar contou que o campo foi atacado por dois lados logo após o apito final, que as luzes foram apagadas e que as forças de segurança abriram caminho para que os 'torcedores' do Al-Masry avançassem. As pessoas nos atacando estavam armadas com porretes, facas, pedras, fogos de artifício e outros tipos de armas que são usadas em mais do que distúrbios de futebol. Quando vimos isso, sabíamos que não poderíamos lidar com todos eles, então começamos a correr em direção aos corredores que nos levam até as portas para sair do estádio. Esses corredores deveriam estar abertos, mas estavam fechados pelo Exército por fora. A área entre as portas desses corredores e os portões principais de saída tinham soldados e nós estávamos presos. Nem podíamos escapar. Saldo final de tudo isso: 79 mortos e mais de mil feridos.

Obviamente, com tudo que o correu, o futebol ficou em segundo plano, a liga egípcia ficou parada por quase dois anos. Aboutrika viu um torcedor morrer em seus braços, para vocês terem exata noção da gravidade do ocorrido em Port Said. Clamando por justiça, o maior jogador egípcio dos últimos anos não viu seus apelos serem atendidos e os culpados serem presos, a impunidade imperou, infelizmente a violência ainda é latente no meio do futebol. Com isso o craque se transferiu para o Baniyas Sports & Cultural Club, dos Emirados Árabes. Muitos podem até dizer que ir para o clube de Bani Yas, da endinheirada Abu Dhabi, acabou sendo uma atitude mercenária e que ele apenas fugiu do caos que seu país vivia. Fato é que Aboutrika sempre foi assediado por clubes do mundo árabe inteiro. Desde que chegou ao Al-Ahly, depois de oito anos no Tersana, pequeno clube do Cairo, Aboutrika sempre foi fiel ao time que defendeu por dez anos.

Agora que tudo parece entrar nos eixos, ele retornou para sua 11º temporada no clube. E apesar de todos os percalços ao longo do caminho, o Al-Ahly mostrou toda sua força e tradição ao conquistar seu oitavo título continental. Para chegar a essa conquista, o time se classificou em primeiro em um grupo que tinha seu rival histórico, o Zamalek. Fechavam o grupo Orlando Pirates, da África do Sul e o AC Léopards, do Congo. O outro grupo era formado por Espérance (Tunisia), Cotonsport (Camarões), Séwé Sport (Costa do Marfim) e o Recreativo Libolo (Angola). Esses grupos foram formados após três gigantescas fases preliminares, pois infelizmente o futebol africano é uma bagunça. Os dois primeiros de cada grupo se classificavam para as semifinais. De um lado Cotonsport x Al-Ahly, do outro Orlando Pirates x Espérance Tunis, empates por 1 a 1 nos dois jogos do primeiro confronto, na decisão por pênaltis vitória egípcia por 7 a 6. No segundo confronto dois empates, só que o 1 a 1 fora de casa classificou o time sul-africano para a final.

Teoricamente o favorito era o Orlando Pirates, já que na fase de grupos meteu 3 a 0 fora de casa e empatou por 0 a 0 em casa com o Al-Ahly, só que tradição e camisa pesam. No primeiro jogo da decisão empate por 1 a 1 no Orlando Stadium. Aboutrika abriu o placar aos 14 minutos de jogo, Thabo Matlaba empatou nos acréscimos. Na derradeira partida, com o Cairo International Stadium abarrotado, o gigante mostrou sua força. 2 a 0, gols de Mohamed Aboutrika e Ahmed Zaher. Isso mostra como o futebol vai muito além das fronteiras que são as quatro linhas do gramado. Aboutrika, que é o maior artilheiro da história dos mundiais com cinco gols,  já avisou que pretende se aposentar logo após o Mundial, aos 35 anos de idade. E como o Marrocos não é tão longe assim do Egito, podemos dizer que os Diabos Vermelhos jogarão em casa.

Estarão desfalcados de seu principal atacante, Ahmed Zaher foi suspenso pela Fifa por ter feito gestos políticos na comemoração do gol que selou o título continental. Outro desfalque sentido será de Sayed Moawad, versátil, o lateral-esquerdo/ala/meia se contundiu e ficou fora. Os dois jogadores ganharam menção honrosa acima na disposição tática, pois são importantes e farão falta. Sem Zaher, a imensa responsabilidade de fazer os gols recai sobre os ombros de Emad Moteab. Contudo, o jogador de 30 anos já demonstrou em sua carreira ter culhões de sobra para assumir essa posição. Resta saber se o time de Mohamed Youssef será capaz de abalar a estruturas do Marrocos. Neste sábado, 14/12/2013, ás 14:00 horas no horário de Brasília, saberemos a resposta.

Club de Fútbol Monterrey
http://www.rayados.com/home/bienvenida/

Títulos Oficiais: 7
Participações em Mundiais: 3 - 2011/2012/2013
Destaque Individual:  Humberto Suazo
Fique de Olho: Eduardo Zavala

Time base:


Treinador: José Guadalupe Cruz

Três vezes campeão nacional, o Monterrey é o atual Tri Campeão da Champions League da América Central, a popular Concachampions. O México é o país com mais participações na história do Mundial de Clubes, nove no total. A única vez que o representante da Concacaf não veio do país Azteca foi em 2005, quando o Deportivo Saprissa, da Costa Rica, derrotou o Pumas por 3 a 2 (no agregado) na CL daquele ano. Em 2011 a participação de Los Rayados (os rajados) foi extremamente decepcionante, esperava-se que o clube chegasse até as semifinais e fosse um adversário duro para o Santos de Neymar. Mas os mexicanos conseguiram a proeza de empatar com o Kashiwa Reysol no tempo normal, ainda que tivessem dominado o jogo, não conseguiram transformar em gols essa superioridade técnica. Nos penais, vitória japonesa por 4 a 3. E olha que para conseguir o quinto lugar ainda sofreram para bater o Espérance, da Tunísia, por 3 a 2.

Em sua segunda participação a equipe rayada conseguiu fazer o mínimo esperado, venceu o  Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul sem dificuldades. 3 a 1, dois gols do argentino César Delgado e um do mexicano Jesús Corona, hoje jogador do Twente, da Holanda. No entanto, não foi páreo para o Chelsea na semifinal e deu adeus ao sonho do título depois da derrota por 3 a 1. Aos menos mantiveram a honra e conquistaram o terceiro lugar ao vencerem o Al-Ahly, do Egito, por 2 a 0. Corona e Delgado novamente deixaram suas marcas. Na final da Concachampions 2012/2013 o Monterrey bateu o Santos Laguna pela segunda vez consecutiva, 4 a 2, com dois gols de Aldo De Nigris, um de Neri Cardozo e outro de Humberto Suazo, referência ofensiva do time. De Nigris já não faz mais parte do elenco rayado, para seu lugar chegou o colombiano Dorlan Pabón. Mas com o assédio do futebol europeu ele acabou não ficando por muito tempo, mas a diretoria agiu rápido e trouxe o equatoriano Marlon de Jesús, típico centroavante que jogava no Emelec.

Do time campeão continental no dia 1º de maio de 2013, alguns jogadores já não fazem mais parte do elenco. Na defesa a única perda sentida foi do grandalhão Héctor Morales, que rumou para o Atlante, no mais, a base foi mantida. No meio-campo e no ataque é que as mudanças foram grandes, saíram Édgar Solís, Ángel Reyna, Walter Ayoví e César de la Peña. No ataque além de De Nigris, Corona e Pabón, saíram Abraham Carreño e o garoto Salvador Jasso. Não mudaram apenas os jogadores, o treinador também é outro, saiu Víctor Vucetich - treinador com fama de armar times que jogam um futebol ofensivo e vistoso - entrou José Guadalupe Cruz, que veio do Jaguares. Dois bons nomes chegaram para o meio-campo, Efraín Juarez e o brasileiro Lucas Silva. O primeiro tem 25 anos e boa experiência na seleção Azteca. Lucas não chegou a brilhar em sua passagem pelo Botafogo, mas no México brilhou com as camisas de Altamira FC, Correcaminos, Atlante, Veracruz, Puebla e Toluca.

Uma das primeiras medidas tomadas por Guadalupe nessa reformulação foi escalar o grandalhão Eduardo Zavala um pouco mais recuado. Mas não é incomum vê-lo se infiltrando na área como um típico centroavante, se aproveitando que Humberto 'Chupete' Suazo não fica o tempo todo estático na área, da sua estatura e qualidade no jogo aéreo. Assim 'Chelito' Delgado, Marlon de Jesús e Omar Arellano são encarregados dos gols, claro que não jogam todos. O argentino e o chileno são os habituais titulares, o equatoriano ainda não se firmou e o mexicano não confirmou a promessa que era quando surgiu com a camisa do Chivas. Além de tudo o que foi dito, o novo treinador deu mais espaço para os garotos da base. No meio, Alonso Hernández, que nasceu nos Estados Unidos, Carlos Acosta e Gerardo Moreno jogam um pouco mais.  No ataque Guillermo Madrigal, Santiago Rivera e Marcelo Gracia ganharam mais rodagem, principalmente o primeiro, que foi o centroavante da seleção mexicana no último Mundial Sub-20.

O grande desfalque do Monterrey será Hiram Mier, - que sofreu grave lesão no joelho - o ótimo zagueiro muitas vezes fazia a função de lateral-esquerdo ou direito. Como Meza se firmou, não só no clube, como também na seleção, Mier vinha jogando pela esquerda. Inclusive, jogou nessa posição com a seleção mexicana na Copa das Confederações. O argentino José Maria Basanta formará a dupla de zaga com o experiente Ricardo Osório, Leobardo López deve ser deslocado para uma das laterias. Mesmo com tantas mudanças, o Monterrey deve passar pelo Raja nas quartas e ser um adversário difícil para o Atlético Mineiro, até porque, dificilmente o time da casa não passa do Auckland na primeira rodada. É aguardar para ver o que os deuses do futebol reservam neste fim de 2013.

Raja Club Athletic

Títulos Oficiais: 28
Participações em Mundiais: 2 - 2000 e 2013
Destaque Individual: Mohsine Moutouali
Fique de Olho: Abdelilah Hafidi

Time base:


Treinador: Faouzi Benzarti

Um dos maiores clubes do Marrocos, o Raja só perde em número de títulos nacionais para o Wydad Athletic Club, mais conhecido pela sigla WAC, também da cidade de Casablanca. São 17 títulos nacionais do Wydad contra 11 do Raja, em compensação os Rouges et Blancs (vermelhos e brancos em português) ganharam a CL africana apenas uma vez, contra três das Águias Verdes. Atual campeão nacional, o Raja ganhou a chance de disputar o Mundial pela segunda vez em sua história, a primeira foi em 2000. Muitos até se lembram do confronto contra o Corinthians na estreia do time brasileiro na competição. Pois no segundo gol, confirmado pela arbitragem, a bola chutada pelo zagueiro Fábio Luciano bate no travessão, no chão, mas não ultrapassa a linha de gol. Por mais que àquela altura o Timão já estivesse vencendo o jogo por 1 a 0, os rivais lembram desse lance como se fosse hoje. Relembre aqui!

 Na atual Botola Pro (nome oficial da liga marroquina) o Raja está na modesta oitava posição, ainda que esteja apenas cinco pontos atrás do líder, avista seu maior rival na terceira posição. Quem decepciona até aqui é o FAR Rabat, o time das forças armadas é o primeiro acima da zona da degola. O que não é uma posição digna para quem já conquistou o título marroquino 12 vezes na história, foi campeão continental uma vez, além de ser o atual vice-campeão do país. Podemos considerar que o Raja é o maior time da nação africana. Ainda que perca em títulos nacionais para o WAC e supere o FAR por ter mais títulos de copas nacionais, os três títulos continentais fazem os Diabos Verdes serem mais conhecidos mundialmente. Como não poderia ser diferente, os marroquinos estão eufóricos e pretendem mostrar que podem fazer um papel digno no certame. Como também mostrar que são capazes de organizar uma competição oficial da Fifa.

 Infelizmente o Marrocos perde muitos jogadores de qualidade, pois como uma das línguas oficiais do país é o francês, muitos de seus habitantes migram para França e Bélgica, principalmente. Foi o que fizeram os pais de Marouane Fellaini, Mehdi Carcela-González, Zakaria Bakkali, Nacer Chadli e Adil Rami, para ficar nos mais famosos atuais. Porque quem ama futebol jamais se esquecerá de Just Fontaine, até hoje o maior artilheiro das Copas numa única edição, 13 gols em 1958, na Suécia. Embora tenha feito isso com a camisa da França, nasceu em Marrakech (ou Marraquexe em português), uma das cidades mais importantes do Marrocos. Justo marcou incríveis 30 gols em 21 jogos com a camisa azul francesa. Rápido, driblador, apesar de não ser alto era um exímio cabeceador. Saudosismos á parte, vamos aprofundar no time atual do Raja.

Após a conquista do 11º título nacional, a má fase do time no atual campeonato fez a diretoria temer pelo pior, o que custou o cargo do treinador Mohamed Sakhir. Para seu lugar chegou o tunisiano Faouzi Benzarti, com larga experiência nos grandes clubes de seu país, ele deixou o Al Sharjah, dos Emirados Árabes Unidos, para embarcar nessa aventura e tentar colocar seu nome na história do Raja. A diretoria reforçou muito bem o plantel, um dos motivos pela insatisfação com Sakhir passa por aí. Para o gol veio Brahim Zaari, que apesar de ter nascido em Schaijk, na Holanda, tem nítida ascendência marroquina e decidiu pela nacionalidade africana. Para a defesa chegaram Salaheddine Sbaï e Ismail Benlamalem, o primeiro veio do Nimes, da segundona francesa, o segundo do Al Wasl, dos Emirados Árabes Unidos.

Para o meio-campo, subiram dois garotos que se destacaram com a seleção Sub-17 do Marrocos no último Mundial da categoria. Essa experiência seria muito válida para Walid Sabbar e Omar Arjoune se ambos não tivessem ficado fora da lista final dos 23 jogadores que disputarão o Mundial de Clubes. Contrataram Merouane Zemmana, que estava no Middlesbrough, da segunda divisão inglesa. Mas curiosamente, também acabou fora da lista final, assim como Sbaï. Dos reforços, Zaari é o terceiro goleiro e Benlamalem chegou com moral pelas boas atuações com a seleção e por ser visto de perto por Benzarti na liga dos Emirados Árabes, com isso Ahmed Rahmani foi para o banco. No gol, Askri, que é ídolo do FAR, há dois anos está no Raja, disputou a Copa das Nações africanas nesse ano com a seleção.

Curioso é que seu reserva, Yassine El Had, dedicou toda a sua carreira ao Raja. Assim como os zagueiros Mohamed Oulhaj, Rachid Soulaimani e o meia Abdelilah Hafidi. Em 11 anos de carreira o atacante Yassine Salhi teve uma rápida passagem pelo Al Wasl, mas também dedicou sua vida ao Raja.  Num esporte onde não existe mais espaço para o romanstismo, legal saber que ainda existem jogadores dessa estirpe. Quem também acabou fora do Mundial foi Hamza Abourazzouk, que mesmo sendo um dos principais atacantes do país hoje, salvo alguma rusga com o treinador ou uma contusão, foi preterido. Dos quatro estrangeiros do time, três jogam em suas respectivas seleções; Idrissa Coulibaly (Mali), Vianney Mabidé (República Centro Africana) e Déo Kanda (República Democrática do Congo). O costa-marfinense Kouko Guéhi não joga na seleção dos Elefantes, mas em compensação é titular absoluto do time, cão de guarda, se considera o vice-capitão da equipe.

Resta saber se tudo o que foi dito acima vai ser suficiente para que o Raja Casablanca supere o Monterrey nas quartas de final, se fizer a lição de casa contra o Auckland City. Qual é o seu palpite?

Auckland City

Títulos Oficiais: 9
Participações em Mundiais: 5 - 2006/2009/2011/2012/2013
Destaque Individual: Ivan Vicelich
Fique de Olho: Roy Krishna


Time base:


Treinador: Ramon Tribulietx

Clube da Oceania que mais participou dos Mundiais de Clubes, o Auckland é também o maior campeão da história da Champions League local, que no começo era conhecida como Copa dos Campeões. A primeira edição foi em 1987, depois de um longo hiato, voltou a ser disputada e durou de 1999 a 2006, quando passou a ter a nomenclatura atual. Para muitos o Auckland é o maior time da Nova Zelândia. Mas se títulos são o primeiro critério para definir a grandeza de um clube, os Boys perdem para o Waitakere United, ao menos em âmbito nacional, 5 a 4 para o time vermelho e branco. Internacionalmente falando, o Waitakere perde de goleada, 5 a 2. É bom que se diga que um dos times da capital disputa a liga australiana, se o Wellington Phoenix jogasse a liga local com certeza seria um páreo duro para os dois que monopolizam o futebol na Nova Zelândia.

De 2007 para cá o campeão continental na Oceania só não veio da Nova Zelândia em 2009, quando surpreendentemente o campeão foi o Hekari United, de Papua-Nova Guiné. Batendo justamente o maior rival do Auckland, o Waitakere, por 4 a 2 no agregado e não deixou dúvidas sobre a superioridade dos papuásios. A Austrália detém os outros títulos da CL, quatro no total, nas quatro primeiras edições, antes de migrar para a federação asiática.  Apesar de inúmeras participações no Mundial de Clubes, o melhor resultado do Auckland até hoje foi em 2009, quando venceu o Al-Ahli dos Emirados Árabes Unidos na estreia por 2 a 0. Posteriormente levou um acachapante 3 a 0 do Atlante, do México, mas venceu o TP Mazembe, da República Democrática do Congo, por 3 a 2. Conquistando assim o quinto lugar daquele Mundial vencido pelo Barcelona.

Hoje o Auckland é o atual líder da jovem liga neozelandesa, que da temporada 2008/2009 pra cá passou a ter oito clubes disputando o título no sistema de pontos corridos, com playoffs semifinais para definir o campeão. Nos quatro anos anteriores a liga do país tinha caráter amador, nessa época o Auckland papou três títulos, contra um do Waitakere, campeão nacional nas últimas quatro temporadas. Para a disputa do Mundial desse ano, o técnico espanhol Ramon Tribulietx ganhou alguns reforços. O atacante conterrâneo do chefe Cristóbal Márquez, o jovem goleiro Oliver Sail (17 anos), o meia Sam Burfoot (19 anos) e o atacante sul-africano Ryan de Vries. Formado no Waitakere, o conterrâneo do mítico Nelson Mandela tem 22 anos e veio do Bentleigh Greens, clube amador do país. 

Mas não só desses reforços o jovem time - com média de 25 anos de idade- depende. No gol Tamati Williams é soberano, o inglês Louie Caunter tem apenas 19 anos e Sail acaba de chegar ao clube vindo do Central United, depois de chamar atenção de Tribulietx no Mundial Sub-17 defendendo a meta neozelandesa. Williams tem 29 anos e disputou alguns jogos nas eliminatórias com a seleção. Na defesa Ivan Vicelich é o cara com mais rodagem internacional. Hoje zagueiro, o descendente de croatas jogou oito anos na Holanda, na época como volante. Depois de uma rápida passagem pelo futebol chinês retornou ao seu país. Com a experiência de quem já disputou uma Copa do Mundo, três Copas das Confederações, cinco continentais e quatro eliminatórias, tem muita moral no time. 

Quem forma a dupla de zaga com Vicelich é o croata Mario Bilen, o lateral direito é o espanhol Ángel Berlanga e o esquerdo é o japonês Takuya Iwata. No meio os Boys contam com o galês Bale, não o Gareth, mas sim o Chris. Dos jogadores locais os mais importantes dessa posição são Daniel Koprivcić, Alex Feneridis (descendente de gregos) que disputou as Olimpíadas de 2012 com a seleção, assim como seu companheiro de equipe Adam McGeorge, convocado com frequência para a seleção principal. No ataque, além dos reforços citados acima, Roy Krishna divide a responsabilidade com o inglês Adam Dickinson, com o espanhol Cristóbal e o argentino Emiliano Tade. Krishna é o principal atacante das Ilhas Fiji, foi vice-artilheiro da liga neozelandesa na temporada 2011/2012 e em 2012/2013 foi o goleador mor com 19 tentos. 

Essas experiências estão sendo benéficas para o futebol da Nova Zelândia, por enquanto, desejar mais que isso parece utopia. Fazer um papel respeitável para eles já é o suficiente. Opine! 

sábado, 7 de dezembro de 2013

Furo Jornalístico ou Ético?

Depois do fim do Brasileirão vai começar a época que eu mais odeio no mundo do futebol, especulações. Um bando de gente querendo dar furo jornalístico, mas dão é um furo ético (erram feio) mesmo. Bando de informações desencontradas baseadas em achismos e suspeitas. Um querendo aparecer mais do que o outro. E entram nessa lista pessoas que nem são preparadas como deveriam. Exemplo mor: Neto!

Não pesquisam, não se informam sobre nada. Quando chega um novo jogador vindo de fora ninguém conhece, fico abismado. Como pode um cara que acompanha e trabalha com futebol não conhecer algum jogador com tantos meios que possuímos hoje? Tinha gente que não sabia quem era o Carlos Tévez em 2005, um jogador que apesar de muito jovem já era destaque de um gigante como o Boca Juniors.

Quando o Barcos veio para o Palmeiras ninguém sabia que por pouco ele não se naturalizou equatoriano. Ou no mínimo alguns times por onde ele passou. Esses são só pequenos exemplos do que acontece. O Neto hoje mesmo falou muita borracha (como diria minha vó), porque o Andrés Sanchez e mais dois representantes do Corinthians viajaram para Dubai, onde terão uma reunião que pode definir a Emirates como a empresa que vai assumir o Naming Rights da Arena Corinthians.

Semana passada um site árabe postou que a empresa de aviação deve colocar o nome dela no estádio do Corinthians, por uma cifra de 200 milhões de dólares (R$460 milhões de reais com a cotação do dólar a R$2.30) numa concessão que valeria por 20 anos. Neto disse que se o Corinthians fechar essa semana, vai utilizar essa grana para contratar jogadores. Quando na verdade esse dinheiro vai ser utilizado para arcar com o empréstimo do BNDS. Enchem a boca para falar que o Corinthians é ajudado pelo governo, mas não sabem nem do que estão falando.

Chega a ser engraçado ver torcedores dizerem: meu time vai fechar com a Fly Emirates, sendo que esse é apenas o slogan da Emirates Airlines, utilizado nas camisas de grandes clubes europeus. Traduzindo: Voe Emirates. E tem mais, a Etihad Airways, de Abu Dhabi, também tem interesse. Para quem não sabe, Abu Dhabi e Dubai são as duas cidades mais ricas e mais importantes dos Emirados Árabes Unidos, o que causa uma certa rivalidade entre elas.

Inclusive, as duas empresas são confundidas corriqueiramente, apesar de serem concorrentes indiretas. Porque comercialmente as duas fazem parte de uma mesma organização, a Arab Air Carriers Organization. Falei concorrentes indiretas porque elas não disputam a mesma rota. Será que o Neto sabe disso? Aqui no Brasil ainda estamos muito atrasados, infelizmente. Um bom exemplo disso são os clubes brasileiros, que estendem a rivalidade para fora do campo.

Isso mata o futebol brasileiro, na Europa as federações cuidam única e exclusivamente de suas respectivas seleções. Ou pelo menos em grande parte dos países europeus é assim. Quem organiza os campeonatos, calendários e negocia os direitos de TV é a Liga, representada por cada um dos clubes envolvidos. Comercialmente os clubes não são rivais, eles brigam por interesses comuns que não beneficiam só eles, como também a TV, a imprensa e principalmente os torcedores. Que pagam caro, mas em contra partida recebem um espetáculo digno de cada moeda gasta.

Gostam de criticar principalmente a Arena Corinthians, porque o Timão é o clube mais importante, mais rico e midiático da América do Sul. E não sou em quem estou dizendo isso, é a revista Forbes, uma das mais respeitadas na área de economia mundial. Tem gente que não consegue ter noção de como é significativo um clube de um país de Terceiro Mundo, considerado ainda em desenvolvimento, aparecer entre os maiores gigantes do futebol europeu, na 16º posição.

Ah, é o time do governo, ajudado pelo mesmo, a Caixa dá dinheiro para o Corinthians, o BNDS doou o dinheiro da construção do estádio. Quando na verdade, pelo menos por enquanto, dá para condenar as isenções fiscais e o trabalho quase escravo dos operários que labutam sob muita pressão para que entreguem tudo a tempo. É bom que se diga que TODOS os estádios da Copa tiveram isenção fiscal, dívidas que não poderiam ser perdoadas, isso é imoral. Estádios que nem na Copa estarão também tiveram isenção, como a Arena do Grêmio, por exemplo. Porque saberemos se teve superfaturamento só no futuro.

A Caixa Econômica Federal patrocina 13 clubes do futebol brasileiro, será que o banco mais importante do país dá dinheiro público a todos eles? Porque foi isso que muitos irresponsáveis chegaram a dizer na imprensa em relação ao Time do Povo. Tem muita gente na mídia que não tem noção de que ser formador de opinião exige muita responsabilidade, ainda mais num país onde a ignorância predomina. É verdade também que o maior patrocínio da Caixa é o do Corinthians.

Atualmente a lista tem: Corinthians (R$ 31 milhões); Flamengo (R$ 25 milhões); Vasco (R$ 15 milhões); Vitória, Coritiba e Atlético-PR (R$ 6 milhões); Atlético-GO (R$ 2,4 milhões); Avaí e Figueirense (R$ 1,75 milhão); Chapecoense e Asa (R$ 1 milhão). Além de Ceará e Fortaleza, que não tiveram os valores revelados. Isso irrita alguns que se consideram soberanos, ou outros que se intitulam mais queridos do país, mas que não possuem nem mesmo o profissionalismo em suas gestões. Ou que estão engatinhando nisso até o presente momento.

E agora quando surge um movimento que busca e visa melhorias para todos aqueles que ganham a vida através do futebol seja direta ou indiretamente, vejo gente criticando. O que é estarrecedor! Para quem é leigo parece bobagem reclamar do calendário. Normal que digam: "Esses jogadores ganham tão bem e reclamam de jogar quarta e domingo?" Futebol é um esporte muito intenso, que exige no mínimo 72 horas de recuperação. Jogando quarta e domingo sem parar como numa maratona é inviável. Quando os treinadores terão tempo de ajustar os times taticamente? Como diz o Muricy: Joga, descansa, joga descansa. Claro que assim o jogo não terá qualidade.

Na Europa os clubes jogam no meio de semana sim, mas pelas competições europeias isso acontece quinzenalmente, algumas datas que sobram são utilizadas para as competições nacionais, as copas principalmente, o que também é quinzenal. E quando a seleções jogam, simplesmente todos os campeonatos param, o que não acontece aqui no Brasil. Só as divisões inferiores que continuam em atividade nas datas Fifa.

O Bom Senso FC está certinho em bater de frente com a CBF, que pouco fez/faz pelo futebol brasileiro. O coronelismo acabou, não existe espaço mais para esse tipo de dirigente. A CBF só quer saber de conseguir patrocinadores e amistoso no cu do capeta. Onde já se viu a Seleção brasileira não jogar no Brasil? Recentemente fizeram dois amistosos na China, isso mesmo, na CHINA! Mais recente ainda, dois amistosos nos Estados Unidos. E olha que pagam muito bem para levar a Seleção Brasileira para esses lugares.

Há pouco tempo achei que eu era inglês e não sabia, pois meu teórico país só jogava em Londres. O bom que se diga que o Bom Senso FC pensa em toda classe futebolística. Diferente do que imaginam, grande parte dos jogadores penam para conseguir ficar empregados o ano todo. Uma vez que não existem competições para manter os clubes em atividade, sem jogo, como vão ter receita para arcar com as necessidades dos clubes?

Os pequenos clubes só jogam os estaduais, ou seja, no máximo quatro meses de calendário. Assim os atletas se matam para conseguirem algum destaque para se transferirem para clubes grandes. Quando algum jogador brasileiro (que joga na Europa) tenta explicar o que é um estadual os atletas de lá não conseguem entender como funciona esse mecanismo. Mas esse é outro assunto para ser discutido outra hora, ou o texto não acaba. Enfim, algo precisava ser feito. E o Bom Senso FC tem mostrado peito para bater de frente com a CBF e seus coronéis!

Então informem-se antes de saírem por aí defecando pela boca!!!

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Islândia - Futebol que Evolui

História

O país nórdico está situado no oceano Atlântico Norte, tem 103.000 quilômetros quadrados e 319.575 habitantes. Nação pequena, um pouco maior que Uberaba, cidade onde reside este que vos escreve. Sua maior cidade e capital é Reykjavík (Reiquiavique, em português), com 120.000 habitantes. A Islândia também é um país bastante conhecido por sua atividade vulcânica, o que afeta e muito sua paisagem. Campos de areia, montanhas e geleiras costumam ser cenário de filmes e séries pelo mundo, que aproveitam a beleza do país.


A Islândia possui uma economia de livre mercado, com baixos impostos em comparação a outros países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que tem 34 membros. O país possui uma sociedade desenvolvida e tecnologicamente avançada, baseada na cultura dos países nórdicos. Para que você tenha uma idéia, caro leitor, a Islândia foi classificada pela Organização das Nações Unidas (ONU), o terceiro país mais desenvolvido do mundo.



Colonizados por noruegueses e dinamarqueses no passado, os islandeses se orgulham pela prática de preservação da língua. Por que o islandês descende da língua nórdica antiga, que por sua vez, faz parte das línguas germânicas. Com isso o islandês atual é uma língua única, caracterizada com uniformidade, ou seja, sem dialetos. Mesmo com esse esforço, línguas estrangeiras são bem valorizadas no país. Inglês e dinamarquês são idiomas obrigatórios na maioria das escolas, norueguês, sueco e francês também são habitualmente estudados por lá.


Desenvolvimento Futebolístico

Antes que o leitor pense que isso é uma aula de história e não um texto sobre futebol, vamos ao que interessa. O futebol é o esporte mais popular da Terra de Gelo, handebol e golfe são as outras preferências dos nativos. O recente crescimento do futebol feminino e o sucesso da seleção masculina evidenciam como o povo islandês ama esse esporte. Hoje a Islândia estaria classificada para a repescagem das eliminatórias européias, ainda que garantir presença aqui no Brasil seja uma missão inglória, essa boa campanha merece ser exaltada e comemorada.

Curiosamente, a maioria gigantesca dos times islandeses são conhecidos por siglas, uma vez que os nomes são muito complicados, até mesmo para eles. O maior time do país é o Knattspyrnufélags Reykjavíkur (popular KR), atual campeão nacional, possui 39 títulos oficiais, 26 ligas e 13 copas da Islândia. O segundo maior é o Ídróttabandalag Akraness (ÍA), que lamentavelmente acabou rebaixado da Pepsi-Deildin 2013. Esse não é o primeiro rebaixamento da equipe, que conquistou a Série B local em 2011. Os 28 títulos nacionais, sendo 18 ligas e nove copas, mostram como o futebol é espetacular, já que Akranes é apenas a nona maior cidade do país, com apenas 6.630 habitantes.

O terceiro maior clube do país é o Knattspyrnufélagid Fram, que tem 26 títulos oficiais, 18 ligas e nove copas. Assim como o KR, Fram, Valur e Fylkir são da capital, ou seja, quatro times entre os 12 que disputam a divisão principal. Fimleikafélag Hafnarfjördur (FH), Ungmennafelag Breiðablik Kópavogur (Breidablik) e Íþrótta- og ungmennafélag Keflavíkur (Keflavík) são os times tradicionais. Quando os gigantes estão mal das pernas, os títulos costumam ficar divididos entres os três. O Breidablik é de Kópavogur, segunda maior cidade do país. O FH é de Hafnarfjördur, terceira maior. Enquanto o Kefavlík é de Reykjanesbaer, quinta maior.

Organização

Como não podia ser diferente, o futebol por lá é extremamente organizado. Segunda e terceira divisões também possuem 12 clubes, a quarta divisão tem 10 e a quinta divisão tem 24 clubes, que são divididos em três grupos de oito equipes. A CBF podia se inspirar nos dirigentes islandeses para organizarem melhor nosso calendário. Toda essa organização só podia refletir no surgimento de bons jogadores, com investimentos nas categorias de base que só favorecem o desenvolvimento da seleção nacional e do futebol em si. Por isso o êxodo dos jogadores islandeses em ligas estrangeiras tem sido satisfatório. Principalmente na Holanda, onde brilham alguns de seus principais jogadores.

Pé de Obra Islandês

Mas não só nos Países Baixos os jogadores nórdicos saídos da 18º maior ilha do mundo fazem sucesso. Existem inúmeros jogadores no futebol inglês e no alemão, seja nas divisões principais ou nas inferiores. O atual artilheiro da Eredivisie (primeira divisão holandesa) é Alfred Finnbogason (foto), do Heerenveen, clube que adora buscar bons jogadores no futebol escandinavo/nórdico. O camisa nove do Ajax é Kolbeinn Sigthórsson (foto abaixo), que chamou atenção do maior clube da Holanda após fazer 15 gols com a camisa do AZ Alkmaar. Em sua primeira temporada ficou devendo, para quem entrou para história ao fazer cinco gols numa mesma partida se esperava mais do que os sete gols anotados por ele.

Na atual temporada já fez cinco gols, ao que tudo indica, deve superar a marca de sua temporada de estréia. Aron Jóhannsson, do AZ, também fez cinco, só que ele é americano. Descendente de islandeses, começou sua carreira no UF Fjölnir, clube de Reykjavík que hoje se encontra na segunda divisão. Aron defendeu a seleção americana nas atuais eliminatórias da CONCACAF. O NEC, lanterna da Eredivisie, tem três islandeses no elenco. Um deles é titular absoluto, Victor Pálsson, que também começou no Fjölnir. Ele será fundamental na luta do tradicional clube holandês para se manter na primeira divisão. Os outros dois são apostas, ambos estão com 18 anos e se destacaram no Europeu Sub-17 com a seleção. O zagueiro Adam Arnarson, cria do Breidablik e o atacante Dadi Bergsson, cria do Thróttur, que também está na segundona islandesa.

O PSV tem o zagueiro Hjörtur Hermannsson, revelado pelo Fylkir, mais um que foi bem no Sub-17. Depois do sucesso que fez ao lado de Sigthórsson no AZ, Jóhann Gudmundsson continua no time de Alkmaar, onde é importante vestindo a camisa sete. Apesar do sucesso desses jogadores e de algumas apostas na Holanda, o principal jogador islandês hoje atua na Inglaterra. Gylfi Sigurdsson (foto) se encaixou perfeitamente jogando pela esquerda no equilibrado 4-2-3-1 armado por André Villas-Boas no Tottenham. Outro islandês que se destaca na Premier League é o meia Aron Gunnarsson, titular absoluto do Cardiff City e da seleção. Naturalmente, uma grande parte dos jogadores islandeses jogam na Escandinávia, espalhados por Noruega, Dinamarca e Suécia.

Por muito tempo Grétar Steinsson e Sölvi Ottesen (foto) eram os pilares da defesa azul e vermelha. Apesar de ainda serem confiáveis e extremamente importantes entre os convocados, não são mais titulares indiscutíveis. Aos 31 anos, Steinsson resolveu aceitar o convite do Kayserispor, do endinheirado futebol turco. Isso depois de fazer sucesso nas ligas suíça, holandesa e inglesa. Ottesen tem 29, revelado pelo Víkingur, aceitou o desafio de jogar pelo FC Ural, recém promovido a primeira divisão russa. A meta do clube é conseguir manter-se na Premier Liga local. E todos sabem que os russos pagam bem e em dia, o que seduz jogadores importantes. Ottesen foi titular do København (Copenhagem) na maior parte dos três anos em que defendeu o segundo maior time da Dinamarca. Ele que também passou pelo Djurgarden, da Suécia.

Atualmente os habituais titulares são Ragnar Sigurdsson (foto) e Birkir Saevarsson, ambos atuam no futebol escandinavo. O primeiro justamente no Copenhagem e o segundo no Brann, da Noruega. Ter várias opções na defesa é muito bom, uma vez que Hermann Hreidarsson, que aos 39 anos ainda joga em bom nível pelo ÍBV, de sua terra natal, aposentou-se da seleção, por mais que alguns torcedores ainda peçam sua presença. Depois de anos na reserva, o veterano goleirão Vignir Gunnleifsson foi preterido por Hannes Halldórsson, que tem apenas 26 anos e joga no KR. Ögmundur Kristinsson e principalmente Haraldur Björnsson são vistos como bons nomes para o futuro no gol do pequeno país nórdico.


No meio existem algumas varias opções interessantes, Rurík Gíslason, Emil Hallfredsson (foto), Birkir Bjarnason, Kári Árnason (sueco de nascimento) Eggert Jónsson e Helgi Daniélsson (também sueco).Gíslason é titular do Copenhagem, Hallfredsson já rodou por Suécia, Noruega, Inglaterra e Itália, país onde está agora a serviço do Hellas Verona. Jónsson e Daniélsson jogam juntos no Belenenses, de Portugal. Bjarnason joga na Sampdoria, para onde foi depois de ser rebaixado com o Pescara. Árnason curiosamente joga no Rotherham, da terceira divisão inglesa. No ataque existem outras opções além dos já citados. Lagerbäck não abre mão de contar com os serviços de Arnar Smárason, Gudjón Baldvinsson e Gunnar Thorvaldsson.





O primeiro já jogou na Holanda, onde hoje Finnbogason brilha, agora forma uma boa dupla de ataque com o brasileiro Álvaro, no Helsingborgs, da Suécia. O segundo é o matador do Halmstads, que briga contra o rebaixamento na Allsvanskan, primeira divisão sueca. Thorvaldsson estava com nove gols pelo tradicional IFK Norrköping, também do país que veste amarelo e azul. Ele optou pelo futebol turco, resolveu encher o bolso de grana jogando pelo Konyaspor. Thorvaldsson (foto) é o mais experiente do jovem ataque islandês, é o cara que entra quando a coisa está feia. Uma vez que o matador Heidar Helguson também se aposentou da seleção. Ele que é ídolo do Watford-ING, onde marcou 55 gols em 174 jogos. Por seu país ele balançou as redes 15 vezes.

O Chefe

O treinador da seleção islandesa é Lars Lagerbäck, que treinou a seleção sueca durante impressionantes dez anos. Mais impressionante ainda é que ele trabalhou com a seleção Sub-21 sueca por seis anos, depois de dois anos como auxiliar da seleção principal, assumiu o cargo, que só deixou em 2010 para tentar uma boa campanha na Copa de 2010 com a Nigéria. Desde 2012 é o responsável por esse ótimo trabalho com a Islândia. Os 18 anos a serviço do futebol sueco lhe valeram grandes experiências para ser o grande treinador que é.

Missão

Vencer a Noruega na última rodada das eliminatórias europeias e garantir a vaga na repescagem. O jogo ganhou ares decisivos porque apenas os oito melhores segundos colocados dos nove grupos se classificam para ainda lutarem pelo Mundial. A Noruega já está eliminada de qualquer possibilidade de classificação, mas existe uma rivalidade óbvia entre os países, o que pode causar alguma dificuldade a mais. A Islândia está com 16 pontos, contra 15 da Eslovênia no Grupo E, liderado pela Suíça, com vaga já garantida na Copa do Brasil no próximo ano. Os suíços serão adversários da Eslovênia, mesmo já classificados, dificilmente serão batidos por um dos países que formavam a antiga Iugoslávia.

Porém, quem conseguir se garantir na segunda posição dificilmente ficará fora da repescagem. Uma vez queBulgária e Dinamarca estão empatadas com 13 pontos no grupo B, que já tem a Itália classificada. Só podem chegar aos mesmos 16 que a Islândia já tem, podendo chegar a 19. República Tcheca e Armênia estão com 12 e possuem chances remotas. Então muito provavelmente o único grupo que não terá times na repescagem será o B. A Islândia começou muito bem as eliminatórias, fez 2 a 0 na Noruega, que está longe do nível que ostentava em 1998, quando derrotou o Brasil com méritos. Mas logo após tomou um balde de água fria ao perder para o Chipre pelo placar mínimo.

Recuperaram-se e venceram a Albânia fora de casa, para depois perder em casa para a Suíça, o que já era esperado. Depois venceram a Eslovênia fora por 2 a 1 e levaram de 4 a 2 da mesma em casa, o que foi um desastre, pior até que a derrota para o Chipre. Depois disso veio o incrível jogo contra a Suíça, fora de casa, quando empataram por 4 a 4 com direito a gol nos acréscimos. Gudmundsson (foto) e Sigthórsson reviveram os bons tempos de AZ e fizeram os gols, com destaque para ‘Gud’, que fez um hat-trick inesquecível, com gol salvador e tudo. Esse grande resultado deu moral, o time se encheu de confiança e se vingou fácil do Chipre, Sigurdsson e Sigthórsson marcaram na vitória por 2 a 0. Depois de ter vencido novamente a Albânia por 2 a 1, com gols de Bjarnason e Sigthórsson.
O Craque

Eidur Gudjohnsen é com certeza um dos maiores jogadores da história da Islândia, filho do ex-jogador Arnor Gudjohnsen, que brilhou no futebol belga nos anos 80. Um fato curioso é que pai e filho poderiam ter entrado para a história jogando juntos. Mas o pai em fim de carreira saiu para a entrada do filho que iniciava a carreira. Ainda que não seja um craque na concepção da palavra, Eidur é um jogador versátil, com boa qualidade técnica e bom posicionamento. Ainda que a forma xenofóbica que algumas pessoas têm de olhar o futebol faça muitos desdenharem de seu futebol simplesmente por ele ser islandês.

Não é possível que um cara que jogou em times gigantes como PSV, Chelsea, Tottenham, Barcelona, Mônaco e AEK não tenha qualidade. Hoje, aos 35 anos, Gudjohnsen joga no Club Brugge, um dos maiores times da Bélgica. Reencontrou seu bom futebol por lá, depois de algumas temporadas em má fase. Revelado pelo Valur, ainda jogou em times como KR, Fulham, Stoke City, Bolton, Seattle Sounders e Cercle Brugge. Não vinha sendo convocado para as eliminatórias, passou a ter importância agora no fim. Foi titular no último jogo, utilizando toda a experiência que adquiriu no mundo do futebol.


Sonho

Disputar uma Copa com certeza é um sonho vivo em sua mente, apesar de sabermos que numa repescagem que terá França, Portugal, Croácia, Suécia. E poderá ter Grécia, Ucrânia, Turquia ou Romênia, as chances são mínimas. Mas futebol é empolgante justamente por enterrar nossas convicções. Independente do que aconteça, fato é que para um país tão pequeno, o que conseguiram até aqui já foi formidável. Resta a Gudjohnsen motivar seus filhos para dar em seguimento a evolução do futebol da Terra de Gelo. Sveinn e Andri Gudjohnsen jogam no Barcelona, o primeiro tem 15 anos e o segundo tem apenas 11. Se puxarem o pai podem ser jogadores importantes no futuro.

 É caro leitor, por trás de uma pequena nação existem muitas histórias a contar, principalmente quando o futebol está envolvido!